Satélite para Comunicação

http://www.explicatorium.com/images/planetaterra.jpgPor Virgínia Silveira / Valor Econômico

A Telebrás, assessorada pela Agência Espacial Brasileira (AEB) e pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), vai planejar a construção e encomendar o Satélite Geoestacionário Brasileiro (SGB) no mercado internacional. A decisão pela aquisição no exterior foi tomada porque o país não terá tempo hábil para fazer o satélite até 2014, informou ao Valor o ministro Celso Amorim. Além desta decisão, outra mudança nos planos do governo é usar este primeiro satélite para comunicação governamental e internet, deixando meteorologia para um segundo satélite, que poderia, este sim, ser construído no Brasil.
Segundo o ministro Amorim, 2014 é o prazo que o país tem para ocupar a reserva feita para duas posições orbitais que tem direito no espaço, para aplicações na área de defesa, de acordo com as regras definidas pela União Internacional de Telecomunicações (UIT).

A viabilização de um satélite geoestacionário brasileiro até 2014, voltado para comunicações estratégicas de governo e das Forças Armadas, segundo Amorim, atende a uma decisão da própria presidente Dilma Rousseff, favorável ao projeto. O satélite, que terá ainda uma banda especial KA, para internet em banda larga, já foi incluído no PPA de 2012-2015, com uma previsão de investimentos da ordem de R$ 716 milhões.
Embora seja comprado de empresas estrangeiras, segundo o ministro, haverá exigência de transferência de tecnologia (acordos de offset) e uma empresa nacional ficará responsável pela parte industrial do projeto e a contratação de fornecedores. Ainda não foi definida qual empresa, mas a Embraer e sua parceira Atech afirmaram que têm muito interesse nesse projeto.

O presidente da Embraer Defesa e Segurança, Luiz Carlos Aguiar, disse que a Embraer, assim como a Atech (que tem 50% de suas ações controladas pela Embraer), têm capacidade de não apenas fazer a parte de integração dos sistemas do satélite, mas também a gestão da cadeia de suprimentos e de logística de todo o projeto”, disse.

O projeto do SGB também deve atrair o interesse de empresas estrangeiras do segmento espacial e com atuação no Brasil, como é o caso da francesa Thales e da Astrium, do consórcio europeu EADS. Procuradas, a Thales não concedeu entrevista e a Astrium confirmou, em nota, o interesse.

“Em relação a este satélite não podemos ter uma visão puramente de preço porque, às vezes, o barato pode sair caro. Temos que pensar em uma solução que deixará o país mais independente a médio e longo prazo”, disse Amorim. O Brasil, na opinião do ministro, não pode continuar com a vulnerabilidade de ter todas as suas comunicações civis e militares num satélite estrangeiro alugado. Hoje o país aluga satélites de telecomunicações do México e da Espanha.

Uma fonte do setor espacial, envolvida nas discussões sobre o projeto, informou que após o lançamento do primeiro satélite, uma das alternativas analisadas é a de se fazer um conjunto de satélites de comunicações menores, que poderiam ser lançados pelo foguete Cyclone 4, da joint-venture ACS (Alcântara Cyclone Space), que pertence ao Brasil e à Ucrânia.

Os primeiros satélites, segundo esta fonte, não terão transponders para meteorologia e controle de tráfego aéreo, outras duas reivindicações do setor espacial e de defesa. Na área de meteorologia, segundo o climatologista Carlos Nobre, secretário de Políticas e Programas de Pesquisa e Desenvolvimento do MCT, o Brasil utiliza hoje o satélite norte-americano Goes e o europeu Meteosat.

“É fundamental que o país também tenha um satélite meteorológico próprio, para que ele possa ter autonomia nessa aérea e também maior capacidade para monitorar os sistemas de tempo com alta freqüência temporal”, diz ele, que defende que o primeiro satélite já seja usado para monitorar o clima. A dependência dos satélites estrangeiros, diz, já prejudicou o país em várias ocasiões. O satélite Goes, diz ele, manda imagens a cada 15 minutos para o Brasil. “Em época de furacões no Caribe, comumente viram as câmaras para lá e só mandam imagens para o Brasil a cada três horas. Nesses casos, a nossa capacidade de monitorar situações de desastres naturais fica muito prejudicada”, afirmou.

O projeto do satélite, segundo p ministro da Defesa, Celso Amorim, envolve também os ministérios das Comunicações e da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI).

Fonte: ValorEconômico via BrazilianSpace

13 Comentários

  1. Alguns vao criticar a compra concerteza…
    mas é uma boa idéia, precisamos de total independencia em nossas comunicações o quanto antes. urgente, urgentissimo…
    voces sabem como é o desenvolvimento dos projetos aqui ne….

  2. Estamos em movimento para uma política de defesa consistente; é divagar más, estamos se movimentando com prudência e astucia….más chegaremos lá,no topo que é o nosso lugar.

  3. Mais uma fez colocamos em mãos estrangeiras um projeto de suma importância estratégica para o BRASIL, usam tanto a palavra estrategia e até agora não se deram o trabalho de consultarem um dicionário para saber o sinônimo dessa palavra !
    O BRASIL é uma das maiores economias do mundo mas pelo visto vamos continuar por muito tempo com um povo pobre,sem saúde e educação porque há uma imensa má vontade por parte dos nossos governantes !

  4. Se colocar a Embraer e Atech, esse satelite vai virar uma salada de fruta americana, como virou o KC-390, é só colocar a Embraer e aguardar a chegada das empresas americanas.

  5. faz tudo isso ,ai vem um fernando henrique da vida e vende para mexicano ou qualquer outro!!
    carlos augusto vc tem toda razão !!!

  6. SGB(Stargate Brasil?)kkkkkkkk.
    Sem piadas agora, muitos podem achar isso errado mais realmente não temos tempo para fazer um satélite aqui no Brasil! o bom é que teremos transferência de tecnologia!!(Eu acho que sim)assim vamos poder fazer satélites mais modernos aqui mesmo, vender até para nossos vizinhos,já que muitos países que podem por um satélite em orbita não quer dar esse poder para países da America-Latina.

  7. Se faz reclamam, se não faz reclamam, o que alguns de vocês querem afinal? Ora se vai ser feito e vamos ter acesso a mais tecnólogia que se dane o mundo, alguem vai me dizer que os caças dos EUA tem todas as peças fabricadas lá, acordem é made in Taiwan.

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