Defesa & Geopolítica

Governo suspende planos de novas usinas nucleares, diz Tolmasquim

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O excedente de energia na matriz energética brasileira — de até 6 mil MW médios em 2013 e 2014 — permitiu ao governo reavaliar algumas posições sobre o setor. O presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), Maurício Tolmasquim, afirmou nesta quinta-feira que não se trabalha mais com a previsão de novas usinas nucleares no país, ao contrário do que disse no mesmo dia o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, e minimizou o atraso na construção das usinas termelétricas do grupo Bertin.

Durante evento realizado na sede da Associação Brasileira da Infraestrutura e Indústrias de Base (Abdib), em São Paulo, Tolmasquim disse que após o acidente envolvendo a usina nuclear japonesa de Fukushima, no começo do ano, o governo decidiu deixar em segundo plano a construção de quatro novas plantas para gerar esse tipo de energia até 2030. “Não estou dizendo que elas estão descartadas, mas os planos estão em suspensão. Estamos aguardando para tomar uma decisão e, como temos muitas opções de matrizes, não temos pressa.”

Apesar da suspensão dos novos projetos, a construção de Angra III, que está em andamento pela Eletronuclear, deve continuar. “Essa já começou, não tem volta”, disse Tolmasquim.

A sobra no potencial de geração de energia em relação ao consumo do país também deu ao governo federal mais tranquilidade para resolver o problema dos atrasos das usinas termelétricas do grupo Bertin. Segundo Tolmasquim, o governo ainda está avaliando se é possível dar mais tempo para a empresa ou se será o caso de cassar a concessão. “A sobra de energia hoje é maior do que essas usinas, por isso o atraso não afeta nosso abastecimento.”

Ralf Terra, vice-presidente da Abdib, concorda que o momento é de tranquilidade no setor elétrico. “Há pouco tempo, cinco anos, vivíamos um momento de incertezas. Hoje temos resultados significativos e um planejamento importante no setor”, diz o executivo. Ele afirma, no entanto, que ainda há gargalos a serem vencidos para dar mais agilidade aos investimentos, como entraves na área ambiental e a falta de mão de obra especializada.

Fonte: Valor

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