"O Brasil não Pode não Ter Ambições Espaciais"

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ENGENHARIA AEROESPACIAL

O responsável pelo projeto Cyclone-4, que estará na UnB no dia 12 de setembro, explica em entrevista ao UnBCiência como funciona o foguete que será lançado em 2013 em uma parceria do Brasil com a Ucrânia

Por Thais Antonio
Da Secretaria de Comunicação da UnB
09/09/2011


Há cinco anos, a empresa binacional Alcântara Cyclone Space (ACS) saiu oficialmente do papel. Criada três anos antes, a parceria entre Ucrânia e Brasil nasceu com o objetivo de criar um veículo de lançamento de satélites. O foguete Cyclone-4 será lançado em 2013 a partir do Centro de Lançamento de Alcântara, no Maranhão.
Em entrevista ao UnBCiência, Alexandr Degtyarev, designer geral e diretor geral da empresa estatal ucraniana Yuzhnoye, responsável pelo projeto do Cyclone-4, explicou como funciona o foguete e quais as vantagens do modelo que substitui o Cyclone-3, também desenvolvido pela empresa. Degtyarev estará na Universidade de Brasília na segunda-feira, 12 de setembro, no seminário Brasil-Ucrânia: Oportunidades para a Cooperação Técnico-Científica no Espaço, que começa às 9h30, no Auditório da Reitoria.
Os veículos lançadores da Yuzhnoye já colocaram mais de 1.000 satélites em órbita. No projeto binacional, a empresa é responsável pelo projeto do foguete Cyclone-4, equipamentos técnicos do sítio de lançamento da ACS e estudos técnicos de cada missão.
A base de Alcântara é um ponto estratégico para o lançamento de foguetes, já que fica próxima à linha do Equador e permite que o veículo lançador utilize o movimento de rotação da Terra para diminuir a quantidade de combustível, além de ficar distante de áreas com alta densidade populacional. O Projeto Cyclone-4 custa US$ 487 milhões e é custeado pelos dois países, meio a meio. Cada veículo pode lançar até 18 satélites, em duas órbitas diferentes.

UnB Agência: O que é o Projeto Cyclone-4?
Alexandr Degtyarev:
Ele baseia-se em um foguete já existente, que foi modernizado, o Cyclone-3. É um veículo com grande futuro no mercado para lançamento de satélites em órbitas baixas e também para órbitas geoestacionárias e será lançado no segundo semestre de 2013 em Alcântara.
UnB Agência: Qual a importância do Brasil nesse projeto?

Alexandr Degtyarev:
O centro de lançamento de Alcântara tem uma posição geográfica ótima, que dá uma vantagem muito grande quanto ao lançamento, porque é próximo à linha do Equador. Além disso, Alcântara não é só um ponto geográfico, mas tem o programa espacial brasileiro e toda a infraestrutura para garantir o sucesso do Cyclone-4. O Brasil é o país que hoje é 5ª ou 6ª economia mundial. Esse país, absolutamente, não pode não ter ambições espaciais. O Brasil não possui o acesso real ao espaço e o Projeto Cyclone-4 é o que vai transformar esse acesso em realidade. Isso combina com interesses nacionais do Brasil e, sem duvida nenhuma, corresponde aos interesses nacionais da Ucrânia.

UnB Agência: Qual a contribuição da UnB no projeto espacial?
Alexandr Degtyarev:
A Ucrânia tem necessidade e objetivo de trabalhar com cooperação internacional na área espacial e enxergamos o Brasil como um ponto para aplicar todas as nossas possibilidades e perspectivas. Primeiramente nossa área é de tecnologia de ponta e a ciência, técnica e negócios são todos muito misturados. Aqui são necessários especialistas de alta qualificação, por isso nós queremos, na medida do possível, favorecer o treinamento dos especialistas de alta qualificação aqui no Brasil, com a nossa experiência ucraniana. Gostaríamos de manter um programa de cooperação a longo prazo entre Ucrânia e Brasil, porque as nossas possibilidades são muito grandes. Ciência e Educação são a base para o desenvolvimento de todo o projeto e temos o desejo muito grande de cooperar com a Universidade de Brasília.

UnB Agência: Quais são os mercados potenciais de satélites?
Alexandr Degtyarev:
Nosso lançador resolve duas tarefas. Uma é o lançamento para órbita geoestacionária capacidade de carga útil um pouco limitada, de 1.700 kg, que abrange, principalmente, satélites de comunicação, de transmissão e meteorológicos. A outro é o lançamento para as órbitas baixas, que incluem satélites para sensoriamento remoto que, em termos gerais, resolvem situações para agricultura, florestas e situações de emergência, além de objetivos militares. Outro grupo pode ser de aparelhos espaciais de órbita baixa que podem resolver pesquisas científicas, como prognósticos de terremotos. No caso do terremoto do Japão, por exemplo, as despesas que o país teve com o desastre dariam para pagar a pesquisa completa.

UnB Agência: Qual o diferencial do Cyclone 4 em relação aos veículos anteriores?
Alexandr Degtyarev:
Ele foi feito em cima do Cyclone 3, que foi criado na Rússia e foi praticamente o primeiro complexo de preparação automatizada para lançamento. Pegamos tudo de melhor do Cyclone 3 e colocamos no Cyclone 4. O foguete foi modificado principalmente no terceiro estágio (parte de cima do foguete, que armazena os satélites e é a última parte que sobe o veículo antes do lançamento dos satélites). Aumentamos a reserva de combustível, aperfeiçoamos o propulsor que providencia um esquema melhor de vôo do terceiro estágio e aumentamos a capacidade de carga útil. O motor pode ser ligado cinco vezes, o que permite lançar satélites para órbitas diferentes e isso é muito importante para posicionamento no mercado. Outra coisa, esse veículo lançador está em conformidade com os requisitos modernos dos consumidores. Aumentamos o volume do bloco de coifa para colocar os satélites e o regime de temperatura e umidade é mais conveniente. Tudo isso foi aperfeiçoado.

Deu amnésia no representante da Yuzhnoye

Por Duda Falcão

O representante da Yuzhnoye esqueceu de falar convenientemente da alta toxicidade dos motores desse trambolho que estarão contaminando os céus de nossa país e não do país dele, esqueceu também de dizer que tecnologicamente esse acordo não acrescenta nada ao Brasil, já que não há transferência de tecnologia e nem desenvolvimento conjunto na confecção desse foguete, fora a sua concepção nada comercial para o nicho que pretende atuar além de ser um foguete ecologicamente inviável o que o torna politicamente mal visto internacionalmente dificultando ainda mais a sua comercialização. Um verdadeiro desastre, capitaneado por um incompetente, endossado por um humorista irresponsável e motivado por questões políticas, que só fizeram atrasar ainda mais o verdadeiro programa de foguetes do país. Não somos contra um acordo que gere uma empresa como a ACS, só discordamos da forma como foi feito, da escolha dos ucranianos e de sua tecnologia tóxica, da concepção do foguete (já que não atenderá o nicho que pretende atingir), da falta de envolvimento da indústria brasileira no desenvolvimento do foguete, e na concepção acionária da empresa, que deveria ser de capital misto (público e privado) sob a direção de profissionais preparados e não políticos de…loides.

Fonte: Brazilian Space

19 Comentários

  1. Alguém saberia me dizer quem é esse Duda Falcão,ele é especialista no assunto ou é daqueles especialistas de ocasião,tipo um economista querendo dar palpites em foguetes ou é um especialista da area ?.

  2. Barca eu estava até feliz de repente no ultimo comentário o Duda Falcão da um banho de agua gelada rsrs
    Não entendo nada de satélite, mas fico feliz pelo menos por eles serem lançados aqui no Brasil, sabendo que ninguém vai passar esse nível de tecnologia de graça obvio, eu penso que quanto mais nós trabalharmos em cima desses projetos indiretamente estamos aprendendo.

  3. Tenho muito receio quanto a esse negócio com os ucranianos, o desenrolar dessa parceria cheia de percalços nos leva a crer que esse foguete tem tudo para ser uma lástima para o nosso programa espacial!

  4. Duda Azedo Falcão.Realmente não sou especialista na área,mas no final o Tal Duda me preceu um tanto quanto revoltado.Deixo nossos colegas do blog com a esplicação técnicas se esse foguete realmente é uma marolinha,ou ele é eficiente.
    Só gostaria de botar lenha na fogueira com a seguinte pergunta: Podemos apartir deste foguete produzir um míssil balistico e colocar no último estagio uma “bombinha” tipo a W-87?

  5. Me parece que o próprio gov. está encarregando-se de boicotar esse projeto, a Dona laranja mandou auditar os gastos, e o pior, os Ucranianos não deram a parte financeira deles; me parece que o gov. tá contando com a sorte pra ter acesso a tecnologia, tá com esperança de que trabalhando no projeto do C3 vai dominar a tecnologia…(estão usando hidrazina como combustivel que é altamente tóxico); esses equivocos, porque falta liderança que aponte o norte espacial, tem muita gente falando muita coisa e não tem ninguém decidindo nada…Tamos fazendo macro ecocnomia, quem tá governando o Brasil é o manteiga, isso é nome de gente!…

  6. A parceria entre Brasil e Ucrânia já nasceu errada, pior ainda com a intromissão americana, ela chega a ser nojenta. É jogar dinheiro no lixo, antes fosse uma parceria com a Rússia ou China.

  7. Eu também não sei qual é a desse Duda Falcão, mas em outra notícia eu tinha comentado que houve uma proposta russa e não sabia por que motivos ela foi rejeitada… não sei qual é a posição política desse Duda e nem me interessa, mas pelo que vi em seu site ele é totalmente CONTRA esse acordo com os ucranianos e era(e ainda é) a favor do entendimento com os russos.

    A Nasa, os europeus e os indianos trabalham em cooperação com os russos… foguetes sul-coreanos e americanos usam motores russos… mas nós vamos trabalhar com a … Ucrânia!

    E para o VLS, um lançador de outra categoria, o Brasil contratou consultores para revisar o projeto e evitar novos desastres… consultores ucranianos? Pelo que li, russos!

    Os franceses fizeram um acordo com os russos para utilizar a base de Kourou na Guiana Francesa e lançar alguns modelos Soyuz de lá!

    Não dá pra entender…

    Pelo que entendi olhando na net, *com toda a minha ignorância*, o Cyclone 4 usa combustível tóxico, hipergólico. Nesse tipo de combustível dois líquidos de alta toxicidade criam combustão espontânea no contato de um elemento com o outro. Em caso de acidente, a mistura pode contaminar todo o ambiente.

    O construtor ucraniano do Cyclone 4 também fabrica o Zenit, legado soviético, que é de uma categoria acima, mas que usa motores russos baseados em querosene, menos tóxicos…

    Acho que é isso, alguém pode me corrigir…rs

  8. Caros a Ucrania é um pais aliada do EUA e pediu permissão a EUA para repassar alguns conhecimentos ao Brasil o que foi negado pelos americanos – esta vetado portanto qualquer acordo de transferencica de conhecimento. A Ucrania é um pais falido.
    A parceria aqui já foi dito – e quem quiser que va lê o acordo entre partes e verá que é apenas um acordo comercial, a única coisa que os engenheiros brasileiros irão ver é o foguete por um monitor de rastreamento.
    A não ser que é isso que voces defendam para o Brasil – Alcantara sendo um espaço de lançamento para foguetes dos Ucranianos.

    SDS

  9. Uma vez eu estava visitando o site do poder aéreo e tinha um comentário assim, sobre a possível sabotagem do VLS que explodiu vitimando os técnicos brasileiros:

    “Olá, Eu tenho um parente que trabalha no projeto do VLS ele esteve em alcantara nas três tentativas de lamçamentos(1997,1999 e 2003) ,Na ultima tentativa em 2003 quando aconteceu o acidente ele disse que estava faltando a trava de segurança que impediria uma ignição prematura dos motores,mas essa travas eram só retiradas faltando alguns minutos para o lamçamento,o acidente ocorreu três dias antes do lamçamento ou seja não foi acidente foi sabotagem ,e no instante exato que o foguete explodio estava sendo assinado em São Luis o acordo entre o Brasil e a Ucrania acordo que era para ser assinado com EUA mas o congresso nacional votou contra o EUA e a favor da Ucrania .”

  10. “Alcântara sendo um espaço de lançamento para foguetes dos Ucranianos”. É isso aí Nilo, o Brasil patrocinando a empreitada dos ciganos ucranianos, ô aja paciência. Só deles pedirem permissão dos americanos para repassarem alguma coisa para o Brasil, já é motivo mais do que suficiente para eles serem despachados com um bom ponta pé no traseiro.

  11. Melhor seria investir no nosso VLS e nunca ter feito essa parceria, más como tem muito inconpetente pra tomar conta dessa área no Brasil acabam fazendo esses acordos nas coxas!

  12. Esse ucranianos estão vindo de encomenda, tem vendilhões aí batendo palmas p a decisão ianks de ñ deixar os mesmos nos repassarem sua tecnológia…antes só, cobrar deles cada lançamento ..e q nos devolvam a n grana.Sds.

  13. só existe uma forma do Brasil ir para o espaço.

    E seria usando o sentido literal dessa palavra.

    isso já seria algo mais realista de se creer.

  14. Seria muito oportuno e esclarecedor se alguma autoridade no assunto se pronunciasse a respeito não só do combustível empregado por esse foguete, mas sobre se há ou não acesso a transferência de tecnologia que beneficie o investimento brasileiro. Acredito que o momento requer essa postura por parte das autoridades brasileiras, uma vez que tem-se falado muito em alavancar o Programa Espacial Brasileiro e isso só será possível com o dinheiro dos contribuintes, ou seja: NÓS. Portanto, cobramos e temos o direito a uma explicação. Urgentíssima!

  15. A restrição dos EUA está registrada claramente em telegrama que o Departamento de Estado enviou à embaixada americana em Brasília, em janeiro de 2009 – revelado agora pelo WikiLeaks ao Globo. O documento contém uma resposta a um apelo feito pela embaixada da Ucrânia, no Brasil, para que os EUA reconsiderassem a sua negativa de apoiar a parceria Ucrânia-Brasil, para atividades na Base de Alcântara no Maranhão, e permitissem que firmas americanas de satélite pudessem usar aquela plataforma de lançamentos.A resposta americana foi clara. A missão em Brasília deveria comunicar ao embaixador ucraniano, Volodymyr Lakomov, que “embora os EUA estejam preparados para apoiar o projeto conjunto ucraniano-brasileiro, uma vez que o TSA (acordo de salvaguardas Brasil-EUA) entre em vigor, não apoiamos o programa nativo dos veículos de lançamento espacial do Brasil”.

    Mais adiante, um alerta: “Queremos lembrar às autoridades ucranianas que os EUA não se opõem ao estabelecimento de uma plataforma de lançamentos em Alcântara, contanto que tal atividade não resulte na transferência de tecnologias de foguetes ao Brasil”. devido a isso o Senado brasileiro se nega a ratificar o TSA, assinado entre EUA e Brasil em abril de 2000, porque as salvaguardas incluem concessão de áreas, em Alcântara, que ficariam sob controle direto e exclusivo dos EUA. Além disso, permitiriam inspeções americanas à base de lançamentos sem prévio aviso ao Brasil
    Fonte: Folha de S. Paulo, Ricardo Mioto, 25/1/11.

  16. o comentario do Nilo foi excelente.
    bom, eu como sempre venho dizendo aq no PB e em todos os sites q frequento, so acredito em politica/defesa, vendo.
    sobre os amigos ucranianos, o fato é o seguinte.
    o Cyclone-4 nao pode mais ser atualizado — ou seja, nao pode-se mais acrescentar motores no seu 1º estagio, oq aumentaria o limite de carga do lançador.
    vi isso no proprio site do inpe/aeb eu acho, tem algum tempo. foi isso q motivou a serie de foguetes q o brasil ‘pretende’ construir depois de lançado o VLS. outra coisa, a carga paga do cyclone-4 é baixa comparada aos lançadores de hoje em dia — se nao me engano o foguete indiano hoje, leva entre 2-3 toneladas de carga paga.
    mas o mais terrivel de tudo, esse foguete ja era pra ter sido lançado há muitos anos. eles comeram nosso dinheiro, e nós, nao levamos nada. realmente o melhor, é esperar o lançamento do nosso VLS — como demonstrador — e esperar os proximos foguetes brasileiros.claro, quando isso acontecer, no dia 30 de fevereiro, na terrinha das bananas, unico pais dos brics — ate a africa do sul tem mais potencial tecnologico, apesar de nao saber ao certo, a quantas anda os projetos espaciais deles — do q o nosso. abraços a todos.

  17. Senhores, o Duda e o responsável pelo BRAZILIAN SPACE, um blog SÉRIO que trata de atividades aeroespaciais.
    Ele o DUDA tem razão a ACS (Empresa Binacional Brasil/Ucrania), já consumio novecento milhões de dolares, não se tem nem base de lançamento nem foguete lançador, poderiam ter direcionado para os programa do VLS, bem como o Programa CRUZEIRO DO SUL(Reconhecido internacionalmente porém não divulgado no próprio Brasil).
    O contrato não prever qualquer tipo de transferência de tecnologia. A Ucrânia entra com o lançador(foguete)totalmente fabricado na Ucrânia e o Brasil com a base de lançamento.
    O custo do lançamento tem que pagar o lançador, e o que sobrar será dividido entre os dois paises.
    O mais grave e que o Ciclone IV, que derivado de um míssil da época da URSS, que usa como combustível IDRAZINA, extremamente instável e poluente (nem um outro pais a usa em seus lançadores) a Idrazina é usada em pequenos motores nos satélites para correção de posição em orbital, para qua a queima sua queima ocorra fora da atmosfera.
    É vergonhoso e imoral o que estão fazendo através da ACS.
    Emílio sugiro que der-mos mais atenção ao programa Espacial Brasileiro (PNAE), ele é tão ou mais importante que o FX2.
    Não esqueção que a Ucânia é paceira dos EUA, e o Brasil terá que assinar um tratado com os EUA(PERIGOSO), para que possam efetuar os lançamentos.
    Grato a todos.

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