Cientista é condenado por tentar vender segredos dos EUA a Israel

http://wscdn.bbc.co.uk/worldservice/assets/images/2011/09/08/110908023020_stewart_nozette_304x171_ap.jpgUm ex-cientista do governo americano acusado de tentar vender segredos tecnológicos para Israel admitiu ser culpado de um caso de tentativa de espionagem.

Stewart Nozette deverá cumprir uma sentença de 13 anos de prisão depois de fazer um acordo de confissão com os promotores.

Ele está na cadeia desde que foi detido, em 2009, depois de uma operação na qual um agente do FBI (polícia federal americana) se fez passar por uma autoridade da inteligência israelense.

Nozette, 54 anos, foi acusado de tentar obter milhões de dólares para entregar dados secretos.

Ele poderia ter sido condenado à morte caso tivesse sido considerado culpado de todas as quatro acusações de tentativa de espionagem que teve contra si.

O Departamento de Justiça americano afirma que nenhuma das acusações significa que as leis americanas foram violadas pelo governo de Israel ou por pessoas que o representassem.

‘Escolha de carreira’

Durante as várias décadas em que trabalhou para o governo americano, Nozette teve acesso a setores de alto nível de segurança, inclusive na Nasa, a agência espacial dos EUA, no Conselho Nacional do Espaço e no Departamento de Energia.

Vestindo um macacão de prisioneiro, ele compareceu à Justiça nessa quarta-feira, dizendo ao juiz que compreendia a acusação da qual ele se declarava culpado.

Nozette disse ao agente do FBI, que se fez passar por integrante do Mossad, o serviço secreto de Israel, que os segredos que estava oferecendo haviam custado ao governo americano algo entre US$ 200 milhões e US$ 1 bilhão para desenvolver.

De acordo com os registros do processo, Nozette se encontrou com o agente disfarçado em um hotel de Washington, em outubro de 2009.

“Eu cheguei a um ponto sem volta (…), eu fiz uma opção de carreira”, teria dito o cientista ao agente.

“Estou preparado para dar a eles a coisa toda, todas as especificações técnicas”, teria afirmado Nozette.

Mísseis nucleares

O conhecimento do ex-cientista do governo supostamente diz respeito ao programa de mísseis nucleares dos EUA.

De sua casa, no subúrbio de Washington, Nozette comandava a Aliança para Tecnologia Competitiva, uma organização sem fins lucrativos com acordos para desenvolver tecnologias para o governo americano.

Promotores dizem que o cientista concordou em dar informações regulares ao Mossad por meio de uma caixa postal do correio, em troca de dinheiro.

Ele supostamente pediu um passaporte israelense e aceitou dois pagamentos, ambos inferiores a US$ 10 mil.

Em troca do dinheiro, Nozette supostamente concordou em divulgar informações sobre satélites americanos, sistemas de alerta e controle e elementos importantes de defesa estratégica.

“Stewart Nozette traiu a confiança dos EUA ao tentar vender alguns dos seus segredos mais bem guardados por lucro”, disse à agência Reuters a vice-secretária de Justiça a cargo de segurança nacional, Lisa Monaco.

O secretário de Justiça americano, Eric Holder, ordenou restrições especiais de comunicação para Nozette enquanto ele estiver preso.

O juiz distrital Paul Friedman disse que está preparado para aceitar a declaração de culpa, desde que Nozette coopere com os promotores. Ele marcou a próxima audiência do caso para 15 de novembro.

Fonte: BBC Brasil

9 Comentários

  1. Tática comum de certas potências.
    ..
    Primeiro lhe dão tudo que todo mundo sonha. Depois, lhe colocam em uma situação difícil até você cometer um deslize. Aí te tiram tudo que deram, e mais a liberdade.
    .
    Algo parecido com Iraque, agora Líbia, provavelmente Síria, e tantos outros.
    .
    Parece que funciona com qualquer situação. Países, pessoas….

  2. É POUCO….SÓ 13…POR TRAIÇÃO,É MUITO POUCO?
    .
    .
    Todo os países que se sintam ameaçados por forças estrangeiras deve e tem o direito sagrado de se armar com o que puder.
    .
    O que não pode é criar categorias de nações onde algumas podem ter armas nuclear e outras não.
    .
    Israel que já tem uma tem o mesmo dirito de tê-las assim como o Irão,e quem se sentir ameaçado por forças nucleares.
    .
    13 anos é pouco em um pais onde crime contra a nação americana, se condena de perpétua a pena capital.

  3. Estranho comportamento do cientista, no minimo um
    descuido de amador, escolheu o cliente errado,
    vender essas informações prá ISRAEL de origem EUA é
    suicídio; Tenho minhas dúvidas do quanto representou
    as informações do sr. Stewart Nozette. O MOSSAD é uma
    coisa tb estranha… será a sombra? A CIA é tb estranha…
    será o que? Tudo junto e misturado, farinha do mesmo saco,
    ou não?

  4. Isso é que a ABIN deveria tar fazendo em favor do país e da nação, não ser isntrumento de guerra palaciana como querem alguns; todos os paises desenvolvidos fazem isso, a china então nem se fala.Isso pode significar redução de custo de bilhoes de dolares no desenvolvimento de qualquer tcnoloogia que nos interessaria; vc pode fazer espionagem hoje noS EUA, sem que isso represente violar a lei de lá; as bibliotecas americanas estão cheias de informaçoes valiosas pra nós; por isso que o plano de dar bolsa de estudo é relevante, poderemos espionar eqto estudamos!

  5. E o Brasil tem seríssimos problemas de segurança nesta área de tecnologia e ciência, aliás, desconheço se existe uma legislação especifica para este tipo de crime
    .
    E controle governamental sobre tecnologias estratégicas, desenvolvidas por empresas privadas, no Brasil é praticamente inexistente.
    Não existe algo como: “restrição a venda de tecnologias sensíveis/estratégicas”, como no EUA….
    .
    Provavelmente nem legislação sobre o tema possuímos, alguém sabe informar?

  6. Só não entendi onde está o crime na conduta do “cientista”. Se quem tentou comprar os “segredos”, fingindo ser um agente do mossad, foi um agente americano, logo não tinha como o suposto crime ser consumado, portanto, o que em Direito se denomina “Crime Impossível”. Para ser crime ele teria que ter, pelo menos, tentado vender para agentes reais.

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