Indústria nacional amplia participação em projetos

Em maio deste ano o Instituto de Aeronáutica e Espaço (IAE), vinculado ao Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial (DCTA), fechou um contrato inédito com a Mectron, fabricante de mísseis e de produtos de alta tecnologia para o mercado aeroespacial, hoje controlada pelo grupo Odebrecht. A empresa vai fornecer os sistemas da rede elétrica do foguete VLS, considerado um sistema de alto valor agregado e responsável pelos principais comandos do veículo.

“Esse foi um marco importante no envolvimento da indústria nacional no projeto do VLS, pois representa uma significativa participação no programa, tanto pela importância do sistema, quanto pelo valor do contrato, da ordem de R$ 22 milhões”, disse o diretor do IAE, brigadeiro Francisco Carlos Melo Pantoja. Antes desse contrato as empresas só participavam do fornecimento de subsistemas menores do VLS.

A capacitação da Mectron na área de sistemas elétricos, segundo Pantoja, só foi possível depois que a empresa participou do desenvolvimento de outras redes elétricas, que embora menos complexas, foram importantes para a aquisição de experiência nessa área.

A Mectron atuou no desenvolvimento de mísseis para a Força Aérea Brasileira (FAB) e também no projeto Sara, do IAE, um satélite de reentrada atmosférica projetado para operar em órbita baixa. Para atuar no desenvolvimento dos sistemas elétricos do VLS, segundo Pantoja, a Mectron já contratou cinco especialistas aposentados do IAE, que trabalhavam nessa área no VLS.

A Embraer, segundo Pantoja, também demonstrou certo interesse em participar dos programas de lançadores do DCTA e uma das possibilidades analisadas é a da empresa se tornar um “main contractor” do programa e ser a responsável pela contratação de todas as empresas envolvidas no seu desenvolvimento e produção. Consultada, a Embraer não comentou o assunto.

Uma das dificuldades da participação industrial, segundo Pantoja, é que o mercado de lançadores não se autossustenta, porque as encomendas são pequenas. “Daí a necessidade de subsídio governamental”, afirma.

Outra possibilidade de fornecimento importante dentro do programa de lançadores do IAE, segundo Pantoja, é na parte dos sistemas propulsivos (motores). Atualmente, a empresa Cenic desenvolve motores em fibra de carbono para o VLS.

Já o VSB-30, foguete de sondagem de pequeno porte, com 13 metros de comprimento, utilizado em missões suborbitais científicas e tecnológicas, já foi certificado e segundo Pantoja, está pronto para ser transferido para a indústria. Entre as empresas que já trabalham no projeto estão a Villares, Cenic, Fibraforte, Mectron, Compsis, Avibras e Orbital, entre outras.

A estatal sueca Swedish Space Corporation (SSC), dedicada ao desenvolvimento de tecnologia espacial, comprou vários foguetes de sondagem VSB-30. A empresa já utilizou com sucesso o foguete em 11 lançamentos de experimentos científicos e tecnológicos apoiados pela Agência Espacial Europeia (ESA).

O VSB-30, de acordo com o diretor do IAE, foi o primeiro produto espacial brasileiro a ser vendido no mercado externo e também o primeiro a receber uma certificação de nível internacional., A certificação do VSB-30, emitida em outubro de 2009, contou com uma rigorosa avaliação das Agências Espaciais Europeia (ESA) e Alemã (DLR) e também das companhias envolvidas no programa europeu de microgravidade, como a Astrium e a Kayser-Thredee. (VS).

Fonte: Valor via NOTIMP

9 Comentários

  1. Um brinde as Empresas de Defesa Nacional, se começarem a surgir empresas como a Mectron e outras, como já existem mas contam-se nos dedos e HOUVER incentivos e mais interesses por parte do Governo, a Potência BR vinga.

  2. O Brasil já conhece e tem as peças , só falta juntar e teremos um lindo quebra cabeças da auto suficiência aeroespacial montado, vão mais uns 10 anos e nós entraremos nesse seleto grupo.

  3. Agora que esse pais vai sair da merda, dos governos anteriores que deixa isso aqui muito atrazado, devemos investir muito, para podemos conguistar oque nossos cientistas se dedicaram para fica parado, é perda de tempo, vamos ampliar nossas bases é criarmos um centro de rastreamento é radar das fronteiras é se programar para não atrazar nossos compromissos com as industrias, as pesquisas pois são elas que decidem como o pais vai ficar no futuro.

  4. Uma Pergunta Aos Colegas Do Blog!!!!
    o Brasil já domina a tecnologia de fabricar misseis e foguetes sub-orbitais como o VSB-30;sendo assin nossos misseis não poderian ter o seu alcance elevado e esse VSB-30 não poderia ser transformado em um missil de longo alcance e ter uma cabeça explosiva com uma ogivazinha como a W.87????

  5. eder! Ótima pergunta.. quer dizer.. precisa ser um vls pra lançar uma ogiva nuclear? Os nossos guerreiros ( http://www.dw-world.de/popups/popup_lupe/0,,5564374,00.html ) silenciosos mas jamais inertes tem capacidade para miniaturizar a ponto de pesar no máximo 500 quilos, já que se não me engano é o peso máximo de carga útil que a vsb-30 pode carregar?

  6. É isso ai,muito bom que essas e outras empresas nacionais cresçam cada vez mais e coloquem o Brasil de vez no grupo dos países detentores de tecnologia espacial…o Brasil tem muita gente capaz só falta o governo dar o um apoio de verdade!

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