Darpa vai financiar estudos sobre viagens interestelares

Alfa Centauri ou além.

Por Dennis Overbye, do New York Times

A agência governamental americana que ajudou a inventar a internet agora quer fazer o mesmo para viagens interestelares. No que talvez seja a mais ousada oportunidade no setor de incubadoras de empresas, a Agência de Pesquisas de Projetos Avançados de Defesa dos EUA (Darpa) planeja dar a uma sortuda e apaixonada organização US$ 500 mil em financiamento para que comece os estudos sobre o que seria necessário do ponto de vista organizacional, técnico, sociológico e ético para enviar humanos a outras estrelas, um desafio de tal de magnitude que apenas esses estudos poderiam levar cem anos.

A concessão dos fundos, prevista para 11 de novembro (11/11/11), será o ponto alto de um esforço conjunto da Darpa e da Nasa batizado “Estudo da nave de 100 anos”, que teve início no fim do ano e incluirá um simpósio público de três dias em Orlando, Flórida, em 30 setembro, para debater as razões para e os meios de empreender uma viagem interestelar. A agenda vai além de tecnologia de foguetes e inclui tópicos como considerações legais, sociais e econômicas de viagens do tipo, preocupações religiosas e filosóficas, para onde ir e – talvez o mais importante – como inspirar o público para apoiar este sonho tão caro.

O plano da Darpa gerou agitação e perplexidade nos laboratórios, bares, restaurantes e sites que cercam os centros de pesquisa da Nasa tanto fisicamente quanto virtualmente, onde o sonho das viagens espaciais nunca morreu e onde alguns grupos de cientistas e engenheiros teimosos, alimentados por histórias de ficção científica e profecias, desenham naves que poderiam cruzar o espaço interestelar, incubando a tecnologia e a preservando para o dia em que será usada.

– Se você quer ter um hobby, por que ele não pode ser o desenho de naves interestelares? – diz Andreas Tziolas, professor da Universidade do Alaska e diretor do Projeto Icarus, um esforço voluntário mundial para desenhar uma nave que poderia levar uma sonda científica até uma estrela próxima – talvez Alfa Centauri, a 4,4 anos-luz daqui – em uma viagem que levaria menos de 100 anos.

– Isso é o que fazemos – complementa Louis Friedman, ex-diretor executivo da Planetary Society, na Califórnia, que se auto-intitula a maior organização espacial pública do mundo.

Muitos cientistas se perguntam se a vida, especialmente vida inteligente, existe fora da Terra. Um dia, prometem os sonhos interestelares, a vida lá fora seremos nós. Pessoas como Tziolas dizem que a tecnologia já existe ou existirá em breve para mandar instrumentos e talvez até pessoas para estrelas próximas, embora o voo tripulado possa custar centenas de trilhões de dólares. O meio milhão que a Darpa vai dar não é suficiente para construir uma nave estelar ou mesmo comprar um escritório modesto onde imaginar uma – mas é suficiente para dar início a um levantamento de recursos e, talvez, atrair críticas de como os gastos governamentais são ridículos.

Um voo interestelar tripulado está a pelo menos um par de séculos de distância e, com exceção da invenção de motores warp no estilo “Jornada nas estrelas”, pode demorar outros séculos para ser completado. Quem quer que embarque nesta jornada certamente não vai voltar.

Mas há muitas razões para que os humanos eventualmente clamem pela vontade política de realizar a viagem, dizem os cientistas, se não pela natureza inquieta que nos tirou das cavernas e nos fez cruzar os oceanos, então para escapar de sermos dizimados pelo aparecimento de um asteroide assassino ou porque o Sol fez ferver os oceanos, o que ele fará em um par de bilhão de anos.

Outro atrativo poderia ser a descoberta de um planeta habitável em outro lugar, algo que poderia acontecer nos próximos anos por meio dos esforços do observatório espacial Kepler, da Nasa, e outros projetos astronômicos do tipo, considera Jill Tarter, astrônoma o Instituto SETI que dedicou sua vida à busca por extraterrestres.

– Isso se tornará uma realidade quando tivermos um análogo da Terra como destino – diz ela.

David Neyland, diretor de tecnologias táticas da Darpa, está enfrentando problemas para explicar que o objetivo do projeto não é construir uma nave interestelar, mas apenas um plano de negócios para desenhar uma. A busca, explica, é por uma organização, presumivelmente privada, que possa desenvolver uma visão interestelar sem o auxílio do governo, carregando o fardo pelos próximos cem anos e desenvolvendo valiosas alternativas tecnológicas da mesma maneira que o investimento em protocolos de dados permitiu o surgimento da internet. O cronograma foi inspirado por Júlio Verne, cuja novela “Da Terra à Lua” foi publicada em 1865, 104 anos antes da viagem virar realidade). Depois de novembro, qualquer que seja essa organização ela estará por conta própria.

– Não pretendemos levar à frente o projeto – acrescentou Neyland. – A Darpa vai entregar as chaves para esta entidade e lhes desejar boa sorte.

A viagem interestelar é um desafio enorme. A Voyager 1, artefato mais veloz já construído pela Humanidade, agora viajando a uma velocidade de mais de 60 mil quilômetros por hora em relação ao Sol, levaria mais de 70 mil anos para chegar a Alfa Centauri se estivesse indo na sua direção.

No fim dos anos 50 e início dos 60, um grupo de físicos liderado por Theodore Taylor, da General Atomics, e Freeman Dyson, do Instituto de Estudos Avançados, propuseram impulsionar a nave com as ondas de choque de bombas atômicas atiradas uma atrás da outra em sua traseira a cada três segundos. Tal nave, calcularam, atingiria Júpiter em um ano, mas levaria centenas de anos para chegar a Alfa Centauri.

A Sociedade Interplanetária Britânica usou um forma mais benigna desta ideia de propulsão no seu estudo de uma nava interestelar, o Projeto Dedalus, nos anos 70. A nave deles seria alimentada por pequenas explosões termonucleares provocadas pela compressão de núcleos de deutério e hélio 3 com raios laser. Ela levaria uma sonda científica de 500 toneladas até a Estrela de Barnard, a 5,9 anos-luz, em cerca de 50 anos, alcançando uma velocidade máxima de 12% da velocidade da luz no caminho.

– Este foi o primeiro estudo que provou que é possível viajar para outra estrela com os conhecimentos que temos hoje – diz Tziolas.

Em anos mais recentes, outras colaborações virtuais entraram na festa. A Fundação Tau Zero, baseada em Cleveland, foi fundada por Marc G. Millis, que dirigiu pesquisas sobre produção no Centro de Pesquisas Glenn, da Nasa, para encorajar o trabalho em “um voo interestelar prático”. No ano passado, Millis calculou que levaria pelo menos 200 anos para que a sociedade tenha os recursos energéticos de forma a mandar 500 pessoas para fora do Sistema Solar.

Uma variedade de sistemas de propulsão tem seus fãs e podem prevalecer no longo período entre hoje e o dia do lançamento, um problema que Millis classifica como “obsolescência incessante”. Entre elas estão gigantescas velas empurradas pelo luz solar ou poderosos feixes de micro-ondas e motores a íons que usam feixes de partículas energizadas para realizar a propulsão.

Já sondas científicas poderiam partir antes e de forma mais barata, destacou Dyson recentemente, acrescentando que em breve toda informação genética necessária para reconstruir a biosfera da Terra poderia ser acondicionada em algo do tamanho de um ovo. Dispersados rumo a diferentes planetas, estes “ovos” poderiam criar lares longe do lar que estejam a nossa espera.

– A nova tecnologia será biológica e tornará todo o resto obsoleto – avalia.

Em janeiro, Neyland e Pete Worden, diretor do Laboratório de Pesquisas Ames, da Nasa, convidaram cerca de 30 cientistas, empreendedores e escritores de ficção científica para uma sessão de criatividade no Norte da Califórnia. Neyland descreveu o primeiro encontro como uma tentativa de superar “o fator riso” associado ao assunto. Os participantes incluíram cientistas como J. Craig Venter, o primeiro a sequenciar o genoma humano, e escritores como Joe Haldeman, autor da premiada novela”The Forever War”. Um dos participantes disse que “algumas pessoas estavam do outro lado da realidade”.

Novamente, ninguém é esperto o bastante para saber o que resultará do esforço em torno do projeto de uma nave interestelar, destacou Neyland. Seria ingenuidade pensar que sabemos as perguntas certas a serem feitas, disse:

– Se você pedisse para Einstein e Marconi em 1910 que definissem um sistema de comunicação global para pessoas comuns, teriam eles dado como resposta com o iPhone?

O chamado para o encontro em Orlando atraiu centenas de respostas, que estão sendo selecionadas para decidir quem vai discursar. Tarter, a astrônoma do SETI, coordenará os debates sobre para onde ir. Ela recebeu 50 a 60 propostas, que classificou como “um saco de gatos”, algumas com cara de relatos sobre discos voadores.

– Talvez tenhamos que ser um pouco loucos para pensar nisso seriamente – diz. – Todos lemos ficção científica o bastante para sermos fundamentalmente otimistas sobre os possíveis resultados.

Kelvin Long, estudante de Física da Universidade Warwick e integrante do Projeto Icarus, diz que já pensou na planta, organização e até no jardim japonês no quintal da pirâmide do Instituto Interstelar, onde as pesquisas em torno da viagem seriam eventualmente realizadas.

– Muitos de nós somos bem jovens. Crescemos ouvindo falar do Programa Apollo – conta. – Queremos fazer parte de uma jornada significativa. Pensamos em maneiras de fazer algo importante, que é levar os humanos para as estrelas.

Long cita Arthur C. Clarke, falecido escritor sobre fatos e ficções científicas que inventou a ideia de satélites de telecomunicação e ajudou a Sociedade Interplanetária Britânica: “Se você acredita que algo é possível, você pode fazer isso acontecer”.

Fonte: OGlobo

23 Comentários

  1. “A nova tecnologia será biológica e tornará todo o resto obsoleto – avalia.”

    Concordo com essa previsão e digo mais, com os avanços de campos como a biologia sintética se tornará muito fácil para a nossa espécie terraformar um planeta como Marte em menos de dois séculos de forma a criar uma atmosfera possível de ser viver para os humanos, e isso sim é algo a se fazer nos próximos 1000 anos, um tempo relativamente muito curto, e não viagens a outras estrelas. Pode-se pensar, planejar e organizar uma viagem interestelar, mas realizar efetivamente isso é algo que ainda está muito, mas muito longe da tecnologia atual. Eu diria que é a “distancia” que separa a construção das pirâmides pelos faraós, da construção da estação espacial internacional, alguns milhares de anos.

    Prevejo que muito antes de atingirmos outras estrelas estaremos vivendo ao ar livre em Marte, ou até mesmo na lua, ou outro corpo qualquer do sistema solar, há muitos candidatos a serem terraformados. Isso porque a tecnologia que possibilitará uma viagem interestelar é muitas vezes superior à necessária para criar um ambiente viável aos seres humanos em outros corpos do sistema solar. Assim, fica óbvio o que é que estaremos fazendo primeiro.

    Recomendo ler esse artigo da wikipedia sobre terraformação, é muito interessante:

    http://goo.gl/yTp0W

  2. Olha o 11 de novo,o número da fera_Rsrs…
    .
    Más falando sério,o Governo americano deveria buscar(cooptar)junto com organismos (Universidades) e governos estrangeiros, parceria para essas pesquisas interestelares,sem levar para o patamar de políticas ortodoxas.

  3. Quem sabe o futuro das viagens estelares, está em algum estudante de física, fã de Star trek?

    Acredito que a tecnologia para isso ainda está para ser “descoberta”, um incentivo desses não faz mal algum …hehhehe

    Ae Dandolo, não quer ganhar US$500 mil na molezinha?? 🙂

  4. Toninho, grande garoto… por onde andavas?… mas, vejam só… uma grande nação se prepara para 100 anos e ajuda a humanidade a progredir… já outras querem continuar na idade media… quem quizer ficar pra traz que continue brasfemando verborragias americanofobicas e se agarrem ao ufanismo romantico terceiromundista… isso da um futuro… agora, que nos espelhemos no progresso daqueles que olham para o futuro e busquemos investir na educação do nosso povo… o resto se fará praticamente sozinho… para os que gostam de revolução, poderiam começar pela integração dos desvalidos sociais aos mecanismos educacionais do estado e se possivel da iniciativa privada (troquem seu cachorro pelo estudo de uma criança pobre… uma vizita mensal ao veterinario paga uma boa escola primaria)… não se esqueçam disso… saudações…

  5. como daqui a cem anos nenhum dos comentaristas estara aqui fazer o que .eles dizem que foram a lua já outros cientistas dizem que não entao abraça braço gordo 100 anos tudo pode acontecer até lá espera sentado kkkkkkkkkkk

  6. Eu pessoalmetne acho que isso é engodo, vc pode não acreditar, mas os americanos tem todo um programa espacial paralelo, e eles já estão há muito tempo fazendo viagens interplanetária com tecnologia de dobra do espaçotempo, inclusive mantém contatos com outras civilizações extraterrestres! Nem todo o orçamento da defesa é usado pra defesa, também financia essas agências secretas e paralelas americanas, e são centenas de bilhões de dolares anuais!

  7. Qualquer possibilidade de viagens interestelares em velocidade superior à da luz é mera especulação.
    Não se sabe se são factíveis posto que podem simplesmente não serem fisicamente possíveis.
    Nem tudo que imaginamos existirá um dia, infelizmente.
    A natureza não está nem aí para a fértil imaginação humana e existem limites que nunca serão ultrapassados, gostemos ou não.
    Mesmo velocidades próximas às da luz são muito difíceis, senão impossíveis de serem implementadas.
    Provavelmente o limite prático ficaria em torno de uns 10 ou 20% da velocidade da luz, o que implicaria em décadas de percurso entre o Sistema Solar e o sistema estelar mais próximo, o que é plenamente factível para expedições não tripuladas e até mesmo com tripulação humana, usando recursos como a suspensão criogênica ou mesmo com “gigantescas naves arcas multigeracionais”.
    Fato é que mesmo essas naves que se “arrastam” a 10 ou 20% da velocidade da luz ainda estão distantes 100 ou 200 anos.
    Se alguma tecnologia inusitado, hoje apenas hipotetizada, que consiga superar a barreira da velocidade da luz não for possível de ser desenvolvida, o “Império Terrestre” não deverá ter mais que 100 anos luz de diâmetro, e isso la pelo ano 3000.
    Pode parecer pouco, mas englobaria milhares de sistemas estelares, que poderiam ser visitados e colonizados em 250 anos de tempo de viagem. Plenamente previsível e factível dentro da física e da medicina atual.
    Alguns sistemas estelares colonizados e haveria a garantia da sobrevivência da espécie humana no Universo. Não que isso traga alguma vantagem para o Universo, devo salientar.

  8. A área 51 não é ficção é real!Há menos de cem anos atrás os cientista diziam que era impossivel voar, que nada mais pesado que o ar poderia sair do chão e empreender voo!Os alemães já exploravam a tecnologia alienigena antes da guerra, os russos e americanos fizeram e fazem isso, isso não é ficção é real, está acontecendo!Por que não revelam? Além do oportunismo em manter secreto, quebraria todos os paradgmas da civilização humana! (ou seja, Deus, origens, somos contingência do próprio universo e não o contrário, o que nos torna absolutamente dispensavel á ele. Somos apenas uma espécie originada por outra que teve origem em outra e assim sucessivamente)

  9. Caro Bosco,

    Acredito que algum dia, poderemos estar usando “Stargates” ou sistemas de HiperDrive 😀

    Hoje pode parecer um absurdo científico, mas vai saber daqui 1000 anos, por exemplo……

    Sr Sulu, dobra máxima, ENGAGE!!! 🙂

    []’s

  10. Saudações Blue Eyes!
    Estive ocupado com uns projetos na minha universidade, mas sempre de olho no que rolava aqui.

    Blue Eyes
    Tem gente que enxerga tudo pelo prisma da política. Os americanos cometem erros como todos, mas nós devemos muito aos caras e podemos aprender muito com eles.

    Bosco
    “A natureza não está nem aí para a fértil imaginação humana e existem limites que nunca serão ultrapassados, gostemos ou não”

    É uma ideia incômoda, limitante. Não podemos nos esquecer que a mente humana tambem faz parte da natureza. Uma evolução da própria mente humana pode levar a avanços que não somos nem sequer capazes de imaginar agora, mas tudo leva tempo, será que temos tempo?

    Saudações

  11. Se o homem gastasse com a paz o que gasta com a guerra viveriamos no paraiso e isso já foi dito antes, e ai esta a prova. Vejo também como preocupação esse tal “ovo” imaginem o lançamento em cima de uma cidade, o que não ocorreria?

  12. Por que a luz tem o limite de 300.000 km /s ? A onda de luz se atrita com o meio do Cosmo (microcordas). Não há vácuo no Cosmo. Se afastarmos tais microcordas, a velocidade e aceleração tenderão ao infinito.
    É muito forte para vocês entenderem isso ?

  13. Nick e Toninho,
    Eu não afirmo que é impossível rompermos a barreira da velocidade da luz. Na verdade anseio para que se formule uma teoria que seja aceita pela comunidade científica que nos dê alento sobre o tema.
    O que digo é que, por enquanto, tudo o que se fala sobre “dobra espacial”, “hiperespaço”, etc, são especulações nascidas de mentes imaginativas e perturbadas com nossas “amarras”.
    Ao contrário das forças que atuam no Universo, não existem amarras à imaginação.
    Na verdade a grande força a ser ainda desvendada é a “gravidade” e talvez esteja aí a resposta à perturbadora ideia de estarmos invariavelmente condenados a estarmos confinados a esse canto remoto da Via Láctea.
    O jeito é esperar pra ver.
    Um abraço.

  14. Ferreira Júnior,
    Assim como você também anseio viver em um mundo em que não haja a possibilidade de conflito armado entre as nações e que reine a paz e a justiça.
    Mas como não vivemos essa idealização, o jeito é tentar remediar da melhor forma possível.
    Meu ponto é que não considero só o gasto com “defesa” o grande vilão que condena milhões à miséria.
    Quando vemos um colar de diamantes ser vendido por milhões de reais, ou uma garrafa de vinho por milhares, um iate por milhões de dólares, pode parecer uma coisa absolutamente pacífica e natural, mas está associada à condenação de muitos à miséria absoluta.
    Do mesmo modo que um país pode não ter armas e não fazer guerra, cada um de nós pode não querer ter uma Ferrari ou não querer ter um “Cartier” e usar o dinheiro para causas mais nobres que apenas e tão somente polir nossos egos mesquinhos e hipócritas.
    Se não conseguimos controlar nossa própria vontade em detrimento de um bem maior, como podemos cobrar da sociedade como um todo que tenha um comportamento mais digno e pacífico?
    As mudanças reais começam dentro de cada um. Quando vem de fora, por força das regras impostas pela “civilização”, no máximo serve para remediar e não para resolver.
    Como estamos longe de sermos mais que “homo sapiens”, ainda estamos longe de vivermos em um mundo igualitário.
    Um abraço meu amigo.

  15. Plagiando Arthur C. Clarke, o conceito de “dobra espacial” não pode ser considerado especulação científica, muito menos, antecipação científica, é apenas “fantasia científica”, como por exemplo o “anel de força” do Lanterna Verde.
    Isso coloca filmes de “ficção científica”, como por exemplo, “Jornada nas Estrelas” e “Guerra nas Estrelas” quase que no mesmo patamar que a saga do bruxinho Harry Potter. rsrsss
    Se bem que o próprio A.C.C. diz que “qualquer tecnologia suficientemente avançada é indistinguível da magia”.
    O autor tem outras duas regras interessantes, que junto com essa anterior compõe o que se chama de Leis de Clarke.
    São elas:
    Quando um cientista diz que algo é possível, é quase certo que tem razão. Quando ele diz que algo é impossível, ele está muito provavelmente errado.
    A outra é: O único caminho para desvendar os limites do possível é aventurar-se um pouco além dele, adentrando o impossível.
    Alguns cientistas classificam as hipotéticas civilizações que possam existir no Universo em 5 tipos, de acordo com seu nível de avanço tecnológico. Nós somos o Tipo “0”.
    Além do tipo “0”, existem os de tipo 1, 2 e 3 e 4.
    O “Tipo 0”, ou seja, como a nossa, mal domina os recursos planetários de que dispõe, sendo dominados por medos e incerteza, com forte fator emocional, cultural, religioso.
    As do tipo 1, dominam completamente os recursos planetários. Só chegaremos ao tipo 1 se conseguirmos vencer alguns de nossos piores temores, que podem simplesmente determinar o fim da civilização humana como conhecemos, de ordem cultural, meio ambiente, etc.
    Uma civilização do Tipo 2 se desprendeu das amarras da gravidade e tem livre acesso a outros planetas dentro de seu sistema solar.
    A Tipo 3 é uma civilização que já consegue atingir outros sistemas estelares.
    A Tipo 4 é uma supercivilização que domina o próprio tecido do Espaço-Tempo. Sua tecnologia seria para nós confundida com “magia”. Apenas uma hipotética civilização do Tipo 4 poderia ser capaz de produzir “motores de dobra” ou “portais estelares”.
    O problema é que para passarmos de uma civilização primitiva do Tipo 0 para uma civilização global do Tipo 1 teremos que evoluir não só nossa tecnologia, mas espiritualmente. Levando isso em conta, estamos a milhares de anos de atingirmos o Tipo 1, e só chegaremos às estrelas se antes chegarmos a um estado de paz interior e em harmonia com todas as outras criaturas da nave chamada Terra.
    O “autoconhecimento” parece ser uma jornada mais difícil que atingir as estrelas situadas a “anos luz” de distância.

  16. Belo texto, Caro Bosco!

    Acredito que estamos muito longe ainda de uma civilização do tipo “1”, mas também acredito utopicamente em futuro a lá Século XXXIII de Star Trek, onde a humanidade estaria em um novo estágio de civilização. Mas não seria para o Século 23 infelizmente. Quem sabe século 50? 🙂

    []’s

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