A obsessão e o complexo de vira-lata

Celso Amorim

Até os jornais brasileiros tiveram de noticiar. Uma força-tarefa criada pelo Conselho de Relações Exteriores, organização estreitamente ligada ao establishment político/intelectual/empresarial dos Estados Unidos, acaba de publicar um relatório exclusivamente dedicado ao Brasil, -pontuado de elogios e manifestações de respeito e consideração. Fizeram parte da força-tarefa um ex-ministro da Energia, um ex-subsecretário de Estado e personalidades destacadas do mundo acadêmico e empresarial, além de integrantes de think tanks, homens e mulheres de alto conceito, muitos dos quais estiveram em governos norte-americanos, tanto democratas quanto republicanos. O texto do relatório abarca cerca de 80 páginas, se descontarmos as notas biográficas dos integrantes da comissão, o índice, agradecimentos etc. Nelas são analisados vários aspectos da economia, da evolução sociopolítica e do relacionamento externo do Brasil, com natural ênfase nas relações com os EUA. Vou ater-me aqui apenas àqueles aspectos que dizem respeito fundamentalmente ao nosso relacionamento internacional.

Logo na introdução, ao justificar a escolha do Brasil como foco do considerável esforço de pesquisa e reflexão colocado no empreendimento, os autores assinalam: “O Brasil é e será uma força integral na evolução de um mundo multipolar”. E segue, no resumo das conclusões, que vêm detalhadas nos capítulos subsequentes: “A Força Tarefa (em maiúscula no original) recomenda que os responsáveis pelas políticas (policy makers) dos Estados Unidos reconheçam a posição do Brasil como um ator global”. Em virtude da ascensão do Brasil, os autores consideram que é preciso que os EUA alterem sua visão da região como um todo e busquem uma relação conosco que seja “mais ampla e mais madura”. Em recomendação dirigida aos dois países, pregam que a cooperação e “as inevitáveis discordâncias sejam tratadas com respeito e tolerância”. Chegam mesmo a dizer, para provável espanto dos nossos “especialistas” – aqueles que são geralmente convocados pela grande mídia para “explicar” os fracassos da política externa brasileira dos últimos anos – que os EUA deverão ajustar-se (sic) a um Brasil mais afirmativo e independente.

Todos esses raciocínios e constatações desembocam em duas recomendações práticas. Por um lado, o relatório sugere que tanto no Departamento de Estado quanto no poderoso Conselho de Segurança Nacional se proceda a reformas institucionais que deem mais foco ao Brasil, distinguindo-o do contexto regional. Por outro (que surpresa para os céticos de plantão!), a força-tarefa “recomenda que a administração Obama endosse plenamente o Brasil como um membro permanente do Conselho de Segurança das Nações Unidas. É curioso notar que mesmo aqueles que expressaram uma opinião discordante e defenderam o apoio morno que Obama estendeu ao Brasil durante sua recente visita sentiram necessidade de justificar essa posição de uma forma peculiar. Talvez de modo não totalmente sincero, mas de qualquer forma significativo (a hipocrisia, segundo a lição de La Rochefoucault, é a homenagem que o vício paga à virtude), alegam que seria necessária uma preparação prévia ao anúncio de apoio tanto junto a países da região quanto junto ao Congresso. Esse argumento foi, aliás, demolido por David Rothkopf na versão eletrônica da revista Foreign Policy um dia depois da divulgação do relatório. E o empenho em não parecerem meros espíritos de porco leva essas vozes discordantes a afirmar que “a ausência de uma preparação prévia adequada pode prejudicar o êxito do apoio norte-americano ao pleito do Brasil de um posto permanente (no Conselho de Segurança)”.

Seguem-se, ao longo do texto, comentários detalhados sobre a atuação do Brasil em foros multilaterais, da OMC à Conferência do Clima, passando pela criação da Unasul, com referências bem embasadas sobre o Ibas, o BRICS, iniciativas em relação à África e aos países árabes. Mesmo em relação ao Oriente Médio, questão em que a força dos lobbies se faz sentir mesmo no mais independente dos think tanks, as reservas quanto à atuação do Brasil são apresentadas do ponto de vista de um suposto interesse em evitar diluir nossas credenciais para negociar outros itens da agenda internacional. Também nesse caso houve uma “opinião discordante”, que defendeu maior proatividade do Brasil na conturbada região.

Em resumo, mesmo assinalando algumas diferenças que o relatório recomenda sejam tratadas com respeito e tolerância, que abismo entre a visão dos insuspeitos membros da comissão do conselho norte-americanos- e aquela defendida por parte da nossa elite, que insiste em ver o Brasil como um país pequeno (ou, no máximo, para usar o conceito empregado por alguns especialistas, “médio”), que não deve se atrever a contrariar a superpotência remanescente ou se meter em assuntos que não são de sua alçada ou estão além da sua capacidade. Como se a Paz mundial não fosse do nosso interesse ou nada pudéssemos fazer para ajudar a mantê-la ou obtê-la.

* Celso Amorim é ex-ministro das Relações Exteriores do governo Lula. Formado em 1965 pelo Instituto Rio Branco, fez pós-graduação em Relações Internacionais na Academia Diplomática de Viena, em 1967. Entre inúmeros outros cargos públicos, Amorim foi ministro das Relações Exteriores no governo Itamar Franco entre 1993 e 1995. Depois, no governo Fernando Henrique, assumiu a Chefia da Missão Permanente do Brasil nas Nações Unidas e em seguida foi o chefe da missão brasileira na Organização Mundial do Comércio. Em 2001, foi embaixador em Londres.


Fonte: Carta Capital

20 Comentários

  1. Celso Amorim é o cara, nunca se submeteu a vontade de outros paises como um certo presidente (FHC) que tirou os sapatos quando era presidente para ser revistado.

  2. Eu vejo o nosso país como uma espécie de Grande Satã, com a sua legião de demônios, e a China como o Grande Anjo.

    Tudo de ruim está ocorrendo aqui, começando com o baixo padrão moral e intelectual dos nossos políticos, e a maior impuniddae do Planeta Terra. Os políticos criaram leis para emperrar a justiça.

    O Brasil apoia ditadores sanguinários e teocracias.

    A nossa pesquisa científica não funciona, pois o nosso sistema de ensino é anti-criativo e anti-intuitivo.

    FHC + Lula jogaram a nossa Div Pública para 1 trilhão de dólares, sem necessidade.

    A China não governa para os banqueiros e especuladores financeiros, mas para os empresários e o povo, viu Lula.

    Nota para a China: 10
    Nota para o Brasil: 3
    Nota para os EUA: 6
    Nota para a Argentina: 7

  3. A posição dos referidos think-Tanks, pelo apoio dos EUA à pretensão brasileira ao CS, tem muito mais a ver com o pragmatismo que norteia o pensamento norteamericano em política externa do que eventuais contribuições do referido megalonanico, que enquanto chanceler foi o ideólogo por trás de lambanças diplomáticas como a tentativa forçada de ingressar nas conversações de paz do conflito israelo-palestino( rechaçada tanto por Israel como pela ANP quando viram que teriam de dividir a mesa com Hamas, Hezbollah, Síria e Irã) e o acordo nuclear fajuto de Teerã ( transformado em letra morta pelo CS da ONU – Rússia e China incluídos) frutos de seu abandono do pragmatismo e abraço incondicinal à ideologia. Mas é preciso ser justo, e reconhecer que o outro vértice dos fiascos diplomáticos brasileiros – a crise hondurenha – não foi de sua autoria intelectual. Essa pode ser colocada na conta de Marco Aurélio “top-top”Garcia..
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    Tanto é o antiamericanismo do Sr. Amorim que quem lê suas colunas na Carta Capital percebe de imediato o profundo ressentimento dos EUA, que abortaram seus vôos de galinha, que o mesmo demonstra em suas linhas.

  4. Não temos que nos iludir, pé no chão e lucidez, ainda somos um pais incipiente, temos muito que remar para chegarmos no patamar de efetiva potência. E lamentavelmente dependemos das decisões que nos sejam favoraveis dos paises nominados desenvolvidos!

  5. Esta na hora da sociedade brasileira tomar conhecimento da grandeza do BRASIL !Somente uma sociedade organizada poderá fazer com que os benefícios dessa grande nação chegue ao seu povo ! O BRASIL não precisa de prêmios Nobels,Oscar, OU QUALQUER OUTRO RECONHECIMENTO INTERNACIONAL PARA SE FIRMAR COMO NAÇÃO, O BRASIL SÓ PRECISA QUE CADA BRASILEIRO CUMPRA O SEU DEVER !

  6. Dandolo, não lhe entendo, vc deve ter esse complexo de vira-latas, coloca a Argentina na nossa frente, um absurdo vindo de um economista, elogia um pais comunista(china) e vive dizendo que não existe emprego para uma mente criativa e intuitiva como a sua, já lhe disse que o exército está selecionando pessoas inteligentes para combater os ciberataques, deixe de lada seu complexo e se inscreva logo cara, é a sua oportunidade. Abcs.

  7. Perfeita analise HMS TIRELESS… o Top-Top e o Amorinha juntamente com a maquinista são todos ressentidos… é melhor um alinhamento pró palestinos que com os Israelenses, por exemplo, mesmo que seja somente “para termos independencia nas questões internacionais”, como que isso por si só representasse capacidade de nos tornarmos um Global Player… é a mediocridade imperando no Rio Branco…

  8. Celso Amorim é um dos grandes chanceleres que o Brasil teve. E o que mais tempo, no Brasil República, exerceu o cargo de chanceler.
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    E isto não são, meras palavras ou fazer política a favor ou contra, são fatos que podem ser constatados pelos resultados que o Brasil alcançou em termos de crescimento, , estabilidade econômica e projeção internacional.
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    Junto com Lula, ao diversificar as relações diplomáticas e econômicas do país, elevaram o Brasil para uma posição muito mais segura e independente do que tínhamos antes
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    O complexo de vira-latas (ou senso de inferioridade) que as maiores empresas de mídia “brasileiras” tanto se esforçaram e esforçam, para incutir nos brasileiros, já está bem melhor, más é ainda bastante presente entre nós.
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    E as perspectivas econômicas, segundo o BNDES são boas até 2014:
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    Investimentos permitem crescer sem inflação até 2014, diz BNDES
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    Estudo do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) diz que investimento brasileiro em máquinas e equipamentos nos últimos anos superou média mundial e teve resultados melhores no crescimento do PIB. Cenário deve se manter até 2014, elevando produtividade das empresas e afastando pressões inflacionárias. Para Banco Central, que decide nesta quarta-feira se mexe na taxa de juros por causa da inflação, aumento da produtividade em ritmo menor ao dos salários põe em risco controle de preços.
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    André Barrocal
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    BRASÍLIA – O Banco Central (BC) decide nesta quarta-feira (20/07) se muda ou mantém a taxa de juros, para que os preços subam até o limite tolerado pelo governo. No último relatório trimestral de inflação, que apresenta a visão e a estratégia do banco, o BC apontava reajustes salariais em ritmo supostamente superior ao aumento da produtividade das empresas, como “risco muito importante”.
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    Estudo divulgado nesta segunda-feira (18/07) pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) diz, no entanto, que o atual perfil dos investimentos brasileiros, mais concentrados em máquinas e equipamentos do que no resto do mundo, permite ao país crescer sem pressões inflacionárias nos próximos anos.
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    Segundo o BNDES, desde 2005, o Brasil investe em máquinas e equipamentos mais do que a média mundial e com resultados melhores em termos de produtividade, que é a capacidade de uma empresa produzir mais sem precisar subir os preços, pois os custos dela ficaram iguais ou menores. “Esse fato eleva a produtividade do investimento no Brasil, contribuindo para a expansão do produto potencial”, afirma o documento.
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    O “produto potencial” citado no estudo dos economistas Fernando Puga e Gilberto Borça Jr. é o limite de crescimento suportado pelo país sem que o avanço do consumo seja mais rápido do que a possibilidade de as empresas elevarem a produção. Quando este descasamento acontece, as empresas sentem-se tentadas a reajustar os preços para lucrar mais, pois não temem ficar sem clientes.
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    No governo Fernando Henrique Cardoso, o BC trabalhava com um PIB potencial em torno de 3,5% ao ano. Na gestão Lula, o número passou para algo entre 4,5% e 5%.
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    De acordo com o texto, no ano passado, o investimento brasileiro em máquinas e equipamentos atingiu 7,9% do PIB, ligeiramente acima da média internacional de 7,6%, tomando como base pesquisa feita em 2005 pelo Banco Mundial – o estudo diz que a comparação é válida, apesar da defasagem de tempo.
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    Ao calcular o impacto dos investimentos no crescimento econômico, o BNDES diz que o Brasil consegue resultados 20% superiores à média mundial. A cada ponto percentual aplicado em máquinas e equipamentos aqui, o Brasil cresce 0,16%. No resto do mundo, o índice é de 0,13%. Até a China, com alto nível de investimento, perde neste quesito. “O Brasil consegue viabilizar maiores taxas de crescimento econômico com menor esforço em termos de taxas de investimento”, afirma o estudo.
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    Nos próximos anos, o quadro deve até melhorar. O estudo considera que, até 2014, o país investirá R$ 1,8 trilhão em máquinas e equipamentos. Caso a estimativa se confirme, o gasto com máquinas e equipamentos alcançaria 11% do PIB, acima dos 7,9% observados no ano passado. O impacto no crescimento econômico passaria de 0,16% para 0,17%, a cada ponto percentual investido.
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    “Significa que, para um mesmo esforço em termos de aumento do investimento, o Brasil consegue alcançar taxas de crescimento de longo prazo mais altas, sem incorrer em desequilíbrios e pressões inflacionárias”, diz o estudo.

  9. SOU BRASIL ATÉ DEBAIXO D’ÁGUA
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    A política externa brasileira está entrando em um outro patamar;que pena que ainda a interna está engessada a uma oligarquia medíocre e corrupta;más com tudo isso o meu Brasil é muito maior que essa politicagem barata.

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    Simplesmente ódio politico e mais ódio politico predicado por alguns por aqui hein…
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    Simplesmente o patrão dos senhores(Vira-Latas) está começando a rever a sua diplomacia com o nosso país, entendendo que aqui não tem mais alinhamento automático aos abusos, homicídios, torturas e guerras por ai, aqui agora tem um país que decidiu trilhar o próprio caminho, e onde os nossos interesses nacionais assemelharem ao deles, nós daremos sim o nosso apoio à uma proposta Yankee, mas onde os nossos interesses não tiverem convergência aos deles, nós recusaremos ingerência e alinhamento automático!!!
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    Melhor aprenderem rápido que nós somos independentes e soberanos, que a Guerra Fria acabou e não temos mais que nos alinharmos ao eixo USA-U.E.-OTAN, mas possivelmente seguiremos a estrada do futuro estreitando os laços com os países do sul do mundo e com os BRICS… o mundo está mudando, mas alguns ainda não entenderam, e pensam que o mundo está ainda dividido em 2 partes, mas está se dividindo em muitas partes!
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    Fatos de hoje para o Futuro próximo:
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    – Hoje o destruidor de comunistas está sendo desindustrializado por um país comunista politicamente;
    – Hoje o maior parceiro comercial dos paladinos da liberdade é a maior ditadura do Planeta, e este país é também o nosso maior parceiro comercial;
    – Hoje nos curso de idiomas estrangeiros pelo mundo a língua que mais cresce à procurada dos jovens estudantes bem informados é o Chinês Mandarim, procura essa que reflete o passado, quando eram romanos, espanhóis, franceses, ainda hoje o inglês, e mais uma vez o futuro reserva para os bem preparados uma língua nova derivada da potencia de um povo que retorna à ribalta.
    – Hoje as ditaduras e reinos que ficaram ao lado e ao serviço dos USA para conter a avançada dos terroristas estão se dissolvendo por dentro com revoltas populares de civis que não aguentam mais os ditames de Washington;
    – Hoje os antigos aliados incondicionais da OTAN na Europa começam a analisar uma nova aliança militar exclusivamente europeia, onde cogita-se até mesmo a entrada do velho inimigo, a Russia, que seria um fato normal depois da entrada deste país na União Européia, tese já defendida abertamente no parlamento europeu por vários países como Itália, França, Espanha…
    – Hoje o grande rico banqueiro que esbanjava fortunas e pregava os benesses do capitalismo total, está falindo devido ao não conseguir mais pagar o seu estilo de vida consumista aliado à queda da produção interna derivada da desindustrialização, e teve que usar métodos socialistas para salvar o sistema financeiro e as grandes industrias transformando o estado em sócio, ou em alguns casos em único proprietário de fato, fazendo estatizações, mas que ontem pregava as glorias das empresas privadas e ausência do estado na economia…
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    Como vemos os fatos da história se repetem, velhos inimigos se aliam, velhos aliados se distanciam;
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    Nada de novo sob a luz da estrela solar deste insignificante sistema planetário do universo, mas alguns ainda vivem nas décadas passadas, problema deles, pois assim perdem a excitação de viver e reconhecer este momento histórico para a nossa espécie, e o que dirá quando o bis-netinho chegar e falar assustado: “”Vovô, ontem eu vi alguns filmes da tua época, dos anos 70-80-90 do século passado, mas ali os USA são apresentados como grande potencia, rica e determinada… tudo fake de filminho modificado na internet né, Pois seriam assim até hoje se fossem tão potentes como mostraram no filme??
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    Viva a tua época, para servir de testemunha!!
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    Valeu!!

  11. Eu não encontro razões suficientes para chamar o nosso antigo governo de anti-americano, foi um governo independente que teve alguns pequenos atritos com os americanos, mas nunca foi radical como a mídia (golpista) quer passar, jamais o governo passado fez algo que realmente sirva para tachá-lo assim –, vejam que de fato a relação comercial e política não teve sequer um abalo que seja -, assim como China, Índia e Rússia que nem sempre estão de acordo com os EUA e nem por isso são destruídos ou tem seus mercados reduzidos a pobreza extrema, até pelo contrario, nós também não podemos se tachados de anti-nada estamos atrás de nossos interesses e se tiver alguém em nossa frente passamos por cima, mas não é nada pessoal…
    E o mais irônico é que depois de décadas e décadas de “viralatismo” nunca o Brasil conseguiu reconhecimento como agora, lamentável que no Brasil exista essa imprensa safada que adora exagerar e acaba confundido a população com suas mentiras absurdas ou mesmo com verdades pela metade.
    sds

  12. ELES NÃO QUEREM CONHECER A AMÉRICA LATINA DE VERDADE
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    “(…)Com o fim da Guerra Fria, e na medida em que os países latino-americanos
    concluíam suas transições para regimes democráticos e economias de mercado, houve
    entusiasmo de que as relações com os Estados Unidos entrariam uma nova fase, livre de
    preocupações e constrangimentos geopolíticos e de segurança.
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    Diversas cúpulas e reuniões hemisféricas no início da década refletiam o interesse
    por essa oportunidade em redefinir as relações dos Estados Unidos com a América Latina.
    A proposta para a formação da ALCA foi reflexo desse entusiasmo.
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    Nos anos seguintes, esse entusiasmo foi diminuindo. Bill Clinton foi incapaz de
    Conseguir “fast track” para negociar os acordos comerciais com os países latino americanos.

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    As reformas econômicas nos países da América Latina, taxadas de “neoliberais”
    e apoiadas por Washington,
    não conseguiram gerar o desenvolvimento prometido,
    gerando descontentamento das populações com seus governos, e crises nos regimes
    democráticos5.
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    O crescente desinteresse dos Estados Unidos pela América Latina quando Bush
    tomou posse no início de 2001 já estava presente, apesar das promessas de campanha de dar
    maior atenção à região.
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    Após os atentados de 11 de setembro, duas crises notáveis na América Latina, a
    crise econômica na Argentina (no final de 2001), e o golpe na Venezuela (em abril de
    2002), demonstraram a falta de interesse e respostas adequadas dos Estados Unidos,
    refletindo a baixa prioridade da região na política externa do país.
    (sendo criticada por
    outros governos da região como distraída ou mesmo negligente).
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    Outro sinal de desinteresse pela região foi a paralisia nas negociações da ALCA
    desde a reunião em Quebec, em abril de 2001.

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    O acesso ao mercado norte-americano
    (principalmente através do fim de barreiras à agricultura), uma das principais
    reivindicações dos países latino-americanos para o desenvolvimento da região, foi um tema
    que não avançou nos últimos anos.
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    Até o final do primeiro mandato do presidente Bush
    apenas o acordo de livre comércio com o Chile foi estabelecido.
    A vitória de Bush nas eleições presidenciais dos Estados Unidos em 2004 indicava
    que não haveriam grandes mudanças na política norte-americana para a região.(…)”

  13. Blue Eyer e Tirele”SS”…
    Voces nao alimentam nenhum tipo de antiamericanismo porque será? porque apenas sabem de politica internacional o que veem nas emissoras de TV e nestes foruns em internet onde muitas vezes as opiniões são compartilhadas entre pessoas que disfrutam do mesmo berço ideologico. E com esse AMPLO e “incontestavel” gabarito voces se achamno direito de criticar uma pessoa que:
    Estudou anos e anos política internacional, Teve contato com todo tipo de documento diplomatico, bastidores de governos e foi obrigado a engolir toda a arrogancia de diversos embaixadores e consuls pelo mundo a fora.
    ELE TIROU SEU ANTIAMERICANISMO DE ONDE? COMO UMA IDEOLOGIA DITA POR VOCES INFUNDADA, SE MANTEVE ALIMENTADA DURANTE ESSES ANOS? Nenhuma ideoligia é forte demais para nao se render aos fatos. E FATOS, ele vivenciou varios e mesmo assim nao mudou sua posição.

    QUEM ESTA CERTO ENTAO? voces, meros leigos e intusiastas cheios de vicios e ideologias adotadas? ou ele, que estudou e vivenciou todo tipo de podridão e de arrogancias por parta desses politicos(principalmente americanos)?
    Se voces tem mais preparo que ele para ter uma opinião mais solida, eu tiro o chapeu

  14. Ótimo esse reconhecimento por parte do tio Sam , é puro pragmatismo deles , eles esperam o retorno deste gesto, agr e no futuro…esses caras ñ são confiáveis….Quem viver verá.

  15. Os EUA sempre foram e sempre serão nossos parceiros comerciais,embora atualmente a balança comercial esteja mais favorável à eles(isso nos dá poder de barganha).
    Não confio neles como parceiros,porque já deixarão uma péssima imagem no passado recente em toda a américa latina.Agora colhem o que plantarm.
    Mas admiro a flexiblidade deles,eles sabem avaliar muito bem a situação e vêem que tem muito mais a perder ignorando nosso país.Eles não respeitam lambe-botas e no passado nos olhavam com desdem mas hoje a situação é bem diferente.Já perderam muito espaço por aqui e perderão muito mais se não forem bem cautelosos.
    Se nossa política externa é exitosa ou retórica não sei,mas que fez a relação EUA|Brasil mudar não resta a menor dúvida.

  16. Tititi Patatá Péréré Pão Duro não me comove.Isso é apenas manobra para dissuadir.Encha a bola do otario que ele te dá ate as calças e ainda libera o Tonho.

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