Ex-presidente Itamar Franco morre aos 81 anos

Ex-presidente Itamar Franco

O ex-presidente Itamar Franco morreu neste sábado, em São Paulo, vítima de leucemia. Senador pelo PPS de Minas Gerais, ele estava licenciado do cargo para cuidar da doença, diagnosticada neste ano.

Itamar, que completou 81 anos em 28 de junho, morreu na UTI do hospital Albert Einstein, onde estava internado. Engenheiro civil de formação, ele ganhou projeção nacional ao ser eleito vice-presidente na chapa de Fernando Collor de Mello, em 1989.

Com o afastamento do então presidente, assumiu a Presidência entre novembro de 1992 e dezembro de 1994, período que foi marcado pela implementação do Plano Real.

Nascido em um navio de cabotagem que ia do Rio de Janeiro para Salvador, Itamar foi criado em Juiz de Fora, onde foi eleito prefeito em 1967 e, mais tarde, em 1972. Em 1974, foi eleito senador pela primeira vez por Minas Gerais e reeleito em 1982.

Vice

Durante a ditadura militar (1964-1985), Itamar foi membro do MDB (Movimento Democrático Brasileiro). Após trocar o PMDB (sucessor do MDB) pelo PL (Partido Liberal), Itamar participou dos trabalhos da Assembleia Constituinte. Em 1989, foi para o pequeno PRN (Partido da Reconstrução Nacional), a fim de disputar a vaga de vice-presidente, na chapa de Collor.

À medida que cresciam as denúncias de corrupção, Itamar afastou-se do ex-presidente. Assumiu finalmente a Presidência após Collor renunciar em meio a um processo de impeachment.

Itamar recebeu o comando do país com uma inflação anual de 1.100% em 1992. Em 1993, ele indicou o então chanceler Fernando Henrique Cardoso como seu ministro da Fazenda. No ano seguinte, foi lançado o Plano Real, que, com o combate à inflação, estabilizou a economia e garantiu a eleição do então ministro à Presidência.

Itamar fez, depois, oposição a FHC e se elegeu governador de Minas em 1998, pelo PMDB. Apoiou o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva em 2002, com quem também iria romper. Filiado ao PPS (Partido Popular Socialista), também de oposição, elegeu-se senador em 2010. A carreira foi interrompida há quase dois meses, quando pediu licença para tratar da leucemia.

No governo Lula, ocupou cargo de embaixador do Brasil em Roma.

Divorciado, pai de duas filhas, Itamar causou polêmica ao aparecer ao lado da então modelo Lilian Ramos, flagrada sem calcinha, durante o Carnaval do Rio de Janeiro, em 1994, quando ainda era presidente.

Fonte: Ultimo Segundo

17 Comentários

  1. Se esse país teve algum Estadista pós ditadura, certamente esse foi Itamar Franco, nos deu um norte com o plano real!Se os nosso dirigentes fossem como ele chegariamos mais cedo ao clube das potências!Rendo minhas homenagens a esse homem valoroso, um brasileiro!

  2. Assumiu o governo em um momento muito conturbado. Apesar de expor sua vida pessoal, como no episódio da modelo sem calcinha, fez um bom governo. Foi o timoneiro da estabilização econômica. É o verdadeiro pai do Plano Real.
    Só cometeu dois erros gravíssimos. Deixou que FHC lhe surrupiasse a paternidade do Plano e ainda o elegeu seu sucessor.

  3. Dizer que o TOPETUDO foi um bom Presidente ja que o plano real saiu de seu governo.Foi uma figura polemica com personalidade definida.Ele jamais deu mole a gringo nenhum o gerou ate reclamações da chancelaria Americana na ONU.Não me recordo o nome do Relações Exteriores dele mas teve tambem um bom ministerio focado nos interesses nacionais.Que pena que seu ministro da economia depois lhe sucedeu implantando O ENTREGUISMO LEILOEIRO no Brasil.Meus pesames a familia.Foi um ICONE entre o entreguismo traira de Collor e a filosofia vendilhã de FHC.

  4. Dia trizte para muita gente da qui de JF e do Brasil.
    esse domingo estarei aqui na camara dos vereadores dando adeus ao meu conterrânio.
    Nos de Juiz de Fora devemos agradeçer muito a ele.

  5. Paulo Sergio
    Ele acreditava nas pessoas, por isso ele errava, ele errou outra vez ao acreditar em Aecio Neves.
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    Mas quem o enganava, ganhava uma baita dor de cabeça.
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    Gostei muito do seu ultimo mandato como governador, Governou Minas sem a ajuda do governo federal, e foram anos dificeis, mas muito bom para Minas… Ainda temos Cemig, Furnas, etc…
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    Adorei quando ele ameaçau explodir uma barragem caso Furnas fosse privatizada

  6. Eneias… Itamar… Estamos perdendo nossos bons homens da política =

    Minhas orações à família… Em minha memória ficará para sempre marcada a lembrança da briga em Brasília “O SENHOR SABE O QUE ELE DISSE QUANDO INDAGADO DO QUE FARIA SE GANHASSE UM SALÁRIO MÍNIMO?! DARIA UM TIRO NA CABEÇA!”

  7. Teve grande valor para o Brasil e para os mineiros!
    Enquanto isso alguns ovos podres em Brasília continuam a exalar seu odor ferdido.

  8. Quando Itamar assumiu em 1992 ele disse na ocasião que sua meta era estabilizar a economia, exterminando a inflação.

    Iniciaram os estudos sobre um novo plano econômico, parecido com o cruzado más dessa vez com o aval dos bancos e do FMI, veio aí o Plano Real que na época de divulgação tinha FHC no Ministério da Fazenda, porém na implantação do mesmo o ministro era Ciro Gomes.

    Numa campanha da mídia, com aval de Itamar, carimbaram o Real a FHC, quando na verdade o homem que lutou pra isso foi Itamar, anos depois Itamar ressentido com o esquecimento de sua paternidade não reconhecida rompeu de vez com FHC.

    Itamar era um nacionalista, homem polêmico, meio louco, estilo Jânio, más ao que tudo indica era ético, raridade em nossa política.

  9. Grande brasileiro e político, teve a coragem de bancar o Plano Real mesmo tendo assumido a presidência como vice de um presidente deposto por corrupção; em um momento muito difícil do país. Não há como negar que era muito corajoso. E o mais importante nesses nossos tempos sempre foi honesto; investiguem sua vida e verão. Prefeito, Senador, Presidente…e não é nem um multi-milhonario como alguns borra botas(e filhos destes) que nos governam atualmente.
    Fará falta ao Brasil, homens sérios e honestos sempre fazem!! Outro que faz muita falta como disseram acima é o falecido Enéas Carneiro.


  10. Texto em homenagem a Itamar Franco escrito pelo jornalista Mauro Santayana
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    Itamar Franco: Um honrado patriota
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    O homem que morreu neste sábado não pertencia às elites políticas ou empresariais de Minas. Engenheiro, filho de descendentes de imigrantes (o pai, de alemães, e a mãe, de italianos) Itamar teve uma infância de classe média modesta. Não chegou a conhecer o pai, que morreu pouco antes que nascesse. Formado, com as dificuldades da situação familiar, em engenharia, aos 24 anos, trabalhou no saneamento básico na periferia de Juiz de Fora, antes de integrar os quadros do DNOCS. Esse contato com o povo o levou à vida pública.
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    Itamar não foi um político definido pelos estereótipos. Destacaram-se em sua personalidade e ação política os dois sentimentos que orientam os grandes homens públicos de Minas: o do nacionalismo – que vem da Inconfidência – e o da justiça social. Não há como negar a Itamar o alinhamento ideológico à esquerda. Um de seus ídolos desde a adolescência foi o gaúcho Alberto Pasqualini, dos mais importantes pensadores políticos brasileiros e conselheiro de Getúlio.
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    Como é de conhecimento público, prestei assessoria informal ao Presidente, e, mais tarde, ao governador. Pude acompanhar, de perto, seu empenho na defesa dos interesses nacionais e da moralidade no governo. Acompanhei, de perto, as suas preocupações, quando decidiu adotar, a conselho de membros da equipe econômica, o expediente antiinflacionário da Alemanha dos anos 20 – o Plano Schacht. Era a segunda vez que se tentava, no continente, a mesma estratégia contra a hiperinflação, bem conhecida como matéria de estudos financeiros. A primeira fora a do Plano Austral, da Argentina. Também o Plano Cruzado, de Sarney, contemplava algumas de suas medidas.
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    Conhecedor de matemática, Itamar reviu o plano, ponto a ponto, fez correções que lhe pareceram apropriadas e, só depois disso, assinou a medida provisória que o implantou.
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    Poucos dias antes de sua internação, estive em seu gabinete, em companhia do Embaixador Jerônimo Moscardo, que foi seu Ministro da Cultura. Ao nos cumprimentar, visivelmente gripado, Itamar reclamou do ambiente frio do Senado. “Esse ar acondicionado é de matar”. E disse que estava com uma gripe que não cedia.
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    Convidou-nos para uma visita ao gabinete do presidente José Sarney, ao lado do seu. Conversamos os quatro, alguns minutos, sobre a situação do país e do mundo. Relembramos a personalidade de Tancredo Neves e episódios menos conhecidos do processo de transição democrática que, pelas circunstâncias do tempo, Sarney e este jornalista haviam vivido mais de perto.
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    Itamar estava preocupado com a situação do país, e a necessidade de que se formassem líderes capazes de enfrentar as dificuldades internacionais do futuro próximo. Naquele mesmo dia, ele solicitara da Mesa do Senado a transcrição de um artigo meu, publicado neste jornal, de reparos ao seu sucessor.
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    O grande êxito de Itamar pode ser explicado pela renúncia pessoal às glórias e pompas do poder. Não foi açodado em assumir o governo, depois do impeachment de Collor. Coube a Simon instá-lo a isso, sob o argumento da razão de Estado: o poder não admite o vazio. Logo que assumiu a Presidência, reuniu todos os dirigentes partidários e líderes no Congresso, sem excluir ninguém, nem mesmo o folclórico Enéas Cardoso. Disse-lhes que estava disposto a convocar eleições imediatas para a Presidência e Vice-Presidência, se estivessem de acordo. Silenciou-se, à espera da resposta – e ninguém concordou. Por duas ou três vezes, ele me disse que, apesar daquela recusa unânime, talvez tivesse sido melhor consultar o povo, naquela difícil circunstância.
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    Quando se pôs o problema de sua sucessão, tendo em vista a sua altíssima popularidade – de mais de 80% – alguns líderes políticos lhe propuseram a apresentação de emenda constitucional permitindo a sua reeleição. Itamar recusou, com veemência, a proposta. O democrata não poderia admitir o golpe que seu sucessor desfecharia.
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    Mais do que sanear a moeda, Itamar ficará na História por haver recuperado a credibilidade da Presidência da República junto ao povo brasileiro. Poucos, muito poucos, dos que exerceram o alto cargo ao longo da História, ficarão na memória da Nação com a mesma e sólida presença de Itamar Franco, modesto homem do povo, intransigente patriota, severo guardião do bem público.
    (Mauro Santayana)
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  11. .
    Itamar Franco, Rubens Ricupero e Ciro Gomes são os verdadeiros “pais” do Plano Real-
    FCH foi só um oportunista que levou os louros pelo real, justamente por ser agente incondicional dos banqueiros e estes sendo os donos da mídia, glorificaram o seu lacaio FHC…
    Lá do “Vi o Mundo”:
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    FHC: Nem pai do menino, nem pai da moeda
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    Como se fosse preciso, para lembrá-los mais uma vez, de quando Itamar Franco estava vivo:
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    http://www.youtube.com/watch?v=AKdzYbrZpIk&feature=player_embedded

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