Embraer escolhe mais um fornecedor do cargueiro KC-390

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Por Cesar Bianconi

LE BOURGET, França – A Embraer Defesa e Segurança, unidade da fabricante brasileira de jatos, anunciou nesta quinta-feira a escolha da empresa francesa Messier-Bugatti-Dowty para fornecer componentes importantes de seu cargueiro militar em desenvolvimento, o KC-390.

A Messier-Bugatti-Dowty, do Grupo Safran, fornecerá sistemas de rodas, freios, retração e extensão do trem de pouso, além do conjunto hidráulico do controle direcional em solo do KC-390.

A Embraer espera anunciar nas próximas semanas contratos com outros fornecedores-chave do KC-390, entre eles o fabricante do motor que equipará a aeronave.

O cronograma do KC-390, anunciado em 2009 pela Embraer em parceria com a Força Aérea Brasileira (FAB), segue conforme o planejado, com expectativa de que o avião entre em operação no final de 2015.

Diversos fornecedores de componentes já foram acertados, entre eles da Argentina e República Theca, que estão entre os países que manifestaram intenção de comprar o cargueiro.

No total, a Embraer tem assinadas cartas de intenções para a venda de 60 unidades do KC-390, sendo 28 delas para a Força Aérea Brasileira, que substituirá sua frota de aviões C-130 Hercules, da norte-americana Lockheed.

Na terça-feira, o vice-presidente comercial da Embraer Defesa e Segurança, Orlando José Ferreira Neto, disse que a Embraer poderá avaliar no futuro a adaptação do KC-390 para que seja usado para outros fins além do transporte militar. Isso incluiria, por exemplo, uma versão civil para companhias aéreas de carga.

A carteira de pedidos da Embraer Defesa e Segurança é de cerca de 3 bilhões de dólares, segundo Ferreira Neto. A unidade emprega cerca de 1.500 pessoas.

O acordo entre Embraer e Messier-Buggatti-Dowty foi revelado durante a Paris Air Show, maior salão mundial de aeronáutica que acontece no aeroporto de Le Bourget nesta semana.

Fonte: ReutersBrasil

14 Comentários

  1. cada dia que passa, mais fornecedores estrangeiros no KC-390…onde estão as empresas brasileiras nisso?

  2. É impressão minha ou isso está virando um segundo Osório da vida? Todas as peças de outros países e apenas o “encaixe” é feito aqui.

    Abraços,

    // Tukith

  3. Ainda não existem empresas no Brasil com tecnologia e qualificação para atender os requisitos totais necessários aos componentes de aeronaves deste porte e similares, além do mais para um empresa entrar em um determinado nicho de mercado é necessário que haja demanda para a produção, e no caso montar uma fabrica de trem de pouso deste porte para atender uma previsão inicial de 60 aeronaves, provavelemente não valha a pena, vair sair muito mais barato comprar no exterior de uma empresa que já está operacional e é especializada nesta área, como o caso da empresa selecionada pela Embraer neste informativo, e que provavelmente atenda à solicitação para forncecimento para muitos outros tipos de aeronaves no mundo todo. A maioria dos paises que montam aviões com alto nível de complexidade utilizam-se de peças fabricadas por fornecedores terceiros em várias partes do mundo, com raras excessões, e este é o grande problema de se investir em alta tecnologia, se não tiver demanda para ela não compensa pois não há retorno do investimento e empresas privadas vivem de lucro e não pode ser diferente. Então o pensamento do tipo “vamos fazer tudo aqui” é inviável em tempos de paz e não vai acontecer de maneira nenhuma. Deve-se realmente investir somente na tecnologia que não há domínio nenhum para que se aprenda e o resto adquirir mais barato onde ela se encontrar e isto vai tornar o produto final mais barato fazendo que possa competir a nível mundial com sucesso como é o caso dos produtos da Embraer e pelo seu sucesso é fácil afirmar que a mesma sabe o que está fazendo.

  4. Qual o problema em ter fornecedores estrangeiros? Por que essa xenofobia?
    No mundo todo é assim, trens de pouso são de uma fábrica na Suiça, sistemas de radar são de “n” empresas, avionicos são de outra meia dúzia. Motores são de 3 ou 4, ou meia dúzia.
    Isso também funciona em outras indústrias, como a automobilistica, por exemplo. Só que essa tem economia de escala, que justifica a fabricação em quase todos os países que tem essa indústria.
    Então, onde não há economia de escala, para ter o menor custo fica melhor se comprar da fábrica que fornece para todo mundo.
    A indústria aeronáutica é estratégica para o País, mas se ficarmos esperando ter só fornecedores locais, não iremos a lugar algum.
    A medida que tenhamos volume de produção, os próprios fornecedores irão instalar suas fábricas no Brasil. Foi o que aconteceu com a suiça fornecedora dos trens de pouso, que acabou colocando sua fábrica no Brasil, onde acabou sendo adquirida pela Embraer.
    Não dominamos todas as tecnologias, dominamos o conjunto.
    E assim vamos.
    Ah, o Governo poderia fazer isso, poderia fazer aquilo…
    Mas não faz, e não vamos ficar esperando, vamos fazer.
    Posso montar um confecção em qualquer sala de 20m2, mas não posso montar uma indústria especializadissima só porque quero.
    Viram agora o exemplo da fábrica de tablets? Faltou engenheiro.
    Um abraço, Menegel.

  5. Será que é tão difícil entender que é praticamente impossível ter uma produção verticalizada? Exigiria anos e anos de investimento em Educação, Pesquisa&Densenvolvimento,e uma vontade férrea por parte não de um mas uma dezena de governos federais. Alguém acredita nisso?

    Sou a favor de ter o máximo possível de componentes e sistemas nacionais, mas não será do dia para a noite.

    []’s

  6. KC-390 “orgulhosamente” fabricado no exterior e montado no Brasil pela novíssima empresa(não tão nova assim)de aviões , MONTAER(MONTADORA DE AERONAVES).

  7. e se acontecer algum embargo ou desastre natural em algum pais fornecedor , ai ficamos sem produzir esse KC390 e perdemos muito dinheiro, “isso que da depender dos outros”.

  8. Jackson, dessa vez eu concordo com você, Montaer não, vamos dar um nome legal pra essa “embraer”, que tal: legobrasil.

  9. Sempre dependeremos de algo ou de alguém, todos somos interdependentes.
    Em certas questões, busca-se minimizar, por segurança etc.
    Mas nem sempre dá.
    Dependo do sistema hospitalar, dependo do sistema previdenciario, dependo do aparato de segurança da sociedade, dependo da infraestrutura viária da minha cidade, dependo do E.M.Pinto liberar meus posts, dependo dos outros blogueiros para manter essa discussão – que tanto nos enriquece – acesa, dependo do povo mexicano que produz o meu carro, dependo do povo argentino que produz o carro da minha filha etc.

  10. Nao existe surpresa alguma sobre a origen dos fornecedores do KC-390 ou ate mesmo os E-jets. Boeing, Embraer, Airbus sao montadoras e nao fabricantes.Claro que a Boeing, num aperto, conseguiria manufaturar uma asa ou um trem de pouso, mas por enquanto eles montam o que se fabrica me outros lugares, ate mesmo fora dos EUA.
    Pensamos num E-jet for example e qual o sistema importante que e desenhado e manufaturado no Brasil; portas? trem de pouso? avionics? asas? tanques?manche? fica dificil de saber o que e realmente fabricado 100% no Brasil, porque a tinta destes avioes sao importadas.

    O mesmo vale para a famosa Tranferencia de Technologia dos cacas. O Brasil nao investe in Pesquisa e desenvolvimento nas Universidades, Institutos etc etc portanto tudo e importado. A Embraer e uma “maquiladora” como chaman os mexicanos

  11. Hoje em dia as manufaturadoras de aviões fazem pouco além do design do avião e da montagem final. Por exemplo, mais de 90% os componentes das Dreamliners da Boeing são produzidos por fornecedores da Europa e do Leste da Ásia. Até o design de partes de seus aviões a Boeing terceiriza. Esse sistema de inovação chama-se concurrent engineering. Ele tem duas vantagens: reduz os custos e riscos de produção, e acelera a montagem de aviões. Além disso, escolhendo-se parceiros de países estrangeiros, aumenta-se a chance de que os governos desses países encomendem esses produtos. Agora, não é verdade que a Embraerr faça isso mais que outras empresas, ou que ela invista pouco em pesquisa e desenvolvimento, e nem que ela não tome parte do processo manufatureiro. Por exemplo, a fuselagem – uma das partes mais desafiantes do fabrico de aviões – é a Embraer que faz.

  12. O problema não é usar a economia que se pode ter em usar componentes.
    É que, em questões de armas, é preciso ter auto-capacidade.
    Claro que isso envolve pessoal qualificado, e essa é uma das preocupações.
    A Embraer começou nos anos 60…São já quase 50 anos, e cadê esse pessoal qualificado, a capacitação geral ?
    Se permanecer apenas sob o ponto de vista de ‘tempos de paz’, é desnecessário até ter forças armadas…
    Como empresa, a Embraer busca lucros, mas o país tem de estar além disso, e claro, isso não é algo que a empresa privada deva se preocupar.
    Se é para ter armas (ou material bélico) sem ser auto suficiente (pelo menos se auto-suprir numa crise), e portanto depender dos ‘amigos’ , oras, que se compre de prateleira, é a mesma m….
    Sinceramente, esse cargueiro será mais uma aeronave ‘brasileira’ que, numa situação crítica, voa se bater asas…

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