Por MARIANA CARNEIRO
O ministro Aloizio Mercadante (Ciência e Tecnologia) disse nesta sexta-feira que está preparando a criação da Embrapi (Empresa Brasileira de Pesquisa Industrial), nos moldes da Embrapa.
A empresa, embora de concepção estatal, segundo o ministro, deverá ser financiada majoritariamente por recursos privados.
A proposta é integrar os centros de inovação, como Senai, Instituto Nacional de Tecnologia, o Instituto de Pesquisas Tecnológicas e os laboratórios do Inmetro sob um guarda-chuva. O objetivo é aumentar a inovação dentro do setor produtivo.
O modelo de operação da Embrapi não está pronto, mas segundo Mercadante, a direção deverá ser feita pelo setor privado. Mercadante disse, no entanto, que não será uma empresa a custo zero. “Nós queremos aumentar o investimento em tecnologia”.
Ainda assim, não será uma nova estatal, enfatiza o ministro.
“Não vamos criar cargos, empregos, vamos organizar o que já existe, mudando o foco e priorizando o atendimento à indústria”, disse.
Mercadante participou de uma reunião com empresários da Mobilização Empresarial pela Inovação (MEI), grupo organizado pela Confederação Nacional da Indústria.
DESAFIOS
A novidade encontra, no entanto, alguns desafios. A maior parte dos recursos do Senai, por exemplo, entidade com maior participação privada, é voltada para formação de pessoal e não em inovação propriamente dito.
“Não adianta, em todo o mundo, boa parte do incentivo tecnológico ao setor produtivo passa pelo investimento público”, avalia um interlocutor do ministro, que participou da reunião com empresários onde foi apresentada a proposta.
Mercadante se inspirou na fundação alemã Fraunhofer, que deverá ser parceira do governo nessa iniciativa. Lá, no entanto, dois terços dos recursos que vão para inovação são públicos e um terço é privado.
Uma reunião no dia 27, com empresários e CNI, deve acertar os detalhes para a formatação da Embrapi.
Fonte: Folha de S.Paulo
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