Bloqueio israelense a Gaza fortaleceu Hamas, afirma ONU

http://sheikyermami.com/wp-content/uploads/Hamas020308AP_468x630.jpgGuila Flint

De Tel Aviv para a BBC Brasil

De acordo com o relatório da agência de apoio aos refugiados da ONU (UNRWA), o bloqueio israelense à Faixa de Gaza transformou o Hamas no principal empregador da região, fortalecendo a força política e a popularidade do grupo.

O estudo da UNRWA afirma que o bloqueio decretado à Faixa de Gaza há cinco anos produziu os resultados contrários aos esperados por Israel.

“Se o objetivo do bloqueio era enfraquecer o governo do Hamas, os números de funcionários do setor público (da Faixa de Gaza) sugerem um fracasso”, afirmou o porta-voz da agência, Chris Gunness.

O bloqueio de Israel à Faixa de Gaza, que praticamente isolou o território em junho de 2006, depois da captura do soldado israelense Gilad Shalit, e se agravou mais ainda em maio de 2007, após o Hamas tomar o controle da região, levou à falência de grande parte do setor privado da economia local.

A proibição da exportação de mercadorias causou o fechamento de fábricas que exportavam produtos para Israel e para o exterior.

O setor de construção civil ficou completamente paralisado em consequência da proibição à entrada de materiais de construção.

De acordo com o governo israelense, a proibição relacionada aos materiais de construção, principalmente aço e cimento, tem o objetivo de impedir que o Hamas utilize os materiais para fins militares.

Empregador

Nessas circunstâncias, o setor público, controlado pelo Hamas, tornou-se o principal empregador da população da Faixa de Gaza onde o índice de desemprego é um dos maiores do mundo, chegando a 45%.

Segundo o relatório da agência da ONU, dos 1,5 milhão de habitantes da Faixa de Gaza, apenas 190.365 trabalham e a maioria deles é empregada pelo governo do Hamas.

O estudo também indica que, desde a imposição do bloqueio, o número de pessoas que vivem com um orçamento de cerca de US$ 1 por dia se triplicou, chegando hoje a 300 mil – um quinto da população.

Segundo o porta-voz da agência da ONU, “o bloqueio à Faixa de Gaza é um dos mais longos na história da humanidade e é chegado o momento de repensá-lo”.

O porta-voz também afirmou que as conclusões do relatório são “preocupantes” e que os refugiados palestinos que vivem na Faixa de Gaza, que compõem cerca de 70% da população, são os principais afetados pela situação.

O relatório publicado pelo Centro Peres pela Paz, ONG fundada pelo presidente de Israel, Shimon Peres, confirma os dados publicados pela ONU.

O estudo da ONG afirma que “a política israelense que visava o enfraquecimento econômico do Hamas fracassou”.

‘Economia dos túneis’

Segundo o estudo, o bloqueio levou ao empobrecimento geral da população de Gaza, porém o governo do Hamas “se fortaleceu muito” em decorrência da chamada “economia dos túneis”.

Durante esses cinco anos de bloqueio, a maioria dos bens de consumo no território foi trazida de fora para a Faixa de Gaza por intermédio de centenas de túneis escavados em direção ao Egito.

De acordo com o relatório do Centro Peres, com a “economia dos túneis”, empresários ligados ao Hamas controlam o comércio da Faixa de Gaza e cobram taxas que, por sua vez, financiam a atividade das forças de segurança da organização.

“Os empresários de Gaza que tinham relações comerciais com Israel (antes do bloqueio) praticamente pararam de trabalhar, enquanto o Hamas conseguiu importar mercadorias através dos túneis”, afirma o estudo.

“Assim, o Hamas transformou as restrições israelenses em instrumento para seu sucesso econômico”, conclui o relatório do Centro Peres.

Desde junho de 2010 Israel vem aumentando o volume de mercadorias que podem entrar na Faixa de Gaza, porém as restrições à exportação e à entrada de materiais de construção continuam.

No dia 28 de maio o Egito abriu a fronteira de Rafah para entrada e saída de palestinos da Faixa de Gaza. A medida, no entanto, não vislumbra o trânsito de mercadorias.

Fonte: BBC Brasil

10 Comentários

  1. Perspicaz e mentiroso.
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    Se prestarem atenção, o título naõ mantém relação com o texto, que mostra que o impacto do bloqueio foi grande.
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    Não importa o que seja feito, sempre haverá sofismáticos dizendo que o que foi feito é errado. O anti-semitismo de esquerdistas, direitistas e humanistas está sempre pronto quando se trata de demonizar a Israel.
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    O bloqueio foi uma reação à altura do rapto do soldado Schalit que se mantém à margem de qualquer convenção internacional, pois o prisioneiro é mantido incomunicável durante todos esses anos.
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    Esses são os animais que aspiram o Estado Palestino, enquanto atiram foguetes sobre a população civil de Israel e mísseis anti-tanque em ônibus escolares, como aconteceu recentemente.
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    Enquanto isso, o Partido dos Trabalhadores apóia a causa palestina…Hamas, raptores e outros terroristas e assassinos.

  2. “índice de desemprego é um dos maiores do mundo, chegando a 45%.”

    “desde a imposição do bloqueio, o número de pessoas que vivem com um orçamento de cerca de US$ 1 por dia se triplicou, chegando hoje a 300 mil – um quinto da população”

    “Segundo o estudo, o bloqueio levou ao empobrecimento geral da população de Gaza, porém o governo do Hamas “se fortaleceu muito” em decorrência da chamada “economia dos túneis””

    He, He, He e tem quem diga que a política americana e israelense são incontestáveis para GAZA e a PALESTINA… Esse texto representa um pouco da crueldade que o povo de GAZA passa todo dia, mas deixa pra lá não é problema de ninguém…

  3. Que os judeuSS estão cometendo um crime contra os Palestinos de Gaza, + c a abertura das fronteiras no lado do Egito , possivelmente a coisa irá melhorar p os Palestinos.Agradeço a coragem das novas autoridades Egipcias, às anteriores e eram bem covardes e conivêntes aos intersses imperialistas dos judeuSS/iangleses…sds.

  4. Israel promove a Apartheid palestina. Lamentável a existência de um estado racista. Um estado para os judeus, assim como na antiga África do Sul, um estado para os brancos. Se eles querem tanto um estado para si então não deveriam estar presentes em outros países. Esta ideia nacionalista fascista é antiga. Quase tivemos um estado desses aqui por perto; na Argentina.
    É Sr. Schneider, Israel realmente não ataca a população civil da Palestina…palhaçada. Para vcs um israelense vale 10 palestinos. Eles atiram pedras e vcs balas. Eles usam um míssil caseiro pouco eficiente e vcs usam fósforo branco (http://tribunaliraque.info/pagina/artigos/depoimentos.html?artigo=359)
    Ah! Não se trata de antissemitismo e sim de anti-sionismo. Vcs tem que parar de fazer uso político do nefasto holocausto para justificar as atrocidades cometidas por Israel. Tenho vergonha que isto ainda aconteça e ainda quem os defenda. É triste a incapacidade de alguns enxergarem o óbvio.

  5. O meu avô por parte de mãe era judeu e o pai dele, meu bisovô, era judeu da Bessarábia, que atualmente faz parte da Ucrânia. Por parte de paí, não tenho judeus na família, mas alemães, suiços e italianos. Não me considero judeu, embora reconheça que é um povo religioso, trabalhador, criativo e de bons princípios. Acho que os judeus devem lutar por uma paz duradoura, dando ao povo palestino um país do mesmo tamanho de Israel. Sem isso, não haverá a paz.
    Dica: Vamos ceder o norte de Israel, parte do Líbano, da Síria e da Jordânia. Gaza passa para os judeus.

  6. O q ocorre com CUBA , está ocorrendo com o HAMAS na faixa de gaza…o tiro está saindo pela culatra.E quem criou o HAMAS foi o mossad dos judeuSS , estão tomando…estão matando mulheres e crianças até de sede, vide relatório da ONU e o site de BREAKING THE SILERNCE. São uns criminosos.Gaza é o > campo de concentração do mundo…ñ aprenderam nada c a história deles mesmos. E td sobre o olhar complacente do famigerado quarteto…Mt triste.

  7. “Não importa o que seja feito, sempre haverá sofismáticos dizendo que o que foi feito é errado. O anti-semitismo de esquerdistas, direitistas e humanistas está sempre pronto quando se trata de demonizar a Israel.”
    ……………….
    Ou seja, o resto da humanidade está errada e só os judeus(os sionistas) tem razão, haja etno centrismo!

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