Secretário de Defesa dos EUA: Otan se arrisca à 'irrelevância militar'

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Sugestão: Gérsio Mutti

Segundo Robert Gates, Aliança Atlântica tem membros incapazes ou relutantes em cumprir com as missões no Afeganistão e na Líbia.

O secretário de Defesa dos EUA, Robert Gates, que deixa seu posto no governo Obama em breve, afirmou nesta sexta-feira que a Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte) tornou-se uma Aliança  pobremente equipada para lidar com seus desafios e com membros incapazes ou relutantes em cumprir com as missões no Afeganistão e na Líbia.

Particularmente, ele apontou um contraste entre os membros que

“querem e são capazes de pagar o preço e aguentar o fardo dos compromissos da Aliança e aqueles que usufruem dos benefícios de participar da Otan, mas não querem compartilhar os riscos e custos”.

Em seu discurso de despedida perante o Conselho da Otan em Bruxelas, ele conclamou à ação urgente para “evitar a possibilidade muito real de irrelevância militar coletiva”.

Segundo ele,

“as nações devem ser responsáveis por sua parte da defensa comum”.

Afirmando que uma estimativa indicava que o gasto de Defesa europeu caiu quase 15% na década que se seguiu aos ataques do 11 de Setembro de 2001, Gates disse que apenas cinco dos 18 países-membros atualmente gastam 2% do PIB em Defesa – percentual que é estipulado pela organização.

Gates disse que a missão aliada no Afeganistão expôs significativas deficiências da ONU – em capacidade militar e vontade política.

“Apesar de mais de 2 milhões de soldados – sem contar o Exército americano -, a Otan encontrou dificuldades, às vezes desesperadamente, para manter um posicionamento de 25 mil a 40 mil soldados, não apenas em campo, mas em cruciais postos de apoio”,

disse.

Missão na Líbia

Gates criticou a falta de vontade política e de contribuição de recursos militares por parte de alguns países aliados à missão na Líbia, advertindo que podem comprometer a operação.

“Ficou amplamente claro que as deficiências em cooperação e vontade política têm o potencial de comprometer a capacidade da Aliança de efetuar uma campanha integrada, eficaz e sustentada por ar e mar”,

afirmou.

O chefe do Pentágono disse que essas deficiências se apresentam apesar da missão contar com um amplo apoio político e se tratar de uma operação sem tropas terrestres que se desenvolve no “quintal” da Europa. Segundo ele,

“menos da metade se uniu à missão e menos de um terço esteve disposto a participar dos bombardeios”,

afirmou.

A Noruega e a Dinamarca apresentaram 12% dos aviões que realizam bombardeios, mas os projéteis que lançaram só atingiram um terço dos alvos estabelecidos, afirmou. Bélgica e Canadá fizeram importantes contribuições à missão de bombardeios na Líbia, disse Gates, lamentando que

“esses exemplos são a exceção”.

O secretário admitiu que muitos dos países que se mantêm à margem da operação militar contra o regime do líder líbio, Muamar Kadafi, não o fazem porque querem, mas porque simplesmente não podem colaborar mais.

“As capacidades militares simplesmente não existem, em particular há uma deficiência nos ativos que servem para dirigir tarefas de inteligência”,

disse.

“Os aviões mais sofisticados servem para pouco se os aliados não puderem identificar, processar e eliminar alvos”,

afirmou.

Embora os aliados lutem contra um regime fracamente armado, em um país no qual a população não está muito concentrada, muitos países começaram a notar a escassez de munição após 11 semanas de operações, requerendo novamente a ajuda dos EUA, indicou.

“Apesar das necessidades urgentes para que se invista mais em equipamentos vitais e no pessoal adequado, necessidades que são evidentes há duas décadas, muitos países aliados não estão dispostos a fazer mudanças fundamentais na hora de definir as prioridades e localizar os recursos”,

disse.

Gates qualificou como “inaceitável” o abismo que existe entre aqueles que estão dispostos a compartilhar a carga da operação militar e a pagar o preço por isso e aqueles que mostram uma falta de vontade e de contribuição de recursos.

No entanto, Gates reconheceu que a Otan foi capaz de cumprir seus objetivos iniciais e que, apesar de a missão ter evidenciado algumas deficiências, também demonstrou o potencial que tem de executar uma operação liderada pelos países europeus com o apoio dos EUA.

Fonte: Último Segundo

16 Comentários

  1. Basicamente o recado foi: Inglaterra e França, que começaram essa brincadeira não estão aguentando, e os EUA está tendo que finalizar a *erda dos outros.

    A munição está acabando e Gadaffi continua lá… e ae? o que vão fazer?

    Observando o gasto padrão dos países membros da OTAN (2% do PIB)se o Brasil dispusesse religiosamente 2% do PIB para as FAs, seria fantástico, e não teríamos que mendigar empréstimos para modernizar 43 A-1. Aliás talvez nem teríamos A-1 e sim algo mais atual como F-16 ou M-2000-5. E em quantidades que não seriam meramente simbólicas.

    []’s

  2. Nick acho também que o recado foi para a Alemanha e a Itália, apesar desta última ter cedido algumas bases para as operações… Más afinal tá todo mundo mal das pernas $$$.SDS.

  3. E eu espero q continuem sem “rumo” p os próximos 25 anos…até possívelmente o BRASIL já tenha FAs reequipadas e aptas a projetar o seu poder…e sem projetyar o mesmo. Um potencia herbivora e do bem,+ capaz de causar profundas baixas ao seu atacante(s ). Sds.

  4. Acho que o recado foi para todos (com exceção da bélgica e canadá ehhehe), especialemente aos peixinhos parasitas que vão de carona.
    Batem no peito que são “OTAN” (ai que orgulho) mas a hora de mostrar serviço correm para proteção dos EUA.
    Eu citaria muitos mais focarei na Polônia como exemplo, que vive cuspindo no pé da Rússia, sem entrar no mérito da “idoniedade” dos russos, qual a contribuição da Polônia no processo? pra segurar o fósforo acesso precisa pedir para os demais. Leia-se, todos os outros.
    Sem os EUA a OTAN, vira mesmo isso ai o que o Gates disse.
    O Mais improtante, quando os EUA entram numa guerra, são os sanguinários vampiros imperialistas, ai a OTAN )(os imaculados) resolvem mostrar que sabem fazer guerra, daí começam a sua, claro, justa e imaculada, mas dão com os burros na água e ai, sobra pra quem?
    sds
    E.M.Pinto

  5. “quintal” da Europa. Segundo ele,..”
    ——————-
    Os caras estão moribundos por falta de material e motivação política e moral e ainda são arrogantes o suficiente para chamarem um país inteiro ou senão parte de um continente de QUINTAL. Na concepção deles o mundo é uma casa, eles provavelmente estão na sala de estar, o norte da África o quintal… como o blog é visto no mundo inteiro… boa sorte para você onde mora.
    http://download.ultradownloads.uol.com.br/wallpaper/48745_Papel-de-Parede-Mapa-do-Mundo-Antigo_1440x900.jpg

  6. acho que esta começando a haver uma mudança nao explicita dos paises que fazem parte da otan, no que diz respeito a “entrar numa furada” , por isso vejo o descaso de algums paises como alemanha e etc.
    sds a todos.

  7. Caro Nick Foram Dois Recados dados a Europa (em menos de dez dias):
    O Primeiro recado foi dado por Obama a Merkel: que não se pode permitir que a crise de dívida enfrentada por diversos países europeus ameace a recuperação da economia mundial.
    Ou seja, resolva o problema (no caso a Alemanha) da Grecia, Portugal, Irlanda e Espanha.
    O Crescimento econômico dos Estados Unidos depende da recuperação da Economia da Comunidade Europeia ( o que implica de os EUA em nada poder ajudar).
    Segundo Recado foi dado pelo Gates “Otan se arrisca à ‘irrelevância militar”.
    Claro que essa irrelevância já foi demonstrada, pela total dependencia dos EUA de doutrina, meios e recursos demonstrado pela Coligação Europeia em sua intervenção da Líbia.
    O que eu diria que Gates qualificou como “inaceitável”, sera futuras iniciativas europeias de intervenção em outros paises que não tenha a haver com os objetivos geoestrategicos americanos.
    Abs

  8. A Líbia e kadahfi já eram, ele está merecendo, estão destruidos ,arruinados, sem infraestrutura, + se os mesmo resistirem por + uns 6 meses ou + ele vão sair p ñ entrarem em deficits…mt bom,sds.

  9. Nick disse:
    .

    “Observando o gasto padrão dos países membros da OTAN (2% do PIB)se o Brasil dispusesse religiosamente 2% do PIB para as FAs, seria fantástico,…”
    ———————————-
    Más também temos que melhorar a qualidade do nosso gasto militar, no EUA, 42% do orçamento militar vai para “gastos com pessoal”, aqui no Brasil é 80%.
    .
    Embora claro, quanto menor o orçamento, maior o percentual gasto com “pessoal”…
    .
    Outro grande problema são os cortes de verbas, porque não estamos longe de gastar 2% do PIB com defesa, segundo o The World Factbook, da CIA, o Brasil gastou 1,7% do PIB em 2009!
    .
    Na verdade, o efetivamente gasto (em 2010), foi 0,89% do Pib nominal de US$ 2,024 trilhões.
    .
    A Rússia, que teve um PIB de U$ 1,477 trilhão , gastou US$ 52,5 bilhões em 2010.
    .
    O Brasil ,que teve um PIB de U$ 2,024 trilhões, gastou U$ 18,125 bilhões em 2010,
    34,52% do gasto da Rússia…

  10. AO MEU AMIGO E.M.Pinto
    VC NÃO ACHA QUE EUA ESTÃO USANDO A OTAN ,PARA NÃO SE enfraquece , O QUE VC ACHA DISTO AE ,OS AMERICANOS NÃO SÃO BOBO NÃO,,

  11. querem e são capazes de pagar o preço e aguentar o fardo dos compromissos da Aliança e aqueles que usufruem dos benefícios de participar da Otan, mas não querem compartilhar os riscos e custos”. esses benefícios seria o petróleo né, seu fanfarrão, fala na maior cara de pau.

  12. Quem fazer da Líbia e do Afeganistaão perritórios de luxo para exercícios militares… Apenas isso… Claro que ter o poder político da reão é uma conseguência, uma vez que são ricos em petróleo…

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