Barry Watts e "O fim da era stealth"

Sobre Guan, os símbolos máximos da supremacia “stealth” o caça e o Bombardeiro.

Plano Brasil: E.M.Pinto

Sugestão: Cláudio Xavier

http://csba.globalthinking.com/wp-content/uploads/userphoto/bwatts.jpgTem sido um dos pilares da abordagem de alta tecnologia de guerra dos EUA por décadas. E agora, ela poderia se tornar obsoleta em poucos anos.

A tecnologia Stealth – que hoje dá aos jatos fabricados nos EUA a capacidade quase única de escapar dos radares hostis  – em breve poderá ser incapaz de manter aviões americanos encobertos.

“As vantagens da tecnologia stealth … podem ser corroídas pelos avanços em sensores e sistemas de mísseis antiaéreos, especialmente operados por plataformas de ataque tripulados operando dentro do espaço aéreo defendido”,

Barry Watts


Essa é a conclusão surpreendente de um novo relatório de Barry Watts, um ex-membro do Gabinete da “bola cristal” do Pentágono e analista do Centro de Avaliação Estratégica e Orçamentária, em Washington.


“As vantagens da tecnologia stealth … podem ser corroídas pelos avanços em sensores e sistemas de mísseis anti aéreos, especialmente operados por plataformas de ataque tripulados operando dentro do espaço aéreo defendido”.

Watts adverte em seu relatório de 43 páginas publicado na semana passada ( clique aqui para ler o PDF).
Isso pode vir como um choque muito grande para a Força Aérea dos EUA, que apostou seu futuro nesta tecnologia,  prevista em meio-trilhões de dólares para os próximos 30 anos. A Marinha, por outro lado, pode ter razões para dizer “eu avisei”.
Ou seja, se a previsão de Watts se tornar realidade – e isso é um grande “se”, admite o analista.


“Nos últimos anos tem havido especulação de que os avanços em curso na detecção de radares e monitoramento terão, no futuro próximo, a capacidade de detectar os aviões furtivos, como o B-2, F-22 e F-35, que terão dificultadas as capacidades de  sobreviver dentro do espaço aéreo negado “,

Sistemas de radares ligados em rede, poderiam anular a efecieência dos “escudos” eletromagnéticos dos caças Stealth, esta tecnologia foi descoberta incialmente por técnicos tchecos e foi testada com êxito por australianos, que detectaram a decolagem e epuderam acompanhar o voo de bombardeiros B2 que partiram de Guan no Pacífico, à milhares de queilômetros de distância.

Atualmente a tecnologia Stealth está ameaçada pelo avanço de tecnologias em radares VHF e UHF em  desenvolvimento na Rússia e China, são sistemas de “detecção passiva”. Este sistema foi desenvolvido priemiramente por pesquisadores Tchecos. O último “usa o radar, televisão, telefone celular e outros sinais disponíveis para captar as ondas refletidas por aviões furtivos para encontra-los e monitorá-los”, explica Watts.

Os bombaredeiros B2 inauguraram a “era Stealth” dos bombaredeiros estratégicos, a USAF tenciona substituí-los, bem como os B 52 e B1-B por 100 novos bombardeiros  Stealth.

Estes novos sistemas de detecção poderiam inverter uma tendência de 30 anos que viu a USAF ganhar uma vantagem crescente sobre as defesas inimigas

Tudo começou com a introdução do caça stealth F-117 no final de 1980, seguido da adição do bombardeiro furtivo B-2 nos anos 90 e, mais recentemente, o F-22.


http://postmania.org/wp-content/uploads/2009/10/2504022678_5b984ea170.jpg

A suspensão do porgrama F 22 é um dos mais controversos revés nos programas dos “Stealth”, inicialmente a USAF espareava contar com cerca de 1200 caças, mas o F 22 poderia sofrer um novo golpe, segundo Watt, a “supremacia” do F 22 estaria ameaçada ainda antes do fim desta década.

Até agora, a Força Aérea tem  procurado alinhar uma frota de aeronaves stealth  de algumas centenas, o que de fato não tem ocorrido à contento.

Segundo Watt, até o momento a doutrina stealth que foi iniciada com a incorporação dos F 117 ainda não está plenamente operacional, há apenas algumas centenas de caças incorporados, enquanto que já se esperava para esta altura, alguns milhares.

A USAF planeja comprar mais de 1.700 caças stealth e cerca de 100 novos bombardeiros. Nesse sentido, a era stealth só agora está realmente surgindo, da mesma forma, as medidas eficazes de combate estão quase prontas, Watts ressalta. O que por outro lado demonstra que esta transformação prevista pela USAF ainda não é prática e que levaria ainda mais alguns anos, anos estes os quais as contramedidas desenvolvidas pelos adversários as tornariam obsoletas, antes mesmo de estarem plenamente operacionais.

http://www.scenicreflections.com/files/F18G_Growler_Wallpaper_e2pd.jpgO F 18G da Marinha dos Estados Unidos, é a aposta daquela arma para as ameaças dos radares, segundo Watt, um exemplo eficiente de resposta às ameaças.

Comparativamente, a Marinha tem jogado pelo seguro. Ao mesmo tempo que a Força Aérea estava investindo seus dólares de pesquisa e desenvolvimento em tecnologia stealth, a Marinha optava por uma abordagem diferente para derrotar as defesas inimigas. Enquanto a Força Aérea planeja “ludibriar” os radares, a Marinha procura “jameá-los” desenvolvendo detectores e interferidores eletrônicos, destruindo-os com mísseis anti radar.

É por isso que aviões de guerra eletrônica como os F 18 G só estão incorporados no inventário da Marinha, e por esta razão, o F 35 C/B não agradar muito os almirantes com as suas “excepcionais” capacidades furtivas.
Um exemplo que demonstra claramente isto é a do diferença filosófica em desenvolver VANT-C ( de combate) como o X-47 construído pela Northrop, a aeronave é minimamente furtiva. Já o Boeing Phantom Ray que destina-se principalmente à Força Aérea, é indiscutivelmente mais furtivo que o F-35.
Watts no entanto não é tão catastrófico, em seu relatório ele ainda aponta algumas esperanças, especialmente galgadas em duas capacidades previstas para o F-35.

http://cavok.com.br/blog/wp-contents/uploads/2010/09/F-35_Norway.jpg

Seu artigo é tendencioso, mas Watt aponta sérios problemas e desafios para o programa F 35.

Primeiro, há o “poder da suite embarcada do JSF, sensor e computacional”, que como explica Watts “pode ​​ser facilmente atualizado ao longo do tempo devido à arquitetura do avião e aviônica aberta, o F-35 possui a habilidade de ajustar a sua trajectória de voo em tempo real em resposta às ameaças, algo que nem o F-117, nem o B-2 foram capazes de fazer. ”
Em segundo lugar, o radar do F-35, o chamada ” radar de varredura eletrônica “, que poderia, em teoria, ser utilizado para bloquear um radar inimigo ou até mesmo colocar o código de software malicioso em seu sistema de controle.
Porém, nenhuma dessas capacidades é realmente perfeitamente eficaz  isoladamente. Por isso o F-35 é completado com a sua capacidade de absorver ou desviar as ondas de radar.

Watts entretanto é duro ao afirmar que para sobreviver o F 35 teve de ser equipado com muitos sistemas “não furtivos”. Porém ele mesmo não apresenta uma outra forma para a USAF solucionar o problema, mas indica que VANT-C seria uma forma de desenvolver aeronaves mais furtivas.

Apesar de afirmar que em tese a “supremacia” stealth esteja ameaçada, Watt relembra que os adversários também apostam nesta tecnologia, o que não deixa de ser contraditório.

É  importante notar também que os maiores rivais dos EUA, nomeadamente, China e Rússia, têm revelado novos protótipos de caças furtivos, nos últimos dois anos, o que demonstra os seus respectivos interesse nestes campo.
Watts descreve que o “fim da era stealth” é apenas uma das muitas grandes mudanças que poderiam ocorrer na guerra num futuro próximo, quando questionado sobre como fundamentalmente a condução da guerra poderia mudar ele responde “tudo depende “.

China e Rússia optaram por mistos de caças steath e semi-stealth, a aposta da USAF considera apenas os Steath, mas até o momento de nenhuma arma ou Força Aérea de fato opera única e exclusivamente estes sistemas.

Estaria Barry Watts, fazendo uma previsão catastrófica ou um alerta para o que muitos vem dizendo a duas décadas?

O elevado custo dos “stealth” justificam-se perante uma força ainda que  tecninicamente inferirior, porém, numericamente superior e ligada a uma rede data link com radares e outros sistemas?

Curiosamente, uma das soluções aventadas é justamente a que tanto a Rússia quanto a China optaram, ou seja,  por mistos de caças Stealth e semistealth para a defesa do seu espaço aéreo, será esta a solução que Barry quer apresentar a USAF em especial?

Pelo relatório, vê-se que ele claramente opta pela opção da Marinha dos EUA… Pode ser, mas como ele mesmo refere o “O fim da era etealth ”  não é certo e dependerá de muitos fatores.


26 Comentários

  1. Eu tamben achei que o USA esta querendo dar passos maiores que as pernas neste sistema. Até porque será uma tecnologia muito cara durante décadas, o retorno financeiro real virá daqui a longuissimo prazo. E logo produzira processadores mais rápidos e relativamente baratos que podem ser integrados a radares como o que derrubou o F117 na antiga Iuguslavia.

  2. Tem sentido o que ele diz uma região bem patrulhada por radares e outros tipos de sensores, parece um ambiente difícil de se superado mesmo por um caça de 5ª geração.
    E uma hora ou outra a tecnologia stealth vai se ultrapassada pode não se hoje, mas não vai durar pra sempre.

  3. se fosse verdade ele jamais diria,é americano e tenta desvalorizar o estelt,já que até o japão esta contruindo o seu,eu pessoalmente duvido de todas as qualidades do f-22 eu acho que ele não é tudo isso e acho que o caça russo sim chines e principalmente o japones podera traser muita dor de ca
    beça aos americanos e é justamente por esse motivo as declarações,se os americanos tivessem um f-22 imbativel porque apostar e gastar em um f-18

  4. hahahhahaha
    so nao ve que nao que o F 35 o JACALI e uma furada
    quanto F 22 perdeu show pro Rafale Aviao sem toda aquela propaganda pra burro ver que fizerao pro F 22
    esas tranqueiras dos Yankes so gastarao din din hoje no caso do F 35 ja ta ultrapasado pro jato Feito na China que ainda nem deu show oficial
    sem falar no su 35. tbm nao duvido que Su 35 nao tire ese show do F 22 ,ja que Rafale fez .Que Ironia eses Jacali s derao 🙂

  5. Pois é!!!!!!!!!!!Se todos apostavam na dita superioridade dos caças furtivos acabaram de tomar um baita tapa na cara.
    Eu mesmo cansei de escrever que estavam super valorizando a furtividade e que nenhum pais ficaria de braços cruzados sem desenvolver meios de rastrea-los.

  6. Furtividade é apenas um aspecto de um caça 5G, os aviônicos, a capacidade ampliada de operar em rede, uma consciência situacional aperfeiçoada,entre outros fatores que dificilmente podem ser integradas em uma célula antiga… tudo isto em um patamar superior as gerações anteriores,fazem a diferença!
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    Más talvez o Rafale não fique muito atrás não.

  7. ((RESPOSTA)) dhou vc e petista ? ,dhou vc e brasileiro ?, dhou vc mora no brasil ? , dhou vc sabe de nossa necessidade aqui no brasil ? ,dhou vc conhece nossa força armada brasileira ??? eu acho que (( NÃO ))procura se informa melhor pra falar com migo ??? A SIM SOU brasileiro MAIS do que (( voce ))

  8. Há alguma solução ? Eu tenho uma em mente: A Nave 1/3 C.
    Se algum país estiver interessado em fabricá-la, vamos lá.

  9. COMEÇA UMA NOVA ETAPA PARA OS NOVOS RADARES,AVIÔNICOS E MÍSSEIS
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    Os novos meios de detecção que há de vir,principalmente se eles poderem ser embarcados em aviões como os atuais são,o fator stealth,será minimizado más isso não quer dizer que toda a concepção de 5º será totalmente deixada de lado;contudo, o fator velocidade e altura nas próximas gerações será o ponto nevrálgico da concepção dessa novas gerações.

  10. OS SUPER UPA F-22,PADECEM DO MESMO MAL QUE QUALQUER CAÇA QUE EXISTA NO MUNDO,A DEFERÊNCIA É QUE EXISTE MUITO CONFEITE E GRANA e bote grana nisso, o F-35 que o diga;é para quebrar qualquer empreendimento privado,se não fosse o governo por trás apoiando.
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    (…)A Lockheed Martin, fabricante do F-22 Raptor e do novo F-35 Joint Strike Fighter, gastou mais de US $ 15 milhões em pesquisa e desenvolvimento de estratégias de prevenção de corrosão nos últimos 10 anos segundo o porta-voz da empresa, Joe Stout, um valor que inclui também subbsídios do governo. A corrosão tornou-se um problema no F-22 logo após o avião ser introduzido em serviço em 2005. A guia para reparos deverá consumir US$ 228 milhões até 2016, de acordo com o ‘Government Accountability Office’.

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    http://www.aereo.jor.br/2011/06/04/corrosao-o-inimigo-oculto/

  11. Na verdade a conclusão do artigo é que “prudência e caldo de galinha não faz mal a ninguém”.
    Eu de minha parte não vejo a USAF colocando todas as suas fichas na tecnologia Stealth.
    Pelo contrário, há um pool de tecnologias convergentes, tais como armas stand-off, mísseis despistadores, sensores avançados, capacidade de ECM, guerra centrada em redes, etc.
    O próprio F-35 será capaz de lançar o míssil cruise JASSM, com 400 km de alcance.
    E embora a USAF não tenha uma aeronave dedicada a guerra eletrônica aos moldes da USN, ela há muito usa sistemas avançados de autoproteção em seus caças, tais como despistadores rebocados e interferidores ativos de autoproteção, sem falar nos mísseis iscas (MALD), lançados à frente da onda atacante.
    Também a tecnologia STEALTH avança, já que até câncer evolui, rsrsrsss, e já estão sendo elaboradas tecnologias que elevarão o nível de furtividade, reduzindo significativamente o atual nível VLO (discrição muito baixa).

  12. Marcio Costa, voce é psdbista, será que voce é brasileiro, será que voce mora no México, porque aqueles ja baixaram pros americanos. Por que não se informa melhor, voce? Ta muito certo o dhou, tudo o que os gringos dizem, 40% é exagero pra tupiniquin acreditar, é claro que eles não dizem pros Russos, Chineses, franceses ou Ingleses, estes estão por cima e não caem na conversa deles, só os subdesenvoilvidos é que ficam de boca aberta comendo moscas. Se eles tivessem metade do poder que eles dizem que tem, certamente ja teriam mandado a Russia e a China pro espaço, outra coisa, são milhares de americanos que morrem anualmente em guerras que eles fabricam, hora, com todo o poderiu “invisivel”, pra que morrer milhares de soldados todos os anos…só pra ter o prazer de botar aquele pijama listrado no caixão deles? Então o povo deles é muito burro pra deixar.

  13. ((RESPOSTA)) MARCIO COSTA -> Não viaja, o cara nem falou em Brasil, só deu seu ponto de vista como qualquer um aqui tem direito, você não falou nada do assunto e fica ai tesourando o cara.

  14. Os caças Stealth nunca foram indetectáveis e muito menos imbatíveis. Essa ideia foi propagada pelos EUA como uma propaganda de Guerra, de armamento.

    Há meios de se abater uma aeronave Stealth, mas além de complexo requer uma junção de fatores e até uma pitada de sorte.

    O F-117 abatido na Sérvia, só foi derrubado porque estava em baixa altitude, em uma área saturada de radares e interferência eletromagnética e por ter aberto seu compartimento interno de armas (o que o torna visível pelo radar).
    Resultado: Foi derrubado por um míssil antiaéreo da década de 60, o soviético SA-3.

  15. Artigo muito bom, em que Barry Watts não aborda apenas a questão da furtividade nos caças, mas muitas das tecnologias, táticas e a forma de operar das FAs americanas e suas possíveis ameaças (China basicamente).

    O principal segundo o autor é a informação. Se você tiver a informação antes, terá a vantagem. Os americanos buscam isso usando de maneira extensiva sistemas de comunicação e controle baseado em satélites e redes internet. Ou seja o domínio do Espaço e Ciberespaço. A China tambem vai atrás disso. O resto é consequência, inclusive a tecnologia de furtividade dos caças e aprimoramento dos sistemas de detecção contra.

    Na questão da furtividade dos caças, nada de novo, o que haverá é sim novos meios ou aprimoramento dos atuais para detectar os caças furtivos, mas, ao mesmo tempo os caças furtivos estão desenvolvendo novos meios de evitar essa detecção como exemplificado no F-35 onde é capaz traçar um curso evitando radares, usar DRFM, e até mesmo cega-los através de ataque eletrônico.

    Ou seja, a guerra tecnológica continua, e quem está na frente tem de continuar investindo, e quem está atrás investir ainda mais.

    []’s

  16. barry watts, influenciador o cara que tem a bola de cristal, ele influencia o futuro. Ora todos sabem que bola de cristal para ver o futuro não existe, então vamos analisa:
    1o. essa tecnologia de detectar o avião passivamente observando as ondas de radio dos celulares e tv refletida no campo eletromagnetico dos caças stealth. essa informação deveria ser top-secret. então vem o mister barry e diz isso??????.
    Então e o mesmo que dizer peesoal o nosso segredo e esse vão lá criem radares para nos detectar dessa forma.??????
    2o. O sr barry esta influenciando o futuro porque ele esta dizendo o que devemos fazer. então vamos nos acomodar e gastar muito dinheiro para detectar algo que já esta obsoleto a muito tempo. então os eua param de usar o campo eletromagnetico para anular as ondas de radar e ai como num passe de magica o radar que o sr barry esta prevendo ficara inutil. e os caças stealths americanos continuaram sendo stealths, só mudaram a metodo de ludibriar os radares e sabendo eles os americanos como funcionam os radares passivos futuros ficará mais facil ainda.
    3o muito bonzinho mister barry nos dando de bandeja o segredo dos caças stealths, voces não acham.
    4o. eu admiro muito os americamos como eles influenciam as pessoas e o futuro com o seu marketing e fico pasmo como as pessoas se deixam influenciar sem nem mesmo questionar. um abraço amigos

  17. vou jogar ps3…

    o futuro esta na quantidade…varios VANT… operando como uma unica celula… barato de fazer.. sem perda de vidas (de quem ataca claro..rsrs)

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