Brasil busca apoio da China para mudança em padrão monetário

ANA CAROLINA OLIVEIRA
SOFIA FERNANDES
DE BRASÍLIA

O Brasil quer o apoio da China para forçar a discussão internacional sobre a troca do dólar por uma cesta de moedas nas transações comerciais e financeiras em todo o mundo. Os dois governos, contudo, destoaram sobre o tema.

Enquanto o ministro do Desenvolvimento brasileiro, Fernando Pimentel, afirmou que o padrão atual é velho e injustificável –e que o lado chinês aceitou bem a discussão sobre uma mudança– o ministro do Comércio do outro país, Chen Deming, o desmentiu, dizendo que o debate poderá ser feito em “outro momento” e “a longo prazo”, talvez na próxima reunião do G20.

“[O ministro da China] vê com simpatia a ideia de avançarmos na construção de um modelo diferente, de um padrão monetário internacional. É um problema grave, que afeta nossas relações comerciais com o mundo inteiro”, disse Pimentel.

“Seria uma análise de longo prazo. Não foi um assunto que nos preparamos para discutir. Essa discussão vou deixar a cargo da Fazenda e Banco Central de ambos os países”, disse o ministro chinês, em contraponto.

Nesta segunda-feira, Pimentel e o chanceler Antônio Patriota se reuniram com o ministro do Comércio chinês para discutir os investimentos no Brasil que foram fechados na viagem da presidente Dilma Rousseff ao país asiático, no mês passado.

Deming atenuou o clima de contraste afirmando que os dois países já adotam, no comércio bilateral, cálculos com moedas locais, e que atualmente já existem “várias formas de trabalhar”.

INVESTIMENTOS

Fora o desentendimento sobre mudanças no padrão monetário, o ministro chinês falou do interesse chinês em investir US$ 1 bilhão no Brasil, e que não pretende mexer no superavit brasileiro no comércio bilateral.

De janeiro a abril, Brasil e China acumulam corrente de comércio de US$ 29 bilhões, sendo o país asiático o maior parceiro comercial brasileiro, informou Pimentel. Nesse período, foram US$ 1,6 bilhão de superavit para o Brasil.

Deming reforçou que o Brasil é um dos atuais alvos do empresariado chinês, já que Estados Unidos e União Europeia enfrentam dificuldades em superar a crise financeira, e o Japão amarga as consequências de um desastre natural.

Segundo o ministro, a relação entre os dois países pode ser fundamental para a estabilidade do comércio internacional.

O investimento chinês fora da China já atinge US$ 59 bilhões, e a promessa do ministro é de que cresça cada vez mais rápido.

A área primordial para os chineses no Brasil será de infraestrutura, sobretudo energia.

Deming falou do interesse chinês em linhas de transmissão, um dos gargalos no setor no Brasil. O ministro citou ainda investimentos em ferrovias, portos e comunicações.

De acordo com o ministro, existe o interesse da empresa Sany Heavy Industry, de máquinas para construção civil, em investir US$ 200 milhões no Brasil, e da empresa Geely de montar fábrica em solo brasileiro, com nova tecnologia de carros.

Há ainda o interesse em investimentos na área biológica, de medicamentos e agricultura, ressaltou o ministro do Comércio.

Fonte: BOL

10 Comentários

  1. QUEM SERÁ A GALINHA
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    Os chineses neste tema não tem interesse em compartilhar com o Brasil;neste cenário em que eles se encontram, os chineses então bem a vontade e time que está ganhando não se mexe e eles sabem muito bem disso.
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    Existem muitos temas em que os chineses não corroboram e nem colaboram com os demais dos BRICS,é um sinal que a China já deixou o status de emergente;o seu peso nos BRICS já deixou de ser uma questão positiva e está se tornado uma barreira dentro do grupo.
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    Dentro do grupo há uma nítida divergência entre eles com os demais,seria mais fácil para os chineses fazer negócio com os americanos que com qualquer outro país,pois eles tem a mesma potência,contudo uma lei universal impede que eles entre em qualquer acordo mais consistente:“DOIS GALO NO MESMO TERREIRO,UM IRA VIRA GALINHA”.

  2. Já li em alguns sites sobre conspiração que umas das varias razões que levaram os Estados Unidos a atacar o Iraque e libia foi tentativa por estes paises de mudar o padrão monetario da cotação do petroleo, Iraque, e retorno ao padrão ouro da libia. Aparentemente o sustento da deficit deles depende do Dolar como moeda padrão do mundo.

  3. É impressão minha, ou o ministro brasileiro e o seu “par” chinês não falam, literalmente, a mesma língua?!?
    🙂

  4. Sobre economia eu entendo. Brasil e China querem uma moeda única ? Simples. Escolham 100 produtos que são vendidos no Brasil e na China ao mesmo tempo na moeda local.
    Real x preço dos produtos em Yuan = Yuan x preço dos produtos em Real.
    O FMI deveria me dar o Prêmio Nobel por essa fórmula.
    Anualmente ou semestralmente, essa relação poderá ser revista.

  5. Lucena. Excelente. A China esta na desconversa. Empurra aqui e ali, fala uma bobagem no ouvido de alguen pros americanos nao escutarem, mas na hora H eles sabem que dependem dos EUA e os americanos dependem mais deles.

  6. Eu gostaria de trabalhar com os chineses sobre a longevidade. Acho que encontrei a solução. Poderemos viver por 200, 300, 400 anos … com a aparência de 25 anos.
    Sobre economia, poderemos desenvolver um logaritmo que administre a economia duma nação, com uma precisão maravilhosa, sem perdas desnecessárias. O Computador Economista é uma necessidade internacional. Se o FMI tivesse bons economistas, já teríamos feito esse software.

  7. Grande burrice do Lula prometer status de nação de mercado para a China. Não pode cumprir – nem devia – e a China volta e meia dá uma espezinhada.
    Toma molusco!

  8. Na verdade, o Brasil não é levado a sério, nem pelos
    americanos e chineses.

    1) Nenhum grande político corrupto aqui foi pra cadeia;
    2) Os assassinos brasileiros ficam 5 anos presos, e depois saem limpinhos da silva;
    3) Aqui só se dá bem, banqueiros e especuladores financeiros;
    4) A maior parte dos nossos políticos não possui boa formação;
    5) O nosso ensino é anti-criativo e anti-intuitivo;
    6) Somos o país mais violento do mundo, e não adotamos a pena de morte;
    7) As nossas FFAA encontram-se sucateadas (segundo alguns foristas daqui);
    8) A nossa inflação disparou, mas não reduzimos o crédito;
    9) Cobramos as maiores taxas de juros e spreads bancários do planeta;
    10) A nossa carga tributária engessa as empresas produtivas;
    11) Combustível, Energia Elétrica, Água, Esgoto, Telefone caríssimos, contribuindo com a inflação;
    12) Os 3 Poderes da República custam o olho da cara para a população;
    13) Justiça cara e ineficiente (lenta demais). Muitas leis desnecessárias. Processam até os maridos por estupro. Daqui a pouco os homens só irão transar com mulheres-robôs, pois a mulher de carne e osso poderá processá-lo por sedução, etc. Veja o que estão fazendo com o francês representante do FMI. Absurdo ! É melhor os homens passarem a transar com uma mulher de silicone. Culpa da justiça mundial. Qualquer coisa as mulheres querem processar os homens. É o fim da picada;
    14) Fizeram um plebiscito para perguntar para a população se queriam a normalização e oficialização dos gays ? Não.
    Acho que os gays devem ser tolerados, mas não estimulados pelos políticos. Daqui a pouco 50% dos brasileiros serão gays se isso continuar. Liberdade, mas sem libertinagem.

    Por isso, não somos levados a sério.

  9. Eu vejo a China se empenhando para mandar suas empresas para o exterior, sobretudo para o Brasil. Mas e o governo ? Tem se empenhando em apoiar a internacionalização de nossas empresas e capital ? Será esta parceria com a China mais uma parceria Caracu ?

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