Novo dono dos aviões Fokker faz acordo para abrir fábrica em Goiás

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Grupo holandês Rekkof assinou memorando com governo do Estado para abertura de uma unidade, que inicialmente vai produzir peças para os aviões, com um investimento estimado em R$ 1,2 bilhão; construção da planta deve começar em agosto

O Brasil pode se tornar o lar da nova geração dos aviões Fokker. A empresa holandesa Rekkof Aircraft, que comprou todas as licenças e projetos da antiga Fokker, declarada falida em 1996, já assinou com o governo de Goiás os termos do contrato da instalação, na cidade de Anápolis, de uma fábrica de peças para os aviões. A planta começa a ser construída em agosto e deve iniciar a produção até julho de 2014.http://jornaloexpresso.files.wordpress.com/2010/08/novo-f-100.jpg

Num primeiro momento, os aviões serão produzidos na Holanda, com 35% das peças fabricadas no Brasil – entre elas s fuselagem, asas e outros componentes. No início da operação, essas peças vão fazer parte dos primeiros 60 aviões a serem fabricados na Europa. Em 2019, no entanto, a Rekkof pretende que o primeiro avião decole da fábrica brasileira, já com 75% de nacionalização de seus componentes.

As informações são do consultor-geral da empresa e responsável pela implantação da Rekkof do Brasil, Paulo Almada. O secretário de Indústria e Comércio de Goiás, Alexandre Baldy, que participou da assinatura do protocolo de instalação da empresa, também falou da importância do projeto para o Estado e para o País, e comemorou o investimento que a Rekkof Aircraft fará, da ordem de R$ 1,23 bilhão. Baldy disse que, de início, serão gerados 1,8 mil empregos diretos, que ele acredita que se transformarão em pelo menos 5 mil indiretos.

Paulo Almada disse que o Brasil foi escolhido para receber o projeto “pela segurança política, econômica e jurídica que o País oferece”. Antes de se decidir pelo Brasil, foram feitas negociações com outros países, como China, Turquia e Argentina.

Não é a primeira vez, no entanto, que a Rekkof anuncia estar perto de retomar a produção dos aviões. Em 2006, o grupo indiano Cades Digitech informou estar discutindo com o grupo holandês a instalação de uma fábrica em Bangalore. O investimento estimado, à época, era de US$ 300 milhões. O acordo, porém, não foi à frente.

A Rekkof pertence à holding holandesa Panta, que já foi dona de duas empresas de aviação – a Denim Air, que parou de voar, e a VLM Airlines, que foi vendida à Air France-KLM. As duas empresas operavam com aviões Fokker 50.

Cronograma. O nome Rekkof que batiza a empresa que vai fabricar a nova geração dos Fokkers foi escolhido propositalmente, por significar Fokker ao contrário. Paulo Almada lembrou que o Fokker é um projeto de sucesso no mundo inteiro – mais de 600 aviões deste modelo continuam voando em empresas como, por exemplo, a Avianca, que tem 14 unidades – e que a nova empresa comprou todos os projetos e licenças para fabricar a nova geração de aeronaves. A licença para a fabricação do Fokker é estimada em US$ 7 bilhões. “Vamos fabricar a evolução de um projeto de sucesso. Será um avião com tecnologia completamente nova e evoluída”, disse ele, ao esclarecer que não faz parte dos planos da empresa reformar ou revitalizar os Fokker 100 que estão em operação.

O primeiro Fokker F100NG deverá ficar pronto na unidade holandesa no final de 2015, e a primeira leva de 30 aeronaves – metade da produção do primeiro ano – será endereçada a países na Ásia. O dirigente da empresa no Brasil, porém, não disse quais países seriam esses.

De início, a fábrica da Rekkof em Anápolis vai produzir peças do NG 100 e enviá-las para a Holanda, onde será feita a montagem dos aviões. No primeiro ano, a nacionalização das peças começará com 35%, com transferência de tecnologia para o Brasil, e atingirá 75%, em oito anos, segundo informou Almada.

“Será um projeto binacional de cooperação”, assegurou. “Vamos iniciar a geração de novos produtos que podem colocar o Brasil na vanguarda da aviação tecnológica mundial”, disse o executivo, acrescentando que a Rekkof da Europa transferirá tecnologia para a Rekkof do Brasil. Para isso, lembrou, o governo de Goiás assegurou a instalação de um polo de ensino e capacitação de profissionais.

PARA LEMBRAR

No Brasil, os aviões Fokker 100 ficaram tristemente famosos pelo acidente da TAM, em outubro de 1996, que matou 99 pessoas. O avião ia do Aeroporto de Congonhas, em São Paulo, para o Rio, e caiu menos de 30 segundos após a decolagem. Aquele foi um ano realmente difícil para a empresa holandesa. Em janeiro, a alemã Daimler, dona de 51% das ações, disse que não faria mais aportes financeiros na fabricante de aviões, após um prejuízo de US$ 4,1 bilhões em 1995. Em março, após um mês de concordata, a Fokker anunciou sua falência e a dispensa de 72% dos seus empregados. Em novembro, a Short Brothers, ligada à Bombardier, informou que não poderia mais fornecer as asas para os aviões da Fokker, pondo fim às aspirações da companhia de continuar produzindo.

Fonte: Estadão via NOTIMP

28 Comentários

  1. Bom dia Senhores:O que acabo de ler acima, é uma otima noticia, quisera nos que o nosso governo desse muito mais insentivo à grandes empresas do tipo da REKKOF pois quem sabe estariamos em um avançado estado de conhecimento tecnológico; Quem ganha ccom essa instalaçõa desta empresa é o Brasil e acima de tudo os brasileiros que terão mais emprego consequentemente melhor condições de vida. Parabens Goias por mais essa vitoria.

  2. Ah! falando em parabens preciso saber onde vai ser a cervejada hoje, pois o nosso caro amigo editor Sr. Edilsom Pinto êpa palavra esquisita, está ficando bem mais velho, gennnnnnnnte ja se vai 35 primaveras é camarada estáis ficando velho rssss pois os meus 35 ja não sei por onde anda, fazer o que lei natural da vida.Pois é camarada te desejo de todo o coração que o bom Deus te abençoe dando-te saude e muita prosperidade parabens mesmo um grade ABRAÇO.

  3. Pois é, mais velho, chato e rabugento eheheh… Obrigado pela recordação, mas de onde eu venho não temos primaveras, a apenas duas estações do ano:
    Uma que chove todo o dia
    e outra que chove o dia todo…
    Grande abraço e obrigado pela lembrança
    Edilson Pinto

  4. Hoje eu fiz 15 anos que eu fiz 35.
    Se ele com 35 esta ficando velho, então licença que estou indo para o cemiterio, fiquei de ser enterrado as 2 hahaha.
    Parabéns !

  5. Como é que uma fábrica de peças ajuda o país a avançar em conhecimento tecnológico? Sair montando pedacinhos de produtos desenhados por engenheiros europeus não é progresso tecnológico – não é nada.

  6. Gostei do projeto dessa aeronave. A posição das turbinas está perfeita. Espero que a EMBRAER aprenda …
    O ideal seria que os aviões fossem parecidos com arraias.

  7. Meu caro Rafael;Pecisas saber melhor a interpretar o texto acima escrito, ai poderás melhor tirar tuas conclusões.Segundo o texto diz;( No primeiro ano,a nacionalização das peças será de 35%, chegando aos 75% em oito anos. A pergunta é: Poracaso todas as peças dos aviões fabricados pela Embraer são fabricadas no Brasil?(……, te respondo que não, assim será tb com a REKKOF,meu caro temos e que agradecer pois com a montagen desta fabrica, alem de criarmos milhares de empregos, vamos ter mais um parque industrial aeronautico. Isso sim que devermos enxergar.

  8. Rafael essa tecnologia agente já tem amigo.
    Já ouviu falar em EMBRAER? Uma que faz uns aviões ai e pá..
    Se alguém gera conhecimento tecnlogico nessa area e vem apresentando grande avanços (em compras) é ela…
    Nego só reclama.. não lançam nada aqui, reclama, lançam reclama também. –‘

  9. Pessoal, alvissaras.
    É uma boa notícia, sem dúvida, pois alargará o horizonte desse negocio.
    E, atenção, mesmo em se tratando de peças, existe uma tecnologia a ser apreendida e, quiçá, melhorada, ou seja, desenvolvida. E isso cria tecnologia.
    Notem que as asas eram fabricadas por subsidiaria da Bombardier. Dá ou não dá para aprender algo?

  10. Como tem gente boazinha hoje em dia.
    Será o petróleo, alimentos, influência política, Brics, amizade estratégica com a África do Sul?
    Enigmas a serem desvendados.

  11. É, a chave ou o “insentivo” por assim dizer, deve ser o dinheiro farto do BNDEs, é óbvio que o unico motivo desse pessoal aportar por aqui, com estoria mirabolantes de fabrica de avião, é a certeza que tem politico fanfarrao o bastante pra soltar dinheiro a rodo do Bancão (BNDes)

    Financiamento facil, e basicamente a fundo perdido, o que não conseguiram por ai.

  12. Sem duvida, não deixa de ser uma boa noticia para o Brasil, quanto mais fabrica, melhor para economia e para o desenvolvimento da nação, se tinha algumas fabricas que produziam peças para a Embraer, agora vão fabricar peças para Rekkof, também, o Brasil ganha com isso, mesmo que no primeiro momento venha despesas.

  13. Os aviões da EMBRAER não são 100% brasileiros. A EMBRAER é uma Joint Venture (faz parcerias tecnológicas e econômicas).
    Só o nome (marca) é brasileiro.

  14. Eu não entendo esse conspiracionismo.
    Se não investem no Brasil “Bando de idiotas que não pensam no potencial que o povo brasileiro tem a oferecer”, se investem “hm.. tem alguma coisa por atrás”

    É obvio que tem, nesse mundo capitalista, ninguém da se quer uma bala sem pensar em ter algo em troca. Se liguem.

  15. Dandolo, esses conceitos de “daqui a 40 anos as coisas são assim”, são absurdas.
    Se você voltar até os anos 50 e ver previsões para os anos 2000, você vai ver:
    – Carros voadores
    – Gente morando na lua
    – Pessoas usando roupas prateadas (ultima moda)
    – Pessoas que falam pelo poder da mente
    – Robos fazendo tarefas do dia a dia, como indo ao mercado e levando o cachorro pra passear por você
    etc etc etc..

    E isso é besteira amigo, todo dia se descobre coisa, todos os dias se aprender mais e mais e mais..
    Daqui a 10 anos, o que você considera impossível hoje, pode ser realidade e um novo leque de possibilidades parar 30, 40, 50 próximos anos é aberto.
    Você lê uma noticia como “O homem só alcança as estrelas em 200 anos”
    Mas você pode ir dormir hoje e amanhã ao ler o jornal ver “EXTRA: Cientistas descobrem meio para chegar as estrelas, testes começam em 2 anos.”
    Então viva o hoje, e não planeja mais do que o tempo permita.

  16. E a EMBRAER não é uma Joint-Venture, é um conglomerado brasileiro de empresas
    JÁ FEZ PROJETOS ASSIM, como o AMX com os Italianos, mas não é.

    O fato de algumas peças serem feitas no exterior, não quer dizer que exista uma joint-venture.
    Como ela é privatizada, existem algumas empresa que tem ações, como todas do ramo no mundo.
    Dassault, EADS, Snecma e Thales Group (internacionais) tem ações, mas juntas não chegam a 20%
    Previ (Caixa de Previdência dos Funcionários do Banco do Brasil) e Sistel (Fundação Sistel de Seguridade Social, um dos maiores investidores do Brasil) tem 20% cada (40%) e a Companhia Bozano, Simonsen, com 20%.
    Ou seja, quem controla a empresa majoritariamente são Brasileiros.

  17. E, só para acirrar os animos, dos milhares de funcionários da Embraer, alguns milhares são estrangeiros, notadamente russos etc., contratados quando da época das “vacas magras” da industria de aviação russa.
    Aproveitando a oportunidade, a Sukhoi está sendo pressionada pela Aeroflot, porque não consegue entregar o Sukhoi 100 de acordo com o contratado – peso operacional vazio acima do limite, gerando necessidade de mais empuxo e consequentemente maior consumo de combustível etc.
    Dandolo, a Embraer está numa sinuca (ou finge estar), enquanto aguarda (ou finge aguardar) a decisão das grandes Boeing e Air Bus se continuam ou não construindo aviões na faixa de 150lugares, para então tomar a decisão de produzir ou não aviões nessa faixa.
    Aí temos um bocado de considerandos – ambas projetam mercado para os proximos 20 anos de 6500 a 7000 equipamentos desse porte. Por quê iriam largar esse filão?
    Mais – além desses fabricantes, temos o novo C-Series da Bombardier para essa faixa; temos o novo chines – c-919, acho, e o novo indiano (ainda nem existe a empresa).
    Mas, e tome lenha na fogueira, o que leva uma empresa a adquirir o A-319 para 109pax, ao invés do EMB-190, muito mais leve e consequentemente de menor custo operacional, para as mesmas distancias? Financiamento, simpatia, “H” do vendedor, falsa comunalidade, peso dos grandes?
    A TAM e a Avianca fizeram e fazem isso.
    Assim, como lançar um novo produto, nessas condições de mercado? Dificil decidir, mas acho, concordando com você, que é o caminho da Embraer e o KC390 é o veículo para o desenvolvimento da técnica.

  18. .
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    Anápolis é o polo industrial do Centro Oeste, ali tem a fabrica da Hyundai do Brasil, além da Teuto e da Neo Química que patrocina o Corinthians… e tem muitas outras industrias ali, principalmente metal mecânicas e de tecnologia.
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    A Área é coligada por ferrovias que vão para os estados do Sul-Sudeste, e ainda tem mão-de-obre especializada em varias áreas da produção industrial com os institutos de cursos específicos em vários níveis como os do SENAI, ETF, UFGO.
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    E ainda os incentivos fiscais obviamente…
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    Vou mandar curriculum também!
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    Valeu!!

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