Editor de Ciência
Por promover a união improvável entre o conhecimento tradicional de grupos amazônicos e as modernas técnicas de mapeamento por satélite, um antropólogo brasileiro acaba de receber um prêmio de US$ 100 mil da Fundação Ford, sediada nos EUA.
“Muita gente acha que a Amazônia é um caos fundiário, mas não é bem assim”, disse à Folha Alfredo Wagner Berno de Almeida, pesquisador da Ufam (Universidade Federal do Amazonas). “A verdade é que essas comunidades organizam muito bem seu território. E os mapas que ajudamos a editar expressam essa racionalidade.”
Esse é basicamente o trabalho que levou à láurea concedida a Almeida e seus colegas: editar mapas.
O projeto do grupo, batizado de “Nova Cartografia Social da Amazônia”, ensina indígenas, quilombolas e outros grupos tradicionais a empregar o GPS e técnicas modernas de georreferenciamento para produzir mapas artesanais, mas bastante precisos, de suas próprias terras.
Desde o lançamento, em 2005, cerca de 120 fascículos desse mapeamento já foram publicados (alguns com comunidades tradicionais de outras regiões do Brasil).
A intenção dos pesquisadores é entender como esses grupos usam seu espaço e organizam, em alguns casos há milênios, o uso dos preciosos recursos naturais da região.
Os mapas também ajudam a entender como essas identidades colidem com a urbanização e a expansão da fronteira agrícola na Amazônia, e a auxiliar as comunidades a demonstrar os direitos sobre seu território tradicional.
“Existe hoje uma pressão grande para a formalização do mercado de terras na Amazônia. A regularização é fundamental, mas às vezes não leva em consideração esses povos tradicionais”, diz o antropólogo, nascido em Minas Gerais e com doutorado no Museu Nacional Universidade Federal do Rio de Janeiro.
Nesse trabalho, o grupo de mais de 70 pesquisadores, entre antropólogos, economistas, biólogos e agrônomos, também pode constatar como essas identidades estão se transformando.
Uma das situações emergentes são os índios urbanos –36 mil deles só na capital amazonense. Sintomático desse fato é que o grupo tenha ajudado na demarcação da terra indígena do município de Rio Preto da Eva (AM) –uma terra indígena urbana.
A equipe já era apoiada pela Fundação Ford. O prêmio desta semana integra o “Visionaries Award” (Prêmio Visionários), dado a “12 inovadores sociais cuja visão extraordinária e trabalho corajoso estão melhorando a vida de milhões de pessoas”, diz a fundação em comunicado.
Para Almeida, é importante reconhecer o sucesso dessas comunidades como modelos de gestão responsável dos recursos naturais.
Muitos céticos dizem que esse uso sustentável teria mais a ver com falta de alternativas econômicas, e que essas pessoas não hesitariam em deixar seu modo de vida ancestral se tivessem acesso a hospitais, educação e lazer urbanos. Ele discorda.
“Percebemos que muitas dessas pessoas preferem uma vida com menos conforto material mas com uma rede de proteção social forte, e com autonomia sobre suas vidas, em vez de simplesmente decidirem virar assalariados.”
O importante deste trabalho é que ao confeccionarem seus próprios mapas, os povos indígenas cumprem uma etapa importante na luta pelos seus direitos básicos, pois a cartografia foi sempre um instrumento de dominação cultural por excelência, haja visto a influência cultural dos mapas globais feitos a partir da projeção de Mercator. Há uma charge famosa sobre esta questão: http://profdrikageografia.blogspot.com/2011/02/mapas-mundi-diferentes.html
Cartografia é trabalho para Cartógrafos!
O efeito pernicioso desse trabalho é por em risco a transmissão dos conhecimentos tradicionais indígenas sobre localização e estabelecimento de rotas na mata, que jamais dependeu de qualquer artifício tecnológico.
Esses conhecimentos são tão importantes que são, por exemplo, objeto de estudo do CIGS.
Esse artigo me lembrou do tempo em que apresentaram a Pinga aos índios, e o que aconteceu em seguida!
Caros para mim só existe um “povo” o Brasileiro.
O siginificado de povo do ponto de vista de direito constitucional tem seus pais, seu estado, seu direito juridico.
Esses grupos etnicos são por essas instituições, ONGs americanas e europeias e até alguns brasileiros tratados como povos.
São assim instruidos politicamente e agora com instrumentos de GPS, só para se localizar???
tá bom!!!!!
Vai ser mais facil encontrar indio com gps do que soldado.
Esses americanos são tão bonzinhos.
Abs
Caro Hart, indio tá pouco se importando para tradição, que é nada mais que viver em maloca, comendo mandioca, etc….etc..
indio quer é pizza – celular – e mulher branca.
quem gosta de tradição e MANDIOCA são os indigianistas.
Se com o GPS eles estão prejudicando a tradição dos indios???claro que estão,
Mas o objetivo deles e da Fundação Ford são outras meu caro
Abs
É isso, Liddell Hart. Indio não precisa de GPS, sabe se orientar, não precisa de mapa, sabe onde está.
Quem quer esses mapas é o homem branco, não se sabe de onde.
Pois que façam o mapa a partir do conhecimento dos indios.
Mais uma vez – integrar esses povos para não entregar.
Cuidado, pessoal.
É claro que esse sujeito está a serviço de governos estrangeiros, a prova é que recebeu até trinta moedas, digo 100 mil dólares, é o preço da traição; deixemos de ser ingênuos; eles querem evitar a colonização da amazônia por brasileiros.
O próximo passo será dar aos “povos” telefone via satélite.
DEIXEMOS DE SER INGÊNUOS, NÃO VAMOS PASSAR ATESTADO DE BURRO.
A intenção é dar subsídios às ONG$ internacionais para gritar contra o povoamento do nosso território.
Esse cara é um traidor da pátria.
Os órgãos que conspiram contra o Brasil estão usando os bestás autóctones e ainda dão prêmios como se fosse uma coisa boa para o Brasil.