A cabeça de Obama

Merval Pereira

Quem assistir à entrevista do presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, ao programa “60 Minutes” da rede CBS, que está disponível no site da emissora americana, certamente ficará impressionado com a convicção, que ele demonstra, de ter feito a coisa certa. A tal ponto que, a certa altura, diz textualmente: “Se alguém tem dúvidas de que esse assassino em massa em solo americano recebeu o que merecia, merece ter sua cabeça examinada”.
Mesmo que não seja verdade que, como noticiou o jornal inglês “The Guardian”, logo após os ataques de 11 de setembro de 2001, EUA e Paquistão selaram um pacto que autorizaria Washington a lançar uma operação em território paquistanês contra Osama bin Laden, caso o líder da Al-Qaeda fosse localizado naquele país, o governo americano estava coberto por diversas resoluções, tanto do Congresso dos Estados Unidos quanto da ONU.
Muito embora seja uma política do Estado americano não se submeter a decisões de organismos internacionais quando considera que a integridade do país ou de seus cidadãos está ameaçada, uma marca do poder imperial que continua vigorando mesmo num governo como o de Obama, que se diz multilateralista e não hegemônico.
Uma resolução do Congresso americano, votada por democratas e republicanos, autoriza o presidente a defender o país contra o terrorismo de qualquer jeito, decisão que certamente tem mais peso para qualquer administração, republicana ou democrata, do que as resoluções da ONU.
Mesmo assim, em 28 de setembro de 2001, o Conselho de Segurança da ONU aprovou por unanimidade uma resolução muito abrangente sobre o combate ao terrorismo. Nela está reafirmado o “direito de autodefesa” reconhecido pela Carta das Nações Unidas quando afirma, em seu artigo 51 do capítulo 2: “Nada nesta presente Carta deve impedir o inerente direito de individual ou coletiva autodefesa se um ataque armado ocorre contra um membro das Nações Unidas, até que o Conselho de Segurança tenha tomado as medidas necessárias para manter a paz internacional e a segurança.”
No mesmo texto, está reafirmada “a necessidade de combater por todos os meios, de acordo com a Carta das Nações Unidas, as ameaças à paz internacional e à segurança provocadas por atos terroristas”.
A mesma resolução decide que todos os Estados-membros devem “tomar as necessárias medidas para prevenir atos terroristas, inclusive fornecendo avisos a outros Estados através da troca de informações”.
Em setembro do ano passado, a Assembleia Geral da ONU aprovou uma resolução, por consenso, reiterando e revalidando essa estratégia para a implantação de uma política global contra o terrorismo.
A cada dois anos esse documento da ONU, denominado “Estratégia global contra o terrorismo”, é revisado, e no ano passado foi reafirmada a inequívoca condenação do terrorismo em todas as suas formas e manifestações.
No capítulo 2, item 15, que trata das medidas para efetivar as decisões estabelecidas pela resolução 1.267 de 1999 do Conselho de Segurança, um dos pressupostos é “continuar trabalhando para aumentar a efetividade do banimento de deslocamento, de acordo com as sanções da ONU contra a Al Qaeda, o Talibã e indivíduos e entidades associados a eles”.
A resolução “encoraja” os Estados-membros a compartilhar informações referentes a pessoas incluídas nesse sistema de sanções. O Paquistão, portanto, falhou em cumprir essa obrigação, por inépcia ou propositadamente.
A demanda pelo “devido processo legal” para Osama Bin Laden ou mesmo a lembrança do Tribunal de Nuremberg, onde os criminosos de guerra nazistas foram julgados e condenados, estão indevidamente colocadas, já que não se trata de uma guerra entre Estados soberanos, mas sim contra uma rede de terroristas sem pátria que ataca inocentes de várias nações.
“Devido processo legal” se faz para apurar crimes de cidadãos, nacionais ou estrangeiros, e proporcionar a todos o direito de defesa. Bin Laden, réu confesso em áudio e vídeo, não é cidadão de qualquer país, é um pária. Sequer está protegido pela Convenção de Genebra, porque nunca se tratou de guerra entre dois países.
Com relação ao Tribunal de Nuremberg, ou até mesmo o julgamento do criminoso nazista Adolf Eichmann por Israel, trata-se de situações completamente diferentes, porque interessava aos vencedores da Segunda Guerra Mundial, e a Israel depois, no julgamento de Eichmann, exibir ao mundo os criminosos de guerra e puni-los exemplarmente.
No caso atual, seria impossível julgar Bin Laden em qualquer lugar do mundo sem provocar represálias terroristas. Além disso, como o grande articulador dos ataques suicidas como os que destruíram o World Trade Center em Nova York, como querer que a tropa de elite não o matasse ao mínimo gesto?
Como garantir que não se explodiria levando com ele todos os que lá estivessem?
Como garantir que um mínimo gesto não provocaria a explosão da casa?
O fato é que Bin Laden era um alvo militar legítimo, como foi definido por militares dos EUA.
No famoso discurso de 2007, durante a campanha que o levou à Casa Branca, de que já tratei aqui na coluna, o então candidato Obama anunciou que fazia parte de sua estratégia antiterror organizar uma força militar treinada para rastrear, capturar ou matar terroristas pelo mundo e impedir que eles tenham acesso às mais perigosas armas. “Eu não hesitarei em usar a força militar para atingir terroristas que representem uma ameaça direta à América”, garantiu.
Pois bem, uma reportagem recente do “Wall Street Journal” mostra que a promessa foi cumprida à risca. Forças de elite como os comandos da Marinha – conhecidos como Seal – que mataram Bin Laden existem em todas as Forças Armadas dos Estados Unidos hoje.
Desde 2009 essas forças passaram de quatro para 20, cada uma com cem homens. Mil e quinhentos líderes insurgentes foram mortos ou capturados; oito mil insurgentes foram presos, e outros 3.200 foram mortos.

Fonte: O Globo via Resenha CCCOMSEX

14 Comentários

  1. Ainda bem que Bin Laden não se escondeu por aqui rsrs, hoje eles ainda podem… más amanhã talvez não possam mais.SDS

  2. Nossa… Não quero parecer hipócrita ou mesmo um inocente ignorante, mas essas resenhas portadoras de resumos do pensamento coletivo, me soam sempre como justificativas debeis para um ato que nada tem de justiça e sim pura vingança. Ora, isso não é novidade para nenhum de nós, mas aos que tem olhos para ver: ESTAMOS EM UM DOS MOMENTOS MAIS IMPORTANTES DA HISTORIA HUMANA. A “opnião publica oficial” no afã de agradar o que é entendido como o supra sumo de nossa sociedade atual (EUA). Fecha os olhos para os valores fundamentais que verdadeiramente enobrecem o homem como a verdade e a Justiça que, idependente da culpa irrevogavel de Osama e cia, não vimos e nenhuma parte desse processo. Se nos entregarmos a esse tipo de pensamento fundamentalista que sorrateiramente avança em nossa cultura. o futuro proximo será tenebroso. Que Deus nos ajude a abrir os olhos. abçs

  3. A “cabeça” de Obama nentiu novamente, sobre a “ausencia” de Paquistão na Operação Geronimo. Foi o serviço secreto de Paquistão que indicou o local!

    EUA quebrou lidar com Osama hit
    Por Syed Saleem Shahzad

    ISLAMABAD – O exército do Paquistão e da comunidade de inteligência estava plenamente consciente e prestou assistência à missão dos Estados Unidos para conseguir um alvo de alto valor em Abbottabad em 2 de maio. O que ele não sabia era que era Osama bin Laden, que estava na mira das Forças Especiais dos EUA, e que irritou a cúpula ainda mais foi que Washington – em clara violação de um entendimento – afirmou propriedade exclusiva da operação.

    Ao longo dos anos desde que o Paquistão se juntou os EUA na “guerra ao terror”, após a invasão do Afeganistão em 2001 para derrubar o Talibã, os EUA conduziram inúmeras operações secretas – além de desencadear os mísseis de aviões não tripulados Predator em alvos de militantes – no fundo Paquistão.

    Por exemplo, o Los Angeles Times em 27 de julho de 2008, “Em algumas ocasiões, as equipes de Forças Especiais dos EUA foram enviados para

    Paquistão. Em 2006, uma das unidades de elite da nação, Seal Team 6, invadiu um composto da Al-Qaeda suspeita de Damadola [na agência de Bajaur das Áreas Tribais Administradas Federalmente]. ”

    No âmbito deste acordo, os EUA iriam realizar ataques contra alvos de alto valor e Paquistão prestar o apoio necessário, mas o Paquistão, por razões políticas, de modo que ninguém teria dúvida de que sua soberania foi comprometida, iria assumir a responsabilidade por ataques.

    Após o assassinato de Bin Laden, porém, dentro de algumas horas presidente dos EUA, Barack Obama, num discurso à nação norte-americana disse que os EUA Navy Seals tiveram sozinho conduziu a operação.

    O incidente sobre Raymond Davis, um empreiteiro com a Agência Central de Inteligência, fragilizou a compreensão entre o Paquistão e os EUA sobre operações secretas.

    Davis matou dois homens armados, em Lahore, em janeiro e, embora os EUA disseram que ele estava protegido pela imunidade diplomática, ele foi preso e acusado de homicídio. Ele foi lançado em março, após as famílias dos dois homens mortos eram pagos EUA $ 2,4 milhões em dinheiro de sangue. Os juízes absolveu de todas as acusações e Davis imediatamente partiram do Paquistão.

    Paquistão e exigiu um novo acordo com os EUA, que melhor servir os seus ganhos estratégicos, já é um dos grandes destinatários da ajuda dos EUA e vendas de armas – cerca de EUA $ 20 bilhões durante a década passada. Os americanos, por sua vez queria a continuação do direito de realizar greves, mas especificamente contra alvos de alto valor, como o líder talibã Mullah Omar, Bin Laden, o seu suplente o Dr. Ayman al-Zawahiri e uma das principais figuras da resistência talibã, Sirajuddin Haqqani.

    Os EUA enviaram quatro cartas de aviso para o exército do Paquistão, por via diplomática em que manifestou as suas reservas sobre a cooperação do Paquistão na busca de refúgios de alto valor. O Paquistão reagiu pedindo melhores acordos econômicos e um maior papel no final do jogo com o Afeganistão.

    As demandas de ambos os lados estavam de tal forma que os jogadores internacionais foram chamados para mediar. Estes incluíram topo autoridades sauditas eo príncipe Karim Aga Khan, líder espiritual da comunidade ismaelita xiita. Eles desempenharam um papel fulcral na promoção de um novo acordo estratégico de que a operação Abbottabad fazia parte. Ou seja, o Paquistão foi a bordo, mas foi mantido no escuro sobre o alvo no entendimento explícito de que tomaria posse.

    Os sauditas incluídos ex-embaixador em Washington, o príncipe Bandar bin Sultan, que havia sido afastado por alguns anos com a doença e as intrigas palacianas. Ele tinha ajudado a resolver o caso Davis e definir os parâmetros para a articulação ataques cirúrgicos dentro do Paquistão contra o desafiante Al-Qaeda e os líderes do Taleban para pavimentar o caminho para um fim de jogo no Afeganistão.

    Na primeira semana de abril, a Casa Branca divulgou um relatório de terror com o Paquistão carregando a ser mão-de-luva com militantes. Logo depois, o diretor-geral do Inter-Services Intelligence (ISI), tenente-general Ahmad Shuja Pasha, foi para os EUA para uma visita muito curta que, segundo a Associated Press centrada na “cooperação de inteligência”. Fontes de segurança confirmaram a Asia Times Online que o novo acordo de segurança estava no topo da agenda.

    Pasha, em vez de retornar diretamente ao Brasil, fizeram uma parada em Paris, onde conheceu o Aga Khan, e depois passou para a Turquia para conversações com o presidente paquistanês, Asif Ali Zardari, que esteve no país em visita oficial, para avaliar-lhe a nova acordo.

    Na última semana de abril, o homem superior dos EUA no Afeganistão, general David Petraeus, se reuniu com o Paquistão, chefe do Exército, general Ashfaq Parvez Kiani e informou-o da operação dos EUA Navy Seals para pegar um alvo de alto valor. O negócio foi feito.

    O Paquistão foi, portanto, extremamente chocado e envergonhado quando Obama fez sua terra tremer anúncio tomar todo o crédito para a morte de Osama.

    Em um discurso ao parlamento na segunda-feira, Paquistão O primeiro-ministro Yousuf Raza Gilani, disse que ações unilaterais, como a matança dos EUA de Bin Laden corria o risco de consequências graves, mas ele reiterou sua posição anterior de que as Forças Especiais dos EUA atingiu o composto de Bin Laden em Abbottabad com a ajuda do ISI.

    Mas o secretário de imprensa da Casa Branca Jay Carney deixou claro que, mesmo que o Paquistão pediu um, não iria receber um pedido de desculpas dos Estados Unidos. “Nós, obviamente, tomar as declarações e as preocupações do governo paquistanês a sério, mas também não peço desculpas para a ação que nós tomamos”, disse Carney.

    Apesar deste revés, os contatos Asia Times Online dizem que a briga não significa o fim das operações – que vai continuar, conforme acordado, com todo o crédito tomado pelo Paquistão.

    “Esta parceria é muito importante para a pé”, disse Carney esta semana.

    Syed Saleem Shahzad é Times Online, o Paquistão chefe do departamento da Ásia e autor do novo livro Inside Al-Qaeda e os talibãs: Além de Bin Laden e 11/09 publicado pela Pluto Press, Reino Unido. Ele pode ser contatado pelo saleem_shahzad2002@yahoo.com

  4. Obama lies to the whole world “live” on Operation Geronimo
    #0, by macaense, 11 May 2011 06:02 PM
    Edit Post – 9 mins remaining

    U.S. BROKE DEAL WITH OSAMA HIT

    EXCERPT:

    “In the last week of April, the US’s top man in Afghanistan, General David Petraeus, met with Pakistan Army chief General Ashfaq Parvez Kiani and informed him of the US Navy Seals operation to catch a high-value target. The deal was done.

    Pakistan was therefore hugely stunned and embarrassed when Obama made his earth-shattering announcement taking all the credit for Osama’s death.”

    http://engforum.pravda.ru/index.php?/topic/233060-obama-lies-to-the-whole-world-live-about-operation-geromimo/

    re-posted by Armando Rozário ¹²³ macaense – Cabo Frio, Brazil – May 11, 2011.

  5. A imagem do post expõe tudo. Boneco perfeito! De quem é a mão que o manipula? As mãos! que assim o fazem também com demais líderes mundiais. Heuheuh…

  6. Na cabeça do Obama Bin Laden tem bichinhos de goiaba no lugar de neuronios,a massa encefalica é pasta de amendocrem,musgo fazem as hiperligações e assemelha-se a uma papaya

  7. Entrevista de Osama bin Laden – Diário Unmat/BBC – Setembro 28/29 – 2001:
    http://translate.google.com.br/translate?hl=pt-BR&sl=en&u=http://www.atimes.net/The-Edge/South-Asia/180226-Osama-s-interview-Daily-Unmat/BBC-September-2001.html&ei=-rnLTbL_HcXAtgeStoD7Bw&sa=X&oi=translate&ct=result&resnum=1&ved=0CB8Q7gEwAA&prev=/search%3Fq%3Dhttp://www.atimes.net/The-Edge/South-Asia/180226-Osama-s-interview-Daily-Unmat/BBC-September-2001.html%26hl%3Dpt-BR%26sa%3DG%26biw%3D1280%26bih%3D630%26prmd%3Divns

  8. Armando Rozario, please please please. Nao me de um link com ru.com nele. Ou e pornografia russa ou alguma diatribe contra os EUA. Jamais os Russos seriam capazes de tal facanha e se os EUA tivessem informados os traidores do Paquistao Bin Laden teria fugido na mesma hora. Esta na cara que o Paquistao nao e confiavel, e seria justa hora que os EUA parassem de fazer negocios com esses corruptos e entrar no pais na hora que precisar. Esta provado que paquistao da cobertura a qualquer que lhes pague.
    Ainda mais do pravda..pravda?

  9. nelore, uma matéria sem o “ru”; OSAMA MORREU EM 2001 – texto de Paul Joseph Watson e depoimento de Dr. Steve R. Pieczenik:
    http://translate.google.com.br/translate?hl=pt-BR&sl=en&u=http://www.globalresearch.ca/index.php%3Fcontext%3Dva%26aid%3D24753&ei=MeTNTZOpIsSltwes35X_DQ&sa=X&oi=translate&ct=result&resnum=1&ved=0CB4Q7gEwAA&prev=/search%3Fq%3Dhttp://www.globalresearch.ca/index.php%253Fcontext%253Dva%2526aid%253D24753%26hl%3Dpt-BR%26sa%3DG%26biw%3D1280%26bih%3D630%26prmd%3Divns

  10. A entrevista de Osama bin Laden de Setembro de 2001 – BBC

    http://translate.google.com.br/translate?hl=pt-BR&sl=en&u=http://www.atimes.net/The-Edge/Other-News-Issues/180259-Osama-NOT-WANTED-for-9/11-By-Alex-Constantine.html&ei=bevNTdHLPNGEtgfqrpjqDQ&sa=X&oi=translate&ct=result&resnum=1&ved=0CCAQ7gEwAA&prev=/search%3Fq%3Dhttp://www.atimes.net/The-Edge/Other-News-Issues/180259-Osama-NOT-WANTED-for-9/11-By-Alex-Constantine.html%2523180259%26hl%3Dpt-BR%26sa%3DG%26biw%3D1280%26bih%3D630%26prmd%3Divns

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