Setor Espacial Precisa de ”EMBRAER”, diz chefe da AEB

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O programa espacial brasileiro precisa do setor produtivo para decolar. É isso que afirmou o presidente da AEB (Agência Espacial Brasileira), Marco Antonio Raupp, durante a reunião magna da ABC (Academia Brasileira de Ciências).

“Não existe hoje no setor espacial do Brasil nenhuma empresa que conduza as atividades como a Embraer faz no setor aéreo”, disse Raupp.

A AEB é hoje responsável por formular e coordenar a política espacial brasileira. Isso significa investir em observação da Terra em distâncias curtas para, por exemplo, obter dados sobre queimadas na Amazônia, clima e previsão de safra.

A elaboração dos projetos espaciais e o acompanhamento do que está sendo feito ficam por conta do DCTA (Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial) e do INPE (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais).

“O INPE faz pesquisa, forma pessoas, projeta satélites, operacionaliza as atividades. Não dá para uma instituição fazer tudo”, disse Raupp. Ele Era diretor do instituto até assumira AEB, em março.

“Temos um satélite a cada quatro anos. Mas um programa espacial só sobreviveria se fizesse quatro satélites por ano”, completou o cientista.

LIMPANDO A CASA

Desde que chegou a AEB, Raupp está fazendo uma “varredura” na agência para entregar um relatório ao ministro Aloizio Mercadante (Ciência e Tecnologia).

Para ele, há um problema de sincronia de iniciativas no setor. Exemplo disso é o CLA (Centro de Lançamento de Alcântara), no Maranhão.

Recentemente, a torre de lançamento de Alcântara foi reconstruída depois de uma série de incidentes (veja infográfico). Mas ainda não houve nenhum lançamento.

O primeiro satélite a ser lançado do CLA, o CBERS-4, projetado pelo INPE, deve partir somente em 2014.

Outros, com lançamento previsto no exterior, como o Amazônia-1, estão com atraso de alguns anos.

Consultado pela Folha, o diretor do INPE disse que os atrasos acontecem por simples falta de recursos.

“Não houve investimento espacial no governo FHC. A retomada dos recursos aconteceu em 2004”, disse.

Mas, para Câmara,alem da falta de dinheiro, o setor espacial brasileiro sofre pelo modo como é gerido.

“A NASA brasileira é o INPE, e não a AEB”, disse. “A criação da agência foi imposta goela abaixo”, completou.

Indústria Desinteressada e Conflitos Travam Programa

O presidente da AEB colocou o dedo na ferida ao apontar o desinteresse da indústria pelo programa espacial.

Enquanto nos EUA as empresas disputam a tapa contratos para desenvolver espaçonaves e foguetes para a NASA, no Brasil a indústria faz de tudo para se afastar.

São duas as razões. A primeira é a notória falta de gosto da indústria brasileira por pesquisa e desenvolvimento.

O segundo problema é a instabilidade orçamentária. Que empresa se arriscaria a investir para atender a uma demanda que flutua de forma quase aleatória?

A Embraer é uma exceção. Mas a gigante aeronáutica brasileira não demonstrou interesse em expandir sua esfera de atuação para além da atmosfera quando teve chance, por exemplo, de desenvolver partes brasileiras para a Estação Espacial Internacional, há alguns anos.

Fonte: Folha via Brazilianspace

13 Comentários

  1. A pergunta é: Que empresa estaria disposta a arcar com investimentos deste porte se o governo so pensa em investir em programas eleitoreiros e que rendem alem dos votos muitos dividendos para seus partidos e bolsos.Por isso digo que enquanto existir politicosarcaicos e gananciosos esse pais do futuro vai continuarcomo pais do futuro. Esse é o Brasil, esses são nossos politicos.

  2. A empresa que em teoria deveria ser a Embraer do setor aeroespacial, com enfase em veículos lançadores é a AVIBRÁS. Mas ao contrário da Embraer sua gestão não tem a mesma competência.

    []’s

  3. Os engenheiros da EMBRAER precisam ser melhor remunerados.Vários engenheiros da EMBRAER,ITA e oficiais das Forças Armadas estão virando auditores da receita federal,TCU,etc.

  4. bommm, vou dar um pitaco demorado.
    primeiro, como eu suspeitava a AEB, nao existe. é so um nome. segundo, a reestruturação — se é q um dia foi estruturado! — da area espacial brasileira passa por primeiro, mudança conceitual.

    Primeiro, finda a AEB, e cria-se a CAEB — Confederação Aeroespacial Brasileira. ela deve agir como uma confederação, delegado atividades e coordenando açoes de todo o setor aeroespacial brasileiro.

    Segundo, a CAEB, deve coordenar as ações do INPE e do DCTA, deve fundar centros de pesquisas especializados, nao somente na area espacil, mas, aeroespacial.
    pelo menos, tres centros de pesquisa, um no NE — porq é la q ficam a tanto o CLA, quando o CBI.
    outro no Centro-Oeste, e outro exatamente aonde estao as empresas aereas e de defesa do brasil — ABC s nao m engano.

    Agora, quando eu falo planejar toda a estrutura aero-espacial br, quero dizer, desde viabilizar estudos para novos caças — vide empresas de defesa, e centros especializados das 3 forças — ate a possibilidade de novos satelites.

    esquecer a ideia absurda q a defesa, nao s envolve com o setor espacial — vide os russos, americanos e chineses, q apartir de misseis de longo alcance, construtiram seus primeiros foguetes — como o semiorka russo, q foi a base para lançar o sputinik, ou mesmo a bomba V-2 alema, q foi a base para os fogtes americanos e tbm, ironicamente, os russos.

    Falo de planos aeroespaciais de longuissimo alcance.
    como mesmo a construção de capsulas espaciais, a partir de projetos como o SARA br — satelite reutilizavel.

    enfim, o CAEB é um conceito muiiito amplo, creio q devo falar mais longamente outra hora. por agora, o novo chefao da AEb esta percebendo o obvio — oq é um graande avanço!

    ps:ja imaginou, um contrato para um fog, cedido para embraer, q nao possui ta tecnologia. ai, os especialistas do centros de pesquisa da CAEB auxiliam a EMB, e claro, alem de se ganhar com patentes, ganha-se por auxilio na sua contrução. a partir do momento q o br lançar o fog, ele pode lançar satelites, no minimo, de toda a America latina. Ai a EMB ganha dinheiro, e ganha dinheiro a CAEB q cedeu tecnologia, pessoa qualificado, o area de lançamento do fog…na verdade a EMB so vai ‘construir’ o fog, e ganhar com o konw-how, pq a CAEB e seus centros — alem do pessoal q ganha com patentes — vai ganhar um mont com isso. Dessa forma, em breve, a CAEb pode se tornar auto-sustentaval, desde a pesquisa ate o produto final, sem depender do gov. Abraços.

    Tassio bruno.

  5. Calheiros,

    A Embraer já deu algumas declarações que se interessa pelo setor. O futuro está lá para as grandes empresas. Telecomunicações, segurança de informações, defesa etc. O governo, agora, parece estar raciocinando com a cabeça e não só mais com a politicalha. Vamos aguardar os próximos passos da Embraer, Oderbrecht e outras. E que o governo não atrapalhe!

  6. Outra empresa que poderia participar no programa espacial brasileiro seria a AVIBRAS, mas precisa de ajuda do governo o que se tem demonstrado totalmente insensível quanto às dificuldades da empresa. O certo é ajudar a empresa e pedir ajuda para o setor espacial.
    CAMPANHA “JOBIM PRESIDENTE 2015”. ABS….

  7. É para isso que servem empresas estatais: para que haja expansão nacional em áreas onde o capital privado não quer se arriscar. Quem colocou isso, foi o presidente Ernesto Geisel, ante críticas ao estatismo da política econômica de seu governo. E ele o disse bem: se o capital privado não quer arriscar seus recursos em áreas que são ou arriscadas ou pouco lucrativas, então que o faça o estado: do contrário, não há desenvolvimento.

  8. Com um governo que gasta o que gasta com políticos e depois faz o empresário gastar mais para a campanha de políticos amigos, quem, em sã consciência, vai enfiar a mão (e a carteira) nesta arapuca?

    Ninguém vai colocar seu rico e suado dinheirinho em uma área gerida por apadrinhados políticos, em sua maioria incompetentes, para ver seus possíveis lucros reduzidos por compulsórios de campanha e objetivos “sociais” de políticos com os quais não se alinha.

    Depois dos cortes do atual governo e desmandos do anterior, digam-me que há alguém errado em proceder assim.

    []´s

  9. Que existe má vontade por parte do governo isso é verdade,mas as federações empresariais também tem que agir atuando junto ao governo! Buscando espaço,pois se deixarmos todas as decisões nas mãos do governo ai que vai demorar mesmo!

  10. Se o setor de telecomunicações tivesse mais participação nacional, seria um incentivo muito bom pra lançar satélites. Mas toda a comunicação militar q era feita pela Embratel estatal foi parar em satélites estrangeiros. E a Embraer e Avibrás nunca foram chamadas simplesmente pq eram gerenciadas como a Vale, q cortava custos investindo no exterior ao invés de criarem projetos aqui. Isso tem mudado com o passar dos anos, mas ainda não temos suporte pra competir com o mercado internacional. Não exportamos minérios e suco de laranja pro espaço, somos o Brasil commodity.

  11. Olha só to me surpreendendo com esse novo comando da AEB, quem diria……
    É isso aew, falta de dinheiro e gerência!!
    Quando resolverem isso, tenho certeza que as empresas brasileiras, as poucas que existirem dessa area, vão olha pra area aeroespacial, porque caso contrário é arriscado investir no atual modelo lixão que é a AEB.

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