Sem investimento em equipe técnica não há programa espacial viável

http://www.defesabr.com/Tecno/DCTA_Logo.jpgA tecnologia é importante, mas bons profissionais são essenciais

O programa espacial brasileiro pode ser dividido em três etapas: um passado tímido, mas cheio de esforços, que vai do final dos anos 40 até o final da década de 70, algo em torno de 30 anos; um segundo período, claramente iniciado a partir de 1982 chegando até 1994, e um último período com início em torno do ano de 1995 e que se prolonga até hoje.

O primeiro período se dá nos anos 40 com a criação do Ministério da Aeronáutica.

Já na década de 60 busca-se avançar nas atividades e mergulha-se na área espacial. Há um esforço muito grande na constituição de equipes e institutos.

O INPE nasce do DCTA e cresce à medida que aumentam as responsabilidades e compromissos.

A questão dos recursos humanos fica problemática e prejudica o avanço do setor.

Muitos servidores envolvidos atingiram o alto grau de especialização necessário para participarem efetivamente na equipe, e foram atraídos pelas oportunidades na iniciativa privada.

O segundo período começou com a intenção do governo de implementar um programa espacial para o Brasil, uma tentativa de se criar um PROGRAMA DE ESTADO para o setor espacial, sinalizado em 1979 com a criação da Comissão Brasileira de Atividades Espaciais (COBAE).

Este período vai efetivamente de 1982 até 1994.

Os dois centros, INPE e DCTA começaram então a se preparar para esta nova fase. A partir de 1982, uma grande contratação de pessoal, com salários atraentes, ocorreu nestes centros, com uma seleção rigorosa.

O pessoal recém admitido neste período era em sua grande maioria composto por jovens engenheiros e analistas de sistemas, muitos já com mestrado ou doutorado.

Estes servidores têm hoje em torno de 30 anos de trabalho só nestes Institutos, e um bom número deles se exonerou ao longo do tempo, por questões salariais ou desmotivações profissionais.

O terceiro período, que inicia nos anos 90 e vai até os dias de hoje, pode ser considerado como o mais crítico para o INPE e DCTA.

A partir desta fase começou o que chamamos de desmonte das instituições do setor espacial brasileiro, em especial os de engenharia.

O desmonte do setor espacial

A questão salarial tem sido uma das pedras no caminho do desenvolvimento tecnológico do setor espacial.

A falta de competitividade dos salários no setor aeroespacial fez com que qualquer proposta de salário da iniciativa privada se tornasse um atrativo para os especialistas do setor aeroespacial.

Outro ponto negativo do programa espacial é a falta de vontade política em fazê-lo e por este não ser um programa de Estado.

O grande problema de recursos humanos, que põe em risco todo o programa espacial brasileiro, é a falta de pessoal nos seus quadros devido à ausência sistemática da reposição de pessoal que, por força de lei, e ainda bem que é assim, deve ser feita através de concursos públicos.

Há também a necessidade de ampliação significativa do número de servidores, em função de novos programas e projetos acrescentados ao setor ao longo dos tempos.

Nos últimos anos, o DCTA e o INPE cresceram com compromissos e responsabilidades para com a sociedade brasileira.

Mas muitos programas e compromissos estão estagnados e atrasados devido ao quadro reduzido, falta de reposição de pessoal especializado e indefinição da vontade política de fazê-lo.

Fonte: Jornalsindc

7 Comentários

  1. Um texto que parece ser bem realista com a situaçao do Brasil nesta área, ou seja, logo nao se prepara pessoal,nao se investe em uma tecnologia importantissima para um país enorme em extensao, portanto ficamos estagnados e dependentes de outros paíser e da vontade deles.Nessa área os passos sao de uma tartaruga manca!

  2. Esse modelo Estatal fisiológico do Estado brasileiro mais comprometido com aqueles que se assenhoram do Poder e não com o Povo, a Nação, resultam nessas mazelas de ineficácia e ineficiencia, lamentavelmente! É inaceitavel, em pleno século 21, no mundo da comunicaçao instantanea que ainda estejamos engatinhando para implementar um programa espacial, como se não tivessemos dinheiro ou recursos humanos para darmos um salto efetivo nesse campo. Eu pesssoalmente, só vejo oportunidades em nossas próprias mazelas! Oportunidade não só para reconstruirmos esse país como dar uma nova direçao e sentido ao seu próprio povo, que ainda não percebeu que estamos em um novo estágio da própria civilizaçao humana e que o Brasil nesse novo estágio tem um papel fundamental, efetivo. Sem retórica ou proselitismo, sobretudo daqueles que se apropriam do Estado. Acho mesmo que está na hora dessas pessoas entregarem o destino do país ao seu próprio povo, talvez tivessemos melhor condução dos interesses nacionais!E tenho dito….

  3. Hummm…Que interessante heim,depois da perda da equipe cientifica vitima de terrorismo buscaram encurtar etapas e escolheram os trairas Ucranianos e so agora dizem que precisamos investir em capacitação rsrs rsrs Este é o medieval Brasil que cresce empurado pelo sacrificio do trabalho e consumismo do povo mas que continua colonialista com uma pequena elite que prospera e a maioria padece.Transformaram ate pobres em classe media e miseraveis em pobres.O pais mais maravilhoso e rico do mundo,maior exportador de materias e beneficiador de interesses,maior produtor de generos,grãos e carnes e Brasileiros que morrem de fome.Infraestrutura ZERO,beneficiamento de nossos produtos e materias ZERO.Quando se fala algo se justificam com anteriores ou que é uma sequencia a moda JABUTI DO SERRADO que jamais se conclui ou que se conclui capenga e fica destinada ao descaso.O Brasil não tem culpa do ZÉ POVINHO que tem porque BANDIDOS nesse BRASIL são tantos que fica impossivel identificar todos.Patriotismo é alicerçado a dinheiro e oportunidades.Sociedade doutrinada ao individualismo,incapaz de pensar em coletivo.Apenas buscamos culpados para criticarmos e um Judas para malharmos.Tudo se resolve e se conduz por IDEOLOGIA PARTIDARIA como se a Bandeira do Brasil fosse a do PT,PSDB,PMDB,PV e etc…Faltam Brasileiros que amem o Brasil que invistam e trabalhem em prol do coletivo porque assim é garantirmos o que é nosso e o futuro de nossas gerações.Não adianta desestatizar,ate mesmo a inclusão de empresas privadas é complicado.Nosso programa Aeroespacial é prioridade e segredo de Estado do mais alto sigilo por causa dos Invejosos Externos que não querem que um pais com o potencial que nós temos e uma base geograficamente previlegiada ingresse no seleto e altamente rentavel clube de lançadores de foguetes.Devemos sim trabalharmos,investirmos,capacitarmos,buscarmos parceirias reais com quem realmente nos repasse o que precisamos e queremos pois sem isso não adianta somente buscarmos em nosso mercado isso pois levariamos seculos para conseguirmos.Conseguiremos desde que se aja bom senso,coerencia,dedicação e controle….SE ASSOCIEM COM O IRMÃO CAIM DO NORTE E DEEM-LHES A PRIORIDADE EM ALCANTARA SEUS OTARIOS.

  4. Disse tudo 1maluquinho, mas os EUA é massa de manobra dos sionistas, quanto mais o Brasil. Alías tudo que acontece de ruim no mundo é por conta dos sionistas. Nem as catastrofes “naturais” escapam mais.

  5. Não é salário, mas a falta de mentalidade tecnológica do brasileiro, principalmente na área de pesquisa. Eu não exijo altos salários, e estou fora do sistema. A minha tecnologia aeroespacial é extremamente avançada, mas as pessoas responsáveis pela seleção e contratação de pessoal não têm a devida capacidade de discernimento. O cabeça ou diretor geral do projeto é fundamental para o sucesso de qualquer empreendimento.

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