Projeto da Poli desenvolve exoesqueleto robótico

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Na Escola Politécnica (Poli) da USP, pesquisadores realizam estudos para desenvolver exoesqueletos robóticos, estruturas rígidas, feitas geralmente de metal e plástico, projetadas para auxiliar o movimento humano.  Uma equipe coordenada pelo professor Arturo Forner-Cordero começou este ano um projeto financiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) para desenvolver um exoesqueleto para o braço. Outro projeto, financiado pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), para criar um exoesqueleto para a perna.

Objetivo é a modelagem de um sistema do controle motor humano biomiméticoSegundo o pesquisador, que lidera o Laboratório de Biomecatrônica do Departamento de Engenharia Mecatrônica e de Sistemas Mecânicos da Poli, os equipamentos serão capazes de amplificar o movimento de pacientes que apresentam alguma contração muscular, mas não conseguem fazer movimentos com o membro. Ou impor movimentos pré-definidos a pessoas que não tenham nenhuma capacidade de contração muscular.

O projeto constitui a primeira fase de uma linha de pesquisa de longo prazo, destinada aos estudos neuromotores auxiliados por exoesqueleto. “Nesta fase, o objetivo é a modelagem de um sistema do controle motor humano biomimético, que será validado com um dispositivo robótico (exoesqueleto) do membro superior”, explica Forner-Cordero. “Depois, ele será integrado a um sistema de eletromiografia (EMG) e outro de representação visual para que realizemos os experimentos.” Com isso, os pesquisadores esperam obter informações sobre diferentes níveis de controle para o sistema motor humano, como a modulação dos reflexos e a integração das informações sensoriais.

De acordo com Forner-Cordero, o desafio científico do projeto consiste em determinar e validar uma arquitetura de controle do sistema motor que seja biologicamente plausível. “Precisamos compreender como funciona o controle motor humano para interagir mais eficientemente e fixar os mecanismos de transferência de informação entre o homem e o robô”, explica. Além disso, há os desafios tecnológicos, como o projeto e a fabricação de exoesqueletos robóticos do braço, atuando sobre as articulações do ombro, cotovelo e punho; e o da perna, atuando sobre joelho e tornozelo.

Biomiméticos

A necessidade de encontrar fontes de energia, como baterias de baixo peso, mas com grande autonomia, e motores de baixo consumo, mas com a potência suficiente para mover um membro humano, são outros obstáculos a serem superados. A ideia é copiar os mecanismos da natureza para melhorar a estabilidade do movimento e reduzir o custo energético – por isso, os exoesqueletos que estão sendo desenvolvidos se chamam biomiméticos.

Forner-Cordero explica que quando o ser humano caminha usa a chamada dinâmica passiva do movimento – um mecanismo inconsciente que poupa os músculos nessa atividade. “O resultado é que gastamos menos energia”, diz o pesquisador. “Com aproximadamente a energia que gastamos para andar 1.400 metros, os robôs bípedes atuais caminhariam por volta de 30-50 metros. Agora, nós estamos tentando entender como o nosso corpo faz isso, para aplicar ao exoesqueleto robótico e, futuramente, a uma nova geração de robôs bípedes.” O projeto que está sendo desenvolvido na Poli conta com a participação de outros professores da instituição, como o professor Tarcísio Coelho, além da colaboração do Instituto de Medicina Física e Reabilitação do Hospital das Clínicas (HC) da Faculdade de Medicina da USP (FMUSP).

De acordo com um artigo do coordenador geral das pesquisas, o professor Paulo Eigi Miyagi, do Departamento de Engenharia Mecatrônica e de Sistemas Mecânicos da Poli, em países desenvolvidos, os estudos estão mais avançados e as primeiras versões de exoesqueletos robóticos já começam a chegar ao mercado. Um deles é o HAL-5, feito no Japão. “É um exoesqueleto de ‘corpo inteiro’, desenhado para que idosos e pessoas com deficiência motora caminhem, subam escadas e realizem atividades diárias”, escreve o pesquisador da Poli.

“A estrutura incorpora motores elétricos para ombros, cotovelos, quadril e joelhos, tendo sua bateria autonomia de duas horas aproximadamente. E opera com dois sistemas de controle diferentes, um baseado em sinais de eletromiografia EMG e outro em padrões armazenados de movimento.”

Miyagi lembra, no entanto, que as aplicações dos exoesqueletos robóticos não se limitam a ajudar pessoas com deficiências motoras. Nos Estados Unidos, por exemplo, estão sendo desenvolvidos equipamentos desse tipo para uso militar. É o caso de exoesqueletos criados pela University of California em Berkeley, para as Forças Armadas americanas, com o objetivo de aumentar as capacidades físicas dos soldados como o Berkeley Lower Extremity Exoesqueleton (Bleex), o ExoHiker e o Human Universal Load Carrier (Hulc).

Fonte: Agencia USP de Notícias

7 Comentários

  1. Ao envolver-mos n melhores instituições academicas como a POLI,em td e qlq pesquisa; as coisas vão pra frente,parabéns.Começo a creditar.N FAs vão ganhar e mt, sem contar a sociedade no geral. Mt bom. sds.

  2. Realmente seria interessante que essa pesquisa já começasse de forma dual, de “olho” na área civil e também na militar.

  3. que otima noticia , so quero saber se nosso pais dara incentivo(investimento), para que se consigua finalizar este projeto.

  4. Como em nosso país não existe visão de futuro, nossos líderes não pensam nosso país em 20 anos a frente, logo este projeto estará engavetado, ou na melhor das hipótese, com 20 anos defasado em relação aos demais países. Brasil, sil, sil!

  5. O MD tem que criar um centro de pesquisa tipo á DARPA Américano , para que esses tipos de projetos ( da Poli-USP ) receba verbas e tenha uma visão dual , unindo assim os centros de pesquisa da MB,EB & FAB num só centro, além de centralizar pesquisas tidas como ” Estratégicas ” para á nação no mesmo lugar.
    Com isso , ganhariamos em lógistica , matérial humano , e acabaria com o que acontece hoje ( Os centros de P&D das forças armadas pesquisando a mesma coisa sem passar informação um para o outro. ), veja exemplo do Guarani, em que o EB tocou o projeto sozinho sem pedir apóio ou informação aos Fuzileiros ou mesmo, ai cito vários exemplios ( fizil , alac , radar saber , mísseis , aeronaves etc.. ) todos projetos de interesse comum as FAA,s . Acorda MD

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