Representantes do Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos e Região se reúnem nesta quarta-feira (27), em Brasília (DF), com o assessor especial do Ministério da Defesa, José Genoino, para pressionar o governo a dar o esperado aval para o projeto Astros 2020, da Avibras Indústria Aerospacial, companhia brasileira que projeta, desenvolve e fabrica produtos e serviços de defesa.
O novo lançador de foguetes de artilharia a ser desenvolvido pela empresa em parceria com o Exército Brasileiro poderá reabrir os 170 postos de trabalho fechados pela empresa em fevereiro deste ano. O encontro está marcado para começar às 14 horas. O sindicato informou que a reunião foi agendada a pedido da entidade, que desde o ano passado reivindica junto ao governo federal a assinatura do contrato entre o Exército e a Avibras. Segundo a entidade que representa os trabalhadores da empresa, o desenvolvimento do Astros 2020 depende apenas do aval da presidente Dilma Rousseff.
No início do ano, a Avibras demitiu 170 trabalhadores, alegando dificuldades financeiras provocadas, entre outros fatores, pela demora do governo em liberar o Astros 2020. Em acordo com os demitidos, a empresa se comprometeu a recontratá-los caso assinasse novos contratos acima de R$ 500 milhões. Segundo o sindicato, o Astros 2020 está avaliado em R$ 1,2 bilhão.
Ministro
“Desde a gestão do ex-presidente Lula que o governo federal vem adiando uma resposta sobre a Avibras. O próprio ministro Nelson Jobim já prometeu publicamente que tomaria providências imediatas, mas até agora nada aconteceu.
Com esta nova reunião, esperamos sair com informações mais concretas de Brasília”, disse o presidente do sindicato, Vivaldo Moreira Araújo.
Ele também defende a estatização da Avibras. “É uma empresa estratégica para a soberania do País.”
No balanço financeiro divulgado na semana passada, a Avibras afirma que prevê o fechamento de contratos de vulto no médio prazo no Brasil e no exterior a partir da apresentação e da aprovação técnica do programa Astros 2020.
A Avibras encerrou o ano de 2010 com lucro de R$ 6 milhões e receita líquida de R$ 202 milhões. No balanço financeiro, a empresa cita que encerrou em novembro do ano passado o processo de recuperação judicial, dois meses antes do prazo legal. Também avançou o processo de reestruturação societária, com a possível entrada da União no capital social da companhia.
O processo, segundo a empresa, está em fase final de análise pelos órgãos responsáveis. A participação acionária do governo na empresa ficará entre 15% a 20%.
26 Comments