Brasil tipo inovação

http://www.jangadeiroonline.com.br/uploads/2009/09/20090910_inovacao_tecnologica.jpg

O ritmo consistente do crescimento da economia brasileira está cada vez mais atraindo empresas estrangeiras, que, de olho na expansão da classe média, têm planos que vão além de novas fábricas: incluem a criação de polos para desenvolver produtos e serviços. A nova estratégia, comemorada por especialistas, envolve segmentos como os de telecomunicações, cosméticos, computadores e petróleo. Segundo dados de empresas e da Secretaria Nacional de Desenvolvimento Tecnológico e Inovação, do Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT), foram destinados para a criação de centros e laboratórios R$ 14 bilhões em 2010, número que deverá subir para R$ 17 bilhões este ano – alta de 21%. Do valor, boa parte é de multinacionais, dizem especialistas.

” É preciso que a inovação entre na cultura das empresas brasileiras “

No radar dos conglomerados internacionais estão, principalmente, São Paulo e Rio de Janeiro. Hoje, dizem analistas, o setor de óleo e gás é o que consome a maior parte dos recursos. Mas o cenário começa a mudar. A francesa L’Oréal, que está dobrando o seu centro de pesquisa, no Rio, pretende ainda criar um novo espaço. Além de IBM, GE, Volvo Aero, Intel, Clariant e Beurau Veritas, a americana Dell pretende acertar até junho a construção de uma unidade de desenvolvimento em São Paulo (SP), que será a primeira da América Latina. A espanhola Telefónica também investe milhões de euros em SP.

Luciano Almeida, presidente da Investe São Paulo, agência de captação de investimentos, diz que o movimento de companhias estrangeiras é importante para estimular as nacionais, sobretudo, as pequenas e médias empresas.

– É preciso que a inovação entre na cultura das empresas brasileiras. Os estrangeiros já têm essa política e estão contratando pesquisadores do Brasil para entender a lógica nacional – diz Almeida, lembrando que está em conversa com dez empresas, como a Foxconn desde abril do ano passado.

No Rio, o Parque Tecnológico da Ilha do Fundão, que já tem 80% do espaço ocupado, contabiliza investimentos de R$ 760 milhões, a maior parte de estrangeiros dos setores de petróleo e tecnologia. Agora, vai receber mais R$ 150 milhões. Quatro companhias – Vallourec & Mannesmann, EMC, BG e Siemens – disputam os últimos três espaços existentes.

– Hoje, a maior parte é voltada para o setor de óleo e gás porque é a vocação do Rio. Mas estamos em um esforço de diversificação. O Rio vai precisar de mais desenvolvimento e inovação. Temos de aproveitar o atual momento e agregar inteligência – diz Renata Cavalcante, subsecretária de Desenvolvimento Econômico do Rio.

Pierre-Emmanuel Angeloglou, diretor-superintendente da divisão de Produtos de Grande Público da L’Oréal, diz que, para se adequar ao crescimento do Brasil, é preciso adequar o tamanho do centro de inovações.

– As criações feitas no Brasil são levadas para o mundo. Hoje, vários produtos desenvolvidos no Brasil são exportados para o exterior – afirma Angeloglou.

Segundo o executivo, a gigante francesa de cosméticos está expandindo o seu centro de pesquisas, que hoje fica em sua fábrica no Jardim América, no Rio. A curto prazo, a meta inicial é dobrar o atual tamanho. A médio e longo prazos, o objetivo é criar um espaço específico. Fontes do setor falam que a companhia avalia a Ilha do Fundão, onde seria possível criar sinergias com a Escola de Medicina e o Centro de Dermatologia da UFRJ.

– No centro, os cientistas desenvolvem as fórmulas. O espaço conta ainda com uma espécie de minifábrica, onde são produzidos os novos produtos, que irão passar por testes antes de chegarem ao mercado. Só depois é oficializada a fórmula. O Brasil ganha cada vez mais força – detalha o francês Angeloglou.

A espanhola Telefônica, dona da Vivo, também investe. Benedito Fayana, diretor de Planejamento de Rede e Inovação, lembra que o novo centro, em São Paulo, contará ainda com uma área, que será voltada para a excelência em vídeos. As inovações que forem desenvolvidas serão aplicadas em todo o mundo.

Contratação de cientistas cresce

– É o primeiro centro fora da Espanha. O centro traz ainda benefícios para as empresas locais. Uma delas vai desenvolver trabalhos para a Telefônica em todo o mundo. Inovação serve como pilar para o atual crescimento.

A americana Whirlpool, dona da Brastemp e da Consul, que já conta com 18 laboratórios e três centros mundiais de competência no Brasil, quer ampliar o investimento.

– A contratação de cientistas cresce 25% ao ano desde 2007. O investimento em inovação no Brasil é o que mais avança no mundo, e a tendência é se tornar um dos maiores. Em cinco anos, dobramos os investimentos – ressalta Rogério Martins, vice-presidente de Desenvolvimento da Whirlpool na América Latina.

O asiáticos também vêm ganhando destaque. Semana passada, a Huawei anunciou US$ 350 milhões para um novo centro em Campinas. O mesmo fez a ZTE, que vai destinar US$ 200 milhões em um inédito polo. E, na semana passada, o governo brasileiro anunciou que a taiwanesa Foxconn, maior exportadora da China, fabricante dos produtos Apple, pretende abrir um centro de tecnologia no país, além de uma nova unidade, num investimento total de US$ 12 bilhões.

Fonte: O Globo

19 Comentários

  1. Parece uma lua de mel essa matéria do Plano Brasil, mas o mas e sempre o mas volta a agir, acho bom lerem a materia do cybersoldado np PB, a diferença estárá no fator humano e suas deficiências de caráter e doutrinária, por isso não adianta somente pagar grandes salários imaginando que haverá fidelidade de ideologia e de doutrina, a máxima desconfiança e vigilância tem que ser lembrada. O resto é risco mesmo.

  2. Enquanto isso nós mineiros vamos ficando para trás, vendendo leite, café e minério. São Paulo, Rio e até mesmo o Nordeste se inserem cada vez mais na economia do futuro, enquanto nós nos atrelamos ao passado e às tradições…

    Acorda Minas Gerais!

  3. o maior déficit do Brasil esta na area da engenharia da computação essa area o Brasil precisa de muitos investimentos… a DELL e a foxconn são muito bem vindas pq com elas talvez se desenvolva a tecnologia no Brasil e surjam empresas Brasileiras do msmo porte…

  4. O unico contra em razão dessa maravilha toda é que teremos um alto padrão de vida que sera pago pela grande maioria que não acompanha toda essa velocidade e que sempre é quem se ferra enquanto uma minoria transborda de felicidade.

  5. Rússia, traz desconforto.
    China, traz desconfiança.
    India, cultura muito diferente, falta de infraestrutura.
    Logo, o Brasil é a solução natural.
    Não precisa o Governo ajudar, basta não atrapalhar.

  6. Gabriel Lima,

    Sou estudande de engenharia, mais especificamente na área da computação (engenharia da computação) em uma universidade federal no sul do país.
    Percebo que a cada dia que passa, novos investimentos são feitos para melhorar a formação e a qualidade do profissional que saem da instituição em que estudo, são novos blocos, novos laboratórios, professores altamente capacitados, entre outros fatores.
    O curso de engenharia em si, não só o de computação, mas o de engenharia elétrica, civil, química, mecânica, eletrônica, naval e aeronáutica são cursos dificílimos, exigem conhecimentos profundos em física, química, cálculo(maldito), matemática, lógica, estruturas, materiais e outras matérias que fazem com que exista uma grande parcela dos estudantes que abandonam, literalmente abandonam o curso por achá-lo muito difícil, para vocês terem uma idéia, minha turma no 1º semestre do curso existiam 44 calouros, e agora 2 anos depois, poucos 23 ainda estão regulares no curso, aí vai a pergunta, quantos destes 23 “sobreviverão” até o final do curso?
    Atualmente, o Brasil necessita de um número muito maior de engenheiros do que ele tem capacidade de formar anualmente, e isto é um assunto seríssimo,que se não for sanado logo, poderá atravancar o desenvolvimento nacional, não só tecnológico mas também econômico.
    Estamos vivendo um boom econômico, somos praticamente a locomotiva da américa latina, almejamos um lugar no conselho de segurança da ONU, e se todas as previsões estiverem corretas, seremos a 5º economia mundial em alguns anos, mas aí vem um porém, será que conseguiremos todas estas conquistas se não houver um grande aporte financeiro, um grande apoio à pesquisa em nossas instituições de ensino.
    Corremos o risco de sofrer um apagão no país nos próximos anos se este assunto não for levado a sério, não digo apenas para cargos de engenharia, mas para físicos, químicos e etc, será que esperaremos ocorrer este apagão para tomarmos vergonha na cara e resolver o problema do ensino superior no Brasil?

    Grande Abraço, Lucasu.

  7. Que nada, Minas Gerais nunca exportou tanto.
    As exportações mineiras fecharam 2010 com um crescimento recorde de 60%, quase o dobro do nacional que foi de 32%
    As exportações mineiras em janeiro de 2011 atingiram US$ 2,73 Bilhões
    Presta atenção ai, vocês tão reclamando de barriga cheia.
    Vocês e outras regiões em que a agricultura é forte são os mais importantes, vocês alimentam o Brasil, e parte desse mundão.
    Deviam ter orgulho ao invés de ficar com esse ‘mimimimi’ que são atrasados.

    E dizer que o Brasil não investi, não corre atras, pif… não sabe nada de politica.

  8. AJ…A Russia traz desconforto e a China desconfiança né e o amigo so faltou classificar os EUA,eles trazem o que?Harmonia,igualdade,sinceridade?Sabe meu amigo a India de multi-cultura e multi-religiões esta a trocentos anos luz a nossa frente em muitas coisas essenciais a nossa enancipação tecnologica,capacidade e auto-suficiencia,principalmente em ciencia e tecnologia.Um intercambio e associação profunda do Brasil com eles seria perfeito sem dizer que não viriam nos escravizar e nem nos sabotariam.Na area espacial,aerea de defesa e principalmente informatica teriamos muito o que lucrar com eles.

  9. Lucasu
    Muito bom seu texto,além do ensino superior,o Brasil peca muito no ensino fundamental,médio.
    Muitas vezes as pessoas tem dificuldades dai.
    O segredo é investir na educação,para apoiar essa inovação.
    Pois o ensino fundamental prepara pro ensino médio,e o ensino médio prepara o ensino superior,para que dai saiam as profissões e avancem para o mercado de trabalho e assim vai indo.
    Mas a educação atualmente não ta preparando nada,não em geral.

  10. Examinar e analisar o passado é buscar entendimento e o aperfeiçoamento necessario para erradicarmos do presente os reacionarios vendilhões entreguistas e suas redes de desestabilizadoras da democracia atravez do despotismo,golpismos e espionagens em beneficio do imperio do irmão Cain do norte a sabotar ate com terrorismo o progresso e a autosuficiencia de nossa pacifica nação e de nosso ordeiro povo http://oglobo.globo.com/pais/mat/2011/04/23/agenda-do-sargento-que-morreu-no-atentado-no-riocentro-revela-apos-30-anos-rede-de-conspiradores-do-periodo-924305027.asp Viva a Democracia.Viva o povo Brasileiro.O seculo 21 é nosso.

  11. Lucasu , eu tb faço engenharia(civil) sigo a carreira de meu pai, e para mim a materia “maldita” é a de fisica (I e II), o curso de engenharia é excelente, o curso desenvolve muito a mente dos alunos , e como vc disse nao é um curso facil, na minha sala do 3º ano temos apenas 45 alunos contra os 89 que tinhamos no 1º ano, “muitos desistem”.
    e para desenvolvermos nossos cursos superiores(nao so em engenharia), precisamos cada vez mais de qualidade e investimento , precisamos muito de “doutores” nesses cursos, meus professores que tem doutorado sao excelentes.

  12. Eu ñ desisti, me desistiram . O BRASIL investe mt pouco em sua FAS, consequentemente , no seu fraco parque industrial bélico; q já foi o 8 do mundo…ninguém acredita..Sds.

  13. Alguns professores dizem que os cursos de engenharia (também já pensei em fazer e pesquisei muito sobre, mas vi que area recursos humanos tem mais a haver comigo) e outros são relativamente complexos, e existe e sempre vai existir abandonos (Muitos simplesmente mudam de ideia, não se identificando com o curso ou por achar mesmo dificil), mas se o ensino médio e fundamental fosse mais eficiente, essa taxa seria bem menor.
    As universidades no Brasil são boas, ensinam bem.. mas infelizmente alguns que adentram nela não sabem nada, o cidadão termina a escola fundamental e não tem um inglês basico, uma matematica simples, um português regular..

    É complicado para um professor universitario, ensinar matematica, quimica complexa a uma pessoa, que no colegial não aprendeu nem o basico.. ele acaba perdendo muito tempo ensinando algo que a pessoa ja deveria chegar sabendo.

    Tem que mudar desde o maternal até o 3° ano.
    Não adianta nada pensar em mais formados, sem pensar em melhorar isso antes, se não as universidades vão virar ‘cotas’, o cara passa de semestre sem saber nada, simplesmente para se formar.

  14. O problema maior é o nosso Sistema de Ensino, que é altamente engessador de mentes e traumatizante.
    Como consertar a desgraça que o sistema de ensino brasileiro vem fazendo ao longo de vários anos ? Mudando toda a estrutura educacional do Governo Dilma e das Forças Armadas. Não vai se aproveitar praticamente nada do que existe. Vai ter que haver uma grande revolução educacional no Brasil.
    Eu falo em relação a pesquisa de novas tecnologias e maneira de pensar.
    O grande satã do nosso fracasso de ensino é a memorização e estudo de idiomas. O estudo de idiomas prejudica o raciocínio lógico. A mamorização então, é o hiper-satã da educação brasileira.
    Não se aproveita os alunos mais criativos e intuitivos no Brasil, como vemos nos EUA.
    Lula jamais deveria dar universidade gratuita para os pobres e minorias, mas sim para os mais criativos e intuitivos.
    Olha, o que o computador pode fazer, o ser humano não deve perder tempo em fazer. Isso o que eu disse vale ouro puro para o desenvolvimento duma nação.

  15. Pessoal, vale uma espiadinha no novo código florestal que está sendo votado…

    Irá resolver um dos gargalos do desenvolvimento, além de ser viável a monitoração das reservas e áreas protegidas, pois não há como acompanhar e fiscalizar “terras sem dono e clandestinas” pois o nosso código é de 1965 e está pra lá de caduco… Tal como nossa CLT que tem encargos exorbitantes sobre a mão de obra, o que onera o custo e baixa o salário.

    O novo código florestal, tem influência de Mangabeira Unger, nosso idealizador do Plano Nacional de Defesa, e a razão da rusga com a presidenciável Heloisa Helena foi justamente porque ele quer regularizar a situação de muitos “colonos” da amazônia, que foram induzidos e incentivados pelos governos militares a ocupar a região, e que ainda na ditadura, foram deixados na ilegalidade… Ao contário do que foi feito nos EUA ainda no séc XIX…

    Como pode haver controle se as terras não têm dono?

    Responsabilizar quem?

    sobre as rusgas do ex-Secretário de Assuntos estratégicos com a ex-candidata Marina Silva, que, ao meu ver, simboliza ainda uma visão romântica de sustentabilidade e ecologia… Ou seja, o modelo da Natura (cosméticos) e seu extrativismo sustentado.

    “Alguns grupos, do sul, sudeste e de fora do País, queriam para a Amazônia um regime jurídico diferente de tudo o que é moderno. Era um atavismo, a ideia da família camponesa feliz, derrotada na Baviera e no Piemonte no início do século 19. Um projeto para a Amazônia tem que ser includente e sustentável, valer tanto para as árvores como para as pessoas.”

    Mangabeira Unger

    Sobre Mangabeira Unger:

    http://www.camara.gov.br/internet/Radiocamara/?lnk=2100-MANGABEIRA-UNGER-EXPLICA-ACOES-DO-GOVERNO-PARA-AMAZONIA-E-DESENVOLVIMENTO-REGIONAL-0357&selecao=MAT&materia=81118&programa=41

    http://planetasustentavel.abril.com.br/noticia/ambiente/conteudo_391921.shtml

    http://www.planosudam.blogspot.com/

    Eduardo Simões

Comentários não permitidos.