Academia Militar das Agulhas Negras acompanha mudanças de comportamento dos jovens e age para evitar desvios

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Vera Araújo

Pelo menos 1.700 cadetes passam todos os anos pelos portões da Academia Militar das Agulhas Negras (Aman), em Resende, no Sul Fluminense. A cena se repete há dois séculos, desde que a instituição foi criada, originada da Academia Real Militar, em 23 de abril de 1811. Ao longo de todo esse tempo, a Aman formou várias gerações de oficiais, com ensino considerado de excelência, sustentado por dois pilares: disciplina e hierarquia, palavras gravadas no portal da academia. Com a globalização, foi preciso evoluir e acompanhar as mudanças de comportamento dos jovens cadetes, entre 16 e 24 anos. Se, no passado, a cola era a grande vilã, hoje, um dos desafios tem sido detectar o uso de anabolizantes, cuja punição é a expulsão do aluno.

A formação do cadete é profissional, voltada para atributos cognitivos e práticos para o combatePela Aman, passaram alunos ilustres como o o general Leônidas Pires Gonçalves, ministro do Exército durante o governo de José Sarney, e o chefe do Departamento de Ciência e Tecnologia (DCT) do Exército, general Augusto Heleno. Gonçalves chegou a ser chefe do Estado-Maior do então 1º Exército no Rio de Janeiro (1974-1977), que abrangia a chefia do DOI-Codi, o temido destacamento de operações de informações do Centro de Operações de Defesa Interna. Já Heleno, aspirante a oficial da turma de 1969, é conhecido por suas críticas em relação às políticas oficiais, como à indigenista adotada no governo Lula.

Segundo o chefe da Seção de Comunicação Social da Aman, coronel Alexandre Souto, a academia tem como meta preparar homens para guerras, sem direcionamento político.

– A formação do cadete é profissional, voltada para atributos cognitivos e práticos para o combate. Não há direcionamento político. A ideia é formar o caráter do cadete, tanto que consideramos a cola um pecado mortal – explicou Souto.

Mas o uso de anabolizantes virou a maior preocupação e alunos são obrigados a fazer, regularmente, testes físicos em esteiras e exames de sangue e urina, que permitem a descoberta de eventuais casos de consumo.

– Hoje, a propaganda para o uso desses suplementos alimentares é apelativa. Alguns jovens buscam o fortalecimento de forma mais rápida. Não admitimos isso. Mostramos aos cadetes que consumir anabolizantes é um meio artificial para se obter vantagens sobre o outro. Isso demonstra desvio de caráter – disse Souto.

Instituição está revendo rotina de treinamentos
O excesso de exercícios físicos tem levado a Aman a rever alguns treinamentos. Embora a assessoria de comunicação da academia informe que não há casos recentes de óbitos provocados por intensas atividades, a morte, em 2008, do cadete Maurício Silva Dias, de 18 anos, no campo de instrução, fez acender o sinal vermelho na instituição. Outros dois cadetes passaram mal depois de 60 horas de atividades, que incluíram caminhadas e oficinas de instrução militar, como táticas de ataque e defesa durante combate.

A Aman começou a ser construída em 1938, no sopé do Pico das Agulhas Negras, a 143 quilômetros do Rio. Suas instalações ocupam 67 quilômetros quadrados e contam com salas de aula, biblioteca, ginásios, parque aquático, centro hípico, áreas de instrução e um dos mais completos centros de tiro do mundo. Há ainda um teatro e uma vila residencial, com 582 moradias. O alojamento tem capacidade para 2.300 cadetes. Os alunos estudam em esquema de internato por quatro anos, sendo que o ingresso é feito um ano antes, pela Escola Preparatória de Cadetes do Exército (EsPCEx), em Campinas (SP), por meio de concurso público.

Os dois primeiros anos do cadete são básicos e, posteriormente, ele escolhe entre os cursos de engenharia, infantaria, cavalaria, comunicações, artilharia, intendência e material bélico.

– A adaptação é a parte mais difícil. Não tenho parentes militares. Foi tudo muito novo para mim – revelou o cadete Everson Angelo, de 23 anos, de Minas Gerais.

Fonte: Extra

14 Comentários

  1. Não conheço a AMAN de hoje. Deve ter evoluido bastante.
    Acredito, que a Internet coloque os Cadetes a par da realidade nacional e internacional, complemento a formação acadêmica.

  2. Para que continuar com a Aman, se o governo não quer investir em armamento para as nossas forças armadas. Não adianta ter um exército apenas figurativo. Os países da América do Sul, já ultrapassaram há muito tempo o Brasil em termos de material bélico.

  3. concordo com a AMAN,(entendo tem uns que apelam no uso e sao preguiçosos para treinar e querem ficar “fortes” rapidamente, por isso deve mesmo ser barrado o uso de anabolizantes ) porem quero lembrar que praticamente todos os atletas hj “olimpicos” de todas as modalidades , fazem o uso de anabolizantes.
    faço musculaçao tb , eu nao uso anabolizantes até pq tenho medo(anabolizante é como remedio para uns faz bem mas para outros nao), mas tomo suplementos alimentares, e na minha academia aqui no abc – sao paulo, a grande maioria toma anabolizantes.

  4. Os americanos são muito econômicos na formação do seu tenente. Eles aproveitam os jovens já formados nas universidades e dão mais 1 ano de formação militar básica. Depois, na tropa, eles complementam a formação com vários cursos de especialização. Fazem uma peneira rigorosa, pois apenas 50% dos tenentes chegam a capitão. Os que sobrarem, voltam para o meio civil com uma indenização.
    O Brasil vai ter que adotar o sistema americano ou algo semelhante, pois não temos / teremos tantos recursos econômicos para a área de ensino.
    A formação do militar brasileiro é a melhor do mundo, mas é caríssima, digna de príncipes.
    As FFAA devem selecionar jovens criativos e intuitivos, e os cursos também devem seguir nessa direção.
    A Hierarquia e Disciplina não pode inibir o Pensamento Crítico do Cadete e Espírito de Análise (futuro oficial).
    As provas (avaliações) devem ser todas com consulta livre, para que se evite a memorização, e na forma de trabalhos em grupo.

  5. Creio que a filosofia militar, no que cerne a formação do caráter, a valorização das raízes – leia-se “Amor a Pátria” -, e no respeito ao próximo, poderia sim dar uma enorme contribuição para as estruturas atuais do ensino público desse país (que encontram-se num caos), repassando e orientando educadores e alunos com uma doutrina adaptada ao meio civil e baseada nos bons princípios… MAS, PRINCIPALMENTE, SABENDO DIFERENCIAR “DISCIPLINA E HIERARQUIA” DE “OBEDIÊNCIA CEGA E TIRANIA”… Aí, provavelmente, os pais que tem seus filhos estudando nestas escolas, poderiam ficar um pouco mais tranquilos quanto a segurança e a formação dos mesmos… Porque do jeito que tá, não dá pra continuar!
    🙁

  6. lembro q. na guerra os nazi…fizeram amplo uso de substancias quimicas para potencializar seus soldados…os soldados americanos tornaram-se viciados na guerra do vietnã…para nao serem mortos dormindo…e a fila é longa

    em tempos de guerra… ou vc. mata ou vc morre… os meios mais que justificam os fins… agora em tempos de paz… a era vitoriana é tão bela……rsrsrsrsr

  7. Na guerra é diferente, pois quem não tomar uma droga no meio do combate, vai ser difícil de aguentar.
    Exemplo: Na I GM distribuam éter para os combatentes terem coragem.
    Tomar bomba na AMAN ? Não pode, pois ataca o coração.
    Tomem café.

  8. Anabolizantes já são um perigo quando com acompanhamento médico imagine sem nenhum tipo de acompanhamento e na moita. Existem suplementos que auxiliam no ganho de massa. Não considero o suplemento meio artificial que é desvio de caráter, pois se tiver alguma coisa para melhorar o rendimento, e esta coisa foi manipulada cientificamente, só muda a fonte da substância, e o formato da molécula do que vai consumir. Desde que respeitando a legislação brasileira, e não ataque o organismo. Mas sempre pesquisando quais elementos que realmente agem em pró da saúde, pois realmente existe muita propaganda enganosa.

  9. Dandolo, concordo com você no fato de que a formação do militar brasileiro é a melhor do mundo.
    Nos EUA, a formação a qual você se referiu (de “aproveitar os universitários”) realmente existe. Porém, é feita paralelamente à formação dos Cadetes em West Point, Highland Falls. Falo porque tive a oportunidade de de fazer um intercâmbio em tal academia.
    E os norte-americanos investem muito na formação dos seus militares, principalemente na dos oficiais na Academia de West Point, que possuem padrão uito mais elevado que os ROTC (os oficiais “aproveitados de universidades”).
    O sistema norte-americano não difere muito do nosso. Os ROTC podem ser equiparados aos nossos oficiais temporários que cursam NPOR ou CPOR. Existem somente porque a demanda por oficiais é maior do que a quantidade que é formada nas escolas a cada ano.
    A formação do militar brasileiro pode ser cara, mas os investimentos nesse tipo de esforço ainda estão aquém do padrão de países como os EUA. A formação em West Point também é caríssima e o percentual tenentes que vão a capitão só é baixo porque muitos buscam apenas o ensino acadêmico que lá é oferecido, já ingressando em tal academia sem pretensão de seguir a carreira militar, ao contrário do que acontece na AMAN, onde os cadetes são vocacionados e ingressam com intuito de seguir na profissão.
    Resumindo, os investimentos na formação do militar brasileiro, principalmente do oficial de carreira devem ser mantidos, senão aumentados, já que são os disseminadores do conhecimento militar nos corpos de tropa.
    Analise a história e veja que todo exército de destaque foi aquele que investiu em seus quadros (veja o exemplo do exército alemão após a primeira guerra, que foi obrigado a reduzir seu efetivo e em razão disso tornou-o todo permanente, vindo a ter os melhores oficiais na época da segunda guerra).

  10. FAFSNT;
    Temos que pensar no meio-termo. Se fosse eu, aproveitaria universitários já formados e dava mais 2 anos de formação militar para formar o tenente. Nos EUA a tropa não forma os soldados. Eles treinam para a guerra o dia inteiro, aprimorando-se na arte militar. Simulam guerras contra outros exércitos inimigos, que estratégias / táticas, uniformes e armas de outros países.
    O militar brasileiro valoriza muito os militares de armas, em vez dos técnicos e logísticos; em consequência, numa guerra moderna pra valer, vamos nos afundar, pois a logística e a tecnologia são prioritárias. Há mais coronéis de logística nos EUA, do que de armas combatentes.
    Precisamos reformular as nossas FFAA, de acordo com a realidade da guerra moderna. Os países guerreiros são EUA, Reino Unido, Israel, França, Alemanha, Rússia … Vamos ter nos mirar neles para organizar as nossas FFAA. Somos um país de paz, por isso temos que copiar os que fazem guerra moderna de verdade.
    West Point atualmente, é uma Universidade, em que seus alunos usam farda. Quem quiser ser militar ou profissional civil, poderá escolher. Os EUA possuem vários centros de formação de oficiais, que organizam cursos paralelos nas Universidades. Sargentos experientes visitam os colégios no último ano escolar, e verificam durante as olimpíadas, e principalmente nos jogos do tipo Futebol Americano, quais os jovens mais aguerridos. Convida o jovem para ser tenente do exército, e em troca, o governo paga a sua faculdade. É assinado um contrato. O jovem passa a ter aulas de militarismo em alguns horários noturnos e finais de semana. Depois de se formarem nas Universidades, eles frequentam um centro de formação militar por 1 ano, e o pau come 24 horas por dia. É muito duro, segundo me disse um oficial americano. Nesse centro, participam também a turma de West Point. Há x vagas e nem todos irão entrar. Essa é a prova de fogo para eles. Se o cadete de WP não conseguir passar, estará fora … Os que passarem, terão 5 anos garantidos no exército. Na promoção para capitão, 50% dos tenentes terão que sair, devido ao limite de vagas. Muitos desses militares que saem das Forças Armadas, serão aproveitados pela Guarda Nacional dos Estados, polícias, etc.
    O Congresso dos EUA quer que os militares de suas Forças Armadas tenham a formação mais próxima dos civis, para que não se crie um casta na sociedade. Se houver um general ditador nos EUA, ele poderá ser o ditador do mundo.
    O custo-benefício da formação dos militares, terá que ser avaliado no nosso país.

  11. FAFSNT;
    Temos que pensar no meio-termo. Se fosse eu, aproveitaria universitários já formados e dava mais 2 anos de formação militar para formar o tenente. Nos EUA a tropa não forma os soldados, que vão para centros de instrução. Na tropa se treina para a guerra o dia inteiro, aprimorando-se na arte militar. Simulam guerras contra outros exércitos inimigos, com suas estratégias / táticas, uniformes e armas de outros países.
    O Exercito Brasileiro valoriza muito os militares de armas, em vez dos técnicos e logísticos; em consequência, numa guerra moderna pra valer, vamos nos afundar, pois a logística e a tecnologia são prioritárias. Há mais majores e coronéis de logística nos EUA, do que de armas combatentes. Precisamos reformular as nossas FFAA, de acordo com a realidade da guerra moderna. Os países guerreiros, tais como os EUA, Reino Unido, Israel, França, Alemanha, Rússia, etc, vamos ter nos mirar neles para organizar as nossas FFAA. Somos um país de paz, por isso temos que copiar os que fazem a guerra moderna com mais eficiância.
    West Point atualmente, é uma Universidade, em que seus alunos usam farda. Quem quiser ser militar ou profissional civil, poderá escolher. Os EUA possuem vários Centros de Formação de Oficiais, que organizam cursos paralelos nas Universidades. Sargentos experientes visitam os colégios no último ano escolar, e verificam durante as olimpíadas, e principalmente nos jogos do tipo Futebol Americano, quais os jovens mais aguerridos. Convida o jovem para ser tenente do exército, e em troca, o governo paga a sua faculdade. É assinado um contrato. O jovem passa a ter aulas de militarismo em alguns horários noturnos e finais de semana. Depois de se formarem nas Universidades, eles frequentam o Centro de Formação Militar por 1 ano, e o pau come 24 horas por dia. É muito duro, segundo me disse um oficial americano. Nesse centro, participam também a turma de West Point. Há x vagas e nem todos irão entrar. Essa é a prova de fogo para eles. Se o cadete de WP não conseguir passar, estará fora … Os que passarem, terão 5 anos garantidos no exército. Na promoção para capitão, 50% dos tenentes terão que sair, devido ao limite de vagas. Muitos desses militares que saem das Forças Armadas, serão aproveitados pela Guarda Nacional dos Estados, polícias, etc.
    O Congresso dos EUA quer que os militares de suas Forças Armadas tenham a formação mais próxima dos civis, para que não se crie um casta na sociedade. Se houver um general ditador nos EUA, ele poderá ser o ditador do mundo.
    O custo-benefício da formação dos militares, terá que ser avaliado no nosso país.

  12. Dandolo,
    aproveitar quem tem faculdade para que? Um monte de faculdade de merda. Só se for as federais, mesmo assim as academias militares( FFAA), que são federais, já tem ensino de excelência.As faculdades civis não vão ensinar emprego tatico nem o uso de armas de grande potencial destruidor!

  13. Acorda. Academia Militar das Forças Armadas ensina emprego tatico, estrategia, mecanica de armas,funcionamento, balistica interna e externa. Faculdade civil nenhuma ensina isto. Mal ensina Direito e medicina.Temos muitos advogados de porta de cadeia e medicos que não sabem diagnosticar!

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