Brasil, China e CBERS

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O governo brasileiro aproveitará a visita da presidente Dilma Rousseff à China para discutir com os chineses a ampliação do programa de cooperação em matéria de satélites. O programa sofreu atrasos e o próximo lançamento, do satélite conhecido como CBERS-3, programado originalmente para 2009, deverá ser adiado, mais uma vez, para 2012. Ainda assim, é apontado como o mais bem sucedido programa de cooperação científica e tecnológica entre países emergentes e tem incentivado o desenvolvimento de equipamentos sofisticados em empresas brasileiras.
“Queremos diversificar, ver possibilidades de trabalho conjunto com a China”, disse o diretor de Satélites, Aplicações e Desenvolvimento da Agência Espacial Brasileira (AEB), Thyrso Villela. O programa CBERS, hoje, é voltado à construção de satélites para captação de imagens da superfície da Terra, com aplicações na agricultura, no controle de desmatamento, na atuação contra catástrofes naturais e em outras atividades sujeitas a sensoriamento remoto.
A AEB acredita que pode aumentar a cooperação com os chineses em técnicas de sensoriamento remoto, interpretação de dados e estudos científicos como os realizados sobre o clima espacial. “Queremos intercâmbio de técnicos, simpósios, cursos mais extensos, de onde podem surgir outras ideias importantes para a diversificação”, acrescenta o chefe da assessoria de Cooperação Internacional da AEB, Carlos Campelo. A cooperação em ciência e tecnologia será objeto de um seminário, com a presença da presidente.
O programa de cooperação entre chineses e brasileiros teve de enfrentar bloqueio de componentes sensíveis por parte dos Estados Unidos, onde a lei de controle no tráfico de armas (Itar) proíbe a venda de produtos americanos com determinadas tecnologias passíveis de uso militar. É forte a sensibilidade no Congresso e no Executivo americanos contra a venda de componentes e artefatos eletrônicos sofisticados à China e subsistemas criados no Brasil para o satélite binacional sofreram atrasos e remodelações provocadas pelo veto ao embarque de componentes comprados e faturados de firmas americanas.
“Não é simples, há uma lista de produtos sujeitos ao Itar, mas ela é constantemente atualizada”, diz Vilella. A proibição de compra de um componente pode exigir o redesenho de todo um equipamento, como ocorreu com a Opto, firma brasileira de artefatos ópticos para uso médico que, após trabalhar com o Centro Tecnológico da Aeronáutica para desenvolvimento de mísseis teleguiados, foi escolhida, em concorrência, para fabricar câmeras para os satélites sino-brasileiros. “Houve componentes que compramos, pagamos e, quando iam ser embarcados, o fornecedor nos telefonou avisando que não poderia nos enviar a encomenda”, diz o diretor-comercial da Opto, Antônio Fontana.
O veto americano acabou servindo de estímulo para desenvolvimento de tecnologia nacional, “Itar free”, ou livre de risco de embargo, como foi classificada a câmera apresentada no ano passado pela Opto, para o CBERS-3. Obrigados a trocar componentes eletrônicos por circuitos, maiores, os técnicos da empresa usaram o conhecimento em óptica para reduzir o tamanho das lentes da câmera.
O programa espacial hoje responde por 30% a 50% do faturamento da empresa, que chegou a pouco mais de US$ 70 milhões em 2010. A tecnologia desenvolvida para o satélite já foi usada em artefatos para uso médico, como o laser de uso oftalmológico.
Os atrasos no programa espacial levaram a AEB a aproveitar equipamentos criados para o CBERS-2 para enviar ao espaço, em 2007 o CBERS-2B, em lugar do CBERS-3, que se pensou em lançar ainda em 2009. O CBERS-3, primeiro a ter 50% de componentes feitos no Brasil, nos testes recentes, mostrou problemas em um de seus subsistemas, chamado pelos técnicos de “atitude”, que permite ao satélite controlar a direção em que são apontados seus instrumentos. Foi um dos motivos para se decidir pelo adiamento de sua colocação em órbita, para 2012.

12 Comentários

  1. Está meio complicado entender a jogada do governo, faz cooperação com Ucrânia de foguetes, temos um foguete homologado, outro sobe na Suécia, fecha negócio com americanos e china, até com Argentina tem empreendimento deste envolvido, fora o que não aparece no jornal.
    Uma ora destas eu vou saber o que querem. Será um pouco de tudo?

  2. E tem gente que ainda defende a compra dos F/A 18 Super Hornet. Vai gostar de ser embargado assim em Washington. ;x

  3. Não vejo nada demais em ter uma proteção de produtos.
    Mas depois do discurso do Obama, que diz que somo aliados, amigos, que nossa historia é parecida… podia aliviar um pouco.
    Mas é aquela historia, você da um elástico pra alguém usar em papeis, essa pessoa vai, pega o papel, dobra e usa o elástico como estilingue pra tacar nos outros.

  4. Thiago,
    Se os EUA gastam fortunas desenvolvendo um sistema, uma peca ou o que seja, porque eles devem nao cuidar de sua propiedade inteletual. Os chineses sao os piores no mundo quando o assunto e pirataria e consequentemente se o Brasil obedece as leis e repassa aos chineses o know-how porque os americanos devem ficar calados.

  5. sincera mente esta certo os Americanos em barrar a tecnologia pois qm desenvolveu foram eles e eles é qm sabem para qm vão vender porem não podem reclamar qndo o Brasil se aproximar de outras potências e se distanciar dos americanos e tbm qndo nos decidirmos por equipamentos (caças) de outros já que sempre a e sempre houve desconfianças na tecnologia americana . Já o Brasil esta indo bem, msmo com o embargo está correr atrás e tentando fabricar equipamentos e desenvolvendo nossa indústria de componentes sensíveis e isso nos da tecnologia já a parceria com a china que fique bem claro que eles apenas lançam satélites para nos não nos ajudam a fabricar nem a lança-los.

  6. A última notícia que tive foi que a parte brasileira do último satélite foi totalmente substituída pelos chineses. Será a incompetência científica dos brasileiros incomodando até a China?

  7. Os americanos não querem conconrrentes ! principalmente no quesito armas ! Resta saber quem foi o espião que melou a remessa destes componentes ? foi brasileiro ? ou agentes de CIA que circulam livremente pelo Brasil ?os componentes foram comprados para uso em máquinas médicas ?Com certeza não foram comprados para sensoriamento espacial ?
    Afonso

  8. Eu quero mais é que seja tudo embargado, assim teremos que desenvolver e assim dominamos a tecnologia, como tem acontecido ate agora, as vezes fazemos ainda melhor, caso da centrifuga brasileira. E mais, nós somos brasieiros e não desistimos nunca.
    CAMPANHA “JOBIM PRESIDENTE 2015”. ABS..

  9. Eu pergunto, se em 1969 os gringos foram a Lua, é o Brasil vêem desde então sonhado em fazer algum similar por uma simples satélite no espaço, ta difícil so pode ter 2 problemas, um não tem capacidade para tal, ou falta verba.
    Segundo motivo, somos deficiente na área espacial, temos alguma faculdade especializada no asunto, não, oque temos é o esforços de alguns militares querendo realizar esse sonho, oque mais me asolar, é ver a capacidade do governo de investir pouco numa área que será rentavel para eles, no futuro mais investem em varias obras públicas subfaturadas é desviadas os recursos é pior nunca terminam as obras falta uma lei seria nesse pais onde qualquer Zé mane consegue passar a perna no governo fraco,mediocre,fragilizado,pésimo,vigarista,sem atitude é moral com a pátria, sua nação não da importancia para o assunto mais é consolado pelo governo na época do futeboll, carnaval, comemorações atoas que nada engrandece o país, é ridiculariza aqueles que querem ter um objetivos.

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