Ocidente rasga resolução do Conselho de Segurança ao apoiar os rebeldes

Independentemente do seu desfecho, a campanha liderada pelo Ocidente na Líbia já entra para a história como mais um capítulo de inobservância das leis internacionais.

Se por um lado fica evidente que os EUA sob o presidente Barack Obama tentaram dar um verniz legal à ação advogada por seus colegas europeus, ao insistir por uma resolução no Conselho de Segurança da ONU sobre o tema, também é claro que esta acabou sendo desrespeitada integralmente.

Desde o começo, foi alvejada não só a infraestrutura de defesa antiaérea de Muammar Gaddafi.

Foram bombardeadas também posições de forças terrestres. Ainda seria possível argumentar que isso faria parte do compromisso central da resolução: proteger civis “por todos os meios necessários”.

Ao fim da semana passada, a ofensiva mudou de natureza. Além da zona de exclusão aérea, o que o Ocidente passou a fazer foi dar apoio às tropas rebeldes.

Até o começo dos ataques, as forças de Gaddafi tinham retomado o controle de cidades importantes como Ras Lanuf, e batido às portas do principal bastião rebelde, Benghazi.

Agora, o movimento contrário ocorre, com as bombas ocidentais abrindo caminho para o avanço das picapes rebeldes.

Isso implica tomar lado pela deposição de Gaddafi, o que não está previsto na resolução da ONU.

Não que Nicolas Sarkozy, em busca de reeleição, e David Cameron, atrás de alguma agenda positiva em meio a seus cortes orçamentários, estejam preocupados. Mas há outros problemas.

Sem o apoio da Otan, é previsível que os rebeldes não tenham como tomar o poder em Trípoli.

Mesmo um cessar-fogo agora deixaria Gaddafi em posição de força contra eles, e nada indica até aqui que ele pretenda entregar facilmente o jogo.

Resta matá-lo em um bombardeio “impreciso” -aspas propositais. Mesmo se isso acontecer, os rebeldes parecem demasiadamente descentralizados para a negociação política com o que tenha sobrado do Estado líbio.

Especula-se então o papel de forças mediadoras africanas ou árabes/islâmicas, já que o Ocidente não quer se meter em mais um atoleiro. O cenário sugere guerra civil, e aí teremos de ver quais civis serão protegidos e como.

Fonte: Folha de SãoPaulo Via Notimp

32 Comentários

  1. Gadaffi é um cachorro velho e não vai entregar o jogo facilmente.
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    O que é mais vexatório para a ONU, é que agora a coalizão já fala em incursão terrestre.
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    QUE DESCARAMENTO DA DIPLOMACIA OCIDENTAL EM MANIPULAR MAIS UMA VEZ A ONU PARA DERRUBAR UM DITADOR.
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    É uma barbaridade ver governos ocidentais manipularem suas políticas externar com o propósito de favorecer indústrias nacionais.

  2. É uma raposa velha, perto da morte, por isso coloca os jovens iludidos para morrer na guerra, por ele.
    Tenho medo dos velhos no poder.

  3. Em outra matéria do Site, chama-se a atenção para o perigo de isso se transformar em meras desculpas humanitarias para se invadir países “jurispridencia perigosa”. O tempo ira dizer se a ONU vai deixar de cumprir o seu papel primordial, que é o direito dos países de resolver seus problemas internos.
    CAMPANHA “JOBIM PRESIDENTE 2015”. ABS…

  4. Não gostei da posição brasileira de neutralidade. O Brasil está sempre em cima do muro. Parem com isso. Precisamos ser sérios, como os americanos, ingleses, franceses, russos, chineses …

  5. ”Independentemente do seu desfecho, a campanha liderada pelo OCIDENTE…”
    Essas reportagens devem ser mais diretas essas guerras não é uma confrontação ORIENTE versus OCIDENTE! deve se dar nomes aos bois !
    Chega de se usar termos como ”COMUNIDADE INTERNACIONAL” entre tantos outros que deixam a entender que todos concordamos com essas atrocidades !
    QUEM ESTA PROMOVENDO ESSA GUERRA É A OTAN E ALGUNS ESTADOS VASSALOS DO MUNDO ÁRABE !

  6. Sem o Kadaffi a Líbia se tornará um segundo Afeganistão, dividido entre incontáveis facções, ou “receberá” dos vencedores um governante, igual ao Afeganistão…
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    A vida toda li e soube que o nome do cara era com K, agora surgiu com G – ou talvez sempre tenha sido com G e eu que não sabia. Sei lá, é a mesma pessoa, isso que importa.

  7. é pessoal tenho dó daquele que acha que a paises bonzinhos que vao livrar o mundo das pessoas “ruins” , e que tudo ficara uma maravilha,
    hahahaha
    o mundo é o que sempre foi (um lugar movido por ambiçoes), nao acho isso tao ruim pq é a ambiçao que faz o mundo evoluir , porem em termos sociais estamos ficando saturados(destruidos), e acho ridiculo quando um filme(hollywood), fica mostrando aquelas guerras e dizendo que a causa é nobre, e que eles sao os bonzinhos e bla bla bla, pq nao contam a realidade?(é obvio que nao vao querer fazer isso, pois nao teriam apoio do povo nas guerras), e com um povo tao ignorante igual aos americanos, ai é bem mais facil.
    nao sejam ingenuos, todas as guerras tem interesses por tras, nao a nenhum pais no mundo que queira gastar bilhoes em uma guerra e nao tirar proveito(seus custos e lucros) de tal pais.
    sds a todos

  8. e olha , gosto do lula, mais na questao “visao exterior” , ele é um desses tontos que acreditam no mundo “paz e amor”.

  9. É só rir…

    E o mais interessante nisto tudo, é que os BRIC com assento no Conselho de Segurança absteram-se TODOS (votação da resolução 1973), numa clara demonstração de clara incapacidade em influenciar decisivamente questões críticas de segurança internacional.

    E depois é ver os “jornais de referência” dos respectivos países darem recados por meio de editoriais e artigos de opinião.

    É a chamada diplomacia da birra.

    PS – Foi a primeira vez que todos os BRIC votaram no Conselho de Segurança.

    PS1 – Dificilmente os BRIC se voltarão a encontrar a curto-médio prazo, porque a China e a Rússia se opõem à reforma do CC de forma a incluir por exemplo o Brasil e a Índia.

    PS2 – Seria interessante também conhecer artigos de opinião que reflectissem sobre esta desarticulação dos países do futuro…

  10. A invasão ia acontecer independente do que a ONU resolvesse (lembram do Iraque? Ela falou não os EUA falou sim e invadiu), para não ficar feio é que ela aprovou tudo o que está acontecendo. Porteira que passa um boi passa uma boiada, agora vai virar festa total, quem for esperto escolhe o melhor lugar na platéia para assistir.

  11. “é pessoal tenho dó daquele que acha que a paises bonzinhos que vao livrar o mundo das pessoas “ruins”

    “e com um povo tao ignorante igual aos americanos”

    E não tem dó de quem mete tudo no mesmo saco??

  12. Quem vai ficar com a > parte do espólio da Líbia , a frança? s otan? De uma coisa nos sabemos, eu vc , os Rússos e Chinese; quem entrar , pisar nas terras da Líbia está cometendo um crime internacional de vilação de soberania a um estado membro da ONU…CRIMINOSO tal qual o bush e toniblaier ao invadirem o Irak, aliás qdo os mesmo e os outros serão presos p TPI? Só Africanos e SA? Sds.

  13. os BRIC com assento no Conselho de Segurança absteram-se TODOS (votação da resolução 1973), numa clara demonstração de clara incapacidade em influenciar decisivamente questões críticas de segurança internacional

    .
    Não vejo como isso prova incapacidade. Se quisessem, a China ou a Rússia podiam ter vetado a resolução, algo que até seria de seu interesse. O Brasil e a Índia só se abstiveram na votação, porque votar contra a resolução os isolaria no CS. A Alemanha, idem.

  14. A abstenção é um campo neutro que mostra fraqueza. Ou se vota contra, ou a favor.

    No fundo os BRIC abstiveram-se porque não têm e não tinham qualquer possibilidade de impedir que a intervenção acontecesse.

    Tão somente isso. Fraqueza.

  15. “É A ÁGUA, ESTÚPIDO!” – Não há business como guerra-business. Vale a pena ler a matéria de Pepe Escobar:

    Não há business como o guerra-business
    30/3/2011, Pepe Escobar, Asia Times Online
    http://www.atimes.com/atimes/Middle_East/MC30Ak01.html

    Mentiras, hipocrisias e agendas ocultas. Eis os temas dos quais o presidente Barack Obama não tratou, ao explicar aos EUA e ao mundo a sua doutrina para a Líbia. A mente se perde, vacila, ante tais e tantos buracos negros que cercam essa esplêndida guerrinha que não é guerra (é “ação militar com escopo limitado por prazo limitado”, nos termos da Casa Branca) – complicados pela inabilidade do pensamento progressista, que não consegue condenar, ao mesmo tempo, tanto a crueldade do governo de Muammar Gaddafi quanto o “bombardeio humanitário” dos exércitos de EUA-anglo-franceses.

    A Resolução n. 1.973 do Conselho de Segurança da ONU operou como cavalo de Tróia: permitiu que o consórcio EUA-anglo-francês – e a Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) – se convertesse em força aérea da ONU usada para apoiar um levante armado. Aparte nada ter a ver com proteger civis, esse arranjo é absoluta e completamente ilegal em termos da legislação internacional. O objetivo final aí ocultado, que até as crianças subnutridas da África já viram, mas que ninguém assume ou confessa, é mudar o governo na Líbia.

    O tenente-general Charles Bouchard do Canadá, comandante da OTAN para a Líbia, que insista o quanto quiser, repetindo que a missão visa exclusivamente a proteger civis. Pois os “civis inocentes” lá estão, dirigindo tanques e disparando Kalashnikovs, brigada de farrapos que, de fato, são soldados em guerra civil. O problema é que, agora, a OTAN foi convertida em força aérea daquele exército, seguindo as pegadas do consórcio EUA-franco-inglês.

    Ninguém diz que a “coalizão de vontades” que hoje combate o governo líbio é coalizão de apenas 12 vontades (das 28 vontades representadas na OTAN), mais o Qatar. Isso absolutamente nada tem a ver com a “comunidade internacional”.

    O veredicto sobre a zona aérea de exclusão ordenada pela ONU só será conhecido depois que houver governo “rebelde” na Líbia e terminar a guerra civil (se terminar rapidamente). Só então se poderá saber se, algum dia, os Tomahawks e bombas-em-geral foram algum dia justificados; o porquê de os civis de Cyrenaica terem sido “protegidos”, ao mesmo tempo em que os civis em Trípoli foram Tomahawk-eados; quem, afinal eram os ditos “rebeldes” ditos “salvos”; se a coisa toda, desde o início, em algum momento deixou de ser ilegal; como aconteceu de uma resolução do Conselho de Segurança da ONU ser usada para acobertar golpe de Estado (digo, “mudança de regime”); como o caso de amor entre “revolucionários” líbios e o Ocidente pode acabar em divórcio sangrento (lembrem o Afeganistão!); e quais os atores ‘ocidentais’ que lucrarão mais, imensamente, com a exploração de uma nova Líbia – seja unificada seja balkanizada.

    Pelo menos por hora, é muito fácil identificar os que já estão lucrando.

    O Pentágono

    Roberto “O Supremo do Pentágono” Gates disse no fim-de-semana, na maior cara dura, que só há três regimes repressivos em todo o Oriente Médio: Irã, Síria e Líbia. O Pentágono se encarrega agora do elo mais fraco – a Líbia. Os outros dois sempre foram figuras chaves da lista dos neoconservadores, de governos a serem derrubados. Arábia Saudita, Iêmen, Bahrain etc. são exemplos de democracia.

    Como nessa guerra de prestidigitação “agora se vê, agora não se vê”, o Pentágono obra para lutar não uma, mas duas guerras. Começou pelo AFRICOM – Comando dos EUA na África –, criado no governo George W Bush, reforçado no governo Obama, e rejeitado por legiões de governos, intelectuais, organizações de direitos humanos e especialistas africanos. Agora, a guerra está em transição, passando para as mãos da OTAN, que é o mesmo que a mão pesada do Pentágono sobre seus asseclas europeus.

    É a primeira guerra africana do AFRICOM, comandada agora pelo general Carter Ham diretamente de seu quartel-general nada-africano em Stuttgart. O AFRICOM é fraude, como diz Horace Campbell, professor de estudos afro-norte-americanos e ciência política na Syracuse University: fundamentalmente, é uma frente de operação comercial, para que empresas contratadas pelos militares nos EUA – Dyncorp, MPRI e KBR possam fazer negócios na África. Os estrategistas dos EUA que muito se beneficiaram na porta giratória que se criou entre as privatizações e as guerras estão adorando a intervenção na Líbia, como magnífica oportunidade para dar credibilidade político-militar ao AFRICOM-business.”

    Os Tomahawks do AFRICOM-EUA atingiram também – metaforicamente – a União Africana (UA) a qual, diferente da Liga Árabe, não se deixa facilmente comprar pelo ocidente. As petro-monarquias do Golfo, todas, festejaram o bombardeio; Egito e Tunísia, não.

    Só cinco países africanos não são subordinados ao AFRICOM-EUA: Líbia, Sudão, Costa do Marfim, Eritreia e Zimbabwe.

    A OTAN

    O plano master da OTAN é dominar o Mediterrâneo, como lago da OTAN. Sob essa “ótica” (no jargão do Pentágono), o Mediterrâneo é infinitamente mais importante hoje, como teatro de guerra, que o “AfPak”.

    Apenas três, das 20 nações do ou no Mediterrâneo não são da OTAN ou aliadas de seus programas “de parceria”: a Líbia, o Líbano e a Síria. O Líbano já está sob bloqueio da OTAN desde 2006. Atualmente, já há bloqueio também contra a Líbia. Os EUA – via OTAN – já praticamente conseguiram fazer do círculo, o quadrado. Que ninguém se engane: a Síria é o próximo alvo.

    A Arábia Saudita

    Excelente negócio! O rei Abdullah vê-se livre de Gaddafi, seu arqui-inimigo. A Casa de Saud – do modo abjeto que é sua marca registrada – rende-se ao atraso, para beneficiar o ocidente. A atenção da opinião pública ganha objeto alternativo, para distrair-se: os sauditas invadem o Bahrain, para esmagar movimento popular legítimo, pacífico, pró-democracia.

    A Casa de Saud vendeu a ficção segundo a qual “a Liga Árabe” teria votado unanimemente a favor da zona aérea de exclusão. É mentira.

    Dos 22 membros da Liga Árabe, só 11 estiveram presentes à sessão que aprovou a “no-fly zone”; seis desses são membros do Conselho de Cooperação do Golfo, gangue da qual a Arábia Saudita é o cão-chefe.

    A Casa de Saud teve de aplicar uma chave-de-braço em três. A Síria e a Argélia estavam contra a no-fly zone contra a Líbia. Tradução: só nove, dentre 22 países árabes, votaram a favor de implantar-se a zona aérea de exclusão na Líbia.

    Agora, a Arábia Saudita já pode até mandar que o presidente do Conselho de Cooperação do Golfo Abdulrahman al-Attiyah declare sem piscar que “o sistema líbio perdeu a legitimidade”. Sobre a Casa de Saud e os al-Khalifas do Bahrain… não faltará quem os indique para o Hall da Fama da Assistência Humanitária.

    O Qatar

    O país que hospedará a Copa do Mundo de Futebol de 2022 sabe, sim, amarrar negócios. Seus Mirages já ajudavam a bombardear a Líbia, enquanto Doha preparava-se para vender aos mercados ocidentais o petróleo da Líbia. O Qatar foi o primeiro país a reconhecer o governo dos “rebeldes” líbios como único governo legítimo; fê-lo um dia depois de ter fechado o negócio do varejão do petróleo líbio no ocidente.

    Os “rebeldes”

    Sem desrespeitar as importantes aspirações democráticas do movimento da juventude líbia, fato é que o grupo mais bem organizado da oposição a Gaddafi é a Frente Nacional de Salvação da Líbia – há anos financiada pela Casa de Saud, pela CIA e pela inteligência francesa. O “rebelde’ “Conselho Nacional do Governo de Transição” é praticamente a velha Frente Nacional, acrescida de alguns militares desertores. A “coalizão” “protege” essa “elite” de “civis inocentes”, hoje.

    Nessa linha, o “Conselho Nacional do Governo de Transição” acaba de nomear novo ministro das finanças: Ali Tarhouni, economista formado nos EUA. Foi ele quem disse que vários países ocidentais há lhe haviam dado créditos, sob garantias do fundo soberano líbio; e que os britânicos lhe deram acesso a 1,1 bilhão de dólares do dinheiro de Gaddafi.

    Significa que o consórcio EUA-anglo-francês – e agora a OTAN –, só terão de pagar a conta da compra das bombas. No que tenha a ver com histórias da imundície das guerras, essa é impagável: o ocidente está usando o dinheiro da Líbia para pagar um bando de líbios oportunistas interessados em derrubar o governo da Líbia. França e Inglaterra gozam, de tanto que amam as bombas. Nos EUA, os neoconservadores devem estar se estapeando, lá entre eles, de inveja: por que o vice-secretário de Defesa Paul Wolfowitz não teve a mesma ideia, para o Iraque, em 2003?

    A França

    Oh la la, a coisa bem poderia servir de substrato para romance proustiano. A coleção estrela da primavera francesa nas passarelas parisienses é o show de moda-fantasia de Nicolas Sarkozy: uma zona aérea de exclusão na Líbia, rebordada com ataques-acessórios pelos jatos Mirage/Rafale. Todo o show e pirotecnia foi concebido por Nouri Mesmari, chefe de protocolo de Gaddafi, que desertou e fugiu para a França em outubro de 2010. O serviço secreto italiano vazou para jornalistas e jornais selecionados os detalhes da deserção e da fuga. O papel do DGSE, serviço secreto francês, está mais ou menos explicado no e-jornal (só para assinantes) Maghreb Confidential.

    A verdade é que o coq au vin da revolta de Benghazi já estava cozinhando em fogo baixo desde novembro de 2010. Os galos-estrelas foram Nouri Mesmari; Abdullah Gehani, coronel da Força Aérea da Líbia; e o serviço secreto francês. Mesmari era chamado “o WikiLeak líbio”, porque vazou quase todos os segredos militares de Gaddafi. Sarkozy adorou, furioso desde que Gaddafi cancelou gordos contratos para comprar aviões Rafales (para substituir os Mirages líbios que, hoje, estão sendo bombardeados por Mirages franceses) e usinas nucleares francesas.

    Isso explica por que Sarkozy, que estava tão animadinho, posando de neoliberador de árabes, foi o primeiro líder europeu a reconhecer “os rebeldes” (para tristeza de muitos, na União Europeia) e o primeiro a bombardear as forças de Gaddafi.

    Vê-se aí também exposto o papel do desavergonhado filósofo e autopropagandista Bernard Henri-Levy, que se esfalfou enchendo a mídia mundial com notícias de que ele telefonara a Sarkozy, de Benghazi, e assim despertou o filão humanitário no coração do presidente. Ou Levy é o otário da hora, ou é uma conveniente cereja “intelectual” acrescentada ao já assado bolo-bomba contra Gaddafi.

    Ninguém detém Sarkozy, o Terminator. Já avisou todos os governos árabes que estão na mira para serem bombardeados ao estilo Líbia se espancarem manifestantes. Até já avisou que a Costa do Marfim seria “a próxima”. Bahrain e Iêmen, claro, não têm com o que se preocuparem. Quanto aos EUA, mais uma vez os EUA apoiam golpe militar (não deu certo com o Omar “Sheikh al-Tortura” Suleiman no Egito. Talvez funcione na Líbia).

    Al-Qaeda

    O coringa sempre conveniente renasce. O consórcio EUA-franco-inglês – e agora também a OTAN – outra vez combatem aliados à al-Qaeda, dessa vez representada pela al-Qaeda no Maghreb (AQM).

    Abdel-Hakim al-Hasidi, líder dos “rebeldes” líbios – que combateu ao lado dos Talibã no Afeganistão – confirmou, com detalhes, para a mídia italiana, que recrutara pessoalmente “cerca de 25” jihadistas na região de Derna no leste da Líbia para combater os EUA no Iraque; e que agora “eles estão na linha de frente em Adjabiya”.

    Isso, depois de o presidente do Chad Idriss Deby ter dito que a al-Qaeda no Maghreb assaltou arsenais militares na Cyrenaica e provavelmente já têm alguns mísseis terra-ar. No início de março, a al-Qaeda no Mahgreb apoiou publicamente os “rebeldes”. O fantasma de Osama bin Laden deve estar rindo como o gato Cheshire de Alice; mais uma vez, conseguiu por o Pentágono a trabalhar para ele.

    Os privatizadores da água

    Poucos no ocidente sabem que a Líbia – como o Egito – repousa sobre o Sistema Aquífero do Arenito Núbio [ing. Nubian Sandstone Aquifer]: é um oceano de extremamente valiosíssima água doce. Ah, sim, sim, essa guerra de prestidigitação “agora se vê, agora não se vê”, é crucial guerra pela crucial água.

    O controle do aquífero é patrimônio sem preço: além da água para beber, o prestígio para dominar: a EUA-França-Inglaterra “resgatando” valiosos recursos naturais, das mãos dos árabes “selvagens”.

    É um Aquedutostão – enterrado fundo no coração do deserto. São 4.000 quilômetros de dutos. É o Maior Projeto de Rio Criado pelo Homem [ing. Great Man-Made River Project (GMMRP)], que Gaddafi construiu por 25 bilhões de dólares sem tomar emprestado nem um centavo nem do FMI nem do Banco Mundial (mais um exemplo de barbárie de Gaddafi, que não se deve deixar vazar para o resto do mundo subdesenvolvido).

    O sistema GMMRP fornece água para Trípoli, Benghazi e todo o litoral da Líbia. A quantidade de água disponível, estimada por especialistas, é o equivalente à toda a água que corre pelo Nilo por 200 anos. Comparem-se esses números os números das chamadas “Três Irmãs” – empresas Veolia (ex-Vivendi), Suez Ondeo (ex-Generale des Eaux) e Saur – as empresas francesas que controlam mais de 40% do mercado global de água.

    Todos os olhos devem-se focar, atentos, para ver se algum dos aquedutos da GMMRP serão bombardeados. Cenário altamente possível, caso sejam bombardeados, é que imediatamente comecem a ser negociados os gordos contratos de “reconstrução” – que beneficiarão a França. Será o passo final para privatizar toda aquela – até o momento gratuita – água. Da doutrina do choque, chegamos à doutrina da água.

    Essa lista dos que ganham com a guerra está longe de ser completa – ainda não se sabe quem ficará nem com o petróleo nem com o gás natural da Líbia. Enquanto isso, o show (das bombas) tem de continuar. Não há business como o guerra-business.

  16. Afonso de Portugal disse:
    30/03/2011 às 11:17

    afonso, nao sei se entendi bem o que vc quis dizer , mas se nao concorda com o que eu disse sobre que o mundo(ou no minimo os paises que tem voz) inteiro é farinha do mesmo saco, entao pergunto em que mundo vc vive?

    sds a todos.

  17. “É a água, estúpido!”

    ‘Pepe Escobar’

    “Poucos no ocidente sabem que a Líbia – como o Egito – repousa sobre o Sistema Aquífero do Arenito Núbio [ing. Nubian Sandstone Aquifer]: é um oceano de extremamente valiosíssima água doce. Ah, sim, sim, essa guerra de prestidigitação “agora se vê, agora não se vê”, é crucial guerra pela crucial água.

    O controle do aquífero é patrimônio sem preço: além da água para beber, o prestígio para dominar: a EUA-França-Inglaterra “resgatando” valiosos recursos naturais, das mãos dos árabes “selvagens”.

    É um Aquedutostão – enterrado fundo no coração do deserto. São 4.000 quilômetros de dutos. É o Maior Projeto de Rio Criado pelo Homem [ing. Great Man-Made River Project (GMMRP)], que Gaddafi construiu por 25 bilhões de dólares sem tomar emprestado nem um centavo nem do FMI nem do Banco Mundial (mais um exemplo de barbárie de Gaddafi, que não se deve deixar vazar para o resto do mundo subdesenvolvido).

    O sistema GMMRP fornece água para Trípoli, Benghazi e todo o litoral da Líbia. A quantidade de água disponível, estimada por especialistas, é o equivalente à toda a água que corre pelo Nilo por 200 anos. Comparem-se esses números os números das chamadas “Três Irmãs” – empresas Veolia (ex-Vivendi), Suez Ondeo (ex-Generale des Eaux) e Saur – as empresas francesas que controlam mais de 40% do mercado global de água.

    Todos os olhos devem-se focar, atentos, para ver se algum dos aquedutos da GMMRP serão bombardeados. Cenário altamente possível, caso sejam bombardeados, é que imediatamente comecem a ser negociados os gordos contratos de “reconstrução” – que beneficiarão a França. Será o passo final para privatizar toda aquela – até o momento gratuita – água. Da doutrina do choque, chegamos à doutrina da água.

    Essa lista dos que ganham com a guerra está longe de ser completa – ainda não se sabe quem ficará nem com o petróleo nem com o gás natural da Líbia. Enquanto isso, o show (das bombas) tem de continuar.

    Não há business como o guerra-business.”

    *
    30/3/2011, Pepe Escobar, Asia Times Online
    There’s no business like war business
    Traduzido pelo Coletivo da Vila Vudu

  18. Algo me diz que a falência da ONU está dando margem para um novo conselho de segurança esvaziando o conselho atual e deixando meia dúzia de países contra o resto do mundo.

  19. Vale a pena tomar nota: CONSULTA POPULAR

    CONSULTA POPULAR

    Secretaria Operativa Nacional

    Correio eletrônico: secretaria@consultapopular.org.br

    Página na internet: http://www.consultapopular.org.br

    Contra os ataques militares Imperialistas à Líbia!

    Os EUA e seus aliados na OTAN se aproveitam da aprovação de
    resolução do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas
    estabelecendo uma zona de exclusão aérea e promovem ataques militares,
    preparando condições para uma invasão da Líbia.

    Trata-se de flagrante violação do princípio da autodeterminação dos
    povos do mundo que fere a própria decisão do Conselho de Segurança da
    ONU que proibiu “qualquer tipo de ocupação estrangeira em qualquer parte
    do território líbio”. Através de ações militares tentam manipular a legitima
    revolta de um povo que luta por direitos democráticos e melhores condições
    de vida, visando o controle estratégico de suas jazidas de petróleo.

    Mais uma vez, o imperialismo estadunidense se manifesta sob a forma
    de ataques militares que visam a ampliação da dominação econômica na
    região, sob a falsa bandeira da democracia para todos os povos.

    Diante disso, é preciso denunciar e mobilizar contra a intervenção militar
    imperialista e defesa da autodeterminação do povo líbio.

    São Paulo, 20 de março de 2011.

    Consulta Popular

  20. É UMA OPERAÇÃO MILITAR PROLONGADA – Michel Chossudovsky Líbia: A maior empreendimento militar desd e a invasão do Iraque
    #0, by macaense, 23 March 2011 08:59 PM

    Líbia: O maior empreendimento militar desde a invasão do Iraque
    – Rumo a uma operação militar prolongada
    por Michel Chossudovsky

    # Mentiras rematadas dos media internacionais: Bombas e mísseis são apresentados como instrumentos de paz e de democratização.
    # Isto não é uma operação humanitária. O ataque à Líbia abre um novo teatro de guerra regional.
    # Há três diferentes teatros de guerra no Médio Oriente – região da Ásia Central: Palestina, Afeganistão e Iraque.
    # O que está a desdobrar-se é um quarto Teatro de Guerra EUA-NATO no Norte de África, com risco de escalada.
    # Estes quatro teatros de guerra estão funcionalmente relacionados, fazem parte de uma agenda militar integrada EUA-NATO.

    Disparo de míssil. O bombardeamento da Líbia esteve no estirador do Pentágono durante vários anos, como confirmado pelo antigo comandante da NATO, general Wesley Clark.

    A operação Odissey Dawn é reconhecida como a “maior intervenção militar ocidental no mundo árabe desde que começou a invasão do Iraque, há exactamente oito anos” ( Russia: Stop ‘indiscriminate’ bombing of Libya – Taiwan News Online , March 19, 2011).

    Esta guerra faz parte da batalha pelo petróleo. A Líbia está entre as maiores economias petrolíferas do mundo, com aproximadamente 3,5% das reservas globais de petróleo – mais do dobro das dos EUA.

    O objectivo subjacente é obter controle sobre as reservas de petróleo e gás da Líbia sob o disfarce de uma intervenção humanitária.

    As implicações geopolíticas e económicas de uma intervenção militar conduzida pelos EUA-NATO contra a Líbia são de extremo alcance.

    A Operação “Odyssey Dawn” faz parte de uma agenda militar mais vasta no Médio Oriente e na Ásia Central, a qual consiste em obter controle e propriedade corporativa sobre mais de 60 por cento das reservas mundiais de petróleo e gás natural, incluindo as rotas dos oleodutos e gasodutos.

    Com 46,5 mil milhões de barris de reservas provadas (10 vezes as do Egipto), a Líbia é a maior economia petrolífera no continente africano seguida pela Nigéria e Argélia (Oil and Gas Journal). Em contraste, as reservas provadas dos EUA são da ordem dos 20,6 mil milhões de barris (Dezembro 2008) de acordo com a Energy Information Administration. U.S. Crude Oil, Natural Gas, and Natural Gas Liquids Reserves ).

    O maior empreendimento militar desde a invasão do Iraque

    Uma operação militar desta dimensão e magnitude, envolvendo a participação activa de vários membros da NATO e países parceiros, nunca é improvisada. A operação Odyssey Dawn estava em etapas avançadas de planeamento militar antes do movimento de protesto no Egipto e na Tunísia.

    A opinião pública foi levada a acreditar que o movimento de protesto se propagou espontaneamente da Tunísia e do Egipto à Líbia.

    A insurreição armada na Líbia Oriental é apoiada directamente por potências estrangeiras. As forças rebeldes em Bengazi imediatamente arvoraram a bandeira vermelha, negra e verde com o crescente e a estrela: a bandeira da monarquia do rei Idris, o qual simbolizava o domínio das antigas potências coloniais. (Ver Manlio Dinucci, Libya-When historical memory is erased , Global Research, February 28, 2011)

    A insurreição também foi planeada em coordenada com o cronograma da operação militar. Ela foi cuidadosamente planeada meses antes do movimento de protesto, como parte de uma operação encoberta.

    Forças especiais do estado-unidenses e britânicas foram descritas como estando no terreno a “ajudar a oposição” desde o princípio.

    Do que estamos a tratar é de um roteiro militar, um cronograma de eventos militares e de inteligência cuidadosamente planeados.

    Cumplicidade das Nações Unidas

    Até agora, a campanha de bombardeamento resultou em incontáveis baixas civis, as quais são classificadas pelos media como “danos colaterais” ou atribuídas às forças armadas líbias.

    Numa ironia amarga, a Resolução 1973 do Conselho de Segurança da ONU concede à NATO um mandato “para proteger civis”.

    Protecção de civis

    3. Autoriza Estados membros que notificaram o secretário-geral, a actuarem nacionalmente ou através de organizações regionais ou acordos, e a actuarem em cooperação com o secretário-geral, a tomarem todas as medidas necessárias , não obstante o parágrafo 9 da resolução 1970 (2011), para proteger civis e áreas populadas por civis sob ameaça de ataque na Jamahiriya Árabe Líbia, incluindo Bengazi, enquanto excluindo uma forças de ocupação estrangeira de qualquer forma sobre qualquer parte do território líbio , e requer os Estados membros relacionados a informarem imediatamente o secretário-geral das medias que tomaram de acordo com a autorização conferida por este parágrafo a qual será imediatamente informada ao Conselho de Segurança. ( UN Security Council Resolution on Libya: No Fly Zone and Other Measures , March 18, 2011)

    A resolução da ONU garante às forças da coligação carta branca para empenharem-se numa guerra total contra um país soberano em desrespeito do direito internacional e em violação da Carta das Nações Unidas. Ela também serve a interesses financeiros dominantes: não só permite à coligação militar bombardear um país soberano como também permite o congelamento de activos, podo assim em perigo o sistema financeiro da Líbia.

    Congelamento de activos

    19. Decide que o congelamento de activos imposto pelo parágrafo 17, 19, 20 e 21 da resolução 1970 (2011) será aplicados a todos os fundos, outros activos financeiros e recursos económicos que estão no seu território, os quais são possuídos ou controlado, directa ou indirectamente, pelas autoridades líbias, …

    Em parte alguma da resolução do CSONU é mencionada a questão da mudança de regime. Mas é entendido que forças da oposição receberão parte do dinheiro confiscado sob o artigo 19 de resolução 1973. Discussões com líderes da oposição para esse facto de facto já tiveram lugar. Isso se chama desvio do texto e fraude financeira.

    20. Afirma a sua determinação de assegurar que activos congelados de acordo com o parágrafo 17 da resolução 1979 (2011) deverão, numa etapa posterior, tão logo quanto possível serem disponibilizados para e em benefício do povo da Jamahiriya Árabe Líbia;

    Em relação à “Imposição do embargo de armas” sob o parágrafo 13 da resolução, as forças da coligação comprometer-se-ão sem excepção a impor um embargo de armas à Líbia. Mas desde o princípio eles violaram o Artigo 13, ao fornecerem armas às forças de oposição em Bengazi.

    Operação militar prolongada?

    Os conceitos são invertidos. Numa lógica absolutamente enviesada, paz, segurança e protecção do povo líbio devem ser alcançados através de ataques de mísseis e bombardeamentos aéreos.

    O objectivo da operação militar não é a protecção de civis mas a mudança de regime e a ruptura do país, como na Jugoslávia, nomeadamente a partição da Líbia em países separados. A formação de um Estado separado na área produtora de petróleo da Líbia Oriental foi contemplada por Washington durante muitos anos.

    Cerca de uma semana antes do ataque com bombardeamentos, o director da inteligência nacional James Clapper enfatizou num testemunho ao Comité de Serviços Armados do Senado dos EUA que a Líbia tem capacidades de defesa aérea significativas e que uma abordagem zona de interdição de voo poderia potencialmente resultar numa prolongada operação militar.

    A política de Obama tem o “objectivo de afastar Kadafi”, reiterou o conselheiro de segurança nacional.

    Mas o testemunho de Clapper revela quão difícil isso poderia ser.

    Ele disse ao comité do Senado pensar que “Kadafi está nisto por muito tempo” e que não pensa ter Kadafi “qualquer intenção … de abandonar”.

    Finalmente, enumerando as razões porque acredita que Kadafi prevalecrá, Clapper disse que o regime tem mais stocks militares e pode contar com um exército bem treinado, unidades “robustamente equipadas”, incluindo a 32ª Brigada, a qual é comandada pelo filho de Kadafi, Khamis, e a 9ª Brigada.

    O grosso do seu hardware inclui defesas aéreas de fabricação russa, artilharia, tanques e outros veículos, “e eles parecem mais disciplinados quanto ao modo como tratam e reparam esse equipamento”, continuou Clapper.

    Clapper contestou afirmações de que uma zona de interdição de voo poderia ser imposta à Líbia rápida e facilmente, dizendo que Kadafi comanda o segundo maior sistema de defesa aérea do Médio Oriente, logo após o do Egipto.

    “Eles têm um bocado de equipamento russo e há uma certa qualidade nos números. Algum do equipamento caiu nas mãos dos oposicionistas”, continuou.

    O sistema compreende cerca de 32 sítios de mísseis terra-ar e um complexo de radar que “está centrado na protecção da linha costeira (mediterrânea) onde está 80 ou 85 por cento da população”, disse Clapper. As forças de Kadafi também têm “um número muito grande” de mísseis anti-avião disparados do ombro (shoulder-fired anti-aircraft missiles).

    O general do Exército Ronald Burgess, director da Defense Intelligence Agency, endossou a avaliação de Clapper, dizendo que o momento estava a mudar em favor das forças de Kadafi depois de estar inicialmente com a oposição.

    “Se mudou ou não plenamente para o lado de Kadafi neste momento dentro do país penso que não está claro”, disse Burgess. “Mas agora atingimos um estado de equilíbrio onde … a iniciativa, se quiser, pode estar do lado do regime”.

    Horas depois de Clapper ter falado, Thomas Donilon, conselheiro de segurança nacional de Obama, apresentou uma avaliação diferente, o que sugere pontos de vista agudamente divergentes entre a Casa Branca e a comunidade de inteligência dos EUA.

    Ele disse que a análise dos chefes de inteligência eram “estáticas” e “unidimensionais”, com base no equilíbrio de força militar, e deixava de levar em conta tanto o crescente isolamento de Kadafi como acções internacionais para promover seus oponentes. ( White House, intel chief split on Libya assessment | McClatchy , March 11, 2011)

    A declaração anterior sugere que a Operação Odyssey Dawn podia levar a uma guerra prolongada e persistente resultando em perdas significativas para a NATO-EUA.

    As dificuldades militares da NATO foram relatadas por fontes líbias desde o princípio da campanha aérea.

    Horas após o começo dos bombardeamentos, fontes líbias (ainda a serem confirmadas) destacaram o derrube de três jactos franceses. (Ver Mahdi Darius Nazemroaya, Breaking News: Libyan Hospitals Attacked. Libyan Source: Three French Jets Downed , Global Research, March 19, 2011.

  21. “afonso, nao sei se entendi bem o que vc quis dizer , mas se nao concorda com o que eu disse sobre que o mundo(ou no minimo os paises que tem voz) inteiro é farinha do mesmo saco, entao pergunto em que mundo vc vive?”

    É isso mesmo, não concordo. Para mim nem tudo é farinha do mesmo saco e nem as situações são todas iguais.

    Dispenso generalizações.

  22. Vale a pena ler TRIPOLI, A NOVA TRÓIA de Pepe Escobar:

    Tripoli, a nova Tróia
    By Pepe Escobar Por Pepe Escobar

    To follow Pepe’s articles on the Great Arab Revolt, please click here . Para acompanhar os artigos de Pepe sobre a Grande Revolta Árabe, por favor clique aqui .

    Odyssey Dawn slogs on – a tawdry “kinetic military action” (as per the White House) worthy of the Pentagon’s resident Homer. Odyssey Dawn slogs em – um espalhafatoso “ação cinética militar” (como na Casa Branca) digna de residentes do Pentágono Homero. The stalemate on the ground could go on for weeks, if not months. O impasse sobre a terra poderia continuar por semanas, se não meses. This is more like The Iliad remixed – remember, the Trojan War slogged on for 10 years without a decisive result. Este é mais como a Ilíada remixada – lembre-se, a Guerra de Tróia slogged por 10 anos sem um resultado decisivo. America is bewildered. América está confusa. A new Associated Press-GfK poll found the country is split; 48% are in favor of the “kinetic military action” in Libya, 50% are against it. Uma nova pesquisa da Associated Press-GfK encontrou o país está dividido, 48% são a favor da “ação cinética militar” na Líbia, 50% são contra.

    Gaddafi is no king Priam. Kadafi não é rei Príamo. And Saif al-Islam Gaddafi is no Paris (although, in the absence of Helen, he did seduce the London E, Saif al-Islam Kadafi não é Paris (embora, na ausência de Helen, que fez seduzir a Londres

    School of Economics). Faculdade de Economia). Khamis Gaddafi is no Achilles – perhaps a minor Ajax (gigantic, great courage but dull of intellect). Khamis Kadafi não é Aquiles – talvez uma pequena Ajax (coragem, gigantesca grande, mas sem graça do intelecto).

    Priam was a wise prince – while Gaddafi is wily. Príamo foi um príncipe sábio – embora Gaddafi é astuto. Priam strengthened the state by good governance (Machiavelli would have approved) and alliances with his neighbors, while Gaddafi governed by playing the tribes against each other. Príamo fortaleceu o estado de boa governança (Maquiavel teria aprovado) e alianças com seus vizinhos, enquanto Gaddafi regido por jogar as tribos umas contra as outras. There’s not a shade of Hector – a noble character – in sight. Não há uma sombra de Hector – um caráter nobre – à vista.

    One may wonder which gods and goddesses – apart from Athena – are as interested in this war as the parties themselves. Pode-se perguntar quais os deuses e deusas – além de Athena – estão tão interessados ​​nesta guerra como as próprias partes. One of Troy’s crucial allies was Penthesilea, the queen of the Amazons with her band of female warriors. Um dos aliados cruciais Troy foi Pentesiléia, a rainha das Amazonas, com sua banda de mulheres guerreiras. In the Pentagon remix Penthesilea shifted to the opposition, played by Secretary of State Hillary Clinton and her combat warriors United Nations Ambassador Susan Rice and National Security Council aide Samantha Power. No remix Pentágono Pentesiléia deslocado para a oposição, interpretada por Hillary Clinton secretária de Estado e de sua luta contra os guerreiros Embaixadora das Nações Unidas, Susan Rice, eo assessor de Segurança Nacional do Conselho de Samantha Power.

    Arab liberator French President Nicolas Sarkozy is no Menelaus; his Helen – Carla Bruni, who used to cavort with Bacchic Mick Jagger – would rather mingle with the Vogue crowd than sulk in a tent in the desert. Árabes libertador presidente francês Nicolas Sarkozy não é Menelau, sua Helena – Carla Bruni, que costumava saltar com báquicos Mick Jagger – que preferia se misturar com a multidão Vogue de mau humor em uma tenda no deserto. British Prime Minister David Cameron is not exactly Agamemnon. Primeiro-Ministro britânico, David Cameron não é exatamente Agamenon. As for Silvio “Bunga Bunga” Berlusconi, the Italian president is just a satyr who escaped from an Aristophanes comedy. Quanto a Silvio “Bunga Bunga” Berlusconi, o presidente italiano é apenas um sátiro que escapou de uma comédia de Aristófanes.

    Waiting for the lightning bolt Esperando o raio
    Odyssey Dawn boasts a cast of characters of infiltrated special forces – from the United States, Britain, France, plus the inevitable, Barack Obama-sanctioned Central Intelligence Agency covert ops. Odyssey Dawn possui um elenco de personagens de infiltrados forças especiais – desde os Estados Unidos, Grã-Bretanha, França, além do inevitável, Barack Obama, sancionou ops Central Intelligence Agency secreta. They may be teaching the “rebels” a thing or two about warfare – but certainly not the Mao Zedong guerrilla tactics Priam/Gaddafi is now using against a drive-in, wild bunch guerrilla. Eles podem estar ensinando os “rebeldes” uma ou duas coisas sobre a guerra – mas certamente não o Mao Zedong táticas de guerrilha Príamo / Khadafi está usando agora contra um drive-in de guerrilha bando selvagem.
    These special forces anyway will be key. Essas forças especiais de qualquer maneira serão fundamentais. Troy was besieged for 10 years by a regular army – but only fell after two very special special forces intervened in an intelligence recon mission: Ulysses and Diomede. Tróia foi sitiada por 10 anos por um exército regular – mas só caiu após duas muito especial as forças especiais intervieram em uma missão de reconhecimento da inteligência: Ulisses e Diomedes. Troy hosted a celebrated statue of Athena called the Palladium. Troy realizou uma célebre estátua de Atena chamado de Palladium. In disguise; protected by Athena (the Greek version of the North Atlantic Treaty Organization); and helped by Helen – the stunning beauty who provoked the war in the first place – Ulysses and Diomede sneaked into Troy and stole the Palladium. Em disfarçar, protegido por Atena (a versão grega da Organização Tratado do Atlântico Norte), e ajudado por Helen – a beleza deslumbrante que provocaram a guerra em primeiro lugar – Ulisses e Diomedes infiltrado em Tróia e roubaram o Palladium.

    The Palladium, a wooden statue, protected Troy. O Palladium, uma estátua de madeira, protegido Troy. Athena had thrown it out of the Olympus because it had imbibed the vaginal blood of Electra when she was raped by Zeus. Atena tinha jogado fora do Olimpo porque tinha absorvido o sangue vaginal de Electra, quando ela foi violentada por Zeus. Yet even after the theft of the Palladium Troy still did not fall. No entanto, mesmo após o roubo do Palladium Troy ainda não caiu. The “coalition of the willing” was getting desperate – until Ulysses came up with another special ops: the Trojan Horse. A “coalizão dos dispostos” estava ficando desesperado – até Ulysses veio com outra de operações especiais: o cavalo de tróia.

    It’s hard to see Gaddafi falling for an Anglo-French-American Trojan Horse (unless it’s a new United Nations resolution). É difícil ver Gaddafi apaixonando por um anglo-franco-americana Cavalo de Tróia (a menos que uma nova resolução das Nações Unidas). When the Trojans saw the horse, they hesitated. Quando os troianos viram o cavalo, que hesitou. Laocoon, the priest, famously said, “What madness, citizens, is this! Have you not learned enough of Grecian fraud to be on your guard against it? For my part I fear the Greeks even when they offer gifts.” Laocoonte, o sacerdote, disse a famosa frase: “Que loucura, os cidadãos, é isso! Você ainda não aprendeu o suficiente de fraude Grecian estar na sua guarda contra ela? De minha parte eu temo os gregos ainda quando oferecem presentes.”

    Beware of Westerners bearing gifts – many a Libyan will eventually have to acknowledge, especially when these gifts come from former colonial powers Britain and France, and the CIA/Pentagon/NATO/Africom condominium. Cuidado com os ocidentais levando presentes – muitos um líbio acabará por ter de reconhecer, especialmente quando estes presentes vêm das antigas potências coloniais Inglaterra e França, e da CIA / Pentágono, a NATO / condomínio Africom.

    On the other hand, there’s nothing these bearers of gifts would like better than Gaddafi ending his days like Priam – who lived to see the downfall of Troy and was slain on the fatal night the Greeks took the city. Por outro lado, não há nada que estes portadores de presentes gostariam melhor do que Kadafi termina seus dias como Príamo – que viveu para ver a queda de Tróia e foi morto na noite fatal que os gregos tomaram a cidade.

    So Tripoli won’t fall until its Palladium is stolen. Assim, Tripoli não vai cair até sua Palladium é roubado. That is; as long as the Palladium – which is Gaddafi himself, the mirror image of his own power – is in town. Ou seja, enquanto o Palladium – o que é próprio Gaddafi, o espelho de seu próprio poder – está na cidade.

    Meanwhile Gaddafi is “winning” like Troy did for years – ambushing the pick-up warriors outside his hometown Sirte, outflanking them through the desert, and replicating the tactic in Ras Lanuf, with a few Grad rockets added for good measure. Enquanto isso, Kadafi é “vencer”, como Troy fez durante anos – emboscando a pick-up guerreiros fora de sua cidade natal de Sirte, superando-os através do deserto, e replicar a tática em Ras Lanuf, com alguns foguetes Grad acrescentado para a boa medida.

    There’s not much left for the “coalition of the willing” other than to bend over UN resolution 1973 – even though scores of international law experts stress that under the current UN resolutions arming the rebels is illegal. Não há muito que deixou para a “coalizão dos dispostos” para além de curvar-se a resolução da ONU 1973 – apesar de dezenas de especialistas em direito internacional sublinhar que nos termos das resoluções da ONU atual armar os rebeldes é ilegal.

    The Anglo-French-American consortium is now deep into it – progressing from protecting civilians through Tomahawks and air strikes to targeting Gaddafi’s forces anywhere to finally arming civilians. O consórcio anglo-franco-americana está agora profundamente dentro dele – o avanço da proteção dos civis através Tomahawks e ataques aéreos para atacar as forças de Khadafi em qualquer lugar, finalmente, armar civis.

    They even say everything is already spelled out – in paragraph 4 of UN resolution 1973, which authorizes “all necessary measures” to protect civilians “… notwithstanding paragraph 9 of resolution 1970”. Eles ainda dizem que tudo está já descritos – no n. º 4 da resolução 1973, que autoriza “todas as medidas necessárias” para proteger os civis “… não obstante o parágrafo 9 da resolução 1970”. Paragraph 9 deals with the arms embargo. § 9 lida com o embargo de armas. Thus “not withstanding” gives a legal basis for arming the rebels, as long as it’s assumed this happens to protect civilians. Assim, “não obstante” dá uma base jurídica para armar os rebeldes, enquanto ela assumiu isso acontece para proteger os civis. From there to another resolution allowing boots on the ground is only another small step. De lá para outra resolução permitindo que as botas no chão é apenas um passo pequeno.

    It requires major suspension of belief to cast former Gaddafi interior minister Abdel Fatah Younis and CIA asset Khalifah Hifle – the new “rebel” military commander – as Ulysses and Diomede. Ela requer a suspensão da crença de grande elenco ex-ministro do interior Gaddafi Abdel Fatah Younis e activo da CIA Khalifah Hifle – o “rebelde” novo comandante militar – como Ulisses e Diomedes. But still Palladium is in the building. Mas ainda Palladium está no edifício. The problem with the Odyssey Dawn script is that Ulysses is nowhere to be found. O problema com o script Odyssey Dawn é que Ulisses está longe de ser encontrada.

    No wonder so many are praying for a lightning bolt (a sacred Tomahawk?) sent by a deus ex machina , the one and only Zeus, for the moment just overseeing the proceedings from his throne in Olympian Washington. Não admira que tantos estão orando por um raio (a Tomahawk sagrado?) Enviada por um ex machina, a um só e Zeus, para o momento apenas supervisionar o processo de seu trono no Olimpo Washington.

  23. afonso
    respeito seu pensamento , mais nao é assim que vejo , eu acho que o mundo nao mudou em termos de ambiçoes(dinheiro),ja até expliquei no comentario acima , que tem seus lados positivos e negaticos , portugal que o diga , quem dera ainda ter suas colonias nao, ai provavelmente nao estaria neste sufoco ao qual esta passando, mais portugal teve sua chance e nao conseguiu, ai eu te pergunto se portugal tivesse a chance de ter colonias novamente sera que o teria?
    afonso, os mais “fortes” desse mundo sempre vao fazer o que tiver que fazer para continuar sendo “fortes”,
    é isso o que sempre foi a humanidade,(guerras por poder e ambiçoes).
    sds a todos.

  24. Leonardo_sp

    Tudo bem concordo com o seu ponto de vista sobre os mais fortes, o que eu não concordo é que esse não é o caso da Líbia, como não foram a Somália, ou a Sérvia.
    Nestes casos, acho que realmente não havia outro interesse que não tenha sido o que resolver a situação, sem leituras dúplices.

    PS – A colonização, a escravidão, o mercantilismo, o proteccionismo tiveram o seu tempo.

    PS1 – Não quero dizer com isso que a resolução da ONU 1973 não seja vaga.

  25. afonso concordo com vc , realmente vi que acabei generalizando a situaçao, mais ainda nao vejo um mundo que lute pelo “direito(liberdade)” dos outros e sim um mundo que luta por seus interesses.(lembramdo que por mais que tenha seus lados positivos e negativos esses “interesses”)
    sds a todos.

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