O Brasil quer conhecimento e capital. Eles precisam de uma fonte segura de alimentos e minério
PAULO RABELLO DE CASTRO
Por outro lado, há recursos de conhecimento e capitais ociosos do lado de lá, que aqui são mais escassos e podem ser mobilizados em nossa direção. Eles funcionariam como moeda de troca pelo acesso as nossas riquezas que, na metáfora abusada de Raul Seixas, seria o “mingau” pelo aluguel do nosso “quintal”.
Será que temos uma noção clara e um planejamento bem delineado da exploração inteligente e sustentável dos parques agropecuário e mineral brasileiros? Apesar de todos os esforços recentes de delimitação do campo de jogo, temo que ainda não. Passados cerca de 30 anos de avanço extraordinário da produção agrícola e pecuária desde 1980 (ano de crise de petróleo), o Brasil ainda largamente desconhece o que fez o agronegócio para salvar a economia brasileira do buraco, e o que ele ainda fará por nós no futuro.
Desde a grande crise da economia mundial anterior à atual, nos anos 80, é a agricultura que paga o cartão de crédito brasileiro no exterior. Desta vez, na era Lula, foi de novo o saldo comercial primário que propiciou a magnífica acumulação de reservas em moeda estrangeira, da ordem de US$ 300 bilhões.
E que têm a ver com essa história o terremoto e o tsunami no Japão? É que o risco de contaminação radioativa na tragédia atual e de repetição de novas catástrofes desse tipo, lá e em outros países, ressaltam a situação privilegiada do Brasil e da América do Sul como região estável, segura e capaz de fornecer alimentos e minerais em escala planetária. Com a demanda global crescente por essas mercadorias, o valor do aluguel só tende a aumentar…
Mas o mingau ainda está longe da nossa boquinha. Temos de elaborar melhor uma estratégia de longo prazo – que, para ser honestos, não temos –, de nos aproximar dessa demanda futura por suprimentos agindo como quem entende o jogo de interesses das nações até 2050.
Casar interesses é tarefa delicada e complexa. O Japão, país competentíssimo na inovação e na indústria, vai se reerguer. Será que contará com o Brasil nesse processo? Também por razões que remontam à nossa interessante história de absorção migratória, os países poderiam ser parceiros estratégicos ao trabalhar para garantir sua viabilidade futura. Em 2050 (raramente se ouve aqui alguém mencionar planejamento com horizonte tão longo), o Brasil poderá emergir com um tamanho até duas vezes maior, em termos de renda anual, que o Japão de hoje. Foram projeções que apresentei a um grupo de parlamentares japoneses em Tóquio em 2008, ao ressaltar a proximidade dos interesses de longo prazo dos dois países, apesar da grande distância física entre ambos.
O que ocorre hoje, no entanto, é que os olhos do Japão estão mais na China que no Brasil. Com isso, vejo uma crescente vulnerabilidade japonesa e uma tremenda perda de oportunidade de casamento para o Brasil. O episódio de Fukushima acabou de comprovar isso. Fora a cobertura da TV Globo, não se viu nada de mais inteligente ou denso sendo dito ou feito na direção de nos aproximarmos das angústias do Japão de hoje.
O Brasil quer conhecimento e capital. Eles precisam de uma fonte segura de alimentos e minério
É uma pena, pois o valor das matérias-primas brasileiras não está apenas em poder produzi-las em seguidas safras recorde, mas na capacidade de o país garantir aos parceiros o abastecimento futuro. Os maiores desafios não estão no volume colhido, e sim na logística, nos financiamentos e nas tecnologias adequadas para a sustentação da produção por muitas décadas. Esse é o prazo do aluguel do Brasil a que se referia o sonhador Raul Seixas. Mas sua visão de futuro ainda é uma mera balada.
Impossível não recordar trechos da letra do impagável Raul Seixas após o acidente de Fukushima no Japão. Na primeira estrofe da música, Raul diz: A solução pro nosso povo eu vou dar/Negócio bom assim ninguém nunca viu/Tá tudo pronto aqui/É só vir pegar/A solução é alugar o Brasil. Passou algum tempo até o prognóstico do compositor se materializar. Mas hoje é evidente o enorme potencial de trocas entre o Brasil e os outros países, entre as necessidades deles e os nossos vastos recursos.
Tenho certeza de que muitas empresas japonesas virão para cá, pois o brasileiro é multiracial, adora o povo japonês, temos ótimas condições para as multinacionais e a maior colônia japonesa desse planeta. Que venham 5 ou 10 milhões de japoneses para o Brasil, pois temos espaço para mais 500 milhões de pessoas, e com folga.
Nós só temos 200 milhões de habitantes, quando caberiam aqui 700 milhões.
Concordo contigo, há uma tendência natural das empresas japonesas deslocarem seu parque industrial para o Brasil. O Brasil é muito grande e rico em recursos naturais. O povo brasileiro é muito receptivo aos japoneses, além de termos um grande potencial de mercado interno e externo. O povo japonês é trabalhador e disciplinado. As empresas japonêsas precisam de recursos naturais, energia e mão de obra barata, e isso o Brasil tem muito a lhes oferecer.
Com certeza vamos ter muitas empresas japonesas vindo para o Brasil daqui para a frente e com certeza serão muito bem recebidas pelo povo brasileiro.
Sou solidário ao povo japonês! Mas devemos ter muita cautela ao negociar com eles!
O japonês costuma ser muito ”predador” em outros países!
Nem tudo é maravilha quando o assunto é Japão,as baleias que o digam!
Mas se estiverem dispostos a negociar o Brasil esta sempre pronto.
Dandolo.
Faça a pergunta de forma inversa.
Vamos idealizar o seguinte.
Onde hoje é o Brasl seria o Japão e vicce-versa.
Agora pergunte a si próprio se eles deixariam os brazucas entrarem aqui, e ainda mais nas quantidades que vc falow, 5 a 10 milhões.
Até deixariam, desde que já entrassemos com códigos de escravos marcados feitos bois.
Tanto nós Brasucas como os seus parentes , os Chineses..inevitável.
Concordo com Dandolo, seria muito bom alem das empresas o povo japones vir para o brasil com sua rica cultura e sabedoria.
China odeia o Japão, as atrocidade que os joponeses fizeram na segunda guerra mundial,mais se tratando de acôrdo comercial tudo é possível.
Abraço.
O Brasil sempre deveria ter uma politica de imigracao de japoneses em especial. Hoje seria uma mao de obra especializada e com acolhimento do brasileiro com boas vindas. Um pais com espaco como o Brasil tem que ser selecionado na politica imigratoria. Infelizmente a realidade e outra e o Brasil nao esta apto a receber bolivianos,paraguaios e outros latinos em educacao minima. Nos ja temos o bracal disponivel. Precisamos do universitario com Phds ou Master
Precisamos trazer os cérebros japoneses e dar-lhes condições de trabalho; aliás, como os americanos sempre fizeram mundo a fora, por isso são o que são.
Outra coisa, o artigo aborda a questão da falta de planejamento estratégico no longo prazo. De fato não temos. Uma pena. Sempre faltou visão aos governos, sobretudo os que antecederam Lula. Vejo que a Dilma tem potencial para tal. Abs,
Já que qualquer um entra no Brasil, melhor deixar entrar quem trabalha, produz e tem disciplina. Venham Japoneses, para cada cem que entrar tá valendo uma doação de patente ao Brasil.
O Dandolo tá mais ou menos hoje….. heheh
Alimentos e minerio????? o mentalidade mediocre, a Korea do Sul com muito menos do que temos em mãos criou empresas globais importantissimas, e nós , com todo esse mercado interno, toda essa riqueza natural, abundancia de terras, seguimos sendo produtores de batatas.É deploravel.
Os japoneses têm uma cultura milenar de 4 mil anos.
Se parte da inteligência deles vier para cá, o Brasil vai ganhar muito, e eles também, obviamente.
Acho que não se dão bem com os chineses, coreanos, russos, americanos e ingleses, por causa das guerras.
O Brasil deve recebê-los de braços abertos, desde que eles passem a der brasileiros, evidentemente.
Acredito, que 20% do Japão fique radioativo.
É pessoal,sabemos que o momento é muito dificil para os nipónicos, contudo creio eu se realmente houver uma boa vontade do senhor imperador em resolver esse caso de radiação no Japão, não demorará e virá um convite do estimado imperador ao nosso celebro Dandolo e com certeza ele solucionará essa terrivel tragédia dos japoneses, e duvido muito que nosso colega ja não tenha um plano para tal situação. Rs Rs Rs Rs.Esse é o cara.
Quanta ilusão! Nem os japoneses vem para cá, nem o Brasil é o tal de celeiro do mundo. Acordem ! O Sr. Paulo Rabello de Castro é colunista da Revista Época, leia-se Globo, é palestrante do Instituto Mileniun. O texto é esdrúxulo, ele diz que o Brasil tem competência em agricultura e em extração mineral mas ao mesmo tempo dá à entender que o Brasil é pobre em produção tecnológica e em cérebros para pesquisa, mais uma vez de milhares de vezes a midia hegemônica manipulando a cabecinha dos leigos. ACORDEM! Não sejam vaquinhas de presépio.
SIM!… O Brasil tem praticamente tudo pra fornecer daquilo que o Japão precisa para se recuperar tanto da catátrofe que se abateu sobre o país, quanto da sua atual crise econômica… Em contra-partida o Japão tem praticamente todo o “know how” tecnológico que o Brasil precisa pra se afirmar como potência mundial… Então só falta o Japão combinar com os Norte-Americanos e solicitar-lhes o aval para tal parceria… Afinal o Japão é quase uma colônia dos EUA… Será que eles vão assinar em baixo?!?… Se assinarem, vão querer ficar de fora do jogo?!?… E neste jogo, haverão “cartas marcadas”?!?… Estão abertas as apostas!… hehehehe
Não é bem assim. Lembrem-se que ate o Japão se deu muito mal com a migração ate mesmo de suas empresas para a China. Isso fez tudo ficar “balatinho balatinho” e os japoneses já estão sentindo o enorme erro que foi.
Japão mal tem 150 Milhões de habitantes.. estimasse que em 2050 sejam menos de 110 milhões, já que a população de lá vem morrendo..
Al Carvalho
Eu é quem concorda com você “tendência natural das empresas japonesas deslocarem seu parque industrial para o Brasil”
Mas o que o autor do texto disse é que “deveríamos exportar mais minérios e alimentos…”
Só se for minério em placas de circuito, automóveis e eletros entre outros… Alimentos finalizados embalados e enlatados… Por que senão desse mingal eu não quero nem a beirada!!!
Muito limitada essa visão desse sujeito… Deve estar no japão a mais de 20 anos!!!
“Eles precisam de uma fonte segura de alimentos e minério”
Vão procurar na casa do “KCT”!!!
Dandolo disse:
“Acho que não se dão bem com os chineses, coreanos, russos, americanos e ingleses, por causa das guerras.
O Brasil deve recebê-los de braços abertos, desde que eles passem a der brasileiros, evidentemente”.
Simples. Chineses, Coreanos, Russos, Americanos e Ingleses simplesmente não são TONTOS.
Brasileiro é ao ponto de receber todo mundo de braços abertos, ai ficamos trablahando pra ELES.
Você acha mesmo nessa sua sã e convicta inteligência que JAPONES passaria a ser brasileiro?
Poxa eu até acredito viu? Desde que o Elvis e o Michael Jackson tomem café da manhã todos os dias comigo.
Brasil não tem que ir pra frente mesmo, tendo um povo pensando desta forma, não tem como sair do STATUS de PLANTADOR DE BATATAS e Tecnologia LIMITADA.
Então Dandolo, pq eles com tanta inteligencia estão descendo no rank mundial da econômia?!?! Estranho, e nós BRASUCAS, subindo..Sds.
LEMBRO ME Q TODA TECNOLOGIA DOS JAPAS FORAM COPIADAS DO OCIDENTE IGUAL A CHINA ESTA FAZENDO EA COREIA DO SUL
O Brasil em política internacional é fraco
Eu acredito que o Japão deve preferir a China! Afinal para os Americanos o Brasil é como se fosse o quintal deles! Não iam permitir transferencia de nada para o Brasil sem a autorização!
Pessoal não vai curtir muito minha opinião, mas, eu não curto nem um pouco a aproximação com o Japão, mais do que ocorre hoje.
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Que o Brasil tem o que o Japão necessita não há dúvidas, mas tudo que o Japão faz ou pensa em fazer deve passar pelo tio san, e quando a atravessador no meio acaba não vingando como planejado.
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De todos orientais, eu confio um pouco mais nos Chineses do que nos Japoneses, pelo fato de que os Chinas tem um plano de estado que já dura uns 50 aninhos, já os Japas NÃO!
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Também levo em conta o fato de que os Japas NÃO GOSTAM de imigrantes em seu país, Brasileiro vai lá pra carregar caixa, já os Japas com pouca instrução na maioria das vezes, vem aqui no Brasil e ganham a vida, muito melhor do que tinham lá no japão!!
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Pra mim os Japas são muitoooo menos confiáveis que os Chinas!!
Em um mundo globalizado como se constitui atualmente, não existe a preferência por China ou Brasil, o interessante é notadamente o país que tiver melhor preço, já que na economia capitalista o importante é o lucro. Acredito eu, que as desavenças entre chineses e japoneses do passado não entrariam em cena em um momento como esse.
Não aceitar povos de outros países em seu território, constitui-se o que chamamos de xenofobia, ou seja, ter aversão ao estrangeiro. Essas práticas são comuns principalmente nos países ricos em relação aos povos de países pobres. Para citar um exemplo, a entrada de brasileiros na Espanha, onde muitos são barrados e mandados de volta ainda no aeroporto.
Espanha?
KKK… Esses mesmos é quem vão vir logo logo de “Pires na Mão”!!!
Engraçado, esse pessoal veio todo pra cá no começo e meados do séc. XX, atráz de oportunidades que seus países não deram…
… Agora estão praticando sua xenofobia Facista com os Brasileiros… Mas pelo andar da carruagem, eles vão ter que bater em nossa porta novamente!!!
E aí!?
O Brasil deveria obrigar os chineses, coreanos e japoneses a implantarem as suas multinacionais por aqui, a fim de aprendermos por osmose.