Odebrecht Compra Controle da Mectron

http://www.militarypower.com.br/laad09_42.jpgSugestão: Santa Catarina BR
Virgínia Silveira
Valor Econômico
25/03/2011
O grupo Odebrecht deu ontem um importante passo para se consolidar no negócio de defesa. Depois de meses de negociação, formalizou a aquisição do controle acionário da Mectron Engenharia, fabricante de mísseis e de produtos de alta tecnologia para o mercado aeroespacial. O valor da operação não foi divulgado por ambos, mas pelo acordo a Odebrecht passou a deter mais de 50% do capital da Mectron.
A aquisição da Mectron pela Odebrecht também confirma a tendência de fusão das grandes empresas do setor com as companhias de pequeno e médio porte que hoje atuam em áreas promissoras. Este é o caso da Embraer, que no dia 15 deste mês anunciou a compra de 64,7% do capital social da divisão de radares da OrbiSat da Amazônia S.A. Segundo fontes do mercado, a Embraer também estaria em negociação para o controle da Atech, empresa brasileira que atuou no projeto Sivam e é especializada na integração de sistemas estratégicos.
O superintendente da Odebrecht Engenharia Industrial, Roberto Simões, disse que a compra da Mectron demonstra que a empresa acredita muito no mercado de defesa, apesar das dificuldades enfrentadas pelo setor, especialmente agora, com os cortes orçamentários anunciados recentemente pelo governo, um grande cliente.
Independentemente disso, a Odebrecht tem como meta se tornar o maior “player” nesse segmento no Brasil. Com a aquisição da Mectron, segundo Simões, o grupo pretende diversificar seu portfólio de produtos militares e ampliar a sua atuação, tanto no mercado de defesa nacional quanto no internacional.
“A Mectron é uma empresa estratégica para o Brasil e a Odebrecht ajudará a companhia a se fortalecer para que continue atendendo as demandas das Forças Armadas e, principalmente, para que se torne uma base de exportação de produtos de alta tecnologia”, afirmou. “A Odebrecht tem um modelo de gestão consagrado no país e no exterior. Sua estrutura financeira sólida ajudará a Mectron a obter, com mais facilidade, linhas de crédito que acelerem o desenvolvimento e a conclusão de nossos projetos”, disse o presidente da Mectron, Rogério Salvador.
O executivo afirmou que a parceria com a Odebrecht vai abrir oportunidades, não só na área de defesa, mas também no setor civil. “Trata-se do uso dual da tecnologia de defesa, que poderá ser aproveitada para o desenvolvimento de outros produtos e em atividades importantes de engenharia da Odebrecht”, disse.
Dos cinco sócios controladores da Mectron, quatro continuarão na companhia. “Essa foi uma condição que impusemos. Só entraríamos se ficassem, pois são eles que detêm todo o conhecimento estratégico da empresa”, explicou Simões. A participação do BNDES na Mectron, de 27%, também será mantida, segundo o executivo. A empresa tem 300 funcionários e faturou R$ 80 milhões em 2010.
A Odebrecht começou a atuar mais fortemente nesse setor com a participação no projeto do submarino para o governo brasileiro, como subcontratada da francesa DCNS. No ano passado, fechou parceria com o grupo europeu Cassidian, da européia EADS, visando negócios em radares e sistemas de proteção de fronteiras.

30 Comentários

  1. .
    Vejo como positiva, no fim das contas a Odebrecht é muito envolvida no programa de submarinos da MB, e agora com a agregamento de tecnologia missilistica creio que o Brasil so tenha a ganhar.
    .
    Esperamos os mísseis nacionais lançados de submarinos…
    .
    Valeu

  2. Bem, acho que essa é a única noticia se não boa ao menos mais ou menos que teremos sobre a nossa defesa e mesmo assim de uma forma indireta…
    OH! Céus
    OH! Vida
    OH! Azar!!!

  3. Boa notícia.

    Existe sinergia nesse negócio. Mectron passa a ser uma unidade de negócio do Grupo Odebrecht, podendo se usufruir da estrutura físico-financeira do grupo, da capacidade de lobby junto ao Governo, e o aumento das possibilidades de exportação.

    Para as FAs, é uma empresa a menos com que se preocupar. Agora é torcer para que a Britanite e Avibrás sejam as próximas incorporações seja da Odebrecht ou Embraer Defesa

    []’s

  4. uma pena outra que foi comprada por estrangeiros todo mundo saber por que essa construtora ta comprado pra EADS.

  5. A empresa citada não é envolvida em nada acerca do programa do submarino nuclear. A empresa citada irá construir o novo estaleiro, nada mais. O que uma empresa na área da construção iria agregar ao programa do submarino nuclear e no desenvolvimento de mísseis?

  6. A Odebrech é muito associada ao governo, ela pode esta sendo usada para alavancar a mectron, ou por um freio nela, no meu parecer uma empresa que só quer comprar o controle da outra tipo 51%( já é o bastante) é um indicio que ela valoriza mais o controle do que as vendas e desenvolvimento de equipamentos além do mais se eu não me engano a EADS comprou parte da odebrech querendo ou não a EADS tera parte da mectro e advinha de onde é a EADS.

  7. Grifo disse:
    24 de março de 2011 às 8:02

    A END ta indo pro saco

    Caro lprsilva, a END nunca nem saiu do saco. Apesar de fazer sucesso na “Disney Brasil” e em alguns outros picadeiros espalhados pela Internet, ela nunca foi levada a sério por qualquer pessoa que conheça a realidade das Forças Armadas.

    Este documento foi elaborado pelo atual ministro com o único propósito de justificar os negócios milionários em que estava metido. Porque comprar 51 helicópteros que as FFAA não precisavam e não queriam? Está na END. Como explicar a escolha do caça pior colocado na avaliação da FAB? Estamos seguindo a END. E por aí vai.

    Lamento pela MB ter acreditado nas promessas deste senhor, mesmo apesar de todos os avisos. Agora vai ter o seu orçamento de custeio arrebentado nos próximos anos para sustentar a compra de submarinos convencionais franceses que ela não queria, como pedágio para um submarino nuclear que no final nem vai vir.

  8. Submarinos 1

    Os cortes de gastos do governo Dilma chegaram ao Prosub. É o programa nacional de construção de submarinos, parceria com a França. O repasse previsto para este ano caiu de R$2,1 bilhões para R$1,5 bi. O dinheiro seria repassado pela Marinha à estatal francesa DCNS, que vai transferir a tecnologia, e à Odebrecht, responsável pelas obras do estaleiro e da base naval.
    Submarinos 2

    A Marinha tenta negociar com o governo, mas os efeitos do corte já estão em discussão com as empresas. Por enquanto, não se fala em atraso no cronograma. O estaleiro e a base continuam previstos para 2015 e 2016. A unidade de estruturas metálicas, em área da Nuclep, deve sair em 2012. As unidades já têm licença de construção, mas o estaleiro aguarda sinal verde da Cnen.
    Submarinos 3

    A tensão chegou aos funcionários da ICN, associação da DCNS com a Odebrecht. Há rumores de que contratações e viagens de treinamento à França podem ser adiadas.

  9. Pessoal, e a Avibrás? Está quase fechando as portas, o GF não se manifesta se vai ou não injetar capital, estão demitindo seus funcionários…. Bem que poderia haver uma fusão ou uma incorporação deste tipo também, não é verdade? Ou alguém tem alguma informação nova sobre o assunto que eu não sei? Abrs

  10. A Odebrecht está realmente entrando de cabeça neste nicho de mercado… Interessante que a mesma fechou parceria com a Cassadian da EADS, que por sua vez, anunciou recentemente a compra de uma participação acionária (ou negócio parecido, não me lembro bem)da OMNISYS Engenharia, pertencente ao Grupo Thales, com sede em São Bernardo/SP e com representante no Rio de Janeiro, e que detém tecnologias no desenvolvimento e comercialização de radares… Neste caso, não posso afirmar se a Odebrecht também faz parte deste acordo. Mas é possível perceber um conjunto de acordos entre empresas que visam reunir o domínio de várias tecnologias complementares para o setor da Defesa… Vamos tocer que o Brasil se torne, finalmente, independente na produção de foguetes, mísseis, radares(= sistema de defesas anti-aérea), entre outras tecnologias inerentes… AMÉM!

  11. ERRATA: A informação do meu comentário anterior está equivocada… Na verdade a parceria da EADS com a Thales é para o desenvolvimento de sistemas de monitoração geografica e UAVS para a França… E nada tem haver com a OMINISYS engenharia… Portanto foi FALHA NOSSA! hehehe

  12. A odebrexa nao esta isenta de desconfianças ,escrevam;ja ,ja os produtos de tecnologia nacional serao substituidos por produtos montados sob licença,os caras estao interessados em lucros,nao irao perder tempo desenvolvendo produtos que ja existem no mercado,o lucro sera maior montando produtos estrangeiros ,adeus independencia,so espero que nao culpem os EUA por sermos feitos de idiotas pelos empresarios e politicos de 1,99 !

  13. Boa notícia. Até recentemente havia rumores de que a EADS é que ia comprar a Mectron. A última coisa que o Brasil precisa é perder mais uma indústria de tecnologia nacional para um grupo estrangeiro – algo que desmontaria a base de inovação nacional, fazendo da empresa uma mera replicadora de sua matriz na Europa ou nos EUA.

  14. Que a Odebrecht é uma baita empresa e esta entre as maiores do mundo nos seus segmentos ninguem tem duvida.Mas tenho resalvas.Ja surgiram varios problemas com ela e com seus consorcios que para vencerem suas licitações jogam os preços la embaixo e suas obras as fazem com materiais de baixa qualidade.

  15. A Odebrecht pode até mesmo fazer calcinha se quiser, mas é uma empresa solida, pode pedir emprestimos para investimentos.
    Comprar a Mectron só quer dizer que ela a passa a ser da Odebrecht, mas a Mectron em si não vai perder funcionarios e nem a Odebrecht que é especializada em construição vai meter um arquiteto lá no projeto..
    faz favor né gente?
    Até parece que nunca ouviram falar de empresas de multiplos negocios

  16. OFF TOPIC:
    …………………………………………
    O Lucas mencionou um jogo de estratégia on line, aí eu me lembrei de alguns videos que produzi durante o ano passado de algumas jogatinas on-line que fiz com um simulador de combate, que reúne meios terrestres, navais, e aéreos… Trata-se do Armed Assault… Pra quem não conhece, esse simulador possui uma versão militar chamada VBS2 que é usado para treinamento por algumas forças militares de alguns países, como dos EUA e GB… Segue alguns links de videos dos meus combates on-line:
    http://www.youtube.com/watch?v=Qvhb6zMavwk
    http://www.youtube.com/watch?v=W4UwyX6CuAA
    http://www.youtube.com/watch?v=IIQ-w-dGY1o
    … tem + alguns videos no meu canal do youtube que mostra os recursos deste simulador…
    ………………………………..
    Quem disse que é só criança que gosta de brincar de soldadinho… hehehe

  17. A questão da Avibrás está na pauta do Governo, com injeção de recursos e a aprovação do projeto Astro 2020. Está bem encaminhado.

  18. Existe uma grande movimentação no mercado de defesa do País, motivado por informações privilegiadas que nós não temos . Empresários não investe para perder. Dilma está dando ênfase na questão econômica, pois sem esta questão sobre controle , os outros projetos não andam. Mas já foi aprovado pela Presidente a projeto: SISFRON e Investimento na área Espacial. E vem mais .

  19. Mectron deveria ser controlada pelo Estado Brasileiro, mas sem politicalha (cabidada de empregos, corrupção, etc).
    Estão precisando de um cientista desempregado ? Estou disponível. KKKKKKKKKKKKKKKKK

  20. Amigo katholikoromano, espero que esteja correto em seu pensamento, estou realmente aguardando… Quanto a essa reportagem, achei muito boa e espero que o que dizem sobre a Odebrecht esteja errado, já que é uma empresa brasileira e não vi nenhuma reportagem falando sobre aquisições de ações da empresa por estrangeiros.
    Espero que nossa Avibras esteja protegida, pois as últimas notícias não foram boas. Em ultimo caso, seria interessante que a Embraer também comprasse a Avibras.
    Ao meu chará “Rogerio” quero lembrar que sempre vai ter que assumir o “onus” quem estiver a frente da pasta ao tentar executar o plano. Outra coisa é que não foi escolhido o caça ainda, pelo menos eu não vi, por tanto não consigo ver nada que desaprove os feito do Ministro de Defesa.
    Ao meu amigo Nelson de Azevedo Neto – AMÉM!!
    CAMPANHA “JOBIM PRESIDENTE 2015”. ABS…

  21. Odebrecht! Uma empresa voltada para a construção adquirindo uma empresa fabricante de misseis???
    Que a Odebrecht conta com renome internacional isto é fato! Mas dai a se aventurar na àrea de tecnologia para defesa???
    Bem, como todo bom brasileiro que se preze, espero que dê certo. Que ela tem aporte e experiencia internacional isso é fato! Vamos ver como fará para transformar nossa “home missiler” em uma exportadora de respeito e forte internacionalmente…
    Sucesso ao grupo…

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