Presidente do Iêmen alerta para risco de guerra se houver ‘golpe’

“O país não estará seguro, haverá uma guerra civil, uma guerra sangrenta”, afirmou o presidente Ali Abullah Saleh.

O presidente do Iêmen, Ali Abullah Saleh, afirmou nesta terça-feira que o que ele chamou de “tentativa de golpe” contra seu governo poderia levar a uma guerra civil no Iêmen. “Aqueles que querem chegar ao poder através de golpes devem saber que isto está fora de questão. O país não estará seguro, haverá uma guerra civil, uma guerra sangrenta”, disse ele.

Oficiais do Exército declararam seu apoio a manifestantes pró-democracia na segunda-feira. Blindados de alas do Exército leais ao governo e favoráveis aos manifestantes estão nas ruas.

Dois soldados morreram nesta terça-feira em choques entre o Exército e a Guarda Republicana, força de elite, na cidade de Mukalla, sudeste do país.

O general Ali Mohsen al-Ahmar, um dos militares mais importantes do país, ex-aliado do presidente, disse publicamente na segunda-feira que havia passado para o lado dos manifestantes. Dois outros oficiais de alto escalão do Exército teriam renunciado, também na segunda-feira.

Foto: Reuters

Protestos antigoverno seguem a tomar praças e ruas do Iêmen, como na cidade de Sanaa

Desafiador
O Iêmen é sacudido há semanas por protestos contra o governo. A autoridade do presidente Saleh vem sendo minada por uma série de renúncias, desde que cerca de 50 manifestantes foram mortos a tiros em uma manifestação na capital, Sanaa, na sexta-feira.

Saleh permanece desafiador diante dos protestos. Uma fonte próxima a ele disse à BBC na segunda-feira que o presidente não deixaria o poder, mas poderia convocar eleições no fim do ano.

No domingo, Saleh demitiu todo seu gabinete, em uma aparente resposta aos protestos. O Iêmen é um dos países do Oriente Médio que vivem uma crise gerada por protestos populares, desde que os presidente de Egito e Tunísia foram depostos por revoltas populares.

Saleh está no poder há 32 anos. Ele enfrenta um movimento separatista no sul, um braço da Al Qaeda e um conflito esporádico com tribos xiitas no norte.

Prazo para saída

Pressionado, o presidente Ali Abdullah Saleh disse nesta terça-feira que está disposto a deixar o cargo em janeiro de 2012. No entanto a oposição, que exige sua renúncia imediata, recusou a oferta, o que pode prolongar ainda mais a crise política no país. “O povo exige que ele saia imediatamente (…). Não temos o direito de mudar a vontade do povo”, afirmou Mohammed Sabri, dirigente e porta-voz da oposição no parlamento iemenita, em entrevista ao canal Al-Arabiya.

Confrontado com os protestos em massa que tomaram as ruas da capital Sanaa desde janeiro, Saleh a princípio indicou que pretende permanecer no cargo apenas até o fim de seu mandato, em 2013, e que não concorreria novamente. Agora, um alto funcionário do governo revelou que ele propôs renunciar em janeiro de 2012, após um referendo parlamentar.

Esta fonte, que pediu o anonimato, disse que a proposta faz parte de uma iniciativa de Saleh, no poder há três décadas, de “mudar para parlamentarista o sistema político em vigor”.

A própria Liga Árabe fez um apelo ao governo iemenita nesta terça-feira, condenando o massacre de civis e pedindo a Saleh que “concentre esforços para salvaguardar a unidade nacional e o direito à liberdade de expressão”.

O secretário da Defesa britânico William Gates disse à imprensa em Moscou que “a instabilidade (do Iêmen) e a redução do foco no embate contra a AQAP (Al-Qaeda na Península Arábica) é certamente minha maior fonte de preocupação nesta situação”.

Indagado se Washington ainda apoia Saleh, Gates disse que não discutiria “assuntos internos sobre o Iêmen”. Treze ativistas da Al-Qaeda foram mortos e cinco soldados ficaram feridos em combates na província de Abyan, no sul do Iêmen, bastião da rede terrorista de Osama bin Laden, informou um oficial de segurança iemenita nesta terça-feira, sem indicar quando ocorreu o incidente.

Nesta terça-feira, o secretário da Defesa americano, Robert Gates, alertou que os atuais distúrbios no Iêmen poderão favorecer a Al-Qaeda, e afirmou estar preocupado com a situação no país árabe. “Evidentemente, estamos preocupados com a instabiliade no Iêmen”, declarou Gates aos jornalistas que viajavam com ele para Moscou, onde se reunirá com o presidente russo Dmitri Medvedev.

“A instabilidade e o desvio da atenção a respeito da AQPA (Al-Qaeda na Península Arábica) é, por certo, minha preocupação principal nesta situação”, acrescentou Gates referindo-se à facção da Al-Qaeda no Iêmen.

* com informações da AFP

Fonte: Último Segundo

5 Comentários

  1. Quando é aliado dos americanos, o ditador é chamado de presidente, e suas forças de exercito.

    Quando não é aliado dos americanos, aí é ditador mesmo e o exercito é chamado de homens de fulano… soldado fieis a…

    O cara tá a 32 anos no poder, quase o mesmo tempo que Kadafi…

    Será que haverá uma colizão ocidental para destruir a resistência do dito “presidente”?

    Mas, qdo o “ocidente” percebe que não tem jeito eles tornam o bastião da moral, viram as costas e atacam o presidente, (um aliado) que passa a partir de então a ser chamado de ditador. Vide o que aconteceu no Egito.

    Engraçado que se vc ler os jornais da grande mídia mundial todos agem da mesma forma, ou seja, a notícia já vem pronta e embalada pela CIA. As grandes agências de comunicação distribuem a notícia e o mundo a fora a cópia ipsis litteris.

    Ora, o que acontece com esse mundo, com as pessoas que se dizem estudadas, engolem a seco e simplesmente ficam repetindo essa falsa verdade, como se de fato fosse uma verdade.

    A máquina de propaganda de Hitler foi absorvida pelos americanos. Álias, se observarem, eles, os americanos, se apropriaram de praticamente todas as idéias prapagandistas da turma do Hitler.

    Mundo cão esse. Santa má-fé.

  2. Mudei de opinião: Estou preferindo um Reinado ou Ditadura honestos, do que uma Democracia composta por políticos corruptos. Fiquei bastante revoltado com a decisão do nosso STF, que invalidou o afastamento dos Fichas-sujas à partir de 2010. A Constituição Federal prioriza a ética e moralidade em vários de seus artigos, e esses deveriam ter prioridade número 1 nas decisões do STF, ainda mais que o Povo Brasileiro exige que seja dessa maneira, pois ninguém aguenta mais tanta corrupção e impunidade dos nossos políticos, que já vem de longa data. Pessoal, é a luta do bem contra o mal. Os políticos corruptos brasileiros têm dado péssimo exemplo para a sociedade brasileira,e raramente se consegue colocar um deles na cadeia. Os nossos juízes das altas cortes, são indicados pelos próprios políticos,o que, na minha opinião, desequilibra os 3 Poderes da República. Fica uma massaroca só,ou seja, parece uma democracia, mas a decisão fica centralizada num grupo de políticos, que ninguém sabe quem seja. Sendo assim, quem sou eu para incriminar os ditadores e reis espalhados pelo nosso planeta ? O Brasil nó irá pra frente, adotando o atual semi-fascismo militarizado chinês. Vamos adotar o Regime da China com tiro na nuca dos corruptos e dos omissos em punir ? O que vocês acham ?
    Agora virei chinês. Vamos estreitar as nossas relações com o povo chinês, que são um dos mais corretos e honestos do nosso planeta. Acho que eles descobriram o regime político ideal.
    Devido ao péssimo exemplo brasileiro, que moral eu tenho para condenar Fidel Castro, Kadafi, Hugo Chávez, Kim Jong-il, Evo Morales e diversos reis do Oriente Médio ?
    O Sistema Político que nós herdados dos americanos e franceses, não está funcionando para a nossa realidade, e nem vai funcionar.

  3. Bem feito. Apoiaram a intervenção no Iraque. O Iraque já é das forças de coalisão, agora faltam os outros.
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    Por isso a necessidade imediata de tomar a Líbia. Se matarem o Gaddaffi rápido, melhor ainda. Por isso não podem garantir a segurança dele.
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    Rússia, China, Brasil e Índia que acham que esta crise nunca chegará até eles que acordem enquanto há tempo.
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    A AL está cheia de países querendo ver um ser derrubado pelo outro. Basta uma turma de bagunceiros para ganharem o apoio como tem acontecido na África e OM.
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    O colonialismo está de volta usando a bandeira da democracia.
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    PS.
    Gostaria de saber como ficou a indústria Iraquiana depois da guerra, e se ficou. Pois estou achando que só quem manda por lá são as multinacionais.
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    E enquanto alguns chamam o ex-presidente de mula (talvez porque só saibam repetir que nem papagaios), bem certo estava ele. Vivia em conflito com os industriários porque estes só sabiam mamar nas tetas do governos, pedir flexibilização das leis de trabalho e redução de impostos.
    Mas na hora de investir em novos mercados, pegavam o seu rico dinheirinho para enviar para bancos fora do Brasil e assim proteger os seus patrimônios.
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    Essa é a realidade do Brasil. Se alguém acha que é diferente, sintam-se à vontade de exemplificar.

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