Obama: Chegou a hora de tratar Brasil como China, Índia e Rússia

http://i2.ig.com/fw/87/q7/1j/87q71j2abaxzg3bi69bg7pfvo.jpgPresidente dos EUA foi recebido com honras militares na primeira etapa de seu giro pela América Latina

Em discurso para empresários no encerramento do Fórum Empresarial Brasil-EUA, no Centro Empresarial 21, o presidente dos EUA, Barack Obama, anunciou a assinatura de uma série de acordos com a líder brasileira, Dilma Rousseff, para ampliar as relações comercias e econômicas entre os dois países, destacando que chegou o momento de lidar com o Brasil de forma mais séria.

“Tenho o prazer de anunciar que eu e a presidenta Dilma assinamos um Acordo de Diálogo Econômico e Financeiro, porque chegou a hora de tratar o Brasil como China e Índia”, afirmou, sob aplausos. Segundo Obama, as empresas americanas estão prontas para ajudar o Brasil com financiamentos para infraestrutura para a Copa e as Olimpíadas.

O discurso foi feito depois de pronunciamento conjunto com a presidenta do Brasil, Dilma Rousseff, no Palácio do Planalto. No discurso, Dilma Rousseff pediu uma “parceria entre iguais” com o presidente americano, Barack Obama, e a eliminação das barreiras que dificultam a entrada de produtos brasileiros nos EUA como como etanol, carne bovina, suco de laranja e aço. “Nossa relação é um construção entre iguais, por mais distintos que sejam os paises em população, em poderio militar”, disse.

Em seu discurso, Dilma citou “contradições” que precisam ser superadas, pedindo o fim de medidas protecionistas no comércio com os EUA e reformas em instituições como o Banco Mundial, o FMI e o Conselho de Segurança da ONU. “Buscamos relações econômicas mais justas e equilibradas”, afirmou.

Ao reiterar a aspiração do Brasil a um assento permanente órgão, a líder brasileira disse que o País pleitea a vaga porque “um mundo mais multilateral é fundamental para promover a paz”, e não para ocupar um espaço burocrático.

A líder brasileira traçou um paralelo entre as modificações feitas nos órgãos econômicos após a crise iniciada em 2008 e a reforma que o Brasil reivindica para o órgão de 15 membros da ONU – em que apenas EUA, Rússia, China, Reino Unido e França têm poder de veto. “Foi preciso uma crise econômica para forçar a reformar dos órgãos econômicos, no caso do Conselho de Segurança podemos nos antecipar”, afirmou.

Dilma também destacou a importância de estabelecer parcerias com EUA nas áreas de infraestrutura e energia, tendo em vista a Copa do Mundo de 2014 e as Olimpíadas do Rio, em 2016.

Em seu pronunciamento, o presidente americano afirmou que o Brasil é cada vez mais um líder mundial, e não somente regional, no contexto de uma nova realidade geopolítica global. Apesar disso, não declarou um apoio explícito à reivindicação brasileira ao Conselho de Segurança, afirmando apenas que os EUA continuarão trabalhando com o País e outros parceiros para tornar o órgão mais representativo, com a participação de novos atores importantes no cenário mundial.

Um comunicado conjunto publicado depois do pronunciamento, e assinado pelos dois presidentes, afirma que Obama “manifestou seu apreço” pela intenção do Brasil de se tornar membro permanente do Conselho de Segurança e reconheceu as “responsabilidades globais” assumidas pelo País.

Em sua fala, Obama disse que o Brasil, como uma das maiores democracias do hemisfério, promove uma maior integração entre as Américas. O presidente americano destacou o “crescimento extraordinário” do Brasil, que passou de receptor de ajuda externa para doador de recursos a outros países. Ele também expressou a vontade de seu país de se transformar em “um grande cliente” das fontes de energia brasileiras.

Obama citou o “sacrifício” feito por pessoas como Dilma para transformar o Brasil de uma ditadura para uma democracia, e disse ter certeza de que a sua colega brasileira exercerá a liderança para viabilizar o progresso na relação entre os dois países.

Após o encontro no Palácio do Planalto, Dilma e Obama seguiram para o Itamaraty, onde encerraram um encontro de CEOs brasileiros e americanos e assinaram um acordo de Previdência. Posteriormente, vão participar de almoço com empresários e outros convidados.

Antes do almoço, Dilma relembrou as características multiétnicas dos dois países e reiterou as grandes possibilidades econômicas de parceria entre os dois países.

Chegada ao Brasil

Obama foi recebido na manhã deste sábado por Dilma Rousseff em uma cerimônia que começou às 10h28. O líder americano passou as tropas em revista antes de subir a rampa do Planalto, onde encontrou Dilma e o ministro das Relações Exteriores, Antônio Patriota. A primeira-dama Michelle Obama já estava no topo da rampa, onde chegou separadamente do marido. Após execução dos hinos americano e brasileiro, Obama entrou no palácio, onde posou para fotos ao lado de Dilma, cumprimentou ministros e autoridades e viu uma exposição de artistas brasileiros.

Durante a amnhã, Obama e Dilma participaram de uma reunião avançada para acertar os detalhes dos tratados e acordos entre EUA e Brasil. No total, são oito atos e dois acordos relativos a parcerias nas áreas comercial, econômica, social, cultura e ciência e tecnologia. Michelle não ficou para a reunião no Planalto para poder participar de um evento cultural com jovens brasileiros no restaurante Oca da Tribo, no Setor Clube Esportivo Sul de Brasília

A cerimônia no Planalto começou um pouco mais de duas horas depois de Obama chegar, com sua família, à Base Aérea de Brasília, para começar a primeira etapa de um giro latino-americano de cinco dias que incluirá o Chile e El Salvador e foi descrito pela Casa Branca como “emblemático”.

Em sua mensagem semanal, que coincidiu com o início de sua primeira viagem pela região, Obama afirmou neste sábado que a aliança com a América Latina é cada vez mais “vital” para os EUA. “Sempre tivemos um vínculo especial com nossos vizinhos do sul. É um vínculo que nasce de uma história e de valores comuns, e milhões de americanos com raízes na América Latina o reforçam”, afirmou Obama em seu discurso gravado, divulgado nos EUA na manhã deste sábado. Já em entrevista concedida à revista Veja, o líder americano disse que os EUA não estão em declínio e buscam uma relação mais próxima com o Brasil.

Com sua mulher, Michelle, e as filhas Malia e Sasha, o líder americano desembarcou às 7h42 na Base Aérea depois de o avião Air Force One ter pousado às 7h31. Após o desembarque, Obama e sua comitiva seguiram para o hotel Golden Tulip, onde ficaram antes do encontro com Dilma e receberam camisetas e chinelos de dedo de presentes.

Logo após a chegada à base aérea, representantes do governo brasileiro e americano assinaram os dez acordos e tratados de cooperação anunciados posteriormente na declaração oficial no Planalto. Entre os documentos há memorandos para o Comércio e para parcerias em grandes eventos esportivos, como a Copa do Mundo e as Olimpíadas de 2016

A viagem, que ocorre em meio à tragédia do Japão e à crise na Líbia, foi descrita como muito importante pelo governo americano. “Vemos uma enorme convergência de interesses entre Brasil e EUA, e um momento enorme de oportunidades”, afirmou nesta semana o conselheiro adjunto de Segurança Nacional dos EUA, Ben Rhodes.

No Planalto, Obama não se esqueceu da crise na Líbia, reiterando que os EUA estão preparados “para atuar rapidamente” para proteger a população líbia dos ataques do regime de Muamar Kadafi.

Washington quer aproveitar o enorme potencial econômico da relação bilateral com o Brasil, que se transformou na sétima potência econômica e cujas trocas comerciais com os EUA dobraram na década passada.

Depois que China superou os EUA como principal comprador das exportações brasileiras, Washington quer recuperar a iniciativa e está interessado, segundo a Casa Branca, em desenvolver uma colaboração em energia e infraestruturas – principalmente em relação aos investimentos que o Brasil terá de fazer para os Jogos Olímpicos de 2016 e a Copa do Mundo de 2014. Além disso, o Brasil conta com reservas de petróleo que equivalem ao dobro das americanas e vê a perspectiva de se transformar em exportador da matéria-prima.

Antes de embarcar às 18h20 para o Rio de Janeiro, para a segunda etapa de sua viagem no Brasil, o líder americano comparece às 17h20 de uma recepção no Palácio do Alvorada oferecida por Dilma. A despedida será com um quitute tipicamente brasileiro: pão de queijo.

*Com BBC e EFE

Fonte: Último Segundo

18 Comentários

  1. É hora de nós brasileiros nos orgulharmos de nossa pátria.
    Somos a atual 7ª e a futura 5ª economia mundial. Temos q ser tratados com respeito proporcional a nossa grandeza. Chega do nosso irritante “Complexo de Vira Latas”. Chega de sermos “Narcisos às Avessas”, onde muitos brasileiros cuspiam na própria imagem.
    Estive recentemente na Europa e pude perceber como a imagem positiva do Brasil cresce exponencialmente.
    Os americanos pelo contrário, pouco conhecem do Brasil. É clara a proposta americana no Brasil: Nos ajudem a sair do buraco em q nos enfiamos!!! Os americanos terão q nos engolir e engulir seu orgulho!!!
    O Brasil possui um mercado interno crescente e consumista, com estabilidade política e econômica, instituições independentes e uma Democracia forte e enraizada.
    Gostei do discurso pragmático e objetivo de Dilma e o fato de Obama comportar-se como Convidado e ñ Protagonista como ocorria em um passado recente.
    Parafraseando o título da matéria, digo q “Chegou a hora do brasileiro comportar-se como indianos, russos e chineses!!!
    Falow

  2. Como o próprio Obama destacou em sua fala, apoiar o Brasil no CS é fazer um amigo e conquistar um monte de inimigos. Todos sabem que a maioria dos países da América Latina são contra o Brasil estar no CS. Todos sabem que China e Rússia tambem não querem o Brasil no CS pois temem que o nosso país se alinhe mais aos Estados Unidos tirando um pouco do poder dos dois no CS. E por fim, sabemos que há outros interessados em uma vaga como Africa do Sul, Alemanha, Turquia, entre muitos…

  3. é mais que hora de acabar com este tal de carnaval um atraso de vida coisa de vagabundo e trabalhar um pouco nesse pais,que só pensa em carnaval,abrir o olho antes que obama leve o nosso petroleo,porque não viéram antes,nos ajudar.

  4. Considero que Obama esta correndo um risco politico mantendo essa visita ao Brasil apesar de seus inimigos politicos aqui nos EUA gritando sem parar que essa nao e hora dele sair do pais. Sem cancelar a visita ele esta enviando uma mensagem forte a seus inimigos e a importancia do Brasil na sua estrategia.

  5. Kamarada Nelore, blz?
    A crítica vem dos republicanos. O partido Republicano posiciona-se contrário a tudo q Obama faz.
    Faço uma analogia ao DEM no Brasil, q chega a ser até cômica sua postura contrária a simplesmente tudo q provém do governo.
    Falow

  6. Acho que quem deveria visitar o Brasil deveriam ser os influentes do Congresso Americano, na verdade quem decide as questões comerciais são eles.

  7. capim me desculpe mais nao é nada disso que vc falou , china e russia pelo que sei apoiam a entrada do brasil no CS.

  8. Duvido muito que os seguranças do Obama, tratassem algum Ministro da China como eles trataram os Ministros do Brasil, permitindo que os Ministros brasileiros mantivessem contato com o Obama, só depois de serem revistados. Graças a Deus, que os ministro viram qual ridículo séria eles serem revistados, por este motivo eles deixaram o ressinto. Se isso é respeito ao Brasil, eu não sei o que é desrespeito.

  9. Apesar da visita do Obama e talz, parece que vai dar RAFALE no FX-2. Segundo a Folha de SP em uma conversa informal na visita do Obama, “Dilma ao ser perguntada sobre os caças, disse que o fator decisivo seria a transferência de tecnologia, uma área onde a Boeing não está disposta a abrir mão…” RAFALES a caminho???…

  10. Sinceramente não vejo nada de produtivo nesta visita, até pq eles nunca trataram os brasileiros com respeito imaginem se esta revista fosse na hilari, com certesa seria um incidente diplomatico. Eles só querem uma coisa tirar alguma vantagem tomara que a Dilma tenha a mesma postura do Lula e não abaixar a cabeça para o USA.

  11. Esse Obama é um tremendo 171, por isso o povo americano deu-lhe uma rasteira nas últimas eleições legislativas. É muita cara de pau, não ofereceu nenhuma abertura comercial, apoio ao CS ou muito menos caças com TT e os navios “gratuitos” para a MB e ainda quer participar das obras de infraestrutura para a copa e olimpíadas e vender mais para o BRasil. Como já disse, Lula e Dilma não é FHC e Serra, entreguistas, o Negão vai se surpreender quando a caneta da Dilma vadiar, vcs verão.

  12. Engraçado é a mídia brasileira falar da esposa do obama, invés de assuntos relevantes à nação. Realmente é mais pra emburrar a população mesmo. Gravata vermelha… Dilma de vermelho… hum.. so falta porem uma piramide na testa com o numero 666.

  13. Ser tratado com Índia, China e Rússia… E isso é bom?
    Muitos estúpidos não enchergam que o que mais devemos fazer é se diferenciar destas republiquetas de castas e partido único, ditaduras veladas em seu mais alta grau. No Brasil se respeitam leis trabalhistas, e mesmo com dificuldades se dá a população algum direito. Já nestes lugares, impera o domínio do Estado. Será que não dá para fazer uma campanha internacional dizendo: NÃO SOMOS IGUAIS A CHINA, ÍNDIA e RÚSSIA, AQUI TEMOS LEIS E LIBERDADE DE IMPRENSA E RESPEITAMOS LEIS E DIREITOS TRABALHISTAS E VIVEMOS PLENA DEMOCRACIA Como somos péssimos em propaganda! Até a Colombia com seu Café de Colombia nos dão uma aula de marketing.

  14. Pessoal, temos que ter ótimas relações com os EUA. Esse aspecto é prioritário. Por outro lado, temos que ter a total liberdade para negociar com outros países.
    Bater contra os americanos é a maior idiotice que existe.
    Devemos fazê-los os parceiros preferenciais devido as nossas culturas serem semelhantes.

  15. Leonardo_sp

    Errado, os dois paises nos bastidores são contra, e deixam isso muito claro aos outros membros do CS, dizem que nao se deve nem pleitear a vaga para Brasil…

    Uma coisa é o que si diz na imprensa, outra é o que se faz nos bastidores da politica…

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