Pré-sal pode aprofundar dependência em matérias-primas e afetar ainda mais a indústria, diz FT

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Uma reportagem do diário britânico Financial Times avalia nesta quarta-feira que a exploração do petróleo pré-sal pode aprofundar a dependência do Brasil em relação às exportações de matérias-primas e prejudicar ainda mais a indústria nacional.

Na reportagem, de página inteira, o jornal lembra que a extração de petróleo de camadas a mais de 2 mil quilômetros de profundidade tem o potencial de “lançar o país ao status de nação desenvolvida”, mas também o de “transformar o país para bem ou para mal”.

“O perigo para o Brasil, caso os recursos não sejam manejados de forma sábia, é o de se tornar uma vítima da ‘doença holandesa'”, diz o jornal, em referência à situação econômica da Holanda nos anos 1970, quando importantes descobertas de gás elevaram a taxa de câmbio e os preços de energia, golpeando a indústria.

“Pior, o Brasil poderia sofrer um tipo ainda mais grave de doença, a ‘maldição do petróleo’, na qual nações ricas em recursos naturais – como Nigéria e Venezuela – se tornam cada vez mais viciadas no dinheiro que eles proveem, o que leva à má governabilidade e a corrupção.”

Dependência

Sem limitar sua análise ao campo petroleiro, o artigo recorda que analistas já consideram que o país está “nos estágios iniciais da doença holandesa”.

“Exportadores e a indústria doméstica estão tendo dificuldade para competir globalmente, à medida que a demanda chinesa pelas commodities do país impulsiona o valor do real”, relata o jornal.

O boom do preço das commodities criado e mantido pelo enorme volume de compras da China tem causado uma apreciação da moeda brasileira o que acaba por encarecer os preços dos produtos produzidos no Brasil.

O Brasil já é líder ou está entre os primeiros na produção e exportação de commodities como minério de ferro, carne, açúcar, café, suco de laranja e soja.

“O câmbio se apreciou cerca de 40% em relação à cotação que vigorava há dois anos.”

Citado pelo jornal, o professor de Harvard Kenneth Rogoff, ex-economista-chefe do Fundo Monetário Internacional (FMI), opina que “a doença holandesa do Brasil vem de todo tipo de recursos naturais” e “o petróleo pode levar o problema a um novo patamar”.

A reportagem lembra que, para tentar evitar a dependência, o governo e a Petrobras elevaram de 30% para 53% a proporção de conteúdo local para novos projetos – uma tentativa de usar a estatal como locomotiva para a manufatura brasileira.

Entretanto, o texto também aponta para as avaliações de que tal uso da Petrobras como motor do desenvolvimento pode acabar levando a uma “politização” da empresa.

Para o professor Rogoff, o caminho para o Brasil seria focar menos nos possíveis efeitos negativos da “doença holandesa” e mais em desenvolver áreas que garantirão desenvolvimento de longo prazo, como infra-estrutura e educação.

“Embora o Brasil tenha feito avanços em melhorar a educação, e sua infraestrutura seja melhor que a de outros mercados emergentes, como a Índia, o país ainda deixa a desejar em relação às economias desenvolvidas em ambas as áreas”, afirma a reportagem.

Fonte: BBC Brasil

20 Comentários

  1. Alguns orgãos de imprensa são tão atreladas ao interesses norte-americanos que ficam levantando hipóteses absurdas. Como uma reserva monstruosa de petroleo pode ser ruim para economia de um país?
    Já sei devemos entrega-la toda ao bondoso irmao do norte que com certeza sabera usa-la com consciencia para o bem de todos, pois somos um pais de imbecis.

  2. Discordo totalmente do texto do Financial Times, realmente estão por fora de brasil!!
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    1º Quem alavanca e sempre alavancou a economia desse país foi o Agronegócio e não vai mudar!!
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    2º A Petrobras já é “politizada” só não afunda porque o GF sabe que se afundar eles estão ferrados……petrobras é tapa buraco financeiro do GF.

  3. O Brasil é o país de maior carga tributária do mundo, o desperdicio e a falta de infraestrutura tb são enormes, então é fácil aumentar a competitividade da industria brasileira. Primeiro, baixar os impostos e os juros a niveis civilizados de 1° mundo, segundo , melhorar a infraestrutura de portos, aereoportos, ferrovias e estradas, diminuindo o desperdicio e o custo Brasil e terceiro, investir os recursos provinientes do petróleo em construção de navios(já vem sendo feito), refinarias e toda a cadeia que envolve esta commodity, para agregarmos valor aos nosso produtos e virarmos exportadores de gasolina, querosene e diesel aos outros países. Com certeza com essas atitudes não teremos problemas com o câmbio e geraremos milhares de empregos no Brasil.

  4. A MALDIÇÃO DO PETRÓLEO

    Essa será a oportunidade de resolver: o analfabetismo,o SUS,a Habitação,as estradas,os portos,a previdência….etc.
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    Más se usá-la para equilibrar a balança de importação e não usá-la para alavancar a indústria nacional e o desenvolvimento tecnológico,ai eu concordo plenamente com a reportagem!

  5. Infelizmente os brasileiros dão muito valor a opinião dos países da Europa e EUA.
    Então Financial Times se acha no direito de ”DEMONIZAR” o pré sal como se ele fosse uma maldição que devemos entregar aos santos do 1º mundo!
    o jornal se baseia na opinião do o professor Kenneth Rogoff, ex-economista-chefe do Fundo Monetário Internacional (FMI)
    ”COMO SE O FMI ENTENDESSE DE ECONOMIA ”

  6. Vc está errado na sua afirmação GALILEU,a Petrobrás não é politizada,ela é uma empresa de economia mista super eficiente,uma das maiores do mundo,ela é mais eficiente e dinamica que a Vale,basta ver os produtos que a petrobrás vende e os da vale,basta ver os centros de pesquisa,A petrobras é uma das pioneiras em perfuração de águas profundas,biocombustiveis,robotica,e inumeras outras areas,já a vale só vende minerio,fura buraços e os deixa quando termina a exploração,paga um salário pequeno em comparação a outras empresas,a Vale é uma empresa bem inferior a Petrobas.

  7. Agora quanto a matéria ela merece ser levada em conta,corremos mesmo esse risco apesar deu achar ser muito pequena de acontecer o mesmo que aconteceu com a holanda.

  8. Ou será que o bloco europeu, preocupado com a “investida gulosa” dos EUA sobre as reservas brasileiras, estão tentando, de uma forma deseperada, evitar que o grande aliado ocidental fique com tudo e não sobre nada pra eles(?!?)… SERÁ???

  9. Barca, não é porque ela é “politizada” que ela não funciona…
    Na maioria das vezes sim ela não funciona, mas a petrobras como eu disse ela é muitooo importante para a corja de brasilia, logo ela não afunda.
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    Nelson de azevedo, todos querem o petroleo brasileiro, justamente porque o brasil tem algo que o diferencia da maioria dos paises com grande reservas, e ninguem aqui percebeu isso, o brasil é “estável” politicamente, a chance de virar uma libia é quase nula.
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    Portanto todos querem o brazilian oil!!

  10. Esta todo mundo de olho no pre-sal, e vao continuar soltando asneiras até alguem acreditar. Por exemplo, Dilma já acreditou no FMI dizendo que o brasil tem que retardar seu crescimento pois poderia causar alta da inflação (a China cresce mais que o Brasil, a mais tempo e não aconteceu isso com ela), temo que crescer… os EUA estao brigando para retomar o crescimento, o mundo esta correndo atras para conseguir crescer o que o Brasil, India e China crescem, e dizem que devemos desacelerar o crecimento, e o pior DILMA ACREDITOU!.
    Assim não devemos ficar dando ouvidos a tudo que se fala por ai. Temos equipes de economistas e saberao o que fazer. LULA SABIA!!!!
    CAMPANHA “JOBIM PRESIDENTE 2015”. ABS…

  11. Li o texto e não me apeguei em quem escreveu e sim no conteúdo. O texto relata a preocupação com o mal uso do dinheiro gerado com a exploração do pré-sal. Concordo com o texto. Prestem atenção: dinheiro mal empregado, não vi uma vírgula falando em Petrobrás e sim em investimentos que tragam benefícios a longo prazo. Os leitores deste site são certamente, em sua maioria, pessoas mais maduras e todos ja devem ter passado por vários planos econômicos onde ora se viveu na euforia econômica e ora na miséria. A reportagem é clara, só não ver quem não quer. O Brasil enfrenta sim o risco de ficar, como esta até hoje e pelo jeito vai ficar, vendendo apenas matérias-primas básicas e seus recursos minerais. Convenhamos, todos sabem que o Brasil esta entrando em colapso na capacidade de refino do petróleo. Então: venderá derivados de petróleo ou derivados? Lógico que venderá petróleo pois não tem condições de vender outra coisa, assim como vende soja, café, açúcar, carne, minério de ferro e outros produtos básicos.
    Perguntar não ofende: Nós leitores deste site nos barbeamos com lâminas produzidas no Brasil? Não, lógico que não, são produzidas no EUA. Se muito, a montagem do aparelho de barbear é aqui. Perceberam a denpendência tecnológica? Uma mísera lasquinha de aço com fio de platina é feita lá fora, aqui é vendida no país inteiro de forma massificada e o lucro vai embora. Pensem, onde fica o lucro, a agregação de valor no produto, a geração de emprego, a geração de tributos? Como uma país pode querer ser grande vendendo, se só sabe vender e exaurir sua riqueza? Um dia isto acaba e o que fica? Fica um povo sem educação, sem formação tecnológica, sem conhecimento. Quem sabe podemos um dia exportar area de nossa terra desertificada e pessoa burras para limpar esgoto.

  12. O Brasil esta vivendo um amadurecimento.
    Nos Brasileiros estamos confiantes. Acreditamos que o País esta melhorando.
    Eles ainda acham que são melhores doque nos…
    Por isso vivem nos subjugando, somos sempre inferiores. e Bla, Bla, Bla
    >>>> A EUROPA ESTA É MORRENDO DE INVEJA <<<<

  13. Vamos cuidar de n vidas e deixar a dos ianglese p lá,vamos usar esse dinheiro de présal p a educação , reequipa/ das n FAs e saúde…o resto e o reto inclusive os iangleses, mô bucaneiros. Ó dilma cuidado , os inaks ñ são confiáveis.

  14. E é uma verdade, o petróleo pode ser uma bênção ou maldição, assistindo um vídeo do Estadão, o entrevistado Fernando Gabeira chamava atenção para o fato que a Venezuela conformou-se com o petróleo que possui e parou o resto do país, exporta tudo o que precisa assim como a maioria dos países da Opep.
    Cabe à quem está no comando ter uma visão estratégica de forma à manter a agricultura , indústria, serviços , etc, atraente e lucrativa. Temos que ver o petróleo como sendo mais um no time que veio para somar.

  15. É muito engraçado as coisas em nosso país. Essa publicação Inglesa , já a acompanho algum tempo. É um dos adéptos do estado mínimo, da não intervenção e do deus mercado desregulamentado. Antes , na captação da Petrobás , desceu lenha publicando artigos e editoriais , muitos dos quais de compatriotas nossos , mas não brasileiros de fato. Que a cessão onerosa por parte da união , não seria possível , estava super dimensionada.
    A captação da Petrobrás , seria um verdadeiro fracasso.
    Li e os artigos , é só entrar no sitio da revista , e ler.
    Nada do que previu , ou sentenciou realizou-se.
    Parece que agora quem temos o ouro negro , para bancar o desenvolvimento , estamos fadado ao fracasso. É a pior coisa que aconteceu ao Brasil(?/!!!!/?????)
    No pré-sal , conseguimos mudar a lei de concessão para partilha.
    O pré-sal , pelo menos este governo , já disse para o que ele servirá , e como será explorado e vendido.
    Na forma de derivados de petróleo. Óleo , gasolina , diesel , etc…., valor agregado, e isso que incomoda.
    Por isso que esta-se construindo mais quatro refinarias e existem mais duas saindo do forno.
    Fosse alguém dar ouvidos a isso …. estávamos F….com PH!!!!!!!!!!!!!!

  16. Contudo, há muita verdade no que foi dito gente, não aprecio a intromissão, mas algumas verdades devem ser ditas, com o congresso corrupto que temos tudo pode acontecer, briga de foice e interesses exacerbados dão o toque de nossa fragilidade.

  17. Os erros dessa matéria são tantos, que nem vale a penas criticar muito, ainda mais quando estamos falando de uma exploração bastante complexa que necessita de uma quantidade enorme de infra-estrutura, então, ao contrário do que fala a matéria, a exploração de petróleo na Plataforma Marítima está ajudanto o crescimento de diversos setores industriais, como o naval, petroquimico e até aeronáutico, devido a necessidade de uma grande quantidade de helicópteros. As plataformas estão sendo feitas aqui, e não importadas. O mesmo vale para a maioria dos insumos industriais.

  18. Realmente a maioria dos comentarios estao certos…a imprensa europeia e americana gostam mesmo de colocar ideias mirabolantes nas nossas cabeças com o intuito de nos confundir e nos diminuir,tipico dos paises imperialistas e que só querem vantagens com o recurso dos outros!

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