Dependendo da gravidade do acidente nuclear, uma parte do Japão pode ficar inabitado por até 300 anos

Graça Magalhães-Ruether

BERLIM – A situação no Japão é dramática e, dependendo da gravidade do acidente nuclear, uma parte de seu território pode virar terra de ninguém por até 300 anos. Essa é a avaliação de Edmund Lengfelder, do Instituto Otto Hug de Munique, que há mais de 20 anos pesquisa os efeitos de Chernobyl.

Como o senhor avalia a situação em Fukushima?

EDMUND LENGFELDER: É dramática! Na minha opinião, já ocorreu ou está ocorrendo a fusão do núcleo dos três reatores, ou seja, a pior crise possivel. As informações têm sido contraditórias porque o governo quer evitar o pânico. O Japão não tem uma politica de informação muito mais transparente do que a União Soviética na época de Chernobyl, há quase 25 anos. Mas os japoneses têm muitos problemas paralelos, com o terremoto, a tsunami e a crise nuclear.

As autoridades japonesas estão ainda tentando esfriar o reator com água do mar. A medida pode ter efeito?

LENGFELDER: Não acho que vá funcionar, a situação está descontrolada.

A Agência Internacional de Energia Atômica deu à gravidade da situação em Fukushima grau quatro em uma escala até sete. O senhor concorda?

LENGFELDER: Eu diria que o grau de gravidade da situação no Japão é de sete. Em 1991, a agência anunciou que não havia nenhum problema de saúde em consequência da explosão em Chernobyl, mas já foi provado que a ocorrência de câncer de tireoide entre crianças que viviam na região era 30 vezes maior do que antes do desastre.

Se acontecer a fusão do núcleo, quais as consequências?

LENGFELDER: Isso depende de muitos fatores. Mas a densidade demográfica no Japão é 20 vezes maior do que a da região de Chernobyl (na Ucrânia, perto da fronteira com a Bielorrússia). Além disso, os reatores como os do Japão têm muito mais material radioativo e o mantêm por mais tempo que o de Chernobyl, que era usado principalmente na produção de plutônio para a indústria armamentista. Ao ser liberado, libera também muito mais partículas radioativas na atmosfera. Isso faz com que o perigo de Fukushima seja muito maior.

A queda de um avião ou um atentado terrorista em uma usina nuclear poderia causar o mesmo?

LENGFELDER: Sim. Com esse perigo precisam contar todos os países com usinas nucleares, inclusive o Brasil.

Uma das medidas tomadas pelo Japão foi a retirada da população de um raio de 30 quilômetros. Essa distância é segura?

LENGFELDER: Eu acho curta demais. No caso de Chernobyl, foi estabelecida uma zona proibida de 30 quilômetros ao redor do reator. Mas, cinco anos depois, foi descoberto que uma região da Bielorrússia, a 140 quilômetros, tinha recebido radioatividade.

Se houver o pior desastre nuclear possível, por quanto tempo a região ficará inabitável?

LENGFELDER: Apenas as medições poderão dizer. Em geral, calcula-se um tempo comparável a dez vezes a meia-vida do estrôncio e do césio, que é de 30 anos. Quer dizer, a região ficará inabitável por até 300 anos, previsão que é grave, sobretudo para um país com uma densidade demográfica como a do Japão.

Fonte: O Globo

Trabalhadores de usina em “missão suicida” se tornam heróis nacionais no Japão

Sugestão: Gérsio Mutti

Os trabalhadores responsáveis pela refrigeração de quatro dos seis reatores da usina nuclear de Fukushima já estão sendo tratados como heróis pela população japonesa. Os profissionais arriscam suas vidas para reduzir a temperatura dos reatores que foram bastante danificados pelo terremoto e tsunami da última sexta-feira (11).

As equipes de emergência dizem que “não têm medo de morrer”, enquanto encaram níveis de radiação perigosíssimos à saúde.

As explosões e incêndios registrados na central nuclear fizeram aumentar os níveis de radiação do local, obrigando a companhia Tokyo Electric Power Co (TEPCO), responsável por operar o reator, a retirar a maior parte dos empregados.

Todos os empregados foram obrigados a deixar a usina nuclear nesta quarta, depois do aumento dos níveis de radiação. No entanto, pouco tempo depois, os 180 trabalhadores, que se dividem em turno de 50 homens, regressaram à planta, em meio aos temores de uma possível contaminação radioativa. Eles vestem roupas especiais, máscaras e usam tanques de oxigênio.

“As pessoas que trabalham na usina estão lutando sem fugir”, disse Michiko Otsuki, um funcionário da central nuclear de Fukushima 2, na rede social japonesa Mixi. “Agora, apenas posso rezar pela segurança de todos. Por favor, não se esqueçam que há pessoas trabalhando e arriscando suas vidas para proteger as nossas”, completou.

O primeiro-ministro japonês Naoto Kan elogiou os esforços e a coragem dos trabalhadores da usina nuclear. “Eles estão se esforçando ao máximo, sem pensar duas vezes no perigo”, afirmou.

Muitos especialistas consideram a missão desses trabalhadores como suicida. “Estamos chegando a um ponto onde não terá mais retorno. A situação não para de piorar. As equipes de emergência estão em uma missão suicida e, provavelmente, teremos de abandonar o navio com os tripulantes dentro”, disse a médica Michio Kaku à rede de TV americana ABC.

O diretor de pesquisa radiológica de Columbia, David Brenner, assinalou que dado os níveis de radiação detectados nas instalações, os trabalhadores se acham sob um “risco significativo”.

“Em muitos sentidos, eles já são heróis, pois vão sofrer uma alta exposição à radiação”, explicou Brenner à BBC.

O jornal Yomiuri Shimbun informou na terça-feira que o ministério da Defesa do Japão criticou a agência de segurança nuclear e TEPCO depois que alguns de seus soldados ficaram feridos, provavelmente devido à exposição à radiação. As forças de segurança se deslocaram para o reator 3 quando aconteceu uma explosão na estrutura de contenção.

“Disseram que era seguro e nós acreditamos, por isso trabalhamos lá”, explicou o ministério da Defesa. “Conhecemos a proteção sobre radiação, mas não somos especialistas na estrutura de reatores. Quando nos comunicaram que estava a salvo, também acreditamos, embora sentíssemos que não era algo fácil”, acrescentou.

*Com informações da AFP

Fonte: FSP

35 Comentários

  1. as baratas japonesas .. vão proliferar adoidado.. de repente ocorra uma mutação genética (estilo gama-hulk..rs) e elas possam fazer ..rsrsrs.. contato com a espécie ?superior?.. ?nós?.. rsrsr
    ps. creio que nos agradeceriam por sermos.. tão hospitaleiros..rsrsrsrs

  2. Alguns estados brasileiros onde o povo passa o tempo dançando axé e onde o carnaval dura o ano todo, poderiam ser desapropriados para que os japoneses se mudassem para cá.

    ****
    Os terroristas, depois de assistir todo esse pandemonium, com certeza vão olhar com outros olhos as instalaçoes nucleares. Até nos arredores de Nova York tem 2 usinas nucleares!

    Meu deus, como o ser humano é inconsequente!

  3. Triste!… E, antes mesmo da explosão do 1º reator da usina eu já temia pelo pior, pelo quadro apresentado… Que era a perda de parte do território japonês pela contaminação, à exemplo do que aconteceu em Chernobyl… E, mais uma vez, foi perceptível, por parte das autoridades e/ou dos administradores/técnicos da usina, envolvidos na operação de conter um colapso total nos reatores, a tentativa de amenizar a crise e não causar pânico na população, mesmo expondo a mesma ao risco… E fica aí a lição: “Em caso de possível catástrofe (naturais ou não), sempre desconfie dos comunicados oficiais… E previna-se.

  4. Há uma solução.
    Primeira Fase:
    1)Cercar a usina com um cilindro de chapa de aço;
    2)Fazer a sucção do ar contido dentro da usina e filtrá-lo dentro de cisternas com água;
    3)Jogar a água contaminada no meio do oceano;
    Segunda Fase:
    Construir máquinas perfuratrizes controladas à distância para retirar o urânio, por de baixo do reator.
    OK

  5. 300 ANOS????
    Isso não é muito não em???
    Ate agora, todas as opiniões são pura especulações.
    Pois todos que comentam não estiveram lá pra ver…
    A real cituação só os Japoneses sabem. E isso não está sendo repassado.

  6. ahahahhaha, boa ideia toninho, esses estados so dao despesa parao brasil..
    mas falando da materia , cara que droga emmm, bato palma para os japoneses, pq aquele territorio em que eles vivem é o territorio mais perigoso da terra , eu acho que futuramente o japao vai afundar , aquelas terras estao afundando no mar , é um terreno totalmente horrivel para se viver, os terremotos e tsunamis acontecerao com mais frequencia, é uma pena para um povo tao dedicado e competente como sao os japoneses.
    enquanto isso aqui no brasil as pessoas(nao todas mais a grande maioria) so querem saber de festa e o brasil que se dane , por isso esse povo merece o pais que tem.
    sds a todos.

  7. realmente se os japoneses vierem para os brasil trazendo toda tecnologia para nos, poderiamos dar cidadania para todos eles..rsrsrsrs nao e uma boa ideia???

  8. é muito triste o que está acontecendo. deve ser a pior sensação do mundo perder a terra que se ama.eu admiro o povo japonês pela sua garra, coragem e patriotismo. é triste saber que a maioria que vive aqui no Brasil não merece pisar neste solo; a nossa cultura de farra, futebol e cerveja esta destruindo tudo de bom que aqui existe.

  9. Imaginem uma nuvem radiotiva em direção a Tóquio…

    Como evacuar uma cidade com mais de 10 milhões de pessoas??!?!?

    Aliás quem pode já está fazendo isso por conta própria.

    Espero que as autoridades japonesas não estejam sonegando informações. Mas o indicativo que os Estados Unidos proibiram a aproximação de suas forças em raio de 80km das usinas mostra que aquilo já fugiu ao controle.

    []’s

  10. O Japão não tomou o devido cuidado com os seus Reatores Nucleares. Essa é a verdade verdadeira. Eles sabem que seu país tem o maior índice de terremotos do nosso planeta, além dos maremotos. Os órgãos internacionais já haviam alertado os japoneses sobre a insegurança de suas Usinas Nucleares.
    Outra coisa, demoraram muito para aplicar o antídoto correto, que é o que eu disse.
    A solução agora será a de jogar concreto para enterrar o núcleo de seus reatores, através de grandes helicópteros.
    Simples.
    Dá para descontaminar o terreno ? Sem dúvida …
    Depois eu explico como.

  11. Cara é incrível como algumas pessoas fazem graça com a desgraça alheia, e ainda aproveitam para descriminar outros Brasileiros, eu acho que seria bem interessante se o Brasil acolhesse esse povo HONESTO , TRABALHADOR e INTELIGENTISSIMO, podem vir para o meu estado, o que eu não gostaria era de ver aqui esses brasileiros babacas que certamente foram abusados na infancia por algum nortista imigrante. Daí o motivo da discriminação.

  12. Fernando, Alexandre e outros leitores, assino embaixo a proposta de dar refúgio a japoneses, mas infelizmente parece que o governo só tem olhos para a economia.

    Poderia se oferecer um salário mínimo durante um ano até o refugiado se virar, e no caso de técnicos industriais, 2 mínimos, no caso de engenheiros, sei lá 5 mínimos.

    Ou seja se poderia assim fazer uma triagem ficando com os técnicos, dando tb refúgio aos não-técnicos por uma questão humanitária.
    No ano que recebem a ajuda checaria-se que aprendessem português.
    Essa seria a política dum país que é sétima economia e precisa com urgência técnicos.

  13. porem acho que exageraram nesse periodo de 300 anos(de ficar inabitado), sera que seria tudo isso mesmo?
    queria pedir desculpas aos meus amigos do PB, sobre o que eu disse “que esses estados so dao despesa parao brasil”,
    vi que fui injusto com amigos que morem nesses estados, amigos que se importam com o brasil, porem quero dizer que minha critica(de gente que nao quer saber de nada e so quer festa) vale para todo o brasil.

  14. Eu queria ver alguém passar por um terremoto de 8.9 de 5 minutos e depois um tsunami de 7.9 metros para ver se alguma usina nuclear em qualquer pais no mundo ainda continuaria em pé.
    As réplicas de 4.0/6.5 não param, um operário contou em um mail que quando vc acaba de consertar um local vem uma replica forte e quebra de novo o mesmo local, para se ter ideia o Japão se deslocou 2,4 metros e afundou 50cm.
    Na hora do terremoto tinha 1000 operários no reator 4 fazendo manutenção, todos tem famílias e foram desesperadamente tentar encontrar seus familiares porque os telefones não funcionavam.
    Conclusão não tinha quase ninguém para trabalhar na usina nos primeiros dias ficou quem foi voluntario, todos os japoneses ficaram apavoradas com a fúria da natureza.

  15. Shinigami, os operários abandonarem a Usina Nuclear na hora do terremoto, foi uma grande irresponsabilidade.
    Outra coisa, projetaram mal essa usina, pois os geradores tinham que estar flutuando em molas e todas as conecções serem flexíveis.
    Agora já aconteceu. Valeu como experiência e bola pra frente.
    Você está no Japão ?

  16. Eu não sei o que é mais explícito.
    Se a campanha difamatória contra o Charlie Sheen, ou essa contra o japão/usinas nucleares.

  17. Beleza Leonardo SP, , desculpas aceitas, todos nós podemos cometer equivocos, mas reconhece-los é para quem tem dignidade, e vc tem, desculpe-me tb se respondi de maneira grosseira. Abcs cordiais.

  18. Olha Milton Bras, concordo tb com vc, mas acho que numa situação dessas o governo japones que é a 3° economia do mundo faria tb seu dever de casa pagando salários para esses refugiados e até mesmo parcerias na construção de casas e infraestrutura, poderiamos trazer algumas filais de suas industrias para empregar esses refugiados e tb brasileiros. Seria assim : eles investem aqui e nós os recebemos de braços abertos novamente.

  19. abraço cordiais para vc tb amigo alexandre,
    pessoal acho que o japao pode cuidar de seus problemas, concerteza essas pessoas desabrigadas terao algum beneficio do governo para reconstruir suas vidas.

  20. Olha, não sei se alguem notou mas de 2001 pra cá o mundo pegou fogo. Ihhh sei não, guerras e guerras, pestes, desastres naturais, não sou de jogar lenha na fogueira, mas tem algo mais pra acontecer.

  21. KKKKKKKKKKKK,
    Caramba, teve até baiano ficando bravo aqui, com medo de ser desapropriado, rsrsrsrs..
    Quem manda ficar pensando que a vida é só axé/carnaval..
    Brincadeira.. (Antes que me fuzilem).

  22. Sim estou no Japão, eu sei como funciona a tepco e já trabalhei para a empresa, os funcionários da empresa entendem mais de teoria, os que realmente fazem as coisas funcionarem e sabem pegar na massa são os operários sub contratados, a tepco não tem como forcar operários sub contratados a fazer trabalhos fora de contrato.
    Parece que foi perguntado quem quiser ficar tem trabalho, quem quiser ir embora pode ir, todos foram embora…acredito eu que ficou apenas os operários da tepco.
    Seria mais ou menos assim o pessoal da Eletronuclear contrata trabalhadores da Odebrecht para fazer manutenção, os trabalhadores sabem como fazer o serviço mas não entendem nada de trabalhar em situação extrema de risco, e os da eletronuclear sabem o que deve ser feito mas não tem mão de obra suficiente e nem muita experiencia na mão na massa.
    Não sei se sabem mas 20% da mão de obra de operários que trabalham para tepco são de brasileiros sub contratados.

  23. Sou Baaiano não Bruno W, agora cara é um saco ver certos comentários, principalmente num site de defesa em que todos falam que nossas forças teêm que se equipar para proteger a Amazônia (fica no Norte, para quem não sabe), então isso é suficiente para termos uma noção da importância desta região. Por outro lado sou bem humorado e acho que muitas vezes o pessoal do sudeste fica meio estressado, talvez pelos engarrafamentos no trânsito ou pela distancia do trabalho, não sei, e então pensam que não trabalhamos e só vivemos de carnaval(bem que eu queria ser empresário da Ivete e viver de axé, kkkk)mas a realidade é que trabalhamos igual a vcs com a diferença de que podemos no interva-lo do almoço dar um pulinho na praia e comer coisas maravilhosas, olhando lindas mulheres , um mar magnífico e lógico ouvir axé, mpb, samba, pagode etc… Daí a fama de preguiçoso, mas quando vcs vem aqui em Maceió fazem a mesma coisa e adoram. Se vc nunca veio , aproveito para convidá-lo, bem como os outros amigos aqui do PB, vcs não vão querer voltar pra casa, garanto.

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