Emergentes, uni-vos!

http://www.novosdialogos.com/imgconteudo/generaciones%20emergentes2.jpgSugestão: Harry
10 de Março de 2011 22:38

Eliane Cantanhêde


Devagar e sem pirotecnias, o Brasil atuou decisivamente para uma posição consensual dos países emergentes diante da crise — ou guerra civil, como admite o Itamaraty — em que mergulhou a Líbia.
Enquanto EUA e Reino Unido, por exemplo, ameaçavam com ‘ações militares’, os países do Bric e do Ibas bateram pé para evitar um novo Iraque: qualquer reação armada e até uma zona de proibição de voos na Líbia têm de passar pelo Conselho de Segurança da ONU.

O mundo é outro. Os EUA entraram no Iraque sem saber como sair, e o rastro é desolador. Depois, contaminaram todos os continentes com a sua crise financeira. Barack Obama tem de ter um olho na opinião pública interna, que não quer nem ouvir falar em guerra e em crise, e outro no cenário internacional, que está mais equilibrado.
Olhar o mundo, hoje, significa olhar e ouvir também os emergentes. A China, sobretudo, mas também Brasil, Índia, Rússia e África do Sul têm peso crescente não só na economia, mas também na política. As decisões, antes exclusivas de Washington, passeiam pela Europa e por todos esses países antes de se transformarem em ações.

Para a diplomacia brasileira, é hora de administrar ganhos, recuperar perdas e agir em bloco, não de buscar protagonismo. Discreto e demasiadamente formal em suas entrevistas, o chanceler Antonio Patriota aparece pouco, mas não está calado nem parado.

Ele se reuniu com chineses e indianos e depois passou a terça-feira de Carnaval com ministros da Índia e da África do Sul (grupo Ibas). Resultado: uma nota que, nos itens 23 e 24, apoia exclusivamente posições consensuais na ONU.

Com dificuldades internas, diante de novas eleições e sob os traumas do Iraque e da crise de 2009, é improvável que Obama queira desdenhar dos emergentes. Logo, os países árabes estão exibindo de fato um novo mundo — interna e internacionalmente.

FONTE: Em Tempo

10 Comentários

  1. Bons ventos na atual diplomacia Brasileira. Sem a arrogância vaidosa do nosso megalonanico ex-chanceler,o messianismo histérico de nosso ex-presidente e com o Assessor de Assuntos internacionais da presidência devidamente enquadrado, o Brasil vai construindo consenso entre os emergentes no que tange à questão Líbia e afirmando-se com justiça no cenário internacional.

  2. Eu só sei que, essa tragédia no Japão caiu do céu para que o fascínora do Kadafi pudesse despejar as suas bombas nas cabeças dos revolucionários/revoltosos… Inclusive retomando o controle de cidades estratégicas… Tudo isso enquanto os olhos do mundo e o foco da mídia se voltava para o desgraça do povo japonês diante da fúria da natureza… Enfim, estes ditadores podem até serem “malucos”, mas de “bobos” eles não tem nada.
    🙁

  3. Vamos esperar que a plitica externa brasileira trabalhe a favor do Brasil como a do presidente Lula, acho que voltar ao puchasaquismo dos tempos de FHC não é evolução, temos que ter nossas próprias decisoes doa a quem doer.muita gente acha que ter opnião diferente a das grandes potencias é um erro.espero que a nossa presidenta seja uma pessoa firme e não se deiche levar pelos falsos elogios do tipo “Ele é o cara”.

  4. Caso a crise Líbia houvesse ocorrido no ano passado ou antes o roteiro a ser seguido pelo Brasil, sob o tacão do trio megalonanico-vaidoso messiânico-Top Top seria o seguinte:

    1. O Itamaraty iria expedir uma nota oficial demonstrando preocupação com os eventos mas conclamando os rebeldes a depor as armas e “respeitar o governo legítimo”;

    2. Em um segundo momento, nosso messiânico ex-presidente logo trataria de desqualificar os rebelados, comparando-os a alguma torcida organizada cujo time perdeu o campeonato ou mesmo presidiários que provocam motins em presídios;

    3. Ainda o ditador líbio estivesse bombardeando civis com sua aviação, o ex-presidente faria questão de fechar os olhos a esse “pequeno deslize” do “amigo, irmão, líder e companheiro Kadafi”;

    4. Com o fim de unir a “comunidade internacional” para evitar uma possível “agressão imperialista”, nosso ex-presidente e/ou nosso megalonanico ex-chanceler iriam realizar alguns encontros com “líderes amigos”: gente da laia de Adolfinejad, o eunuco Bachar Al Assad…quem sabe até uma visitinha à Omar Al Bashid e Robert Mugabe para reforçar o coro;

    5. A fim de tentar evitar medidas mais duras por parte da ONU, nosso trio ternura certamente iria orquestrar alguma “cúpula” onde seria celebrado algum “acordo”, dentre de “uma atmosfera positiva, construtiva, em um espírito cooperativo e de não confrontação”;

    6. Por fim, tendo em vista que o Presidente Nicholas Sarkozy deixou de reconhecer o governo de Kadafi e reconhecer os rebeldes, nosso ex-presidente iria postergar até o fim de seu mandato a compra dos caças Rafale. Logo depois a Eliana Catanhêde irá dizer que o acordo foi frustrado pro ter entrado “areia líbia no negócio”afinal nosso ex-presidente foi insultado em sua vaidade messiânica pela traição do seu “parceiro estratégico”.

    7. Será que esqueci alguma coisa?

  5. Trouxa, você é comedor de BOLA EXTERNA!!!
    .
    Pra mim estão agindo totalmente errado. Tinha que incentiver a zona de exclusão e autorizar e incentivar o “Xerife Global” a enviar os marines. Ainda mais que a defesa aérea da Líbia é considerada uma das melhores da região. Tem que dar corda para os abUSAdos se enforcarem. Estão pedindo arrego no Afeganistão e no Iraque já dado como perdido a muito tempo. Seria mais uma frente de guerra para eles se atolarem com lama chegando acima da cabeça. Eu chamo isso de SANGRIA. É só mais uma guerra que está faltando para eu ver tudo desmoronando. Com esse desastre no Japão, a recuperação da economia mundial vai pro brejo de vez, petróleo vai disparar, algumas matérias primas(informática) vão subir e tudo começa e ficar nebuloso. Minha vontade seria que essa briga comece pelo Irã. Porque ai eu tenho certeza que a tsunami para os abUSAdos seria mais rápido e mais devastadora. Neste cenário os emergentes chegariam nas cabeceiras mais rápido do que está sendo projetado. Irã é uma ARMADILHA da Rússia preparada para os EUA(xadrez). Ainda mais que o “RESTAT” proclamado no início do governo Obama, foi percebido pela Rússia como um engodo.

  6. Eu concordo com o GODOY, se o Brasil quer ser um ”player”
    tem que ter opiniões próprias ! Porém,
    Infelizmente muita gente ainda carrega complexo de inferioridade, e pensa que o Brasil tem sempre que concordar e baixar a cabeça.
    Brasil e Turquia fizeram o acordo com o Irã,acordo esse elaborado e sabotado pelas grandes potências !tal fato
    demonstra a eficácia de nossos embaixadores no governo Lula!

  7. Diga se de passagem que os unicos senadores clamorando para mais uma intervencao unilateral americana sao senadores e deputados do Partido Republicano. Estao numa missao de afundar o pais e se conseguirem a presidencia em 2012 e o Congresso os EUA vao se meter numa fossa sem fundo.
    John McCain, depois de perder as eleicoes, perdeu suas faculdades mentais e joga cada vez mais na direita dura dos republicanos.
    Hoje no Miami Herald saiu um poll que 75% das pessoas aqui nesta regiao da Florida nao querem uma intervencao unilateral na Libia, mas um acordo com a ONU.
    Este numero e igual ao do pais em geral.

  8. HMS Tireless
    8. Lula, citando amor por Hugo Chavez e Ahmanidejad professam completo apoio ao amigo Kadafi. Afinal Ira,Libia e Venezuela sao grandes paises, certamente liderados por homens de bem.
    (Tudo isso explicado por Marco Aurelio Garcia em tom serio e sem titubear)

  9. Nelore:

    Me esqueci de algo, entre os itens 5 e 6: Após a assintaura do referido acordo alguns “blogueiros progressistas”, geralmente ex-jornalistas de prestígio hoje apresentando programas dominicais, iriam exaltar em seus blogs a imensa inteligência, sabedoria e coragem de nosso messiânico ex-presidente, que “desafiou as potências imperialistas em prol de uma nova ordem mundial, tornando o Brasil um player global a ser ouvido em todas as questões”…

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