Hillary Clinton: “ESTAMOS PERDENDO A GUERRA DA INFORMAÇÃO”

http://fr.altermedia.info/images/al-jazira1.jpgSugestão: Harry Ferreira
“No dia 2 de março, diante de comitê de Política Externa do Congresso, a secretária de Estado dos EUA, Hillary Clinton, disse que o país está perdendo a “guerra da informação“. “A Al Jazeera está ganhando“, resumiu.

Muito citados nos últimos meses, Wikileaks, Twitter e Facebook tornam-se quase insignificantes em comparação com o papel exercido pela Al Jazeera no Oriente Médio. A Al Jazeera em inglês está fora da programação de TVs a cabo nos EUA, com exceção dos que estão em Toledo, Ohio; Burlington, Vermont e Washington DC. Isso não impede, é claro, que tanto Obama como a senhora Clinton critiquem a censura no Irã.

O artigo é de Alexander Cockburn, no “Counterpunch”

Nem mais nem menos do que a própria secretária de Estado dos EUA rendeu um incômodo tributo a Al Jazeera no dia 2 de março. Diante de um comitê de Prioridades da Política Externa dos EUA, o senador Richard Lugar pediu a Hillary Clinton que apresentasse seus pontos de vista sobre em que medida o país está promovendo sua mensagem em todo o mundo. Clinton disse de imediato que os EUA estão envolvidos em uma guerra da informação e estão perdendo. “A Al Jazeera está ganhando”, acrescentou.

Falemos francamente em termos de realpolitik”, prosseguiu a secretária de Estado. “Estamos em imensa competição por influência global e mercados globais. China e Rússia lançaram redes de televisão funcionando em várias línguas, quando os EUA faz cortes nessa área. Estamos pagando preço elevado por desmantelar redes de comunicação internacional depois do fim da Guerra Fria. Nossos meios privados não podem preencher essa brecha”.

Como temos assinalado durante a última quinzena, há florescente pequena indústria da internet que afirma que a derrubada de Mubarak ocorreu por cortesia do comando Twitter-Facebook dos EUA. O New York Times publicou numerosos artigos sobre o papel do Twitter e do Facebook enquanto ignora ou vilipendia ao mesmo tempo Julian Assange e Wikileaks. Por certo, em qualquer discussão sobre o papel da internet na convocação dos levantes no Oriente Médio, deveria se dar o maior crédito ao Wikileaks. Mas Wikileaks, junto com Twitter e Facebook, tornam-se quase insignificantes em comparação com o papel exercido pela Al Jazeera.

Milhões de árabes não podem tuitar e não estão familiarizados com o Facebook. Mas a maioria vê televisão, o que significa que todos assistem à Al Jazeera, a qual detonou o “

artefato explosivo improvisado” que estourou sob a Autoridade Palestina, a saber, o conjunto de documentos conhecidos como “Palestine Papers“.

Houve imensas ironias na confissão de Clinton diante do senador Lugar e seus colegas. Ao final dos anos setenta, os radicais nas Nações Unidas promoveram com entusiasmo a necessidade de “

Nova Ordem Mundial da Informação” (NWIO, em sua sigla em inglês) para se contrapor ao controle sobre as comunicações mundiais da propaganda por parte dos países ricos, EUA à frente.

Ronald Reagan, em sua campanha para a presidência ao final dos anos setenta, denunciava quase que diariamente a visão da NWIO, fazendo-a parecer como braço particularmente sinistro da conspiração comunista internacional. Sob esse ataque, as Nações Unidas abandonaram o NWIO e se dedicaram ao negócio do Aquecimento Global, investindo fortemente no Grupo Intergovernamental de Especialistas sobre a Mudança Climática (IPCC) como meio de restaurar o peso da ONU em todo o mundo. No que diz respeito à informação, o mundo sintonizou a CNN de Ted Turner, fundada em 1980, que se converteu precisamente no veículo de propaganda em escala global contra o qual os países do Terceiro Mundo tinham se queixado nas Nações Unidas.

E então aparece o emir do Qatar, o xeique Hamad bin Khalifa, patrono fundador e financiador da Al Jazeera, em 1996. O colaborador de “CounterPunch”, Afshin Rattansi, ex-BBC, foi o primeiro jornalista em idioma inglês que trabalhou na rede de televisão. Foi momento de grande importância na história do Oriente Médio. Seu poder foi reconhecido tacitamente há algum tempo pelo governo dos EUA que pressionou as empresas de TV a cabo dos EUA para que não transmitissem suas emissões.

Nos primeiros dias da rebelião no Egito, os telespectadores nos EUA tiveram a experiência algo surrealista de ver a Al Jazeera, transmitida em um dos monitores da sala de Obama, ainda que a Al Jazeera em inglês esteja suprimida para os usuários de tv a cabo nos EUA, com exceção dos que estão em Toledo, Ohio; Burlington, Vermont e Washington DC. (Isso não impediu que tanto Obama como a senhora Clinton criticassem a censura no Irã).

Pobre senhora Clinton. Ela imagina vasta rede imperial de comunicações que dissemine propaganda sofisticada ao estilo estadunidense. Insinua que deveria ser financiada com fundos públicos, uma versão reforçada da “Voz da América” que seguia com devoção o público por trás da Cortina de Ferro há meio século. O modelo de propaganda é o “Poderoso Wurlitzer”, como chamavam o aparato de propaganda comandado por Frank Wisner, da CIA.

Mas o mundo seguiu adiante. Basta olhar a televisão estadunidense durante dez minutos para concluir que os comunicadores dos EUA já não têm os recursos intelectuais nem a capacidade política para montar uma propaganda exitosa bem informada. O Canal Fox é para idiotas em casa. Além disso, o que poderiam alardear os propagandistas subvencionados pelo Estado? Os ataques dos drones Predator (aviões não tripulados) no Afeganistão? Guantánamo? Trinta milhões de pessoas com trabalho precário ou desempregadas nos EUA? Os EUA já não são o que eram quando a taxa de crescimento econômico estava em alta e o capitalismo parecia capaz de cumprir suas promessas.

O 2 de março foi um dia muito atarefado. O Exército dos EUA apresentou 22 novas acusações contra o soldado Bradley Manning, suspeito de passar informação confidencial para Wikileaks. As acusações incluem “ajuda ao inimigo”, um delito capital. Essas acusações coincidiram com o pedido de desculpas do general Petraeus, também no 2 de março, ao dirigente títere afegão Karzai pelas mortes, por fogo de metralhadoras dos helicópteros Apache, de 9 crianças que recolhiam lenha em uma área montanhosa do oeste do Afeganistão. Uma décima criança ficou ferida. O general disse que sentia muito e que “

lamentavelmente parece ter ocorrido um erro entre a informação sobre a localização de insurgentes e o envio dos helicópteros de ataque que realizaram as operações subsequentes”.

Entre o material entregue a Wikileaks -e que integra a acusação contra Manning– estão as sequências de ataques de helicópteros Apache em Bagdá. A internet ficou petrificada quando no dia 5 de abril de 2010, Wikileaks apresentou no Youtube um vídeo de 38 minutos e uma versão editada de 17 minutos, realizado do interior de um helicóptero Apache do Exército dos EUA, que disparou contra um grupo de iraquianos em Bagdá, na esquina de uma rua, em julho de 2007. Morreram doze civis, incluindo um fotógrafo da Reuters, Namir Noor-Eldeen, de 22 anos, e um motorista da Reuters, Saeed Chmagh, de 40 anos.

Dois mortíferos ataques de helicópteros, dois resultados diferentes para os que os divulgaram. Petraeus recebeu um tapinha nas costas por seu rápido esforço de controle de danos. Manning enfrenta acusações que podem levar à pena de morte.

Um de meus vizinhos, aqui em Petrolia, é o doutor Dick Scheinman, que escreveu o seguinte para a sua lista de email’s:

Recentemente li um artigo horripilante no New York Times sobre o Afeganistão e não pude deixar de escrever a meus representantes. Talvez vocês possam fazer o mesmo. Nos dias próximos à data de pagamento das nossas contribuições, a resistência ao pagamento de impostos é uma opção. Queria chamar a atenção de vocês sobre um artigo de 2 de março do New York Times intitulado “Nove crianças afegãs que buscavam lenha assassinados por helicópteros da OTAN”.

Eu vivo com meu neto de 12 anos e, para ganharmos a vida, entre outras coisas, recolhemos e vendemos lenha. Nathan recebe 25 dólares para carregar e descarregar um punhado de lenha de nosso caminhão. Quando li esse artigo não pude deixar de pensar na pura sorte que converteu Nathan em um saudável menino estadunidense que pode recolher lenha e ganhar dinheiro, em lugar de ser um pobre menino afegão cuja vida foi destruída por homens (mulheres?) da OTAN (estadunidenses?) em um helicóptero a milhares de quilômetros de suas casas. Meu coração está repleto de amargura”.

David Petraeus pediu desculpas. Talvez tenha filhos e netos. Talvez devesse enviar seus filhos ao Afeganistão para que recolham lenha para as irmãs desses meninos durante o resto de suas vidas com o fim de expiar esse indignante assassinato a sangue fio (“mataram os meninos um depois do outro”). Talvez os homens do helicóptero devessem fazer o mesmo. Talvez as duas filhas de Barack Obama pudessem ajudar. Talvez devessem vestir alguns trapos, beijar seus pés e pedir perdão. Mas o mínimo, o mínimo que vocês poderiam fazer é não votar nunca, jamais, que haja mais dinheiro para continuar essa guerra”.

Como disse, não é muito difícil compreender por que os EUA está perdendo a guerra da propaganda.”

FONTE:

Artigo de Alexander Cockburn, no “Counterpunch”. Publicado no site “Carta Maior” com tradução de Katarina Peixoto. O autor, Alexander Cockburn, escreve sobre temas de segurança nacional e outros relacionados. Seu livro mais recente é: “Rumsfeld: His Rise, Fall and Catastrophic Legacy”.

É coprodutor de “American Casino”, o documentário longa metragem sobre o atual colapso financeiro. (http://www.counterpunch.org/cockburn03042011.html)
e
(http://www.cartamaior.com.br/templates/materiaMostrar.cfm?materia_id=17511).

23 Comentários

  1. “Estamos em imensa competição por influência global e mercados globais”.

    Eles não estão perdendo a guerra da informação, mas estão perdendo a capacidade de informar o que lhes interessa, retirar a informação que não interessa e desta maneira formar a opinião das massas e principalmente das autoridades que estão no controle do poder , em tese.
    Os ditadores que estão caindo ,na verdade e no sistema, eram “nossos ditadores” , segundo as potências ,senão eles não permaneceriam tantos anos e tão ricos com dinheiro em bancos espalhados no mundo inteiro. A internet, controlada em alguns países, com seus blogs e outros meios , escancara on line a informação, ficando difícil conduzir a massa na mesma direção sem oposição.Que assim permaneça por muitos anos pelo bem da verdade e da justiça inalcançável somente pelas mãos humanas.

  2. Eu me lembro na 1ªguerra do golfo o PETER HARNET da CNN tinha a ”exclusividade” das informações.
    Entretanto na 2ªguerra do golfo, houveram mais informações que mostravam por um outro lado a realidade da guerra, e a TV Al Jazeera teve papel fundamental nas transmissões!
    Houveram outras redes como a RTP de Portugal,mas nenhuma como a Al Jazeera!

  3. Tradução:

    Ao contrário do que diz o poder, que quer que vocês desistam das pensões e aposentadorias, que aceitem salários de fome, e voltem para casa em nome do futuro dos netos de vocês, os EUA não estão falidos. Longe disso. Os EUA nadam em dinheiro. O problema é que o dinheiro não chega até vocês, porque foi transferido, no maior assalto da história, dos trabalhadores e consumidores, para os bancos e portfólios dos hiper mega super ricos.

    Hoje, 400 norte-americanos têm a mesma quantidade de dinheiro que metade da população dos EUA, somando-se o dinheiro de todos.

    Vou repetir. 400 norte-americanos obscenamente ricos, a maior parte dos quais foram beneficiados no ‘resgate’ de 2008, pago aos bancos, com muitos trilhões de dólares dos contribuintes, têm hoje a mesma quantidade de dinheiro, ações e propriedades que tudo que 155 milhões de norte-americanos conseguiram juntar ao longo da vida, tudo somado. Se dissermos que fomos vítimas de um golpe de estado financeiro, não estamos apenas certos, mas, além disso, também sabemos, no fundo do coração, que estamos certos.

    Mas não é fácil dizer isso, e sei por quê. Para nós, admitir que deixamos um pequeno grupo roubar praticamente toda a riqueza que faz andar nossa economia, é o mesmo que admitir que aceitamos, humilhados, a ideia de que, de fato, entregamos sem luta a nossa preciosa democracia à elite endinheirada. Wall Street, os bancos, os 500 da revista Fortune governam hoje essa República – e, até o mês passado, todos nós, o resto, os milhões de norte-americanos, nos sentíamos impotentes, sem saber o que fazer.

    Nunca freqüentei universidades. Só estudei até o fim do segundo grau. Mas, quando eu estava na escola, todos tínhamos de estudar um semestre de Economia, para concluir o segundo grau. E ali, naquele semestre, aprendi uma coisa: dinheiro não dá em árvores. O dinheiro aparece quando se produzem coisas e quando temos emprego e salário para comprar coisas de que precisamos. E quanto mais compramos, mais empregos se criam. O dinheiro aparece quando há sistema que oferece boa educação, porque assim aparecem inventores, empresários, artistas, cientistas, pensadores que têm as ideias que ajudam o planeta. E cada nova ideia cria novos empregos, e todos pagam impostos, e o Estado também tem dinheiro. Mas se os mais ricos não pagam os impostos que teriam de pagar por justiça, a coisa toda começa a emperrar e o Estado não funciona. E as escolas não ensinam, nem aparecem os mais brilhantes capazes de criar mais e mais empregos. Se os ricos só usam seu dinheiro para produzir mais dinheiro, se de fato só o usam para eles mesmos, já vimos o que eles fazem: põem-se a jogar feito doidos, apostam, trapaceiam, nos mais alucinados esquemas inventados em Wall Street, e destroem a economia.

    A loucura que fizeram em Wall Street custou-nos milhões de empregos. O Estado está arrecadando menos. Todos estamos sofrendo, como efeito do que os ricos fizeram.

    Mas os EUA não estão falidos, amigos. Wisconsin não está falido. Repetir que o país está falido é repetir uma Enorme Mentira. As três maiores mentiras da década são: 1) os EUA estão falidos, 2) há armas de destruição em massa no Iraque; e 3) os Packers não ganharão o Super Bowl sem Brett Favre.

    A verdade é que há muito dinheiro por aí. MUITO. O caso é que os homens do poder enterraram a riqueza num poço profundo, bem guardado dentro dos muros de suas mansões. Sabem que cometeram crimes para conseguir o que conseguiram e sabem que, mais dia menos dias, vocês vão querer recuperar a parte daquele dinheiro que é de vocês. Então, compraram e pagaram centenas de políticos em todo o país, para conduzirem a jogatina em nome deles. Mas, p’ro caso de o golpe micar, já cercaram seus condomínios de luxo e mantêm abastecidos, prontos para decolar, os jatos particulares, motor ligado, à espera do dia que, sonham eles, jamais virá. Para ajudar a garantir que aquele dia nunca cheguasse, o dia em que os norte-americanos exigiriam que seu país lhes fosse devolvido, os ricos tomaram duas providências bem espertas:

    1. Controlam todas as comunicações. Como são donos de praticamente todos os jornais e redes de televisão, espertamente conseguiram convencer muitos norte-americanos mais pobres a comprar a versão deles do Sonho Americano e a eleger os candidatos deles, dos ricos. O Sonho Americano, na versão dos ricos, diz que vocês também, algum dia, poderão ser ricos – aqui é a América, onde tudo pode acontecer, se você insistir e nunca desistir de tentar! Convenientemente para eles, encheram vocês com exemplos convincentes, que mostram como um menino pobre pode enriquecer, como um filho criado sem pai, no Havaí, pode ser presidente, como um rapaz que mal concluiu o ginásio pode virar cineasta de sucesso. E repetirão essas histórias mais e mais, o dia inteiro, até que vocês passem a viver como se nunca, nunca, nunca, precisassem agitar a ‘realidade’ – porque, sim, você – você, você mesmo! – pode ser rico/presidente/ganhar o Oscar, algum dia!

    A mensagem é clara: continuar a viver de cabeça baixa, nariz virado p’ro trilho, não sacuda o barco, e vote no partido que protege hoje o rico que você algum dia será.

    2. Inventaram um veneno que sabem que vocês jamais quererão provar. É a versão deles da mútua destruição garantida. E quando ameaçaram detonar essa arma de destruição econômica em massa, em setembro de 2008, nós nos assustamos,
    Quando a economia e a bolsa de valores entraram em espiral rumo ao poço, e os bancos foram apanhados numa “pirâmide Ponzi” global, Wall Street lançou sua ameaça-chantagem: Ou entregam trilhões de dólares do dinheiro dos contribuintes dos EUA, ou quebramos tudo, a economia toda, até os cacos. Entreguem a grana, ou adeus poupanças. Adeus aposentadorias. Adeus Tesouro dos EUA. Adeus empregos e casas e futuro. Foi de apavorar, mesmo, e nos borramos de medo. “Aqui, aqui! Levem tudo, todo o nosso dinheiro. Não ligamos. Até, se quiserem, imprimimos mais dinheiro, só pra vocês. Levem, levem. Mas, por favor, não nos matem. POR FAVOR!”

    Os economistas executivos, nas salas de reunião e nos fundos rolavam de rir. De júbilo. E em três meses lá estavam entregando, eles, uns aos outros, os cheques dos ricos bônus obscenos, maravilhados com o quão perfeita e absolutamente haviam conseguido roubar uma nação de otários. Milhões perderam os empregos: pagaram pela chantagem e, mesmo assim, perderam os empregos, e milhões pagaram pela chantagem e perderam as casas. Mas ninguém saiu às ruas. Não houve revolta.

    Até que… COMEÇOU! Em Wisconsin!

    Jamais um filho de Michigan teve mais orgulho de dividir um mesmo lago com Wisconsin!

    Vocês acordaram o gigante adormecido – a grande multidão de trabalhadores dos EUA. Agora, a terra treme sob os pés dos que caminham e estão avançando!

    A mensagem de Wisconsin inspirou gente em todos os 50 estados dos EUA. A mensagem é “Basta! Chega! Basta!” Rejeitamos todos os que nos digam que os EUA estão falidos e falindo. É exatamente o contrário. Somos ricos! Temos talento e ideias e sempre trabalhamos muito e, sim, sim, temos amor. Amor e compaixão por todos os que – e não por culpa deles – são hoje os mais pobres dos pobres. Eles ainda querem o mesmo que nós queremos: Queremos nosso país de volta! Queremos, devolvida a nós, a nossa democracia! Nosso nome limpo. Queremos de volta os Estados Unidos da América.

    Não somos, não queremos continuar a ser, os Estados dos Business Unidos da América!

    Como fazer acontecer? Ora, estamos fazendo aqui, um pouco, o que o Egito está fazendo lá. E o Egito faz, lá, um pouco do que Madison está fazendo aqui.

    E paremos um instante, para lembrar que, na Tunísia, um homem desesperado, que tentava vender frutas na rua, deu a vida, para chamar a atenção do mundo, para que todos vissem como e o quanto um governo de bilionários lá estava, afrontando a liberdade e a moral de toda a humanidade.

    Obrigado, Wisconsin. Vocês estão fazendo as pessoas ver que temos agora a última chance de vencer uma ameaça mortal e salvar o que nos resta do que somos.

    Vocês estão aqui há três semanas, no frio, dormindo no chão – por mais que custe, vocês fizeram. E não tenham dúvidas: Madison é só o começo. Os escandalosamente ricos, dessa vez, pisaram na bola. Bem poderiam ter ficado satisfeitos só com o dinheiro que roubaram do Tesouro. Bem se poderiam ter saciado só com os empregos que nos roubaram, aos milhões, que exportaram para outros pontos do mundo, onde conseguiam explorar ainda mais, gente mais pobre. Mas não bastou. Tiveram de fazer mais, queriam ganhar mais – mais que todos os ricos do mundo. Tentaram matar a nossa alma. Roubaram a dignidade dos trabalhadores dos EUA. Tentaram nos calar pela humilhação. Nos tiraram a mesa de negociações!

    Recusam-se até a discutir coisas simples como o tamanho das salas de aula, ou o direito de os policiais usarem coletes à prova de balas, ou o direito de os pilotos e comissários de bordo terem algumas poucas horas a mais de descanso, para que trabalhem com mais segurança para todos e possam fazer melhor o próprio trabalho –, trabalho que eles compram por apenas 19 mil dólares anuais.

    Isso é o que ganham os pilotos de linhas curtas, talvez até o piloto que me trouxe hoje a Madison. Contou-me que parou de esperar algum aumento. Que, agora, só pede que lhe deem folgas um pouco maiores, para não ter de dormir no carro entre os turnos de voo no aeroporto O’Hare. A que fundo do poço chegamos!

    Os ricos já não se satisfazem com pagar salário de miséria aos pilotos: agora, querem roubar até o sono dos pilotos. Querem humilhar os pilotos, desumanizá-los e esfregar a cara dos pilotos na própria vergonha. Afinal, piloto ou não, ele não passa de mais um sem-teto…

    Esse, meus amigos, foi o erro fatal dos Estados dos Business Unidos da América. Ao tentar nos destruir, fizeram nascer um movimento – uma revolta massiva, não violenta, que se alastra pelo país. Sabíamos que, um dia, aquilo teria de acabar. E acabou agora, já começou a acabar.

    A mídia não entende o que está acontecendo, muita gente na mídia não entende. Dizem que foram apanhados desprevenidos no Egito, que não previram o que estava por acontecer. Agora, se surpreendem e nada entendem, porque tantas centenas de milhares de pessoas viajam até Madison nas últimas semanas, enfrentando inverno brutal. “O que fazem lá, parados na rua, com vento, com neve?” Afinal… houve eleições em novembro, todos votaram… O que mais podem desejar?!” “Está acontecendo algo em Madison. Que diabo está acontecendo lá? Quem sabe?”

    O que está acontecendo é que os EUA não estão falidos. A única coisa que faliu nos EUA foi a bússola moral dos governantes. Viemos para consertar a bússola e assumir o timão para levar o barco, agora, nós mesmos.

    Nunca esqueçam: enquanto existir a Constituição, todos são iguais: cada pessoa vale um voto. Isso, aliás, é o que os ricos mais detestam por aqui. Porque, apesar de eles serem os donos do dinheiro e do baralho e da mesa da jogatina, um detalhe eles não conseguem mudar: nós somos muitos e eles são poucos!

    Coragem, Madison, força! Não desistam!

  4. Seriam esses vermelhuchos americanos,aqueles que as revistas de extrema direita de nosso país classficariam como alienados,ou americanos que tem suas vidas destruidas pela especulação e irresponsabilidade,essa é a verdadeira situação de muitos americanos,que sofrem na pele as loucuras dos últimos governos.Eu chamaria essas pessoas de pessoas lúcidas que não se deixam manipular por meios de comunicação,isso sim é democracia,questionar,reinvidicar,para se melhorar ou consertar algo.
    Realmente a mídia podre dos E.U.A está perdendo!!!

  5. Demorô, + cairam na real, a influência dos iangleses está diminuindo em td o planeta, inclusive o seu poder militar…será o “Ocaso” de uma potencia?!?! Mt bom.

  6. Barca disse:
    Parabéns Barca pelo seu comentário, o que nós, os brasileiros de verdade, fazemos neste post, é uma luta de resistência, a primeira trincheira antes da final, também lutamos com nossos inimigos internos que são piores que gafanhotos e destroem tudo que tocam, sabemos que são os que estão no poder num esquema de revezamento vendendo o país e tudo que herdamos à troco de nada.
    No caso dos EUA sabemos que os Marines são na sua maioria pretos ou latinos ou descendentes deles, a elite está bem guardadinha nos melhores postos públicos e empresas, longe dos campos de batalha. Mas o teu sonho Barca já que localizaram seus verdadeiros inimigos é lutar, e fazer e criar nos EUA uma resistência como no Egito ou Líbia ou França.
    É tua Bastilha, é tua Revolução e são as tuas Marias Antonietas.
    http://www.youtube.com/watch?v=GW72Gmqjse4

  7. Longe de querer discordar do alguns já citaram aqui, até porque realmente o poder e o dinheiro das megacorporações americanas é estupidamente alto, mas me surpreende que existam pessoas que dizem esclarecidas que prestigiam uma emissora como a Al Jazeera, que faz o jogo dos fundamentalistas e dos extremistas. Quero ver a cara do Emir do Catar quando essa emissora sair de controle e seus dirigentes começarem a conspirar contra ele, que é tão aliado do ocidente e dos EUA quanto outros que já caíram e estão ameaçados.

  8. A mídia podre ianks é controlada pelos judeuSS, são os 5 colunas de israel dentro da terra do tio sam, defendendo os interesses deles, logo , destruindo os nativos, qdo abrirem os olhos poderá ser mt tarde, Mt bom.

  9. Apresente uma única prova de que a Al Jazeera defende os fundamentalistas sr HMS TIRELESS. Isso é uma grande mentira. O sucesso da emissora reside no fato deles aprentarem aos telespectadores os fatos como eles ocorrem e não como a Casa Branca quer que eles sejam compreendidos ou vistos. A Al Jazeera faz muito menos o jogo da Al Qaeda do que o Rush Limbaugh faz o jogo dos assassinos da CIA que endossam o assassinato em série de crianças colhendo lenha no afeganistão.

  10. Al Jazeera faz um jornalismo de primeira qualidade, indo direto nos acontecimentos e mostrando sempre as visões divergentes sobre um mesmo assunto. Algo que não mais se faz por aqui, ou alhures…
    Quem critica a Al Jazeera, aplaude a Fox News e Reinaldo Azevedo, vulgo “chapeleiro covarde”.
    Entende-se.

  11. No mundo inteiro está havendo concentração de renda, inclusive no Brasil.
    Será que vai ser a Era das Revoluções Populares ?
    Terrível.
    Começou no Egito.

  12. Recentemente eu soube que o salário mínimo no Egito era de U$ 5,00 (isso mesmo cinco dólares por mês) e mesmo assim uma parcela giantesca da população estava desempregada. Com a inflação de alimentos que afetou o preço do trigo, fruto de especulação da banca internacional para recuperar as perdas na crise dos Sub prime, metade da população egípcia foi jogada na indigência. Ocorreu como sempre desde Roma e da Revolução Francesa. O GENERAL FOME comandou as tropas.. Quem não tem mais nada a perder só tem tudo a ganhar. Uma vez que a morte só lhes abreviariam uma vida de humilhações os manifestantes se lançaram integralmente no conflito…

  13. André Oliveira:
    Basta lembrar dos tais palestines papers. A Al Jazeera fez questão de divulgá-los mesmo sem comprovar a veracidade dos mesmo. A própria ANP desmentiu. Mas o objetivo da Al Jazeera foi alcançado: Constrager a ANP e fortalecer o Hamas e, indiretamente, Irã e Síria, que armam e financiam o aludido grupo terrorista (“grupo de resistência”na linguagem dos hipócritas). Mais recentemente, a mesma Al Jazeera divulgou o conteúdo de suposta conversa entre a torre de controle do aeroporto de malta e um avião AWACS da USAF acerca do itinerário do avião particular de Kadafi. Lógicamente a Al Jazeera o fez com o objetivo de incitar o sentimento antiamericano na região, levando as massas da região a crer que “Uzamericanú” planejam matar o ditador líbio. Mas espertamente esqueceu de mencionar que tendo em vista a matrícula do avião (LX-N90442, de Luxemburgo) o mesmo não pertencia aos EUA e sim à OTAN(18 E-3 operados em pool pelos países da aliança)e que estava na região para o exercício “Serpentex”, realizado na Córsega. Como se vê tão amada por alguns Al JAzeera na verdade cumpre uma agenda bem definida de atender alguns interesses escusos.

  14. Amigos, já escrevi aqui e escrevo novamente:” os E.U.A. são o câncer da humanidade”. Torço para que, Deus me conceda dias de vida suficientes para ver a queda deste horripilante país chamado E.U.A., que através de sua falsa democracia, impõem a ditadura do medo e das armas a todos os países não-alinhados com ele, e que não ratifica de jeito nenhum o tratado do Tribunal Penal Internacional, pois, eles, os americanos-bostas, seriam os primeiros a serem julgados por crimes de guerra, começando no final da Segunda Guerra Mundial com o assassinato de milhares de civis no Japão com o lançamento de duas Bombas Atômicas.
    Que Deus me conceda vida o suficiente para ver a derrocada deste país.

  15. Júlio, não sei qual é sua idade, mas a previsão pra no máximo 15 anos. Alguns dizem que começa em 10 anos. Não será superpotência que conhecemos hoje, mas será potência. Isso é se as revoltas internas não dividir o país em quatro grandes áreas. Mais detalhes dessa divisão em quatro grandes pedaços está na net. Num é possível que você não aguenta mais uns 10 anos?!?!? kakakakaka

Comentários não permitidos.