Corte vai atingir indústria bélica

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Roxana Tiron
Bloomberg Businessweek

Nas últimas audiências no Congresso, o secretário de Defesa dos EUA, Robert Gates, enviou uma mensagem forte à indústria bélica: a era dos orçamentos ultragenerosos do Pentágono está prestes a acabar. A última lembrança da nova austeridade do Pentágono veio o almirante Michael G. Mullen, chefe do Estado-Maior conjunto, que advertiu em 17 de fevereiro que a dívida é a “maior ameaça à nossa segurança nacional”.

Após uma década de aumentos recordes de gastos com defesa, impulsionados pelas operações no Iraque e no Afeganistão, a indústria bélica deve agora lidar com o zelo do corte orçamentário por parte de Gates, dos democratas liberais e dos conservadores republicanos, todos à procura de maneiras para cortar déficits. As empresas “deveriam estar preocupadas”, diz Michael H. Herson, presidente da American Defense International, empresa de consultoria e lobby. “Elas precisam se adaptar às mudanças que estão chegando.”

Gates, que anunciou que vai deixar o cargo este ano, tem como alvo US$ 78 bilhões em cortes até 2016 para reduzir o déficit e um adicional de US$ 100 bilhões em economia com a melhoria da eficiência. O secretário da Defesa já havia anunciado o cancelamento alguns contratos de alto peso, incluindo do veículo anfíbio que a General Dynamics (GD) estava desenvolvendo para os fuzileiros navais, os mísseis da Raytheon (RTN) para o Exército e o sistema de defesa antiaérea desenvolvido pelo Lockheed Martin (LMT) para a Otan.http://1.bp.blogspot.com/_3ZObCqclk7g/TB-54W0uiCI/AAAAAAAAAGg/8UI04tBCI3c/s1600/0.jpg

O plano de defesa de US$ 703 bilhões da administração Obama para 2012 é um alvo atraente, enquanto o Congresso inicia um debate sobre o que cortar. O plano de defesa, ajustado pela inflação, é 23% maior do que o que o Pentágono recebeu em 1985, o auge da era de altos gastos militares do governo Reagan. Nos anos seguintes, a defesa viu anos de corte de orçamento sob os presidentes George H. Bush e Bill Clinton, que colheram dividendos da paz com o final da Guerra Fria. Uma contração semelhante pode estar chegando, diz Herson, cujos clientes incluem a General Dynamics, Raytheon e United Technologies (UTX).

Um bom exemplo veio no dia 16, quando a Câmara dos Deputados, incluindo mais da metade dos 87 novos deputados republicanos, votou para cortar US$ 450 milhões de orçamento deste ano para um motor alternativo de caça que a General Electric (GE) e a Rolls-Royce são em desenvolvimento. A GE informou em outubro que tinha gasto US$ 8,2 milhões desde meados de 2009 para fazer lobby no Congresso para financiar o motor. O motivo alegado: cerca de 2,5 mil postos de trabalho estão ligados ao desenvolvimento do motor.

No entanto, mesmo a ameaça de perdas de emprego não poderia salvar o programa na Câmara. O Senado ainda pode resgatá-lo, mas é improvável. Robert Stallard, analista da RBC Capital Markets, em Nova York, diz que “os políticos podem apoiar cortes na defesa e não temer por seus empregos”.

O déficit não é a única ameaça à indústria bélica. No ano passado, o comprador-chefe de armas do Pentágono, Ashton Carter, anunciou que seu gabinete iria buscar contratos de preço fixo para substituir os chamados acordos de custo acrescido, que cobrem todas as despesas e pagam uma taxa extra de incentivo, mesmo para programas problemáticos. Sob o novo acordo, o Pentágono e as partes contratantes terão de dividir os custos imprevistos. As empresas teriam um incentivo para entregar armas abaixo do preço acordado, apesar de tais negócios também poderem “acabar com o lucro” ou causar uma perda, diz Todd Harrison, um analista do Centro para Avaliação Estratégica e Orçamentária. Isso é um conceito novo para muitos fabricantes de armas.

Nota do Editor.

A Charge da Águia e da Galinha, não é uam provocação aos EUA e sim, ao pensamento de Robert Gates e da filosofia que está sendo posta em prática.

E.M.Pinto

Fonte: Valor via NOTIMP

13 Comentários

  1. O título do texto devia ser alterado para indicar que se refere aos EUA. Senão daqui a pouco chega um monte de gente brava aqui que só leu o título e pensa que é sobre o Brasil (eu já ia ser uma delas).

  2. Ou corta o orçamento da máquina de gerra e CAI LENTAMENTE ou não corta nada e DESMORONA TUDO!!! São as duas opções que estão sobre a mesa. É a hegemonia do dólar acabando. rararara…

  3. Cuidado seu Obama,O bolso é a parte mais sensível do corpo “humano”, é nestas ocasiões que costumam aparecer os “Lee oswald” da “vida”.
    Descobri um site muito interessante sobre a morte de JFK.

    http://translate.googleusercontent.com/translate_c?hl=pt-BR&sl=en&u=http://www.jfkmurdersolved.com/bush.htm&prev=/search%3Fq%3DJames%2Bfiles%26hl%3Dpt-BR%26biw%3D1020%26bih%3D612%26prmd%3Divns&rurl=translate.google.com.br&usg=ALkJrhhNvRkeRUhj1U3Zt5pOCt_AzsneJg

  4. Isso ja era previsto, com a crise seria sim impossivel os EUA manterem os seus gastos absurdos em defesa, ja a guerra essa não pode parar, afinal é a engrenagem que move a indústria bélica americana, explorando o sofrimento alheio.

  5. Eu não sou atiamericano, até apostei no Obama e achei que a postura dos EUA iria mudar, até confio que no começo Obama tinha sim ótimas intençoes e ideias para mudar não só os EUA mas tambem o mundo e com o charisma que ele tem seria fácil, porem acredito que ao chegar na casa branca ele viu a realidade, vários homens muito bem vestidos e educados lhe estendiam a mão e diziam ao pé do ouvido.
    -Obama sei o que esta pensando, mas não vai dar certo, este país hoje é a potencia que é por ter essa filosofia, não queira mudala, temos sim muios inimigos mas olhe ao seu redor, somos a maior potencia do mundo e isso só foi conseguido através das armas, não ligue para esses países emergentes, eles nunca sairão de onde estão, como ja deve saber temos gente trabalhando para que isso não ocorra, nosso antigo pupilo Bush trabalhou direitinho e ja aumentou nossa reserva de petróleo, sente-se na sua cadeira e relaxe, afinal em time que esta ganhando não se meche.

  6. Á Hárpia q pega as águias.Dá no mesmo, lá eles tem um porrilhão de armas novas , só vão manter as mesmas, aki e sucatas, e vamos continuar tbm c elas…sem caças, sem pedido de caça a EMBRAER p os próximos 2 anos,sem subs SSKs, só temos 05 e já vestutos e mal armados,qdo o necessário seriam uns 17, + fragata e c torpedos, Hellis, Misseis, uns 20 ou + destroiers Rússos . Ò dilma, qdo vão chegar os caças rafales?!?!…se ficar pior… Sds.

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    E tem mais:
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    http://economia.uol.com.br/ultimas-noticias/efe/2011/02/28/congresso-dos-eua-vota-resolucao-temporaria-para-evitar-fechamento-do-governo.jhtm
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    O governo dos USA pode até mesmo fechar por um tempo, sem prestar algum tipo de serviço… umas férias forçadas!!
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    A coisa está feia mesmo por la… quero ver quando tiver que repor a grana que gastaram com os Bancos falidos e tudo mais… ai sim a coisa vai ficar ainda mais preta, alguns analistas dizem que em 2015-16 começaremos a ver o resultado destes pagamentos, se poderão ser feitos mesmo ao não!!
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    Valeu!!
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