EFE — Mais de mil pessoas foram detidas e várias ficaram feridas durante manifestação neste sábado, 12, em Argel, informou à Agência Efe o porta-voz do partido opositor da Reagrupação Constitucional Democrática (RCD), Mohcen Belabes. O protesto foi convocado contra o regime político do presidente Abdelaziz Bouteflika. Militantes da Liga Argelina dos Direitos Humanos (LADDH) contradisseram o número de detidos, e estimaram que fossem mais de 200. A manifestação originou uma grande expectativa no país, especialmente após a renúncia na sexta-feira do presidente egípcio Hosni Mubarak.
As forças policiais argelinas agiram na tarde deste sábado contra os manifestantes que se mantiveram concentrados perto da praça do Primeiro de Maio no centro de Argel e os dispersaram por várias ruas próximas ao mesmo tempo em que faziam dezenas de detenções, segundo apurou a Efe. Cerca de 2 mil manifestantes continuavam tentando esta tarde manter o protesto, que iniciou na manhã deste sábado depois que um forte aparato policial impediu a manifestação por uma troca no regime convocada pelos partidos opositores e sociedade civil.
Entre os detidos, há vários dirigentes da Coordenação Nacional pela Democracia e Mudança, grupo que convocou a manifestação, bem como ativistas dos direitos humanos, sindicalistas e jornalistas, acrescentaram as fontes. Também foram detidos jornalistas da imprensa argelina, como do diário árabe “El Khabar”, acrescentaram as fontes. O presidente da LADDH, Mustapha Bouchachi, discursou aos manifestantes, pedindo-os que abandonem a manifestação para evitar confrontos, mas a maioria persistiu em sua tentativa de protestar de forma pacífica para pedir mudanças no regime.
Os protestos se estenderam a outros locais do país, como Bejaia, Constantina, Anaba e Orán, a segunda cidade argelina, onde também vários ficaram feridos e dezenas foram detidos, informaram à Efe fontes da Coordenadoria Nacional pela Democracia e mudança (CNDC), convocadora das manifestações. A capital do país amanheceu tomada por milhares de policiais, com centenas de furgões e veículos antidistúrbios estacionados em todos os lugares estratégicos do centro da capital e nos principais pontos do percurso da programado para a manifestação.
Efeito dominó. Muito bom.
O povo viu que estava sendo anestesiado pela crença islâmica. Acordou, depois de muito sofrimento.
Que vença a democracia.