Motim na Abin

Arapongas rompem hierarquia, rebelam-se contra o controle militar na Agência Brasileira de Inteligência e fazem guerra de dossiês.

Sucessora do extinto Serviço Nacional de Informações (SNI), a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) é mantida, desde sua criação, sob estrito controle militar. Agora este comando está sendo confrontado por um barulhento grupo de agentes concursados, insatisfeitos com o que chamam de “herança maldita dos tempos da ditadura militar”. Os arapongas resolveram rebelar-se, num ensaio de motim, e, pela primeira vez na história dos serviços de inteligência, tornam público o que pensam. Oficiais da Abin sem relação direta com os militares divulgaram uma carta de protesto pedindo à presidente Dilma Rousseff mudanças na direção da agência. No texto, a recém-fundada Associação de Oficiais de Inteligência (Aofi) exige que o órgão saia da estrutura do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), comandado hoje pelo general José Elito Siqueira. “A exemplo do que é vigente nas democracias modernas, acreditamos que o serviço de inteligência deve ter acesso direto ao chefe de governo”, diz a associação. A Aofi, que representa 170 dos 650 funcionários concursados, considera que a agência ainda é “refém do legado do SNI”.

A demanda por mudanças na estrutura da Abin ganhou força com a posse de Dilma. Por seu passado de prisioneira política, a presidente, conforme os boatos que circularam na comunidade de informações, estaria determinada a promover uma profunda reforma no setor. Mas a nomeação do general José Elito para o comando do órgão frustrou essas expectativas. José Elito, desde sua posse, não deu nenhuma atenção aos focos de insatisfação. Na segunda-feira 7, porém, ele precisou convocar uma reunião de emergência na Abin para tentar acalmar a insurreição que já avançava. No dia seguinte, o general ainda tentou conversar sobre o tema com Dilma, ao encontrá-la pela manhã na garagem do Palácio do Planalto. Mas a conversa não prosperou. Pesa contra José Elito o constrangimento que ele criou para a presidente quando, no início de janeiro, declarou que a existência de “desaparecidos políticos” no Brasil não era motivo de vergonha.

Para acalmar os ânimos, o general José Elito divulgou uma nota protocolar afirmando que “vem implementando medidas no sentido de valorizar a atividade institucional do GSI”. Mas este é exatamente o ponto que irrita os arapongas rebelados. Eles reclamam que , ao subordinar as atividades da Abin ao trabalho de segurança institucional da Presidência, setores estratégicos acabam paralisados. A ingerência militar, segundo eles, também desvirtuaria os objetivos estratégicos do serviço. “A Abin monitora o MST e outros movimentos”, acusam. Os agentes civis apelidaram de “ovos de serpente” os funcionários oriundos do SNI ou que mantêm relações com a caserna. Nesse clima envenenado e de hierarquia rompida, já circula pela Abin um dossiê dos arapongas denunciando que “critérios pessoais e parentais” norteiam o loteamento das principais funções de chefia e direção da agência. Conforme o texto, o Exército enviaria para a Abin aqueles oficiais que o Centro de Inteligência não quer mais ter por perto. “Muitos dos quais tiveram ativa participação no regime repressor”, afirmam os agentes. O dossiê lista até nomes. Na mira dos arapongas estão relacionados o diretor-geral da Abin, Wilson Trezza, ex-militar oriundo do SNI; e os diretores de Administração, Geraldo Dantas, e de Planejamento, Luizoberto Pedroni, ambos ex-oficiais R2 do Exército. Na conta de “militares atuantes na ditadura”, o documento lança o diretor-adjunto Ronaldo Belhan, filho do general José Belhan, que chefiou as operações do CIE, do SNI e atuou na Oban em São Paulo. Ao que parece, o motim está só começando.

Fonte: O Informante

27 Comentários

  1. Se não confiarmos nas FFAA, vamos confiar em quem ?
    Pode ser que mudando o General as coisas se resolvam.
    Coloquem um Almirante ou Brigadeiro.

  2. Será que alguém nesta história lembra disso:

    JURAMENTO À BANDEIRA NACIONAL

    (Neste caso na ocasião de incorporação à Marinha)

    “Incorporando-me à Marinha do Brasil, prometo cumprir rigorosamente as ordens das autoridades a que estiver subordinado, respeitar os superiores hierárquicos, tratar com afeição os irmãos de armas, e com bondade os subordinados, e dedicar-me inteiramente ao serviço da Pátria, cuja Honra, Integridade, e Instituições, defenderei com o sacrifício da própria vida !”

  3. “A Abin monitora o MST e outros movimentos”. Que desculpa essa cara pálida! Se nem para isso a Abin serve é melhor ressuscitar o SNI e acabar com a Abin. Vai ver que quem disse isso dá todo apoio a “movimentos sociais” como o MST e fica constrangido que a Abin investigue o que tais movimentos pretendem.

  4. No final das cntas não podemos nem confiar as forças armadas, nas policias,nem nas inteligencia. Como um pasi pode se defender de ameaças externas quando suas forças de segrança agem como politicos, tentend puxar o tapete entre si.
    Tem um episodio da historia quando alguns marinheiro rebelaram-se e i exercito convidou a marinha de alguns paise aliado a destruir os navios.

  5. Dandolo disse:
    13/02/2011 às 12:34

    Se não confiarmos nas FFAA, vamos confiar em quem ?
    Pode ser que mudando o General as coisas se resolvam.
    Coloquem um Almirante ou Brigadeiro.
    —-
    Está de brincadeira né?
    Confiar nas FFAA?
    Os responsávei pela parte mais negra de nossa história são justamente eles. Até hoje sofremos por decisões erradas que foram tomadas naquela época.
    —-
    Se você falar em respeitar nossas instituições militares, estou de acordo. Mas confiar, não. Hoje em dia não há uma instituição em que podemos confiar no Brasil. Apenas podemos esperar que tomem boas decisões.

  6. Abin independente dos militares JA. Uma coisa nao tem nada ver com a outra. Definicao de trabalhos e essencial numa democracia. O Exercito fica com sua Inteligencia do Exercito etc etc, mas a Abin tem uma funcao com o Brasil e sua democracia, e protecao de sua constituicao. Nehuma democracia firme e madura tem o exercito, marinha ou aeronautica metendo o dedo em trabalhos de espionage; CIA, MI-5,6 sao todas independentes das FFAA e reportam diretamente ao presidente/primeiro ministros. E assim que deve ser. Ja esta na Hora de modificar isso no Brasil

  7. vamos torcer para que dona dilma saiba administrar este levante,insubordinação é um mal sinal,teria que ser indentificado os lideres e mandado embora na minha opinião,caso contrario o governo corre o risco de perder as redeas,tanto dos funcionarios como dos militares,é nas pequenas chamas que nascem as grandes fogueiras.

  8. Também nessa área, estamos obsoletos. A ABIN precisa ser comandada por um líder, algém nacionalista que priorize seus trabalhos para o font externo. É vital que Ela passe a atuar de acordo com os nossos interessese frente aos nossos concorrentes, obtendo e/ou comprando informações, dados e tecnologias não disponíveis no mercado, mas que necessitamos para resolver gargalos, tais como tecnologia nuclear, espacial(motores, combustível líquido, sistemas de direção), eletrônica, militar, chips, química fina, petróleo, energias solar, biomassas e tudo mais que faça esse pais sair da condição de exportador primário para o de alta tecnologia. Temos de fazer engenharia reversa e produzirmos aqui tudo que contribua para anossa independência. Agora, uma Agência que se dedica a vigiar o MST e distribuir cargos é por que virou cabide de mprego e não tem o que fazer!!
    Tenham orgulho do Brasil e contribuam para o seu efetivo crescimento! Se quizerem sair dessa “briga de comadre”, visitem o FBI, a CIA, o MI5, o MOSSAD, as congêneres da Rússia e China. O Brasil espera muito de vocês!!!!

  9. ISSO É ASSUNTO PARA QUEM PENSA LONGE,E QUER UM ÓTIMO FUTURO NA VIDA.
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    A ABIN está colhendo o que plantou,a “herança maldita”;que na era da ditadura o “SNI”,não passava de uma polícia política do estilo “GESTAPO”.
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    Pra ABIN,fica muito difícil ser um órgão que por natureza trabalhe com informações que possibilite ao país tomar decisões em assuntos de natureza de estado,já que neste Brasil não levam à sério tal assunto.
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    Políticas de estado como;educação,saúde,boas leis públicas e segurança em geral; não são levado a sério neste país.
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    Os partidos brasileiro e o homem público(político) no Brasil pela história;nunca viram-se como um instrumento de transformação social do Brasil porém,estas instituições buscaram se perpetuarem no poder e é neste intuito que eles trabalham; poder pelo poder.
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    Não há neste pais, nenhuma instituição ou alguém que tenha como virtude o estadismo,tivemos na nossa história muitos exemplos(Jose Bonifácio,Barão de Mauá;como alguns exemplos de estadistas);más há muito tempo que não existe um brasileiro deste gabarito na cena pública brasileira,é a nossa dificuldade e frustração,de não termos um futuro com um horizonte de 10,20 anos ou mais;como ocorre em países onde políticas de estado são levado a sério.
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    Aqui, entra e saí governo e muda as políticas de estado radicalmente,como se vê agora;e usam para isto a retórica de sempre;o velho e manjado corte no orçamento.
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    Este problema de finanças não é só com o Brasil;nos outros países,os de primeiro mundo,há este tipo de problema,más nem por isso o futuro deles ficam em último plano.

  10. e dai se fez parte da ditadura no brasil a ditadura no BRASIL foi boa e nao foi violenta assim nao,a ditadura salvou o brasil do comunistas. é claro que nao tinha necessidade de ter demorado tanto.

  11. Tudo no Brasil tem que ser com concurso público, isso nesta área não funciona, não se pode chamar uma pessoa que não entende nada do setor fazer um concurso e começar a trabalhar em área estranha. O que tinha que fazer era, chamar pessoas esperientes e contratá-los de acordo com a especialidade de cada um. Um engenheiro eletronico poderia ser contratado, um delegado de policia federal ou civil que tenha grandes serviços prestado para sociedade, ou seja, os melhores seriam contratados para servir ao país. Na forma que esta, uma briga entre civis e militares, vao acabar soltando coisas restritas que não se deve vincular nas midias ou coisa parecida, fica um desmando e quem perde com isso é o Brasil.
    Pelo visto nossa presidente não vai se meter, ou se o fizer irá extinguir os militares. LAMENTAVEL!!!!! Estou vendo a ruina do Brasil, e quem ganha com isso? Os abútles que irao saber de informações privilegiadas e se beneficiar com isso.
    ACORDA DILMA!!!! SAIA DA INERCIA!!!

  12. MARCO QUIODINE, mas eles pegam, para trabalhos especiais extra-oficiais, e também policiais, engenheiros, veterinários.. cientistas.

  13. ABIN tem que estar sendo chefiada por um oficial das FFAA de confiança da Presidenta Dilma. Pode ser Almirante, General ou Brigadeiro. O motivo é o seguinte: As FFAA possuem uma ótima formação moral e intelectual de seus quadros, e sua atividade principal é a Segurança Nacional.
    É a minha opinião neutra e isenta. Os cargos para essa função são de confiança. Desentendimento sempre haverá, pois faz parte da natureza humana.
    Se tirarem os militares da ABIN, corre-se o risco de organizarem clandestinamente a ABIN das Forças Armadas.
    Precisamos de Integração Nacional. Militar é o Povo de Farda, nada mais … Sugiro que a Presidenta Dilma coloque mais militares no seu governo, como todos os outros países do mundo o fazem.

  14. Concordo integralmente com os colegas ICBM,LUCENA e DANDOLO.Saudações patriotas.Brasil acima de tudo.E Brasil um País de todos os Brasileiros.

  15. Dandolo disse:
    13/02/2011 às 22:52

    ABIN tem que estar sendo chefiada por um oficial das FFAA de confiança da Presidenta Dilma. Pode ser Almirante, General ou Brigadeiro. O motivo é o seguinte: As FFAA possuem uma ótima formação moral e intelectual de seus quadros, e sua atividade principal é a Segurança Nacional.
    É a minha opinião neutra e isenta. Os cargos para essa função são de confiança. Desentendimento sempre haverá, pois faz parte da natureza humana.
    Se tirarem os militares da ABIN, corre-se o risco de organizarem clandestinamente a ABIN das Forças Armadas.
    Precisamos de Integração Nacional. Militar é o Povo de Farda, nada mais … Sugiro que a Presidenta Dilma coloque mais militares no seu governo, como todos os outros países do mundo o fazem.
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    Em nenhuma democracia do mundo os militares são usados com tanta referência como no Brasil.
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    Eles devem ser responsáveis pela defesa da soberania. Enquanto eles estiverem em escritórios, agindo de forma politizada e escolhendo o que vai ou não ser apresentado aos seus superiores, nossas fronteiras estarão descobertas.
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    No Egito os militares em confronto com o povo deram as mãos ao povo. No Brasil qualquer cidadão que receba um pouco de poder, quer seja no exército, PM, guarda-municipal, Civil, etc, em um confronto com seus assemelhados já se sente no direito de puxar o gatilho. Nós não temos cultura o suficiente para termos tal confiança.
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    Alguns meios de comunicação que receberam de tudo dos militares durante o regime militar disseram que no Brasil a ditadura não foi violenta, e quem gosta de acreditar em história da carochinha, acreditou.
    Uma pena que até hoje tem pessoas com histórico de ser retirada de casa à força por participar de movimentos sindicais e fazer greve pedindo aumento de salário.
    Sem contar as milhares de pessoas que sumiram durante este regime.
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    Sinceramente, ainda temos muito o que aprender com o passado. E pricipalmente com o presente.

  16. É apenas palpite meu.
    Mas penso que esse tipo de agência não deve ser militar, nem militarizada.
    As FA’s devem ter suas ‘inteligências’ que são de atuação específica e sempre em coordenação com as demais ‘agências’ (até as PM têm…) na medida do necessário e possível.
    A ‘agência central’ deve ser civil e um órgão do estado, ainda que tenha influências de governos.
    ‘Inteligência’ não é uma área como as outras do estado, portanto seus quadros não devem necessariamente seguir as regras de preenchimento das demais áreas.
    E por sua própria natureza,ainda que deva ter alguma ‘liberdade de ação’, deve ser muito firmemente controlada e disciplinada (por lei), pois não se pode confundir ‘informação’ para de interesse do estado com ‘bisbilhotagem’ e politicagem.

  17. A ABIN sem as FFAA seria uma piada, na minha opinião.
    Não falem mais em ditadura militar, que ocorreu há mais de 60 anos. Na época foi necessária, embora os militares tenham ficado mais tempo que o ideal. O Planeta Terra, após a II GM, ficou dividido em 2 grande blocos ideológico-militar, que viviam se degladiando. Após 1990, caiu o modelo comunista, e hoje, EUA,China e Rússia são amigos. É natural que haja discordâncias e desconfianças, mas eles são amigos.
    Os militares atualmente, estão totalmente integrados aos governos civis, mas não podem ser jogados à escanteio, pois fazem parte do poder armado da nação.
    FFAA é Poder, POVO é Poder, POLÍCIA é Poder.
    As FFAA da nação têm que ser tratadas com muito carinho.
    Claro que os militares não são perfeitos;um ou outro pode não se adequar à realidade atual, mas garanto que 90% das nossas FFAA são de indivíduos honestos, idealistas, competentes e patriotas. O militar é o seu avô, pai, tio, irmão, filho, primo, amigo … Militar é POVO, enquadrado em uma regime disciplinar leonino (antigamente), mas que atualmente está bem mais liberal. As FFAA evoluem com o tempo, e tem que ser assim. Se tiver um militar inflexível em algum cargo político federal, não vai se dar bem. Liberal demais, também vai se dar mal. Vai ter que achar o ponto de equilíbrio certo.
    Espero estar colaborando positivamente com todos.

  18. .
    Como os colegas já disseram acima, melhor que a ABIN seja comandada por civis com experiência de policia.
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    Mas é fundamental que os militares tenham parte na administração da agencia, mas não tenham todo o controle…
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    Que o controle das investigações seja diversificado e bem definido, os militares para coisas militares, e os civis para coisas civis, como o já citado MST e outros…
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    Definir a competência de cada investigação antes de ser iniciada, e não tolerar alguma ingerência de nenhuma das partes, isso é o que se pede… que problema tem??
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    Valeu
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  19. A ABIN e p defender os interesses do BRASIL,ou seja,vai espionar no exterior e contraespionagem dentro do país.Seu comando será daquele q for esperiênte no ramo da inteligência, seja o mesmo civíl ou militar,quem nomeia é q escolhe o cara q vai dirigir essa instituiçãO e ponto final.

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