Após renúncia de Mubarak, multidão grita: 'Egito está livre'

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Nota do Editor

E deu início a guerra diplomática entre Israel e EUA…

Após brincar e fazer passar vexame o presidente dos Estados Unidos e a CIA, Mubarak, apoiado por Israel foi pressionado por Washington e cedeu.

Começa agora um novo capítulo, tentar reestabelecer um regime equilibrado e não alinhado com o discurso anti Israel e ainda saciar a vontade do povo Egípicio (mundo Árabe), dar garantias à Israel de que estará seguro é agora a maior de todas as tarefas de Obama, mostrar quem manda na região, a primeira peça já foi mexida, começa agora a batalha diplomática…

E.M.Pinto

Na praça Tahrir, anúncio feito durante as preces contagiou manifestantes, que explodiram em euforia.

O anúncio de renúncia do presidente egípcio, Hosni Mubarak, nesta sexta-feira, levou multidões à euforia na capital Cairo e em outras cidades do Egito. O líder de 82 anos estava no poder desde 1981 e enfrentrava protestos diários por sua renúncia desde o dia 25 de janeiro.

Reunidos na Praça Tahrir, que virou símbolo dos protestos de 18 dias pela renúncia do líder egípcio, centenas de milhares de manifestantes explodiram em gritos de emoção com a notícia. O anúncio, feito durante as preces no Cairo, contagiou os manifestantes, que gritaram “O Egito está livre!”.

O oposicionista Mohamed El Baradei, Prêmio Nobel da Paz de 2005 e ex-chefe da Agência Internacional de Energia Atômica, reagiu à informação dizendo: “Este é o melhor dia da minha vida. O país foi libertado.”

Manifestações de alegria, cânticos e o agitar de bandeiras são as notas predominantes na Tahrir. Em toda a capital egípcia era possível ouvir carros buzinando em celebração após o anúncio ser feito pelo vice-presidente egípcio, Omar Suleiman, na TV nacional, e em rede nacional.

“Nessas circunstâncias difíceis pelas quais o país está passando, o presidente Hosni Mubarak decidiu deixar a posição da presidência”, disse Suleiman. “Ele encarregou o conselho das Forças Armadas a dirigir as questões de Estado.” Antes do anúncio, foi divulgada a notícia de que Mubarak e sua família tinham deixado a capital do país, Cairo, em direção à cidade egípcia de Sharm el-Sheik.

O movimento Irmandade Muçulmano egípcio disse que a renúncia é “o triunfo pacífico do povo”, assegurando que a medida é o começo de “uma nova etapa” na história do Egito. “A queda do injusto regime de Mubarak representa a passagem principal e o começo de um longo caminho”, disse o porta-voz da organização islâmica, Mohammed Mursi, pedindo às Forças Armadas que cumpram “com as legítimas aspirações do povo”.

“Hoje começa uma nova República. Sou feliz”, disse na praça Tahrir o jovem Mustafa Aid, que comemorava juntamente com dezenas de milhares de seus compatriotas a queda de Mubarak. Apesar da conquista, Aid afirmou que “o povo ficará na praça pelo menos hoje e amanhã para celebrar e para garantir que o Exército vai começar uma transição democrática”.

A concentração em Tahrir se prevê que seja em massa, pois a praça já está abarrotada e são milhares as pessoas que se dirigem neste momento para ali andando, correndo ou em carro, sem deixar de gritar e de tocar as buzinas dos veículos. “O povo fez cair o regime”, “O povo e o Exército são um”, eram alguns dos lemas mais gritados pela multidão que tentava ter acesso à praça.

Segundo a rede de TV Al-Arabyia, o Conselho Militar do Egito vai demitir o gabinete e suspender as duas casas do Parlamento. A TV acrescentou que o Conselho Militar vai administrar o país com o chefe da Suprema Corte Constitucional. De acordo com a rede, o anúncio será feito em breve.

Questionado na BBC se o novo chefe de Estado de seu país era o chefe do Conselho Supremo das Forças Armadas, Mohammed Hussein Tantaui, o ministro de Finanças egípcio, Samir Radwan, disse que não sabia. Ele limitou-se a dizer: “Eu sou ministro das Finanças”, explicou Radwan, assegurando que “se eliminou toda a oligarquia do partido” e se atenderão “todas as demandas dos manifestantes”.

Véspera de frustração

Na noite de quinta-feira, Mubarak provocou revolta com um discurso no qual afirmou que delegaria mais poderes a Suleiman, sem renunciar ao cargo de presidente. Durante o pronunciamento, Mubarak reiterou que permaneceria no poder até setembro, quando estão previstas as próximas eleições.

“Satisfeito com o que ofereci à nação em mais de 60 anos”, afirmou Mubarak, em referência a todo o seu período na vida pública, “anuncio que vou continuar nesse cargo e assumir minhas responsabilidades.”

Porém, na manhã desta sexta-feira, o Exército divulgou um comunicado prometendo implementar uma variedade de reformas constitucionais em uma declaração em que o tom de comando era claro. O comunicado foi divulgado após uma reunião do Conselho Superior das Forças Armadas do Egito, presidida pelo ministro da Defesa, Mohamed Hussein Tantaui.

No texto, os militares prometeram suspender o estado de emergência que vigora no país há 30 anos  “assim que a crise acabar” e garantir uma eleição presidencial “livre e justa” em setembro. As Forças Armadas também fizeram um apelo para que os manifestantes antigoverno “voltem ao trabalho e à vida normal”.

18 dias de crise

No dia 1º de fevereiro, quando a onda de protestos completou uma semana, Mubarak anunciou que não concorreria à reeleição nas eleições presidenciais marcadas para setembro. O anúncio não foi suficiente para encerrar os protestos e milhares de manifestantes continuaram lotando a praça Tahrir, no centro do Cairo, exigindo a renúncia imediata do líder.

Nos 18 dias de crise, Mubarak anunciou outras medidas: nomeou um vice-presidente pela primeira vez desde que chegou ao poder; pediu que seu gabinete renunciasse e nomeou novos ministros; criou comissões para propor reformas constitucionais, garantir sua implementação e investigar as mortes nos protestos; e definiu um aumento de 15% nos salários dos servidores públicos.

Nenhuma delas foi considerada suficiente pelos manifestantes. Na terça-feira, os protestos ganharam novo ânimo com um discurso do chefe de mercado do Google para Oriente Médio e África, Wael Ghoneim, um dos líderes do movimento. Nesta sexta-feira, os manifestantes convocaram uma mobilização em massa para em pelo menos seis locais do Cairo. Milhares também participam de marchas em cidades como Alexandria e Suez.

Trajetória

Hosni Mubarak assumiu a presidência do país após a morte do presidente Anwar Sadat, em 1981. Sadat foi assassinado por militantes islâmicos durante uma parada militar no Cairo. Mubarak, sentado ao seu lado, teve sorte em escapar ileso.

Desde então, já sobreviveu a pelo menos seis tentativas de assassinato – na mais séria, o ataque ao carro presidencial logo após a chegada de Mubarak à capital da Etiópia, Addis Abeba, em 1995, para participar de uma cúpula de países africanos.

Além do talento para se desviar dos tiros, o ex-comandante da Força Aérea também segurou com força as rédeas do poder, assumindo um papel de aliado confiável dos Estados Unidos e combatendo um poderoso movimento de oposição em casa.

Nascido em 1928 em uma pequena cidade na província de Menofiya, perto do Cairo, Mubarak manteve sua vida particular longe do domínio público. Ele é casado com Suzanne Mubarak – de ascendência britânica, formada na American University, no Cairo – e tem dois filhos, Gamal e Alaa.

Mubarak não fuma, não bebe e é conhecido por levar uma vida regrada e saudável, com uma rígida rotina diária que tem início às 6h. No passado, amigos e colaboradores próximos reclamavam da rotina do presidente, que começava com uma sessão na academia ou um jogo de squash.

Apesar da falta de apelo popular, o militar musculoso criou uma reputação de estadista internacional com base na questão que resultou na morte de Sadat: a busca da paz com Israel.

Com EFE, BBC, AP e New York Times

Fonte: Último Segundo

23 Comentários

  1. Uma vitória do povo egípcio…ao menos por enquanto…

    Por outro lado, uma derrota de Israel…ao menos por enquanto…

    Já os EUA, vamos ver de que lado ficam: do processo de democracia egípcia ou de Israel.

    abraços a todos

  2. A questão é esta: quem vai assumir o poder até as eleições? Vai ser esse vice-presidente, Omar Suleiman? Pra quem não sabe quem é Suleiman, abaixo vai um link sobre essa figura. Ele é o cara que Israel quer que herde o poder depois da queda de Mubarak; ele colabora com atividades da CIA no Egito; tem histórico de tortura contra cidadãos egípcios que se opõem ao regime de Mubarak; há uns dias se opôs a uma transição hipotética do Egito para a democracia, dizendo que o país não estava pronto para isso; e há dois ou três dias, depois de Mubarak ter anunciado a concessão de poderes ao vice-presidente, Suleiman fez ameaças mais ou menos veladas de empregar a força da polícia e do exército contra manifestantes.
    http://www.salon.com/news/opinion/glenn_greenwald/2011/02/08/suleiman/index.html

  3. Agora a situação vai ficar complicada, pois a esperança dos EUA é colocar alguém de sua confiança no lugar de Hosni Mubarak, mas acho que dessa vez eles (EUA) não vão conseguir, os países do OM estão querendo se distanciar dos desmandos dos americanos.

  4. Bom p o sofrido povo Egipcio,q as instituições dermocraticas sejam implementadas, e q venham as melhorias nas vidas dos mesmos, é rápidas.É vão manter os acordos com o estado judeuSS. Qto aos judeuSS , bem, os Palestinos estão mt felizes, o HAMAS mt + ainda, o contrabando de armas será bem + intenso e sobre o olhar vigilantes dos guardas de fronteira, farão vista grossa, via um qualquer.Então, mt bem armados, vão ter condições de expulsar os invasores de suas terras: os judeSS. Quem viver verá.Que o inefável Jeová Deus, ò Deus dos deuses, ajude os Palestinos, amém ,amém e amém.

  5. MAIS TAMBORES DE GUERRA ESTÃO A SOAR PELO MUNDO.

    O desacordo sobre as ilhas Curilas, conhecidas no Japão como Territórios do Norte, tem sido um ponto de atrito entre os dois países.
    Ele também impediu os dois países de assinar um tratado de paz que terminou com as hostilidades da Segunda Guerra Mundial.
    Medvedev falou para os ministros que a Rússia deve reforçar a sua presença ali e que as novas armas seria para proteger as ilhas como “uma parte inalienável da Rússia”.
    Várias horas depois, a agência estatal de notícias ITAR-Tass citou uma fonte do Ministério da Defesa, dizendo que alguns dos quatro navios de assalto mistral que a Rússia comprou da França, seria implantado na frota do Pacífico, em parte para defender a Kurils sul.
    A compra do Mistrals, que pode transportar até 16 helicópteros e dezenas de veículos blindados, cada um, foi assinado em janeiro. O acordo gerou preocupação nos Estados Unidos, a nação do Mar Negro de Geórgia e na antiga União Soviética países bálticos que estão preocupados com a influência da Rússia sobre seus vizinhos.
    Na quarta-feira, ele reafirmou que a determinação, dizendo que novas armas serão enviadas para “garantir a segurança destas ilhas, que são parte integrante da Federação Russa”.
    As quatro ilhas, apreendidas pelas tropas soviéticas em 1945, nos últimos dias da Segunda Guerra Mundial, dar à Rússia um ponto de apoio militar ao largo da ponta nordeste da ilha do norte do Japão, Hokkaido. Medvedev visitou uma das ilhas Curilas, em novembro, apesar da forte oposição do Japão. Foi a primeira viagem para lá por qualquer líder russo e sublinhou a determinação da Rússia para prender as ilhas ao mesmo tempo que tenta projetar uma imagem mais cooperativa nas relações externas.

    Fonte: http://www.guardian.co.uk/world/2011/feb/09/russia-kuril-islands-dispute-japan

  6. Mais um agora preso à teia mais do que nunca!.. Tudo à favor da DEMOCRACIA! heuheheh Conquistadores e Conquistados em todo o mundo estarão dependentes entre sí a ponto de serem um só corpo onde uma eventual doença progredira muito rapidamente onde todas as almas terão de ser uma só! para combatê-la. Uma vez neste estágio, já não se sabe quem é quem, o que estão fazendo, e para quê existem.

  7. O povo tem poder. Só espero, que a democracia do Egito não seja igual a brasileira,em que o populismo engana a população ingênua. Quantos políticos corruptos estão na cadeia ? Tem que haver uma separação nítida entre os 3 Poderes da República.Eles não podem ser coniventes entre si, caso contrário a corrupção e impunidade vão proliferar. Tinha que ser proibida no Brasil,a propaganda política enganosa e populista.
    O Egito deveria adotar o Parlamentarismo, e os sindicatos de todas as profissões deveriam indicar os parlamentares.
    Não vejo a necessidade de se ter partidos políticos.
    Cada sindicato escolhe entre 2 a 3 parlamentares, pois em grupos menores,as pessoas sabem quem é quem.
    No Brasil, médicos e ruralistas possuem as maiores bancadas, defendendo ferozmente os interesses das suas classes. E as outras classes,como ficam ?
    Boa sorte aos povos do OM. Agora haverá e efeito dominó no mundo inteiro. A família Castro que se cuide em Cuba.
    Espero, que os membros do STF brasileiro não sejam mais escolhidos pelos políticos, mas pelos os seus pares do judiciário.O Egito vai ajudar o Brasil também, se Deus quiser.

  8. Te cuida Arabia Saudita.Te cuida Jordania.Te cuida Libia.Te cuida Irã.Vem ai a maior tempestade de areia dos ultimos tempos.O povo ta de saco cheio de ser escravos de minorias escravagistas a seculos e os EUA,Israel e OTAN não sabem se comemoram ou se preocupam ainda mais pelo possivel tsunami de areia que podera varrer o OM quando todo esse milenar povo inteligente,guerreiro esquecer diferenças e se unirem pela segunda vez na historia liderados por um Sulleimam.Viva a Internet,viva o Wikeleaks e liberdade para as Tamarazinhas e Damascazinhas do deserto exibirem suas virtudes NET afora sem terem de usar burcas e correrem o risco de serem executadas rsrs

  9. O jornal The Guardian chegou a afirmar que a fortuna de Mubarak poderia variar entre US$ 40 bilhões e US$ 70 bilhões, o que o colocaria na posição de o homem mais rico do planeta. Os suíços se recusam a apontar o valor congelado nos bancos do país.

    Merecia ser fuzilado.

  10. O cara saio da teta por ordem americana rapazes ,nada muda !Não se empolguem ,o povo terá mais liberdade, é claro .E quer ver que, quando aparecer algum benefício para o povo haverá uma bandeira americana por perto Abraços.

  11. O mais interessante; Uma revolucao arabe e o povo nao esta nas ruas com seus cartazes “Down with USA”. Obama manobrou muito bem e se equilibrou o quanto pode.Um amigo de 30 anos “gently” mandado embora.

    Quanto ao proximo lider tem varias perguntas no ar:
    Quem esta no poder no Egito?As forcas Armadas.
    E quem financiam? Os EUA..portanto as manobras virao de onde…se pode imaginar. Isarel nao manda me..da nenhuma no fritar dos ovos. Gostei que o Obama colocou na geladeira diplomatica o Netanyahu e esta cantando cada vez menos. Nao tem um Bush em DC para sauda-lo toda vez que faz miseria na Palestina.

    Como mais interessante o que realmente queria o rei da Arabia Saudita? que Mubarak sairia as ruas matando manifestantes?que inutil esse personagem.
    Mubarak roubou $40bi de dolares…congelados por enquanto pela Suica.

  12. Mubarak escondeu 70 bi dólares na Suíça. Se isso for mesmo verdade, os banqueiros suíços deveriam ser presos e o faraó fuzilado. Deve ter muitos amigos do faraó que meteu a mão na grana do povo, inclusive militares e policiais.

  13. QUE SE CUIDE A FAMILIA CASTRO EM CUBA, SEUS DIAS ESTÃO CONTADOS, SUAS ALMAS HÁ DE SEREM QUEIMADAS NO FOGO DO INFERNO, LÁ SIM É UM LUGAR QUE VCS DEVEM SE PERPETUAR. VIVA CUBA LIVRE

  14. Entre políticos corruptos no poder ou Hugo Chávez, prefiro o TC Paraquedista. Pessoal, não se aceita mais a impunidade e o enriquecimento ilícito de políticos.
    Veja Mubarak, acumulou uma imensa fortuna com o apoio dos EUA, Israel e países europeus, além de seus generais.
    E a Suíça escondendo em seus bancos o dinheiro dos corruptos. Que a justiça seja feita.
    Vamos romper relações com a Suíça ?

  15. http://www.estadao.com.9br/noticias/geral,exercito-do-egito-pede-uniao-e-critica-greves,679423,0.htm

    O Exército Egípcio tem que prender todos os corruptos de seu país (inclusive militares), caso contrário ficará desmoralizado.
    Mubarak está sendo acusado pela imprensa, de ser o homem mais rico do mundo. Roubaram demais …
    Vamos romper relações com a Suíça, pois os seus banqueiros escondem as fortunas dos grandes corruptos espalhados pelo mundo.
    Se o Exército Egípcio está protegendo os corruptos, o povo não deve permitir.
    Cadê a ONU para ajudar a população egípcia ?

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