Biocombustível de terceira geração
Viabilizar a fabricação industrial de etanol celulósico não é uma tarefa trivial, mas é fundamental para aumentar a produção brasileira do combustível sem ampliar a área plantada de cana-de-açúcar.
A chave para essa revolução tecnológica pode estar na imensa diversidade de microrganismos da Floresta Amazônica.
Nos próximos quatro anos, um projeto de pesquisa que envolve cientistas de São Paulo e do Pará concentrará esforços para produzir, a partir de fungos e bactérias da selva, coquetéis enzimáticos capazes de degradar a celulose, viabilizando o chamado etanol de segunda geração.
O projeto foi aprovado no âmbito do acordo de cooperação assinado em 2009 pelas Fundações de Amparo à Pesquisa (FAPs) dos Estados de São Paulo (FAPESP), Minas Gerais (Fapemig) e do Pará (Fapesp) e pela Vale S.A.
As pesquisas serão realizadas por cientistas do Laboratório Nacional de Ciência e Tecnologia do Bioetanol (CTBE), sediado em Campinas (SP), e da Universidade Federal do Pará (UFPA).
Etanol celulósico
O grupo prospectará microrganismos e coquetéis enzimáticos que possam ser aplicados na fabricação do etanol celulósico.
De acordo com Carlos Eduardo Rossell, pesquisador do Laboratório Nacional de Luz Síncrotron (LNLS) e coordenador da vertente paulista do projeto, atualmente a fabricação de etanol só é viável a partir da sacarose, que corresponde a um terço da biomassa da cana-de-açúcar.
O etanol celulósico decorre do aproveitamento dos outros dois terços da biomassa da planta. Com a produção de etanol a partir do bagaço e da palha da cana-de-açúcar, será possível aumentar a produtividade sem alterar a área plantada.
“O desafio para isso é a natureza recalcitrante da biomassa. O material lignocelulósico é muito resistente aos ataques enzimáticos”, disse Rossell.
Degradação benéfica
Na Floresta Amazônica, no entanto, devido à presença de microrganismos específicos da região, a degradação natural de grandes quantidades de biomassa ocorre de forma contínua.
“Esperamos encontrar ali linhagens especiais de fungos e bactérias que possam degradar a celulose da planta de forma mais eficiente. Vamos tentar fazer com o bagaço e a palha da cana-de-açúcar o que a floresta faz com a biomassa”, explicou.
O projeto, segundo Rossell, integrará diversos grupos de pesquisa, promovendo intercâmbio entre os pesquisadores do CTBE e da UFPA em busca dos microrganismos degradadores da lignocelulose.
Cultivo de bactérias
Na primeira fase da pesquisa, os cientistas do Laboratório de Investigação Sistemática em Biotecnologia e Biodiversidade Molecular da UFPA, sob a liderança de Alberdan Silva Santos, farão a prospecção das linhagens de fungos e bactérias de interesse – tanto na floresta, como em resíduos agrícolas da região Norte, em culturas como as de mandioca e açaí.
“Os microrganismos serão cultivados e selecionados na presença de compostos enzimáticos com potencial biotecnológico na degradação da biomassa. A equipe utilizará técnicas de biologia molecular para identificar as linhagens produtoras dessas enzimas”, explicou Santos.
Segundo o cientista, realizar a prospecção de microrganismos na floresta, em vez de fazê-lo nos canaviais, ampliará consideravelmente as chances de encontrar as enzimas ideais para o processo de produção do etanol celulósico.
De acordo com estudos realizados por cientistas do Programa Biota-FAPESP, o número de bactérias nas plantas cultivadas pode ser 99% menor que o das plantas das florestas.
“Serão feitos, também, testes com suplementação e sinergia entre enzimas. Eventualmente, um complexo enzimático produzido por um fungo ou bactéria pode vir a ser mais eficiente na degradação da celulose se forem acrescentadas outras enzimas a ele”, afirmou Santos.
Coquetéis de enzimas
Na segunda fase do projeto, após a caracterização dos microrganismos e da atividade enzimática, os cientistas do CTBE, sob a liderança de José Geraldo Pradella, irão otimizar o processo de produção dos coquetéis enzimáticos das espécies amazônicas em conjunto com uma nova técnica de pré-tratamento da biomassa desenvolvida no próprio laboratório.
O objetivo dos cientistas é produzir três a quatro coquetéis enzimáticos eficientes testados sobre 20 a 30 tipos de polpas celulósicas pré-tratadas em condições distintas. A partir disso, o processo laboratorial será levado para ensaios em escala semi-industrial.
“A estrutura de plantas de desenvolvimento piloto do CTBE foi criada fundamentalmente com o objetivo de levar a pesquisa básica para um patamar que possibilite a produção em maior escala. A ideia é estabelecer os parâmetros de produção industrial em termos de rendimento, de custos, de volume, de consumo de energia e água, por exemplo”, disse Pradella.
Na planta piloto do CTBE, os testes de produção de enzimas e hidrólise da celulose da cana-de-açúcar passarão a ser feitos em reatores de até 200 litros.
“A escala vai ser ampliada cerca de dez vezes, em relação à escala laboratorial. Isso vai permitir identificar os gargalos do processo em condições operacionais semelhantes à da produção industrial”, destacou Rossell.
Fonte: Inovação tecnológica
agora que a bio pirataria vai explodir de vez…
vai que eles não criam uma mutação nessas bactérias,e acabam criando uma bomba biológica.o negócio iria ficar terrivel!!
Falou e disse, q providências estamos tomando p impédir a pirataria? ?Qtas medidas tomamos pa evitar a saída clandestina de n biodiversidade por aeroportos particulares? sds.
Tem uma espécie de caracol, trazido da África para substituir o escargot, q está se tornando uma verdadeira praga ecológica no Sul do País. Usar um fungo da Amazônia na produção de álcool do Sudeste, ainda q em ambiente “controlado” de laboratório, pode ser uma praga muito maior. A pesquisa merece todo o apoio, mas o Ministério do Meio Ambiente tb precisa estar presente.
Espero que estejam sendo patenteadas!!
isso é excelente, se conseguirem o brasil dara aula ao mundo de desenvolvimento sustentavel e avanço na area ambiental e agricola(mais agricola né).
sds a todos.
rapôsa terra do sol, e outras, será a n dor de cabeça, pois dentro destas tem além da td e mt + , e desta reservas q vai sair o n futuro embloglio.Tem de colocar mt soldadas de n FAs dentros destas comuni// e expulsar td ONGs estrangeiras q por l
se encontram, estão espalhando a cizânia entre os meu irmão nativos. Espulsem e prendam,tbm praticam a biopirataria , e tem locais p pegar seus aviões e sairem do n país. Sds.
É pessoal: os prós e os contras do progresso.
Concordo que todo cuidado é pouco quando se fala da Amazônia. Por isso apoio a uma pesquisa que não cause mais danos áquela região.
Mas concordo também que o mundo precisa de energia, e tal capacidade deve sair de algum lugar.
Se fala em explorar o petróleo teme-se a poluição; se fala em costruir usinas hidrelétricas e atômicas só falta desabar o mundo (Belo Monte e Angra respectivamente)etc.
Então é necessário recorrer á natureza mesmo, mas com zêlo!
Está no cupim. Eles possuem uma enzima que dissolve a madeira. No estômago dos animais ruminantes,idem.