Reformista ElBaradei diz que pode disputar Presidência do Egito

http://i.telegraph.co.uk/multimedia/archive/01390/Mohamed-ElBaradei_1390693c.jpgSugestão: Gérsio Mutti

O ativista e ganhador do Prêmio Nobel da Paz Mohamed ElBaradei disse nesta sexta-feira que poderia concorrer às eleições presidenciais do Egito “se o povo egípcio assim o pedisse”, rejeitando a notícia veiculada por um jornal austríaco de que não disputaria o cargo.

“Não é verdade”, disse ElBaradei em entrevista por telefone à rede Al Jazeera. “Se o povo egípcio quer que eu continue o processo de mudança, não vou desapontá-lo”.

Questionado se quer concorrer à Presidência, ele diz que está “pronto para assumir um papel para ajudar o Egito a alcançar a mudança política”. Ele também afirma que irá considerar disputar o cargo “se houver perspectiva de eleições justas e livres”.

Segundo o jornal austríaco “Der Standard”, ElBaradei teria dito que o ditador do Egito, Hosni Mubarak, deveria renunciar imediatamente, mas que ele deve ser capaz de fazê-lo com “dignidade”.

“Não, eu não vou participar. O melhor que posso fazer é agir como um agente de mudança”, teria dito o oposicionista ao jornal, quando perguntado se iria se candidatar às eleições presidenciais.

“Naturalmente quero ter um papel no futuro, mas quem está na eleição não é realmente tão importante no momento.”

TRANSIÇÃO IMEDIATA

O premiê egípcio, Ahmed Shafiq, disse nesta sexta-feira à rede de TV Al Arabiya que é “pouco provável” que o ditador do país, Hosni Mubarak, ceda o poder a seu vice, Omar Suleiman, como teria sido cogitado pelo governo dos EUA e pela comunidade internacional, que continuam a fazer pressão pela transição de poder imediata.

“Precisamos do presidente por razões legislativas”, disse ele à TV Al Arabiya.

Segundo o “New York Times”, a Casa Branca discute com dirigentes egípcios “várias opções” para que Mubarak saia do poder sem desestabilizar o país. Uma das possibilidades seria ceder o poder a um governo de transição dirigido por Suleiman.

No entanto, autoridades egípcias parecem resistir a fazer a transição imediatamente. “Mais de 95% do povo egípcio votaria para que o presidente completasse seu mandato, e não saísse agora, como os EUA e alguns países ocidentais defendem”, disse Shafiq.

O premiê e sua equipe tentam se redimir e mostrar uma face moderada ao público, pedindo desculpas pela violência causadas por partidários de Mubarak nas ruas, e prometendo implementar a ordem e a democracia.

O novo ministro das Finanças, Samir Radwan, disse à agência Reuters que o prejuízo econômico devido aos 11 dias de protestos será “enorme”. O turismo, centrado nas pirâmides e nos resorts à beira mar, já sofre grande perdas.

Segundo Radwan, o governo disponibilizou um fundo de US$ 850 milhões para indenizar as pessoas que tiveram suas propriedades danificadas.

PROTESTOS

Centenas de milhares continuam nas ruas do Cairo e de outras cidades, pedindo a queda de Mubarak, que está há quase 30 anos no poder. O principal centro dos protestos é a praça Tahrir, no centro da capital.

A manifestação estava sendo realizada pacificamente no Cairo nos primeiros dias, e os partidários do presidente –que provocaram confrontos violentos nesta quarta e quinta-feira– não estavam visíveis perto da praça, onde o Exército mobilizou dezenas de veículos. O movimento de contestação, chamado “Sexta-feira da Partida” esperava reunir 1 milhão de pessoas no país, no 11º dia da revolta que já deixou ao menos 300 mortos e milhares de feridos, segundo a ONU.

“É um movimento egípcio. Todo mundo participou, tanto muçulmanos como cristãos, para exigir os direitos que lhes roubaram”, declarou o imã que liderou a oração, identificado como Khaled al Marakbi pelos fiéis reunidos na praça.

A oração ocorreu sob os olhares atentos dos militares, mas de maneira pacífica após dois dias de violentos confrontos entre manifestantes da oposição e apoiadores de Mubarak, no poder há 30 anos.

O ritual, dirigido por um imame, foi seguido com grande fervor por manifestantes da oposição que estão chegando maciçamente ao local. Em seu sermão, o imame solicitou orações pelos mortos da revolta popular um pedido que foi seguido com lágrimas por muitos dos participantes do ato.

Tão logo acabou a cerimônia, as pessoas começaram a gritar “vá embora, vá embora já” para pedir a renúncia de Mubarak.

Fonte: FSP

2 Comentários

  1. Ele está certo e mt outros, tem de ser assim, dar aos Egipcios o direito de escolha.Já ocorreram a1 sabotagem ao gasoduto q vai p os judeSS, conforme eu disse: fiquem atentos , vem mt + por aêh…os Palestinos e q vão ficar bem, tendo um novo e poderoso aliado, ainda q velado.Quem viver verá

  2. Não vai dar certo. Eles vão ficar que nem os brasileiros, com políticos populistas e corruptos no poder. Será o caos … Sugestão: Parlamentarismo. Os sindicatos de todas as profissões indicam os seus representantes políticos, o melhor dos melhores de cada classe profissional.
    Acaba-se com todos os Partidos Políticos, pois eles acabam se transformando em oligarquias corruptas.
    Ideologia pode ser discutida nos centros educacionais e na mídia. Nos sindicatos, todos sabem em quem está votando, pois os grupos são menores.
    Políticos escolherem os membros do STF é uma furada. Essa missão deve ser dada aos juízes federais e estaduais.
    Seleciona-se um grupo de 100 desembargadores, e parte para o sorteio.
    Congresso Unicameral, evidentemente.

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