Reação dos EUA foi amadora em crise, diz diplomata de Israel

MARCELO NINIO
DE JERUSALÉM

O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, teve uma reação amadora e prematura ao defender a saída do ditador Hosni Mubarak, o que fez aumentar a incerteza no Egito.

A opinião é de Dan Gillerman, embaixador de Israel na ONU entre 2002 e 2008, que conhece bem os personagens cotados para conduzir o Egito pós-Mubarak.

Ela reflete a ansiedade da maioria dos israelenses, sobretudo pela possibilidade de o poder cair nas mãos da Irmandade Muçulmana.

Para Gillerman, o Egito não está pronto para a democracia, e a saída mais segura da crise é uma transição gradual sob chefia do Exército.

Folha – Dos cenários, qual o melhor para Israel?

Dan Gillerman – O melhor cenário, não só para Israel mas também para o Egito e a região, é transição cuidadosa e gradual. Não se faz democracia do dia para a noite. O Egito não tem nem a cultura nem as instituições para isso.
O melhor seria um período de transição em que o Exército, liderado pelo general Omar Suleiman, levasse a um regime democrático. Conheço bem Suleiman e o respeito muito, ele tem vasta experiência e seria um bom nome para a transição. Mas cabe aos egípcios decidir.

Como o sr. avalia o comportamento dos EUA?

O presidente Obama cometeu um grande erro logo no início ao descartar tão rápido o presidente Mubarak, deixando-o à deriva. É uma mensagem extremamente perigosa para outros aliados dos EUA, que também temerão ser abandonados.
Se um aliado como Mubarak, com tantos anos de cooperação com os EUA, pode ser descartado do dia para a noite, o que outros países podem esperar? Obama teve uma reação prematura e amadora. Contribuiu muito para aumentar a incerteza.
O Oriente Médio vive hoje um terremoto, seu momento mais perigoso e dramático em 40 anos. Se o Egito cair nas mãos de extremistas, como a Irmandade Muçulmana, a situação ficará terrível, especialmente para Israel, que já tem o Hamas em Gaza e o Hizbollah no Líbano, mas também para a região inteira.

O sr. considera provável que o Egito pós-Mubarak seja controlado pela Irmandade?

Não parece haver liderança organizada por trás da revolta no Egito. As duas únicas forças organizadas no país são o Exército e a Irmandade Muçulmana. Por isso, tudo depende muito do Exército. Se a Irmandade prevalecer, acho que será péssimo para o Egito -não creio que seja algo que a maioria da população deseje.

O acordo de paz entre Israel e Egito corre perigo?

Espero que não. O mesmo medo surgiu há 30 anos, quando o presidente Anwar Sadat foi assassinado. Muitos apostavam na revogação do acordo, que não ocorreu.

Se a Irmandade chegar ao poder o risco aumenta, pois eles já defenderam a revogação. Seria um erro terrível para o Egito e todo o Oriente Médio; esse acordo é um pilar da estabilidade regional.

Mohamed ElBaradei, que surge como possível liderança, sempre foi muito crítico a Israel. Com ele no poder as relações mudariam?

Conheço bem ElBaradei, trabalhei com ele quando era chefe da Agência Internacional de Energia Atômica e acho que ele poderia ter sido mais eficiente para evitar que o Irã desenvolvesse seu programa nuclear. Se chegar ao poder, espero que mantenha uma posição responsável também em relação a Israel.

Israel sempre criticou os vizinhos pela falta de democracia. Não deveria estar apoiando esse movimento?

Se o Egito se tornar um país democrático, será ótimo, mas o processo deve ser conduzido com extremo cuidado. Espero que a região caminhe para a democratização, mas há um risco enorme de que vá para o lado oposto, a radicalização islâmica.

Infelizmente, quando olhamos o mundo árabe, não vemos uma única democracia. Ao mesmo tempo, sabemos o que aconteceu com os palestinos. Quando houve eleições, em vez de criar democracia, levaram ao poder o Hamas, um grupo terrorista que não aceita o diálogo.

Fonte:  Folha

17 Comentários

  1. Wikileaks: EUA concordam em contar à Rússia sobre segredos nucleares do Reino Unido

    Informações sobre cada míssil Trident que os EUA fornecem à Grã-Bretanha serão passadas à Rússia como parte de um acordo de controle de armas a ser assinado por Barack Obama na semana que vem.

    Analistas de defesa clamam que o acordo pode minar a política britânica de recusar-se a confirmar o tamanho exato do arsenal nuclear do Reino Unido.

    O fato de que os americanos usaram segredos nucleares britânicos como elemento de barganha, verte mais luz sobre o dito “relacionamento especial” [entre EUA e Reino Unido], que, em comunicações diplomáticas dos EUA obtidas pelo site da Wikileaks, é com frequência mostrado como um compromisso unilateral.

    Detalhes das conversas tidas por trás das cortinas estão contidos em mais de 1400 documentos da embaixada dos EUA publicados até hoje pelo Telegraph, incluindo quase 800 documentos enviados desde a Embaixada de Londres, que foram postados online hoje. Os documentos também mostram que:

    – Os Estados Unidos espionaram funcionários do Ministério do Exterior do Reino Unido, coletando fofocas sobre suas vidas pessoais e relacionamentos profissionais.

    – Arranjos de compartilhamento de inteligência com os EUA tornaram-se tensos depois de uma controvérsia sobre Binyam Mohamed, um detento na baía de Guantánamo que processou o governo britânico devido à suposta tortura que lá teria sofrido.

    – David Miliband, membro da Sub-Secretaria de Relações Exteriores do Reino Unido, criticou a Duquesa de York, dizendo que ela não podia “ser controlada”, depois que ela produziu um documentário em segredo para a TV.

    – Dezenas de milhões de quilos em ajuda humanitária para diversos países foram roubados e gastos em TVs de plasma e bens de luxo por regimes corruptos.

    A série de mensagens classificadas mandadas para Washington por negociadores americanos, mostram como informações sobre a capacidade nuclear da Grã-Bretanha foram cruciais para fazer a Rússia apoiar o acorddo “New START”, um projeto de tratado entre EUA e Rússia que visa a redução do arsenal nuclear desses dois países.

    Apesar de o tratado não estar relacionado com o Reino Unido, os documentos vazados mostram que a Rússia usou as negociações para exigir mais informações sobre os mísseis Trident do Reino Unido, mísseis que são manufaturados e mantidos nos EUA.

    Em 2009, Washington negociou com Londres permissão para fornecer a Moscou dados detalhados sobre a performance de mísseis britânicos. O Reino Unido negou o pedido, mas os EUA entregaram à Rússia os números de série dos mísseis Trident que eles transferem à Grã-Bretanha.

    O professor Malcolm Chalmers disse: “Isso parece ser significativo porque, apesar de o Reino Unido ter anunciado quantos mísseis possui, não havia como os russos verificarem esse número. Com o tempo, os identificadores únicos proverão a eles outro tipo de dados com que calcular o tamanho do arsenal britânico”.

    Duncan Lennox, editor da Jane’s Strategic Weapons Systems, disse: “Eles querem descobrir se a Grã-Bretanha tem mais mísseis do que nós dissemos que temos, e ter os identificadores únicos pode ajudá-los”.

    Enquanto os EUA e a Rússia têm permitido, há bastante tempo, inspeções mútuas de seus arsenais nucleares, a Grã-Bretanha tem procurado manter algum sigilo para compensar pelo tamanho relativamente pequeno de seu arsenal.

    William Hague, Ministro do Exterior [do Reino Unido], revelou no ano passado que “até 160” ogivas estão ativadas de modo permanente, mas ele não confirmou o número de mísseis.

    http://www.telegraph.co.uk/news/worldnews/wikileaks/8304654/WikiLeaks-cables-US-agrees-to-tell-Russia-Britains-nuclear-secrets.html

  2. Democracia é quando eu mando em você, quando você manda em mim é ditadura. É impressionante como estes caras são cínicos. As grande ditaduras do oriente médio são aliadas deles; só eles tem armas nucleares no O. M. e criticam os outros por isto. Igualzinho ao ladrão que rouba e sai gritando “pega ladrão”.

  3. É isso aêh Galileu, o judeSS estão se borrando e tem mt mpotivos p isso, estão sem gás,a irman// mulçumana vai dizer q o carodo c o judeSs está de pé, e nem ver o contrabando de boas armas ao HAMAS ,até de as dos próprios judeSS p serem usadas contra os mesmos.a coisa é tão verdadeira q já abrandaram várias restrições aos miseráveis dos pobres Palestinos, um pouco + de resist~encias amrmada dos mesmos e os JudeSS sairam de suas terras. Vão ter de cumprir a resolução da ONU de número .242 por bem ou por mal. Até os ianks se ferram nessa. Qtas voltas o n mundinho dá, quem diria. ainda tem mt coisas p acontecer, quem viver verá.Mt bom.

  4. Realmente, Israel está com os olhos arregalados a uma hora dessas. Mas mesmo que a Irmandade vá para o poder não significa automaticamente guerra a Israel. Porém a correlação de forças naquela região vai mudar bastante se isso acontecer e Israel não vai “cantar de galo” como tem feito até agora.

  5. PRECISA-SE DE UM BONECO PARA GOVERNAR O EGITO.
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    “Para Gillerman, o Egito não está pronto para a democracia, e a saída mais segura da crise é uma transição gradual sob chefia do Exército.”
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    ———-(fonte:folha/PB)
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    E o que é uma democracia para ele,…este cretino?
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    Cada dia que passa, fico convicto que os americanos e o governo de Israel estão fabricando um Fantoche,uma espécie de agente duplo(se lembram deste termo),para o Egito.
    Espero que o desejo de liberdade dos egípcios,seja maior que a astúcia destes parias.

  6. RAFAEL!!!!….QUE BOMBA,…..HEMMMMM!!!!!
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    Isto que você nos postou para o PB,corrobora e reafirma as minhas convicções sobre qualquer acordo estratégicos com os americanos,ou seja,é uma fria…uma burrada pura.
    Que a rainha o diga.
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    Se as menininhas verem isto vão rodar a saia.-Hehehehh…….

  7. Rafael, lendo isso que você postou, fico pensando, se os EUA fazem isso com os Ingleses, quem pode em sã consciência dizer que eles são PARCEIROS CONFIÁVEIS??? E olha que em se não em todas, quase todas as guerras que os americanso se meteram, os ingleses foram atrás como cãozinho pluto. Alias, existe alguns LACAIOS que sem nenhum nexo vai postar alguma defesa em favor dos abUSAdos.

  8. O problema é o seguinte. Quem é contra o sionismo, esta certo, porem, 99,999% dos que são contra, são totalmente ignorantes.
    ,
    Acham que ser contra o sionismo terrorista é ser amigo do terrorismo muçulmanos.
    ,
    Então, para mim, vocês que dão a vida pelos países de Allah, são a favor do terrorismo islâmico.
    ,
    Seu hipócritas!
    ,
    Nada mais a dizer.

  9. Claro que Israel so pensam neles mesmo. Os EUA estao num beco sem saida. O povo do Egito mesta hora nao querem saber de geopolitica israelense. Querem Mubarak que se dane.

  10. Senhores, o tal do Obama não sabe nem o que fazer no pais dele .Porque eles não perdem esse custume de se meter nos países dos outros para dar opinião .Só para lembrar Israel da um pau no Irã,no Iraque,Egito ,Palestina e em qualquer outro daquela região um por vez ou todos juntos .Se tem uma raça preparada para guerra toda dia e toda hora é os israelenses .Em sete dias eles acabarão com três inimigos literalmente botarão pra correr .

  11. Luciano, pois então , pau no Irã,no Iraque, Egito, Palestina …. E toma MAIOR PAU de uma formação que nem é um exército regular, HEZBOLLAH. Tá com memória curta hem?!?!?!?

  12. Roberto:

    O Hezbollah resistiu porque Israel entrou no Líbano. Caso o Hezbolixo entre no território Israelense será rechaçado tal como foram todos os países árabes que atacaram Israel meu caro!

  13. hms_tireless, circula uma informação que num próximo embate entres os dois, a tática do Hezbollah é infiltrar durante os combates atras das linha de combate dos israelenses. rsrss…

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