Premiê britânico diz que doutrina do multiculturalismo falhou

http://i.telegraph.co.uk/multimedia/archive/01001/David-Cameron-460_1001511c.jpgO primeiro-ministro britânico, David Cameron, criticou neste sábado a “doutrina do Estado multicultural” e afirmou que a Grã-Bretanha necessita de uma identidade nacional mais forte para impedir que as pessoas recorram a qualquer tipo de extremismo.

Numa conferência sobre segurança em Munique, Alemanha, Cameron também sinalizou uma postura mais firme em relação a grupos coniventes com o extremismo islâmico, dizendo que haveria maior controle no repasse de dinheiro público a essas instituições.

Segundo o premiê, ministros devem evitar dividir palanques ou se relacionar com esses grupos, que têm de ser impedidos de difundir sua mensagem em universidades e prisões.

“Francamente, nós precisamos de muito menos tolerância passiva dos últimos anos e muito mais liberalismo ativo, muscular”, disse ele.

“Vamos julgar propriamente essas organizações: Elas acreditam em direitos humanos universais – incluindo para mulheres e pessoas de outras crenças? Elas acreditam em igualdade de todos perante a lei? Elas acreditam na democracia e no direito das pessoas de eleger seu próprio governo? Elas encorajam a integração ou o separatismo?”

O discurso ecoa declaração da chanceler alemã, Angela Merkel, em outubro. Em reunião com lideranças jovens de seu partido, Merkel disse que a ideia de pessoas de origens culturais diferentes vivendo lado a lado pacificamente não estava funcionando na Alemanha.

Segundo a chanceler, o Islã já faz parte do país, mas os imigrantes precisam se esforçar mais para se integrar e aprender a língua alemã.

Direitos humanos

O deputado trabalhista Gavin Shuker perguntou se Cameron, do Partido Conservador, havia escolhido um bom momento para fazer o discurso, tendo em vista que neste sábado ocorreu um grande protesto organizado pela Liga de Defesa Inglesa, grupo de extrema direita que se opõe à disseminação do Islã na Inglaterra.

Já o secretário-geral do Conselho Islâmico da Grã Bretanha, Faisal Hanjra, disse que o discurso de Cameron foi “frustrante”.

Segundo ele, a estretégia apresentada pelo premiê para combater o extremismo não apresenta nenhuma novidade em relação à postura de governos anteriores.

Distinção

Em sua fala, Cameron distinguiu a religião islâmica do que descreveu como “extremismo islâmico” – uma ideologia política que, segundo ele, atraía pessoas que se sentiam “desenraizadas” e desconectadas de seus países.

“Precisamos ser claros: o extremismo islâmico e o Islã não são a mesma coisa”, disse ele.

O premiê afirmou que um país liberal “crê em certos valores e os promove ativamente”.

Segundo Cameron, sob a “doutrina do Estado multicultural”, diferentes culturas foram estimuladas a viver vidas separadas.

“Nós falhamos em prover uma visão de sociedade a que eles quisessem pertencer. Nós até toleramos essas comunidades segregadas, comportando-se de formas que se opõem aos nossos valores.”

Para Cameron, construir uma identidade nacional e local sólida é um fator chave para “alcançar uma coesão verdadeira”, permitindo que as pessoas digam “eu sou muçulmano, eu sou hindu, eu sou cristão, mas eu sou um londrino também”, afirmou.

Fonte: BBC Brasil

10 Comentários

  1. EM Pinto,
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    Postei o seguinte artigo em outro tópico. Acho que vale a pena fazer dele um novo tópico:
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    Wikileaks: EUA concordam em contar à Rússia sobre segredos nucleares do Reino Unido
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    Informações sobre cada míssil Trident que os EUA fornecem à Grã-Bretanha serão passadas à Rússia como parte de um acordo de controle de armas a ser assinado por Barack Obama na semana que vem.
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    Analistas de defesa clamam que o acordo pode minar a política britânica de recusar-se a confirmar o tamanho exato do arsenal nuclear do Reino Unido.
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    O fato de que os americanos usaram segredos nucleares britânicos como elemento de barganha, verte mais luz sobre o dito “relacionamento especial” [entre EUA e Reino Unido], que, em comunicações diplomáticas dos EUA obtidas pelo site da Wikileaks, é com frequência mostrado como um compromisso unilateral.
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    Detalhes das conversas tidas por trás das cortinas estão contidos em mais de 1400 documentos da embaixada dos EUA publicados até hoje pelo Telegraph, incluindo quase 800 documentos enviados desde a Embaixada de Londres, que foram postados online hoje. Os documentos também mostram que:
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    – Os Estados Unidos espionaram funcionários do Ministério do Exterior do Reino Unido, coletando fofocas sobre suas vidas pessoais e relacionamentos profissionais.
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    – Arranjos de compartilhamento de inteligência com os EUA tornaram-se tensos depois de uma controvérsia sobre Binyam Mohamed, um detento na baía de Guantánamo que processou o governo britânico devido à suposta tortura que lá teria sofrido.
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    – David Miliband, membro da Sub-Secretaria de Relações Exteriores do Reino Unido, criticou a Duquesa de York, dizendo que ela não podia “ser controlada”, depois que ela produziu um documentário em segredo para a TV.
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    – Dezenas de milhões de quilos em ajuda humanitária para diversos países foram roubados e gastos em TVs de plasma e bens de luxo por regimes corruptos.
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    A série de mensagens classificadas mandadas para Washington por negociadores americanos, mostram como informações sobre a capacidade nuclear da Grã-Bretanha foram cruciais para fazer a Rússia apoiar o acorddo “New START”, um projeto de tratado entre EUA e Rússia que visa a redução do arsenal nuclear desses dois países.
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    Apesar de o tratado não estar relacionado com o Reino Unido, os documentos vazados mostram que a Rússia usou as negociações para exigir mais informações sobre os mísseis Trident do Reino Unido, mísseis que são manufaturados e mantidos nos EUA.
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    Em 2009, Washington negociou com Londres permissão para fornecer a Moscou dados detalhados sobre a performance de mísseis britânicos. O Reino Unido negou o pedido, mas os EUA entregaram à Rússia os números de série dos mísseis Trident que eles transferem à Grã-Bretanha.
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    O professor Malcolm Chalmers disse: “Isso parece ser significativo porque, apesar de o Reino Unido ter anunciado quantos mísseis possui, não havia como os russos verificarem esse número. Com o tempo, os identificadores únicos proverão a eles outro tipo de dados com que calcular o tamanho do arsenal britânico”.
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    Duncan Lennox, editor da Jane’s Strategic Weapons Systems, disse: “Eles querem descobrir se a Grã-Bretanha tem mais mísseis do que nós dissemos que temos, e ter os identificadores únicos pode ajudá-los”.
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    Enquanto os EUA e a Rússia têm permitido, há bastante tempo, inspeções mútuas de seus arsenais nucleares, a Grã-Bretanha tem procurado manter algum sigilo para compensar pelo tamanho relativamente pequeno de seu arsenal.
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    William Hague, Ministro do Exterior [do Reino Unido], revelou no ano passado que “até 160″ ogivas estão ativadas de modo permanente, mas ele não confirmou o número de mísseis.
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    http://www.telegraph.co.uk/news/worldnews/wikileaks/8304654/WikiLeaks-cables-US-agrees-to-tell-Russia-Britains-nuclear-secrets.html

  2. Engraçado. Foram sionistas como o David Cameron os responsáveis por inundar a Europa com imigrantes, principalmente muçulmanos. Agora o próximo passo da agenda deles criar uma guerra de aniquilação entre o Ocidente e o Mundo Islâmico. Esses extremistas sionistas se alimentam do sofrimento alheio.

  3. FIM DO DOMÍNIO DA CULTURA OCIDENTAL.
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    Quer dizer o seguinte;os europeus que até bem recente apregoava a cultura ocidental pelos quatro cantos do mundo, agora que as outras culturas(oriental) estão inundando a europa,aí eles não gostam!
    O pior,eles estratificam nivelando por baixo estas novas culturas, qualificando-as como terroristas ou outros adjetivos pejorativos!
    Vejo em tudo isto, mais preconceito que temor por parte deste saxão inconformado.
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    A cultura saxónica de todas as ocidentais, foi a mais beneficiada; empurrada pela goela abaixo na população mundial,especialmente aqui no Brasil; formando inúmeros patetas que nós no Plano Brasil conhecemos muito bem.-Hahaha….1
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    Creio que toda cultura tem seus dois lados,a ocidental não é contrário;contudo, devemos buscar as boas virtudes que todos povos tem;a não ser que, os europeus são os senhores absoluto das virtudes; os imaculáveis;(não sei se existe esta palavra no português).

  4. Vou dizer o óbvio, o multiculturalismo falhou em países como a Inglaterra mas não necessariamente no resto do mundo.

    Por que falhou lá?
    Porque certos povos não gostam do que os ingleses tem feito na sua região.

    Então, os ingleses por sua política externa colonialista não têm um bom relacionamento com o resto das culturas.
    Posar de multicultural era algo que não passava de marketing.
    Como comentei várias vezes foi o império português que foi verdadeiramente multicultural, com miscigenação inclusa.
    Os ingleses clonaram o império português, maaaaas, eles não eram portugas, quando tiveram que colonizar os EUA por exemplo, mandaram casais, miscigenação zero, até hoje.

    Os anglos nos EUA também se orgulhavam do famoso “melting pot”, mas a tal miscigenação nunca existiu, também não passou de marketing. Foi um ‘pot’ sem melting, multicultural, maaaas, cada um em seu quadrado.

    O que certos povos europeus acusaram tudo mundo não passava de um pôr fora o que eles realmente eram.

    O multiculturalismo é o destino da humanidade, mas é claro, para que a convivência entre culturas tenha sucesso o país receptor não pode ser preconceituoso ou racista.

    Os árabes na Europa organizam revoltas, fazem atentados na Inglaterra, queimam centenas de carros no meio da noite francesa, por que os 10 milhões que vivem no Brasil não fazem isso?

  5. Thiago

    como é que “como o David Cameron os responsáveis por inundar a Europa com imigrantes, principalmente muçulmanos.” se o homem só está à frente dos destinos do Reino Unido desde Maio de 2010???

    Milton Brás Cabral
    segundo a Wikipedia em http://pt.wikipedia.org/wiki/Religi%C3%B5es_no_Brasil os muçulmanos são apenas 27.000 (0.15%), ficando muito longe dos 10 milhões anunciados.
    na França habitam 6% de muçulmanos (seria cerca de 11 milhões no Brasil) e o que aconteceu foi um fenómeno urbano dos jovens desempregados e desenraizados. existem muitos muçulmanos que trabalham, produzem, são ordeiros e contribuem como qualquer cidadão para o bem-estar geral, não há nenhum levantamento geral.
    mas se “Porque certos povos não gostam do que os ingleses tem feito na sua região.” então abandonem o país de acolhimento, eu fá-lo-ía.
    “o império português que foi verdadeiramente multicultural, com miscigenação inclusa.” é bem verdade.
    “O multiculturalismo é o destino da humanidade” espero bem que não, pode haver algum grau de multiculturalismo, de tolerância e receptividade aos outros mas a identidade deve ser preservada. que aborrecido sermos todos iguais…

  6. mmmmhhh, olha Octus vc me atribui falar de 10 milhões de muçulmanos no Brasil, para depois dizer que o Brasil não tem essa quantidade.

    Eu não falei de 10 milhões de muçulmanos no Brasil, vamos manter um nível de discussão sério, eu falei de árabes.

    Continua caro Octus me atribuindo: ignorar que existem “muçulmanos” que trabalham.
    Eu falei dos que se revoltaram, e fizeram atentados, eu não falei dos que trabalham etc, mas não falar não é negar.
    Continua depois negando que exista um “levantamento geral”, como si eu ou um outro leitor tinha dito isso, quem falou de “levantamento geral”? você falou, rs.

    Negar o que ninguém colocou, me atribuir coisas que eu não disse, hummm….

  7. @Otus scop:

    Eu falei sionistas como ele, não ele pessoalmente. Mas ele é sim responsável, pois seu partido nunca se opôs a imigração de fato.

  8. Milton Brás Cabral
    eu não venho para aqui discutir assuntos pessoais nem defesa de honra, género “eu isto”, “eu aquilo”.
    eu também NÃO DISSE “ignorar” ou “negar”.
    provavelmente entendi mal… eu também não possuo o dom da escrita.
    p.s. – essa quantidade de árabes (10 milhões) que duvido que existam no Brasil está oficializada nalgum lado ou é um número sem fundamentação??? estou curioso.
    Thiago
    por essa ordem de ideias somos todos responsáveis, exceptuando os partidos de extrema-direita que são contra tudo que é estrangeiro. ok, entendi…

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