Os acontecimentos no Egito, onde confrontos entre seguidores e críticos de Hosni Mubarak ainda podem causar um banho de sangue, adquiriram uma velocidade impressionante. Digna de uma revolução. E, como em toda revolução, é possível saber como ela começou, mas nunca como acabará. As forças liberadas por um processo revolucionário, como o francês, no final do século 18, ou o russo, no início do século 20, são explosivas e duradouras, podendo mostrar seu verdadeiro impacto apenas muitos anos depois. Guerras civis, mortes e a adoção de regimes autoritários estão entre as várias nocivas consequências de movimentos que, no início, pretendiam ser um caminho para a democracia. Uma revolução é geralmente uma viagem acelerada e tortuosa em meio à escuridão.
Muitos consideram os atentados de 11 de Setembro ou a queda do Muro de Berlim os mais importantes fatos internacionais desde a Segunda Guerra Mundial. Outros, no entanto, apontam para um acontecimento transformador cujos efeitos se fazem sentir até hoje no cenário político global. A Revolução Iraniana, de 1979, mudou o paradigma de governo no Oriente Médio, abriu um novo espaço na vida pública para a religião e modificou os cálculos políticos das grandes potências. O regime iraniano é tão orgulhoso de sua revolução que apressou-se em dizer, dias atrás, que o movimento político no Egito era inspirado nos fatos de 1979 em Teerã. De certa maneira, é possível entender tal argumento, mas há muitas diferenças entre os dois movimentos. A revolução egípcia pode não ter o mesmo caráter transformador e inédito do levante que derrubou o xá Reza Pahlevi, mas é capaz de mais repercussões imediatas na região.
Diferentemente do movimento egípcio, a revolução do Irã tinha uma figura central, idolatrada por grande parte da população. O aiatolá Khomeini já era um ponto de referência para a oposição iraniana havia mais de dez anos enquanto estava baseado na cidade iraquiana de Najaf. Khomeini deu ao movimento que derrubou o xá um forte caráter religioso, apesar de na oposição haver várias outras tendências políticas, inclusive liberais e comunistas. O resultado foi a adoção de um regime islâmico e xiita, algo que o mundo ainda não havia presenciado. No Egito, apesar da significativa penetração da Irmandade Muçulmana, grupo político islâmico proibido por Mubarak, não existe uma figura central e inspiradora que conduza a ação dos manifestantes. Tal vácuo na liderança pode poupar os egípcios do caminho religioso adotado em Teerã, mas põe mais pontos de interrogação em um movimento difuso e sem clara direção.
A Revolução Iraniana também teve um resultado político regional relativamente modesto, apesar de em certa medida ter mesmo mudado o mundo. Cercada de inimigos por todos os lados, especialmente os árabes sunitas, muitos no Ocidente acreditavam que o levante de Khomeini fosse vulnerável demais para sobreviver. Estados Unidos e seus aliados incentivaram então seu amigo Saddam Hussein a tentar sufocá-lo por meio de uma guerra, um ano depois da queda do xá. Oito anos de combates deixaram 1 milhões de mortos, mas o grande aiatolá e sua República Islâmica do Irã sobreviveram. O novo regime inspirou e armou movimentos militares além das suas fronteiras, particularmente o libanês Hezbollah, mas não se expandiu, nem provocou a queda de outros aliados dos americanos na região.
Tal efeito pode, entretanto, ser provocado pela revolução egípcia. Apesar de já termos visto a queda de um ditador neste ano, na Tunísia, o Egito é a maior nação árabe, e a queda de Mubarak pode ter um efeito dominó por toda a região. Efeito que não veio imediatamente com a Revolução Iraniana, mas que de certa forma terá suas origens nos acontecimentos de 1979 em Teerã. Símbolo do controle ocidental sobre o Oriente Médio, Reza Pahlevi teve o fim temido por líderes da Arábia Saudita, Jordânia, Egito, Argélia etc. O caráter xiita do movimento iraniano o restringiu geograficamente, mas a ideia de um levante popular no Oriente Médio continuou na mente de muitos na região, tanto os que o esperam como os que o temem. Os revolucionários egípcios podem agora provocar um efeito dominó reformador que leve democracia a povos calados por ditaduras, o que faltou ao movimento do Irã. Mas nada é garantido em uma revolução. As cenas de violência no centro do Cairo indicam que até mesmo uma nova guerra civil pode surgir, em meio ao tortuoso e incerto caminho revolucionário.
Religião o ópio do povo, a muleta psicológica dos coitados, explica td e ñ diz nada; e nada dá, + faz fundamentalista em td as religiões.
mandou bem carlos, concordo
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O bom é que todas estas revoluçoes estao acontecendo nas ditaduras apoiadas pelos USA, como foi com o Iran do Xa repressor e assassino… certamente isso também é uma das consequencias da guerra ao terrorismo, nao ha duvidas a respeito disso!!
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A guerra tras sempre consequencias, e agora é esperar que estes povos se libertem da opressao das ditaduras e voltem a ser livres… e nao esquecerao quem apoiou as ditaduras da regiao, e isso pode aumentar ainda mais o odio contra os USA na regiao aumentando as filas dos grupos extremistas na guerra aos USA.
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Parece que mais uma vez o tiro saiu pela culatra na guerra pela liberdade e democracia patrocinada pelos USA!
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Valeu!!
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Falou e disse Francoorp, e espero q esses povos saiam desses regimes tiranicos ,autocraticos,impositivos,liberdade com responsabilidades ; isso e p td os povos e pessoas.
concordo com todos vcs.
Quem se importa com isso,são apenas Arabes-mulçumanos que se degladiam.Devera haver um enorme banho de sangue para que a comunidade de nações se posicione efetivamente depois de exagerados apelos da opinião publica globalToda a instabilidade na região do oriente medio foi produzida pela Europa que ao termino da 1 guerra extinguiu e criou la paises assentando em mesmos territorios diferentes etnias que se adeiam a seculos e hoje a coisa descambou pois o povo Arabe não aguenta mais viver sob governos ortodoxos e intrasigentes em grande parte manipulados pelos EUA e OTAM.Procurem conhecer a filosofia da religião deles e verão que é ate mais humana que a nossa.Infelizmente so se havera paz naquela região se remanejarem alguns povos para lugares distantes uns dos outros,fora isso não tem solução garantida.
Destruam tudo inclusive a Jordania mas não ousem tocar na RAINA ele é patrimonio universal do deleite masculino rsrs
1Maluquinho, vc está até certo, + pf, Onde vc lêu isso:”Amai a teu próximo como a ti mesmo.”Lev.19:18 , Mat.22:39 e Lucas 10:27 tres x = verdade absoluta. Sds nobre amigo.
Protest Politics : Egypt
Protest Politics : Tunisia
Protest Politics : Jordan
Protest Politics : Yemen
Protest Politics : Lebanon
Protest Politics : Albania
Protest Politics : Algeria
Protest Politics : Iran
Todos estes países estão a sofrer do mesmo mal… um com maior relevo do que outros.
Uns mais oprimidos do que outros, outros calados para sempre.
Até a China está a controlar a informação pela Internet… está com medo do que? De uma revolução… tipo Tian an Men.
O lobo mau realmente está a despontar muitas revoluções.
Vi agora o especialista em Egito na TV. Disse que os jovens formados não conseguem emprego, que o povo está passando fome, e que o ditador e seus próximos ficaram ricos durante 30 anos de poder, ou seja, muita corrupção política e impunidade. Disse ainda, que o Egito nunca se apegou ao regime islâmico.
No Brasil, pelo menos tem terra e água para plantar, por isso a panela de pressão não explode. Está muito difícil de viver no Brasil. Os militares das Forças Armadas daqui a pouco vão irão panelas nas ruas, caso a Dilma não dê um reajuste de 50%.
Vi agora o especialista em Egito na TV. Disse que os jovens formados não conseguem emprego, que o povo está passando fome, e que o ditador e seus próximos ficaram ricos durante 30 anos de poder, ou seja, muita corrupção política e impunidade. Disse ainda, que o Egito nunca se apegou ao regime islâmico. No Brasil, pelo menos tem terra e água para plantar, por isso a panela de pressão não explode. Está muito difícil de viver no Brasil. Os militares das Forças Armadas daqui a pouco irão bater panelas nas ruas, caso a Dilma não dê um reajuste de 50%. Cadê o Deputado Jair Bolsonaro ?