Danielle Nogueira
O Brasil está disposto a entrar em um mercado bilionário dominado pela China e que é fundamental para a produção de aparelhos de alta tecnologia, como laptops, iPods e até mísseis. Técnicos do governo avaliam o potencial do país para explorar as chamadas terras raras, conjunto de 17 elementos químicos encontrados em jazidas minerais e que há até pouco tempo não passavam de siglas na tabela periódica.
A ideia é consolidar um programa de pesquisa e desenvolvimento para minerais estratégicos, entre eles terras raras, além de traçar uma radiografia dos consumidores nacionais e identificar potenciais produtores. Assim, o governo pretende retomar a atividade – que hoje não representa sequer 1% da produção mundial – num segmento em que o país já foi líder global.
Hoje, os chineses respondem por 97% da produção internacional, com 120 mil toneladas por ano. Paralelamente, as Indústrias Nucleares do Brasil (INB) estão negociando com a Universidade Federal Fluminense (UFF) a realização de pesquisas no oceano com o objetivo de identificar novos depósitos de terras raras no país.
A INB assumiu a exploração de terras raras no Brasil nos anos 90, após a extinção da Nuclemon, estatal que estava à frente da atividade até então. Umas das razões que fizeram a Nuclemon sair de cena foi a entrada com força da China nesse mercado, que jogou os preços para baixo, tornando a produção pouco lucrativa. Ironicamente, é a China que poderá levar o Brasil a ampliar sua atuação no segmento. Após restrições impostas por Pequim às exportações de terras raras, em setembro de 2010, o preço da tonelada saiu de US$ 5 mil para US$ 50 mil.
Tecnologia e meio ambiente: desafios
Com esse salto, os técnicos do governo avaliam que está na hora de o Brasil voltar a ter destaque nesse nicho. Em 2010, o mercado mundial de terras raras movimentou US$ 2 bilhões. Se os preços se mantiverem no patamar atual e a demanda continuar a crescer – estudo do Congresso americano aponta para uma demanda de 180 mil toneladas em 2012, ante as 134 mil em 2010 -, o mercado potencial para o próximo ano é de US$ 9 bilhões.
Com produção residual, de apenas 650 toneladas de terras raras em 2009, segundo últimos dados disponíveis, o Brasil estaria praticamente fora desse boom, apesar de ostentar o título de terceiro maior produtor mundial. O segundo colocado é a Índia (2.700 toneladas).
Relatório feito por um grupo de trabalho do Ministério de Minas e Energia (MME) e o Ministério de Ciência e Tecnologia (MCT), entregue às autoridades no fim de 2010, aponta que entre os desafios brasileiros está o desenvolvimento de novas tecnologias para aproveitamento desses elementos.
Há ainda a questão ambiental. Na produção de terras raras, produz-se também elementos radioativos, que exigem armazenamento especial.
– Os problemas associados à produção das terras raras a partir da monazita (um dos minerais em que esses elementos são encontrados no Brasil) são de natureza ambiental, notadamente o destino a ser dado aos rejeitos contendo urânio e tório – diz o diretor de Recursos Minerais da INB, Otto Bitencourt.
Para Ronaldo Luiz Santos, pesquisador do Centro de Tecnologia Mineral, órgão ligado ao MCT, que integrou o grupo de trabalho interministerial, o essencial é que a iniciativa privada abrace a ideia do governo de retomar a produção de terras raras.
– As terras raras são uma questão de soberania nacional, pela multiplicidade de seus usos, inclusive na área de defesa e na indústria petrolífera. Precisamos de uma política estratégica de fomento à sua produção e arrojo empresarial para promover o aproveitamento das jazidas.
Gadolínio, cério e túlio são alguns desses elementos ditos raros. Apesar dos nomes esquisitos, o brasileiro já se acostumou com eles mesmo sem saber. Eles estão nas telas das TVs em cores, nos celulares e até nos motores elétricos. Também são usados na indústria bélica, para a fabricação de sistemas de orientação de mísseis, por exemplo, e são importantes insumos da indústria de energia renovável, por serem empregados na produção de painéis solares e turbinas eólicas. São usados ainda no processo de refino do petróleo.
Apesar de batizados de raros, muitos são mais abundantes na natureza que outros metais, como cobre e ouro. Mas, por serem encontrados em pequenas concentrações, seu processo de produção é difícil e caro, o que os torna pouco viáveis economicamente. Daí sua raridade.
Depósitos em Goiás, Amazonas e Rio
No Brasil, sabe-se de depósitos de terras raras em Catalão (GO), Pitinga (AM) e São Francisco do Itabapoana (RJ). É neste último que as terras raras são encontradas na chamada monazita. De acordo com a INB, há estoques de 20 mil toneladas de monazita em suas dependências. A estatal chegou a elaborar um projeto para beneficiamento do mineral nos anos 90, mas acabou abandonando o projeto:
– O aumento da oferta, à época, de compostos de terras oriundos da China tornaram o projeto pouco atraente, e a operação foi suspensa. Agora, a INB está negociando com a UFF a realização de uma prospecção na plataforma continental (fundo do mar) adjacente aos depósitos terrestres buscando identificar novos depósitos para manutenção de suas atividades produtivas – diz Bitencourt.
Enquanto isso, outros países estão se mexendo para reduzir sua dependência da China. Em setembro passado, a Câmara de Representantes dos EUA aprovou projeto de lei para a criação de um programa de incentivo à exploração de terras raras, com recursos de US$ 70 milhões até 2015. A proposta ainda tem de ser apreciada pelo Senado. Já a Comissão Europeia quer estimular a reciclagem de terras raras por seus países-membros, além de assistir países africanos nessa atividade.
Exportação estratégica: ‘O nióbio é nosso’
Se a China é uma rival para o Brasil no mercado de terras raras, pode se tornar aliada na exploração de outro mineral estratégico, o nióbio. O mineral ganhou notoriedade em 2010, quando documentos do governo americano vazados pelo Wikileaks incluíram as minas de Araxá (MG) e Catalão (GO) no mapa de áreas estratégicas para os EUA, o que vem levando internautas a organizar o movimento “o nióbio é nosso”, a exemplo do que foi feito com o petróleo no passado.
Isso porque o Brasil é o maior produtor do mineral, com 96% da produção mundial, e daqui partem 80% do nióbio importado pelos EUA. Mas é no mercado asiático que estão as chances de expansão das exportações. Por suas propriedades – suporta baixas temperaturas e alta pressão -, o nióbio otimiza o uso do aço, sendo empregado na indústria de aviação, petrolífera e automobilística.
Em países desenvolvidos, são usados de 80 gramas a cem gramas de nióbio por tonelada de aço. Isso deixa o carro mais leve e econômico, por exemplo. Na China, são usadas apenas 25 gramas em média de nióbio por tonelada.
– Na China, está boa parte do potencial de expansão de nossas exportações – disse o diretor de assuntos minerários do Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram), Marcelo Ribeiro Tunes.
Em 2010, a receita com vendas externas de nióbio foi de US$ 1,5 bilhão. Foi o terceiro item da pauta de exportações minerais, atrás de minério de ferro e ouro. As duas empresas que atuam no setor no Brasil são a Companhia Brasileira de Metalurgia e Mineração, do grupo Moreira Sales e dona da mina de Araxá, e a Anglo American, proprietária da mina de Catalão.
País quer explorar substâncias usadas em iPod e mísseis, num mercado de US$ 9 bi
|
|
|
|
|
|
|
| X |
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
Entrada
| X |
|
|
|
|
|
| Responder
|
mas já tem ONG em Roraima explorando esse material a muito tempo 😉 , mas acho que passou da hora do Brasil explorar esses minérios estratégicos, mas eles não devem cair na mão da expeculação financeira em nenhuma hipotese pois se não vai acontecer o mesmo o que acontece com o petróleo, materiais estratégicos devem ser administrados pelo estado e não pelo mercado se não vai dar *****
.
.
Sou contrario, na verdade a China decidiu reduzir as suas exportaçoes destes materiais das terras raras por ser muito estratégico, e ainda aumentar os preços no mercado internacional levando vantagens… e agora a imprensa local vem defender que devemos suprir estas lacunas chinesas, isso seriam bom para os USA, nao pra nos, pois o preço ficaria o mesmo se colocamos no mercado o que a China decidiu nao colocar… e ao invés de aumentar as exportaçoes devemos é diminuir, colocando o nosso paìs na condiçao de manipular o preço no mercado internacional trazendo grandes vantagens economicas para nos!!!
.
Certamente os Yankees nao aceitariam isso, pois ao contrario deles, se fizermos algo para nos benficiar de monopolios, como vemos aqui no caso do Niobio temos 96% das jazidas mundiais, eles iriam chia e ameaçar a nosso pais e soberania, ameaçando utilizar até mesmo as forças armadas deles contra de nos… sem o Niobio nada de turbinas de aviaçao, navais e nucleares… nada de US.Army, Navy ou USAF!!
.
Nao aceitariam isso e assim veriamos a verdade da amizade Yankee ao nosso pais, e como somos vistos por eles… mas teriamos muitos paizanos que aceitariam e ainda gostariam desta intervençao no Brasil contra os nosso interesses…
.
A corda é pouco para esses!! Se o monopolio é nosso por que nao podemos fazer como eles e usufruir???Quando é contrario temos que pagar pra eles né, agora que a faca e o queijo estao nas nossa maos nao podemos fazer??? Nao, eles nao querem, e seriam prontos a tudo, até a uma posiçao mais “libertadora” como fizeram no Iraque… voce gosta deles né… via pra la e nao voltar nunca mais aqui no Brasil!!
.
Valeu!!
Espero que Governo ”agregue valor” a esse produto.
E não seja um mero exportador de matéria prima barata,como faz com o minério de ferro!
É quem estava ganhando c o contrabando desses minerais? Os mesmos de sempre.Apenas vamos legaliza os bandidos q fazem essas explorações ilegais…antes tarde do q nunca. É espero q mandem mt miltares isentos p lá , + investiguem antes td; vão ficar mt supresos com os envolvidos. sds.
Que fiquem com alguma nova Estatal. O que não podemos é dá-los a troco de nada para as transnacionais e vermos nossas reservas serem “roubadas” aos poucos…
O NIÓBIO É NOSSO!!!
Roraima ainda é parte do Brasil é?
Fico impressionado como no Brasil se passa a localização exata das coisas , seja em relação a bases extratégicas ( Prosub), seje em relação a descobertas de medicamentos fitoterapiticos ou seje em relação a matériais minerais importantes. Não se se fazem por inocência ou se fazem com má intenção mesmo.
Agora quanto as Terras Raras , já passou da hora das empresas de mineração Brasileiras esplorarem esses minerais , mas ai vem a pergunta , será que vamos vendelos como fazemos com o aço ( ou seja Commodities. ) , ou vamos agregar valor aos mineirais , investindo em P&D e ao invés de vender as terras raras , venderemos os prudutos oriundos delas ???
como conhecemos o Brasil e as empresas nacíonais , já sabemos a resposta rsrsr.
O nióbio é provavelmente a maior riqueza mineral do Brasil, sem ele, o reator de fusão nuclear, a maior esperança dos físicos para a energia limpa e barata dos próximos milênios, não existirá. Porém, isso não é do conhecimento do povo brasileiro, falar disso no congresso nacional é um verdadeiro tabu – por quê será heim?
A melhor matéria que já vi na internet sobre o tema, encontra-se no site abaixo indicado, especialmente no comentário do Sr. Nelson e nos links indicados, vale apena conferir.
http://debatadesvendeedivulgue.com/blog/?p=1048#comment-19462
Caros,
O que se deve atentar é que a China produz os 97% citados, mas não possuí 97% das reservas mundiais.
———————————————
Pais —– Tonelada ano2009
China —– 36.000.000
EUA —– 16.000.000
Australia —– 5.400.000
Brasil —– 48.000
entre outros paises…
Abs
Não se esqueçam do coltam outro mineral importante
O “NOSSO” NIÓBIO JÁ É DOS GALEGOS, A MINA DE CATALÃO É DA ANGLO AMERICAM!!
É INACREDITÁVEL COMO NO SÉCULO XXI AINDA SEJAMOS DOMINADOS A ESSE NÍVEL.
HÁ!! E FALTOU COMENTAR QUE COMO DE PRAXE ELES DEVEM EXPORTAR 10TONELADAS E DECLARAR 100GRAMAS.
O Brasil é um país corrupto,os estrangeiros sempre vão pilhar nossas riquezas……nossos politicos são corruptos,desinteressados,omissos…a unica coisa onde são eficientes é em aumentar impostos e seus salarios,beneficios de gabinete,e suas pensoes fora da lei!….viva a anarquia na democracia!
Ygor disse:
02/02/2011 às 09:48
O Brasil é um país corrupto,os estrangeiros sempre vão pilhar nossas riquezas……nossos politicos são corruptos,desinteressados,omissos…a unica coisa onde são eficientes é em aumentar impostos e seus salarios,beneficios de gabinete,e suas pensoes fora da lei!….viva a anarquia na democracia!
————–
Esse é o tipo de pensamento a ser evitado, pois não
traz nenhuma solução… u.u
É o ciclo vicioso, a população alienada pela mídia rica em mensagens subliminares ( voce nao precisa entender, mas seu subconsciente simplesmente absorve sem pudor) e falta de educação adequada aceitam o político que administra e faz as leis.. a justiça segue estas leis que são aprovadas.. tornando toda a máquina dos 3 poderes dependente da máfia instaurada e não à serviço da constituição brasileira como deveria ser. Os políticos bem intencionados não tem voz, acabam se corrompendo para fazer algo de bom aqui e aculá, mas todos!.. controlados por forças poderosas que ditam o jogo no tabuleiro internacional. Solução?.. acho que não tem.. Só uma revolução braba que faço a mínima idéia de como se procederia. Confundem-nos fazendo crer que liberdade é o intuito deles, quanto na verdade é o contrário. E que controle é a crença e pudor de cada um. O Projeto PNDH-3 que o diga. Até a bendita internet querem controlar cada vez mais. Há mais predios da ONU na China onde a internet é controlada do que em qualquer outro país. E das revoluções que ocorrem atualmente e recentemente aconteceram.. tiveram como combustível essencial interesses globais que estavam sendo ameaçados.
Então pergunto. O nióbio é do brasileiro?.. qualquer riqueza no pais é do brasileiro?.. é como se tivesse uma casa alugada onde o dono não recebe quase nada em troca e ainda por cima surrupiam os bens dentro dela.
Parabéns jonas,vejo que vc endenteu perfeitamente o que está acontecendo no Brasil, a população inculta e alienada politicamente, não passa de marionete nas mãos desses apátridas que covardemente se vendem ao establishment oligárquico internacional.
Falou patrióta, e como tem apátridas nesse meu BRASIL varonil, assinam acordos q nós mantémm amarrados, são esses os “GRANDES BRASILeiros” q vão a TV pedir o meu voto e o seu…deveriamos eliminar td eles da vida pública e prende-los por mt anos.
Olhem esta entrevista com Enéas falando do Nióbio em 2006
http://www.youtube.com/watch?v=WQhR0Dvtnn8
Vlw aeh, mas tomara que a situação seja mais amena do que eu expus!.. e caras como Enéas realmente é isto mesmo. Ou tem 1 minuto pra falar, ou morre de alguma coisa. Este link é sensacional.
Admiring the time and effort you put into your blog and detailed information you offer! I will bookmark your blog and have my children check up here often. Thumbs up!
Very informative and trustworthy blog. Please keep updating with great posts like this one.