Marinha renovará frota sob ”pressão estratégica”

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A renovação da frota da Marinha do Brasil não foi cancelada nem adiada pela presidente Dilma Rousseff. O negócio, envolvendo 11 navios e estimado entre 4 bilhões e 6 bilhões, continua em andamento. A fase atual é de consultas a empresas candidatas à parceria pretendida. “O tempo para execução é o tempo da pressão estratégica”, diz o ministro da Defesa, Nelson Jobim. Analistas ouvidos pelo Estado concordam que essa condição de ameaça é, atualmente, de baixa intensidade, mas lembram que “a curva é ascendente, se projetada para os próximos 20 a 25 anos”, de acordo com o relatório Projeção 2025, feito em 2009 pela Secretaria de Assuntos Estratégicos. A escolha final, entre ofertas de Itália, Reino Unido, Alemanha, Coreia e França, deve sair até o fim do ano. A primeira fragata ficará pronta entre 2018 e 2019 – a entrega do navio patrulha ocorre 12 meses antes.
O contrato inicial, todavia, será firmado em 2012. Depois da seleção, a complexidade do processo exigirá um ano de discussões para ajuste da transferência de tecnologia, estabelecimento da rede de fornecedores e das compensações comerciais. Só então haverá o pagamento do adiantamento formal, cerca de R$ 100 milhões. É para o custeio da implementação da operação. Apenas seis meses mais tarde é que vence a primeira parcela semestral, referente aos juros do financiamento. O principal da dívida começa a ser abatido 180 dias depois, em meados de 2013.
É a mesma arquitetura financeira aplicada na escolha dos novos caças de múltiplo emprego da Aeronáutica, a F-X2.Em nenhum dos dois casos existe a previsão de desembolso imediato. O ministro Jobim sustenta que a indicação do avião vencedor será anunciada até julho pela presidente Dilma. Em 2013 a Marinha vai adquirir 24 unidades da mesma aeronave, mas em versão embarcada para equipar um novo porta-aviões de 60 mil toneladas que planeja incorporar entre 2027 e 2031 – a nau capitânia da projetada 2.ª Frota, na foz do Amazonas. Pacote. Em maio de 2010, a Marinha apresentou aos empresários do setor seu plano completo, abrangendo 61 navios de superfície, mais cinco submarinos, quatro de propulsão diesel-elétrica e um movido a energia nuclear. As encomendas vão até 2030.
O pacote prioritário, definido como Prosuper, abrange cinco fragatas de 6 mil toneladas com capacidade stealth, de escapar à detecção eletrônica, cinco navios escolta oceânicos, de 1,8 mil toneladas, e um navio de apoio, de 22 mil toneladas, para transporte e transferência em alto mar de todo tipo de suprimentos. A intenção da Marinha é que apenas a primeira fragata e o primeiro patrulheiro sejam construídos fora do País, embora com acompanhamento de técnicos e engenheiros brasileiros. Há grupos diretamente interessados em participar desse empreendimento. A Odebrecht Defesa prepara os estaleiros da Enseada do Paraguaçu, na região metropolitana de Salvador, Bahia, para disputar o Prosuper. A empresa, associada à francesa DCNS, está construindo em Itaguaí, no Rio, uma nova base naval e mais as instalações industriais de onde sairão os cinco submarinos do Prosub, encomendados por 7,6 bilhões. Outra prioridade da Marinha do Brasil, para ser cumprida em etapas ao longo de 15 anos, é o Sistema de Gerenciamento da Amazônia Azul, o SisgAAz. É uma espécie de Sivam – a rede de radares e sensores eletrônicos que controla o espaço aéreo da região amazônica – do mar.
A área de cobertura do SisgAAz é imensa – cerca de 4,5 milhões de quilômetros quadrados, o equivalente à metade do território nacional, e tão grande quanto a Europa Ocidental. O aparato é destinado a vigiar e proteger um tesouro – na indústria da energia são 15,3 bilhões de barris de petróleo, 133 plataformas (86 fixas, 47 flutuantes) de processamento da Petrobrás, o patrimônio decorrente de investimentos da ordem de US$ 224 bilhões de 2010 até 2015. Mais que isso: estão sendo desenvolvidas pesquisas a respeito da biodiversidade exótica, encontrada nas fontes hidrotermais localizadas nas zonas de encontro das placas tectônicas. As características apuradas permitem garantir aproveitamento na indústria farmacêutica e de cosmésticos em escala bilionária. O oceano, na abrangência controlada pelo Brasil, abriga, ainda, 80 reservas de 100 materiais estratégicos. Mapeadas, não prospectadas.
Italianos. Até dezembro de 2010, a vantagem na análise preliminar das propostas era do consórcio italiano Fincantieri Cantieri Navali. O preço era bom, o modelo de transferência de conhecimento avançado foi considerado satisfatório e o tipo de fragata, da classe Freem, desenvolvido junto com a França, adequado às especificações. O clima desandou há três semanas, quando a deputada Fiamma Nirenstein, vice-presidente da Comissão de Relações Exteriores do Parlamento da Itália, propôs o congelamento do acordo bilateral de cooperação em Defesa assinado por Nelson Jobim e seu colega de Roma, Ignazio de La Russa. O motivo alegado é o veto do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva à extradição do ex-ativista Cesare Battisti, condenado pela Justiça italiana por quatro homicídios. Dilma não gostou da atitude. A Fincantieri não é mais a favorita. Mas continua no páreo. Fonte: Estadão



27 Comentários

  1. Os planos são otimos mas no Brasil infelizmente os prazos são sempre estendidos!será que temos que comprar tudo de fora? não há pessoas capazes no Brasil para um projeto nacional ?

  2. A Itália está fora. Nada mais sensível ao Governo atual do que possibilidade de vetos, e este indicativa dado pelo Parlamento Italiano não ajuda em nada as FREEM Italianas. Tal fato ecoou na Inglaterra que teve barrado a pousada de um dos seus navios no Rio este ano, por este estar vindo das Malvinas. A resposta Inglesa foi bem clara para todos os jornais ouvirem, inclusive o Parlamento Italiano “Nós respeitamos as soberania e decisão do Brasil em impedir a entrada deste navio” Nada de mais, mas um recado claro, caro, para Italianos e quem quer que seja.
    França com as FREEM ou Inglaterra com as Type26 são meus favoritos com leve vantagem para a segunda opção. A primeira opção se viabilizará caso a FAB opte por outra aeronave senão a francesa no FX2.

  3. Mentalidade medíocre…
    Lendo esses artigos só posso pensar nisso, um país como tanto potencial como o Brasil.
    Fazer esses previsões para 2025,,, só em 2050 teremos 6 Submarinos nuclear… e quando teremos duas frotas, 2100???
    Nossos governantes ainda acham que somos um “país do futuro”, Porque não agora sermos um “país do Presente”… é de doer saber dessas previsões, apenas em 2018 será entregue a primeira fragata. Isso se os próximos governos não adiarem.
    Brasil precisa muito ser atacado, precisamos sofrer na pele o flagelo de uma guerra,,, só assim a comunidade Brasileira digo “Líderes” , passara a valorizar nossas defesas. Eles precisam muito cair na real…

  4. Sempre me perguntei porque o EB e a FAB não tem o mesmo tratamento dispensado à marinha, lá as coisas acontecem e nunca falta grana..
    Agora quanto a parte do Jobim continuar sustentando mais um prazo para o anuncio do FX2, já foi hilário várias vezes, mas agora já virou piada antiga, perdeu a graça…

  5. Eu não acredito em nada disso que está escrito aí.Pra mim, é tudo mentira e serve pra esvaziar a discussão do fx-2.

  6. Se for escolhido qualquer dos três caças q estão hj no páreo pela disputa do FX-2, em 2027 e 2031 quando forem equipar o NAe da 2ª frota já estarão completamente obsoletos. Talvez, em 2031, já estejam até surgindo os caças de 7ª geração.
    Como sempre as nossas Forças Armadas estarão na vanguarda, só q de possuir os piores equipamentos.

  7. :clap: :clap: :clap: mesmo sendo sob pressão estrategica pelo menos estão reformando ja o fx continua congelado…
    e as questõs da marinha são mais especificas ela terá de fazer esses investimentos por e pela proteção do pre-sal talves pro isso ninguem “politicos” tenho vindo dar palpites ou enxer o saco por essa bandas

  8. Tomara mesmo que esses planos continuem em andamento.
    Penso que estão é muito lentos, mas tudo deve ser na medida do que é concretamente possível, não do que ‘poderia’.
    E as aeronaves citadas são a parte do FX-2 ( o interminável…) ou estão incluídas nele?

  9. As noticias parecem excelente tomara que seja verdade, quando o assunto é MB as coisas realmente saem, mesmo a FAB podemos vê avanços com seus helicópteros Ec-725 e os P-3 Orion lamentavelmente o FX é quem estraga o bom trabalho que vem sendo feito nos últimos anos.
    Só desejo que esses projetos realmente saiam do papel, mas eu vou da meu voto de confiança, tenho bons pressentimentos

  10. Em relação as fragatas estou torcendo pela BAE,com sua TYPE 26,se eles confirmarem a oferta de transferencia total e desenvolvimento em conjunto,a Bae passa a ser a minha favorita,antes eu gostava da proposta Italiana,mas eles se mostraram muito imaturos para algo tão relevante para o Brasil.

  11. estes politicos tem que botar na cabeça,que defesa não é brinquedo,e que um pais para creser e ser dinamico tem que passar por cima de certas burocracias,depois que dilma assumio o brasil parou e isso é ruim temos que continuar acelerados pois presisamos urgente de novos portos aéroportos hidrovias,ferrovias,temos que se mexer,e acima de tudo tempo é dinheiro,dona dilma por favor acorda e seja dinamica chega de atrasos.

  12. Acho que antes de tudo a marinha deveria rever sua doutrina e adotar um misto da doutrina russa e nossa atual, não adianta gastar bilhões se a doutrina não é eficiente, outro ponto que não entendo é o porque da 2ª frota ficar na foz do Amazonas, porque não no Ceara assim poderiamos fechar o Atlantico Sul, e tomara que venham as FREEM francesas que são melhores que todos esses concorrentes ai

  13. Pra essa notícia vir do Estadão (oposição ao governo) é de se levar a crer realmente que o FX-2 ainda é FX-2…

    … A não ser que empresas envolvidas nos processos de seleção estejam pagando um touco para terem suas cotações em alta nas bolsas de valores.

  14. Nossa defesa é uma colcha de retalhos… estilo … tapa buraco..
    Nao tem estratégia nenhuma… cada força (Exercito/Marinha/Aeronautica) puxam para seu lado…
    Se estoura-se algo sério… a leniencia e a falta de herarquia de comando ligada a uma estrategia seria … levaria horas para uma reação .. e quando a mesma se der…que Deus realmente seja brasileiro…

  15. Nelson Jobin outrora agente triplo agora reve-la sua mais nova faceta interlocutor fantoche enchedor de linguiça…A indecisão geopolitica-estrategica que nossa infantil diplomacia e defesa não consegue se posicionar de forma decidida…Prematura diplomacia Brasileira titubiante em meio a multidão de lobos…Somente seremos autonomos e realmente independentes quando tivermos a capacidade de nos isentar-mos de pressões e induções e realmente escolhermos o que for melhor para o Brasil independente de procedencia….A meu ver ate agora a unica escolha acertada é a dos Submarinos…Temo que escolhamos errados as belonaves e as aeronaves.

  16. Para o contrato ser assinado em 2012, teria de ser anunciado o acordo ainda este ano, para iniciar a formulação do Contrato(s) que demandam muito tempo de negociação. Se a Itália já tinha sido escolhida, eu acreditaria em 2012, visto que já poderiam estar negociando os detalhes da contratação. Agora, se a Itália ficar de lado, teriam de rever as outras propostas e talvez aguardar outras. Ou seja, tem de torcer para que o caso Battisti, não repercuta mais.

    []’s

  17. Concordo com vc César Pereira , temos condições sim , de projetar & desenvolver esses e quais quer tipo de navios, mas como o prazo é curto, seria interessante nos associarmos a um ” parceiro ” estrangeiro ( poderia ser Russia , India , China , etc..) , só para constar , Russia & India tem planos Bilhonários e conhecimento de sobra para nos assissiar-mos a eles , sem contar que esse paises já manifestaram interesse de tal parceria com o Brasil.
    Mas como aqui adoramos ser dependentes de Américanos e Europeus , já viu né ?
    Afinal de contas , pra que há concursos para emgenheiros navais ? Onde foi parar o departamento de desenvolvimento naval da MB ? será que é muito dificil desenvolver um projeto baseado no casco das NIteroís & Barroso ? sendo que esse projeto ficaria pronto no mesmo periódo esperado pela marinha, será que não podemos seguir o exemplo da Montaer ( EMBRAER ) , com seu projeto KC-390 ?
    Será que esses engenheiros adimitidos em concurso só ficam calculando qual Almirante terá mais tempo disponivel para aproveitar o navio veléiro cisne branco ? rsrs
    Com a resposta a MB

  18. Políticos desgraçados que só pensam no próprio bolso, eles primeiramente esperam o mau acontecer para tomar alguma atitude?
    Em caso de guerra o Brasil iria lutar na base da resistência e habilidade de seus soldados fadados a doutrina de resistência até a morte numa guerra em que não teriam nenhum poder de disuasão contra um adversário superior (ex: EUA.) é deprimente.

    E aos que simplismente falam “se houvesse uma guerra nunca eu iria defender o Brasil” (pobres desses). Saiba que o Brasil tem pena de morte para os militares em caso de guerra declarada, e no qual a deserção é punida por fuzilamento, para quem não sabe é só dar uma olhada na constituição Brasileira.

  19. Fuzilar frangos que ao invez de cantar de galo cacarejam e correm para botar ovo no mato é comigo mesmo deixa que eu passo o rodo rsrs

  20. GABRIEL LIMA…Sera que a defesa do pré-sal resume-se unicamente na MB e suas belonaves,subs,helis e falcões rsrs Eita assim a fauna nacional agradece rsrs

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