Abandonamos a educação elementar, ao abandonar a formação tradicional de professores VOLTA AO DEBATE o problema da compra de caças para a Força Aérea Brasileira.
Dizia Clemenceau que a guerra é assunto muito grave para ser deixado aos militares. O grande homem de Estado francês não estava desdenhando os soldados e seu heroísmo, mas apenas lembrando que as guerras – e mais ainda as guerras modernas – envolvem toda a nação em combate, e sua condução terá de ser, assim, política. O problema da modernização das nossas Forças Armadas é assunto nacional. Os povos criam, armam e sustentam seus militares a fim de que eles possam assegurar a inviolabilidade das fronteiras e a soberania política. Sendo assim, os militares estão a serviço da pátria, entendida como a comunidade brasileira como um todo. Como especialistas, eles podem apontar as vantagens técnicas da compra de um equipamento ou outro, mas não basta a avaliação do desempenho para determinar essa ou aquela aquisição.
O Brasil vem tratando do assunto há algum tempo. Qualquer decisão a ser tomada nos trará desgastes com os governos preteridos. A avaliação dos riscos, diplomáticos, técnicos e financeiros, deverá ser cautelosa. O que parece melhor pode não nos convir, se considerados todos os aspectos do problema. Daí a necessidade de alianças estratégicas, no setor tecnológico, com países emergentes.
O Brasil perdeu tempo demais, ao não investir em ciência e tecnologia. Enquanto outros países multiplicavam as pesquisas e formavam centenas de milhares de engenheiros, químicos, físicos, biólogos, nós não agíamos com a mesma visão de futuro. Conseguimos criar instituições universitárias de excelência para a formação técnica, sem abandono das preocupações humanísticas, como a Escola de Minas, de Ouro Preto, ainda no século 19, mas não continuamos nesse caminho. O mais grave é que abandonamos a educação elementar, ao abandonar a formação tradicional de pro fessores, como o fazíamos com as escolas normais e as universidades do passado.
Temos, é certo, algumas escolas privadas de excelência, destinadas à reprodução das elites, mas a educação pública continua presa à burocracia e incompetência.
Não obstante isso, havia setores em que caminhávamos bem, como no de pesquisas em telecomunicações. O governo neoliberal de 1995-2003, ao privatizar as empresas estatais do setor, além de entregar aos estrangeiros processos técnicos que havíamos desenvolvido, fechou os laboratórios realmente nacionais, privando-nos do desenvolvimento autônomo nessa área. Mais ainda: sucateou as universidades públicas, ao mesmo tempo que estimulava o crescimento da indústria do ensino privado, com os resultados que nos assustam.
Necessitamos retomar a indústria bélica, que os governos militares haviam promovido. Pelas revelações do WikiLeaks, soubemos que os norte-americanos não querem o desenvolvimento da indústria aeroespacial brasileira. Os esforços nesse setor são tanto mais meritórios quanto maior é a resistência de Washington. Não nos esqueçamos de que, em 22 de agosto de 2003, 21 técnicos brasileiros morreram ao explodir, na plataforma de lançamento, o foguete que conduziria satélites de nossa tecnologia para órbita equatorial a 750 quilômetros de altitude.
Não podemos comprar “caixas-pretas”; devemos dominar toda a tecnologia dos aviões adquiridos. O mais importante é mobilizar toda a inteligência nacional no esforço de fortalecimento da capacidade de defesa – e isso compreende, além das pesquisas específicas, o desenvolvimento acelerado da economia, a vigilância sobre as fronteiras e a atualização do projeto nacional que Vargas começou a cumprir, com a criação das grandes empresas estratégicas, entre elas a Petrobras e a Eletrobras.
O poder militar não é um capricho da arrogância. É um dever de patriotismo.
O autor deste texto foi muito feliz. Ao invés de ficar colocando a “culpa” neste ou naquele, ele faz uma análise séria (e em análises deste tipo não entra a categoria “culpa”), onde aponta os problemas, nomeia os responsáveis (desde os que boicotam o programa espacial brasileiro, como é o caso dos EUA, até os responsáveis locais, pelo sucateamento do Estado ocorrido no perído neo-liberal de triste memória…que se seguiu a um período ditatorial, os 20 anos de Ditadura Militar, que corrompeu em muito o Brasil como um todo, não podemos nos esquecer deste detalhe também, e que agrava ainda mais a situação). Além disso, coloca o dedo na ferida: defesa é uma ação política. Os especialistas neste caso (os militares) são importantes e necessários, mas não devem nunca conduzir os aspectos políticos da Defesa, seja no campo do planejamento estratégico (que envolveria desde educação, C&T etc. até geopolítica) seja na simples compra de um equipamento qualquer.
O caminho para a população discutir defesa é ela deixar de ser vista como “especialidade técnica” de uma meia dúzia e passar a ser vista como direito de cidadania, uma ação política que cabe a todos (e aqui não estou falando de armar a população ou coisa do tipo, pois isso é ridículo além de inócuo…me refiro ao direito de Defesa que todos nós temos, um direito que precisa ser ampliado e discutido na sociedade).
Infelizmente nossa imprensa não tem contribuido muito nesta questão, não está cumprindo seu papel, pois ou ela cai nos lobbies da vida, ou trata a questão como “assunto de militar” (ou as duas coisas ao mesmo tempo). Este texto do Jornal do Brasil é uma grata surpresa e uma raridade, pois na média, a imprensa brasileira é muito ruim para tratar seriamente dos assuntos de Defesa.
abraços a todos
pra mim, essa frase é perfeita: ” Pelas revelações do WikiLeaks, soubemos que os norte-americanos não querem o desenvolvimento da indústria aeroespacial brasileira. Os esforços nesse setor são tanto mais meritórios quanto maior é a resistência de Washington.”
Isto é, apesar dos EUA…continuamos (com os erros e dificuladades inerentes) o nosso programa espacial.
Eu vejo por aí, e não entendo de fato as duas posições corriqueiras que sempre leio nos blogs de Defesa: aquela postura dos que de tanto puxar o saco dos EUA, de tanto ter a mente colonizada por Hollywood, chega ao descalabro que dizer que a “culpa” do boicote americano é nossa (na linha da antiga frase que hoje já está morta e enterrada, graças aos céus, na nossa política internacional, mas que alguns comentadores de blog ainda a acha válida: “o que é bom paara os EUA é bom para o Brasil”); e também, para aqueles que só vêem os EUA como o vilão dos problemas brasileiros.
não é nem uma coisa e nem outra. O projeto imperialista dos EUA existe sim, e boicota sim o Brasil. E existe sim os responsáveis brasileiros também, que ou se sujeitam a isso, ou pior, se aliam a interesses exteriores (dos EUA) em detrimento do interesse nacional. Isso não quer dizer que o Brasil seja “culpado” de alguma coisa, pois Brasil é só uma palavra…existe aqui no nosso país interesses vários, inclusive dos que defendem a inserção subalterna do Brasil no mundo, pois assim esses calhordas se mantém por cima da carne seca…e não estou falando apenas de políticos neste caso, embora isso seja uma ação política, pois política é aquilo que todos nós fazemos o dia inteiro e em todo lugar…e quem não tem noção disso, quebra a cara sempre.
abraços novamente
Real/ , uma análise mt bem feita, cabe aos poderes constituidos, corrigirem oe erros e colocar o BRASIL de volta ao caminho deste seleto clube de países q tem capaci// de lançar seus próprios satélites e de autodefesa a distância. Sds.
Estamos nós os Brasileiros, já há dezesseis anos sob a influência “oficial” dos cultuadores dessa seita chamada marxismo, nas suas variadas tonalidades.
Materialismo, ECA, MST, Via Campesina, Hugo Chavez, Evo Morales, Foro São Paulo, hedonismo, homossexualismo, ateísmo, aborto ilimitado, internacionalismo, cotas sexistas, cotas raciais, etc., Sob variadas formas e por variados agentes, vem sendo estes venenos sociais inoculados nas mentes dos nossos escolares e futuros cidadãos.
É Sr. Hornet, o lobo perde o pelo mas não perde a manha.
A que ponto de desfaçatez vocês “comunas” chegaram.
http://www.youtube.com/watch?v=drUEbW3JpZc&feature=related
Olavo de Carvalho – O COMUNISMO NO BRASIL É INEVITÁVEL!
Um dos mais respeitados filosofos brasileiro ,tem um institudo em curitiba ,e foi se exila nos estados ,devido a precessos do PT ,que queria que olavo cala-se por dizer a verdade.
Braziliano,
sou comunista de tendência verde.
Quebra tudo verdão!!!…hehe
Temos que estudar, pegar livros de exatas e comer no café da manha, no almoço, e no jantar. Estudar engenharia, e contribuir com o desenvolvimento tecnologico do país. É o que cada um pode fazer de melhor pelo Brasil.
Esse gege sabe tudo… ainda hoje tive prova disso… um amigo, que estudou matemática comigo na faculdade (o bobo aqui desistiu) tá fazendo doutorado no RJ com tudo pago pela universidade em que trabalha… quem estuda tá com tudo… é o único caminho…
Excelente editorial do JB(Aliás,como a muito não se via na grande imprensa), gostaria ainda comprimentar o meu colega HORNET, pelas excelentes colocações, faço minhas as suas palavras sem tirar uma virgula.
Particularmente, gostaria de ressaltar a insanidade que permeia mentes e corações do lado de cá, e que o amigo HORNET tão bem colocou -…postura dos que de tanto puxar o saco dos EUA, de tanto ter a mente colonizada por Hollywood, chega ao descalabro que dizer que a “culpa” do boicote americano é nossa (na linha da antiga frase que hoje já está morta e enterrada, graças aos céus, na nossa política internacional, mas que alguns comentadores de blog ainda a acha válida: “o que é bom para os EUA é bom para o Brasil”) – …pois é, com gente assim, o Brasil nem precisa de inimigos externos…
Ao colega Braziliano 27/01/2011 às 13:57(Será que não seria correto Brasiliano…bem, mas deixa pra lá) gostaria de salientar que não concordo com algumas direções que por hora são aventadas pela situação governista, precisamente as que se referem ao homossexualismo, ateísmo(Não sei de onde tirou isso, mas só para constar que se assim o fosse…mas, entendo que isso não procede, é uma colocação indevida sua), aborto, cotas sexistas e cotas raciais e etc.
Mas isso, não impede que eu veja com bons olhos a postura deste governo em relação a inserção do Brasil no tabuleiro geopolitico mundial.Afinal, hoje de fato observamos que há uma movimentação séria, no sentido de fortalecer o pais para que possa cumprir com suas responsabilidades internas(Criando condições de seus nacionais levarem um vida digna) e externas(Fortalecendo a presença do Brasil mediante uma agenda propria, na mesa dos principais assuntos mundiais).
Estamos nos movendo lentamente, é verdade, mas, horas quando é que ouvimos falar que finalmente “o país do futuro” enfim despertou??!!
Grande abraço a todos.
Otimo testo,mostrou bem como o governo fhc queria bem o brasil,sem palavras,que tipo de presidente nós elegemos para cuidar do nósso país!!!
Sr. Braziliano,
Pelo seu texto percebo que o vc é racista como é comum nos da estrema direita(nazistas, facistas etc). Não tens vergonha de se manifestar ? O Sr. não esqueceu dos negros, judeus, índios e asiáticos ?
Ops. estrema com S é demais. Leia-se extrema.
Um país só é grande quando a maior parte de sua população tem educação, cultura e consequentemente renda, esse exemplo nos é dado por vários países que mesmo tendo populações menores (Canada) ou vivem numa ilha do tamanho da paraiba (Japão) tem um PIB semelhante ou bem superior ao nosso. No Brasil a grande maioria vivia na base da pirâmide(pobres e negros), e neste governo do Lula (PT), boa parte migrou para a classe média, e ai aconteceu o milagre, todos estão ganhando, pois a classe média é hoje a maioria no Brasil, estão felizes os pobres, os negros e tantos outros marginalizados por governos neo-liberais como tb estão felizes a classe alta com seus empresários que estão vendendo como nunca e pasmem, até banqueiros agiotando como nunca tb. Este milagre encontra resposta nas cotas, no bolsa família, na recuperação do salário mínimo, no FIES, afinal educação é pra médio e longo prazo, se hoje tivessimos uma educação pública de 1° mundo somente daqui a 15 anos é que teríamos os primeiros resultados. O Brasil não pode esperar o bolo crescer para repartir, tem que crescer repartindo, e por isso a importância dessas politicas públicas de inserção dos menos abastados, não é o ideal, mas já é um passo, um pequeno passo que colocou o Brasil na 7 posição economica do mundo e rumo a 5 economia até 2020.
Parabêns pela postagem do artigo!!! É como disse em outro tópico ainda esta semana…em meu tempo de colégio tinhamos uma disciplina que se chamava OSPB e EMC (Organização Social e Política do Brasil – Educação Moral e Cívica). Com 11 anos o pré adolescente começava a entender o mundo ao seu redor e se tornar um formador de opinião ou partidário de uma. Com o conhecimento ele teria o poder de escolha, se seria governista ou lutaria com os militantes do chamado movimento democrático, no fim todos saiam ganhando o Brasil saia ganhando, pois o cidadão tinha cultura, conhecimento, aprendia a sabedoria de colocar o conhecimento adquirido em prática.
Espero que voltemos no caminho do conhecimento, acho que isto está acontecendo com os ENEN, SISU e outras iniciativas de educação superior em massa. Gostaria de morrer ou pelo menos envelhecer (mais…)vendo meu Brasil mais sábio, meus jovens sendo cidadãos orientado e não bonecos alienados, quem sabe…
Nosso querido Exército Brasileiro sempre entendeu esta necessidade de ligar a instituição com a sociedade por meio do civismo.
Abaixo transcrevo materia retirado gratuitamente do site do EMFA.
Exército ampliará o número de Escolas de Instrução Militar
Na década de 90, surgiu o conceito de Escola de Instrução Militar (EsIM), cuja concepção doutrinária é a de preparar reservistas de 2ª Categoria de forma diferenciada. Trata-se de um Órgão de Formação da Reserva que possibilita a prestação do Serviço Militar Inicial de alunos do ensino médio, técnico-profissional e do ensino superior antes mesmo do período previsto para o alistamento militar.
Funcionamento
O funcionamento de uma EsIM, que é responsabilidade da Região Militar correspondente, depende de parceria, pois as instruções militares não são ministradas dentro de um quartel, e sim nas dependências de uma escola civil; de tal forma que o serviço militar é mais bem conciliado com o desenvolvimento escolar do instruendo. O regime de instrução, nesse caso, é descontínuo e tem uma carga horária reduzida, distribuída em dezoito semanas (ao contrário de uma prestação de serviço militar comum, que ocorre em cerca de dez meses). Ao final do período, o aluno-recruta desenvolve atributos da área afetiva e cursa matérias fundamentais para a preparação do Combatente Básico Territorial, como “Armamento, Munição e Tiro”, “Marchas e Estacionamentos”, “Camuflagem”, “Ordem Unida”, “Treinamento Físico Militar”, dentre outras.
Escolas
Atualmente, existem duas EsIM: uma localizada em Barueri, São Paulo, e outra, em Porto Alegre, no Rio Grande do Sul. Os resultados obtidos por essas escolas são bem satisfatórios e a boa notícia é que, em 2011, está prevista a criação de mais quatro unidades, nas cidades de Curitiba (PR), Igrapiúna (BA), Aracaju (SE) e em Manaus (AM).
Vale destacar que as Escolas de Instrução Militar, além de gerarem uma forte aproximação entre os segmentos civil e militar da sociedade, constituem-se em excelentes pólos difusores do civismo, da cidadania, do patriotismo e promovem, ainda, a colaboração com ações comunitárias e subsidiárias.
O poder militar não é um capricho da arrogância. É um dever de patriotismo.
Não tenho nem o que falar depois dessa frase.
Quando as instituições entram em crise, como estamos vendo agora nos países do norte da África, resta em última instância, os militares com as suas armas potentes e disciplina rígida,para colocar a nação nos eixos, interpretando a vontade popular.
Só uma observação: Se os políticos forem corruptos e injustos, as Forças Armadas não vão atirar no povo, pois o militar é o povo de farda.
Hornet,
Mas por que você não qualifica também os EUA como sendo só uma “palavra”, assim como qualificou o Brasil.
O Brasil sendo só uma “palavra” não lhe confere o status de inimputabilidade?
Por que os EUA, de acordo com a sua percepção, é no todo um vilão consciente e o Brasil é um ser enevoado e inimputável, sem culpa e sem dolo?
Não seria mais justo dizer que o ‘governo americano’ da época ao qual se referiu, sobre a nota da wikileaks, era desfavorável ao programa espacial brasileiro, ao invés de dizer ‘os americanos’ ou ‘os EUA’?
Não seria excesso de brandura com o brasil, eximindo-o da sua real cota de responsabilidades, e excesso de dureza para com os EUA?
Sobre a questão espacial brasileira, o que me causa espanto é saber que além da absurda falta de competência (me referi ao Estado Brasileiro e não aos engenheiros) existe um movimento em prol de achar atenuantes para justificar nosso fracasso, chegando ao ponto de nos eximir de nossas responsabilidades, e imputando-as a um gente externo.
Pelo menos os mais exaltados irão crer nessas alegorias.
Chega a ser hilário o peso que a divulgação de um simples telegrama, do qual não faço a menor idéia da sua importância no “frigir dos ovos”, faz com a percepção popular sobre um fato.
Sem que haja qualquer outra evidência já aceitamos como fato inquestionável que fomos, somos e seremos sabotados pelos Estados Unidos da América.
Engraçado é que para condenar nossos políticos corruptos telegramas não valem nada, fotografias idem, gravações pior ainda.
Ou seja, claramente a percepção popular usa de dois pesos e duas medidas, crendo literalmente no que quer.
Por conta da divulgação de um telegrama de um funcionário de embaixada ou da Departamento de Estado (nem me lembro), do qual nem sabemos de qual escalão, os EUA de imediato foi taxado como nosso principal algoz.
Muito bom usar um agente externo como “boi de piranha”. Melhor ainda de for os EUA, já que virou onda agora no nosso Brasil, desde a década passada, e aceitá-los como antagonistas aos nossos interesses é facilmente assimilado pela senso comum.
Nos ouvimos por 8 anos o Presidente Lula culpar as “elites” por nossas mazelas e aceitamos numa boa sem ao menos nos dar conta que um presidente da república, mesmo tendo vindo das camadas mais populares, também faz parte da “elite”, tendo deixado de ser “povão” há muito tempo.
Ou seja, vivemos numa época em que ruim é o filho do vizinho. É sempre o vizinho que pode viciar o seu filho.
Ruim é o professor. Ruim é a vítima.
A incompetência e falta de caráter passaram a ser a vítima, numa completa inversão de valores.
Olhem as “chamadas” mais comuns encontradas na internet à respeito da troca de telegramas entre a embaixada americana e o departamento de estado:
– WikiLeaks revela que EUA boicotaram programa espacial brasileiro
– EUA tentaram impedir programa brasileiro de foguetes
Ou eu sou um analfabeto funcional ou o título de uma notícia à respeito, para ser precisa e não sensassionalista, tinha que ser: Governo dos EUA se opõe ao programa espacial brasileiro.
Se “opor” tem conotação totalmente diferente de embargar, boicotar, impedir, sabotar, etc.
Vale salientar que ao que consta, a oposição do governo americano é clara e de conhecimento amplo por parte das autoridades brasileiras, mas em geral é dada uma conotação de que os EUA estavam boicotando nos bastidores, de maneira vil, enquanto parecia ter outra política oficial.
Se lermos com atenção o teor dos telegramas, foram os ucranianos que fizeram uma solicitação ao governo americano (e não como alguns interpretaram, entendendo que que foram os americanos que tentavam mudar a política ucraniana em relação ao programa espacial brasileiro) no sentido de tentar convencê-los a mudarem sua política rotineira em relação ao programa espacial brasileiro (política esta que, ao que consta, era usual e de conhecimento público).
Com certeza algumas centenas de telegramas foram trocados entre todos os interessados, todos evidentemente defendendo seus interesses, e todos os interessados se mantinham igualmente informados sob o andar das negociações e sobre a intenção dos outros.
Bosco,
EUA é uma palavra também, na verdade três, né?…hehe
No entanto, estava me referindo ao imperialismo dos EUA. Isso não é só uma palavra, é uma ação histórica.
Mas veja, eu procuro não incriminar os EUA por isso. Historiadores (meu caso) tem um pouco a idéia de que entender a história não passa por julgá-la moralmente. Temos mais a ganhar entendendo os motivos que levaram ao nazismo (por exemplo) do que simplesmente condenar Hitler. No caso do imperialismo dos EUA, é um projeto de estado, assim como todo imperialismo moderno. A modernidade tem uma característica que difere os atuais projetos imperiais dos antigos: a união entre capital e Estado (na antiguidade, tipo Roma antiga, por exemplo, não havia isso, pois nem existia capital – não confunda com dinheiro – e nem o Estado era entendido no sentido que entendemos hoje, como uma área delimitada e habitada por um “povo nação” que se pretende coeso em torno de uma cultura, de um modo de vida etc.).
O que ocorre no imperialismo moderno? O capital para se reproduzir, primeiro, precisa organizar o Estado para este fim. Ou seja, cria-se o estado-nação moderno (isso ocorreu no mundo com a Revolução Francesa e com a Revolução Industrial inglesa, foi ali o começo de tudo). Uma vez que esse capital ainda tem, dentro do território nacional de um país, condição de se reproduzir (ainda tem áreas “virgens” para conquistar) ele se reproduz internamente (EUA até a II Guerra Mundial, por exemplo), sem procurar uma expansão imperialista. No entanto, quando o território nacional já não é mais o suficiente para a reprodução do capital, então o Estado cria as condições para a reprodução do capital do páis de origem em outros cantos. Como? Por meio do imperialismo (armado, ou não – por meio de guerras, ou por meio de dominação política-cultural). E é isso que a Inglaterra, a França, a Alemanha, o Japão, os EUA (para citar os até agora imperialistas modernos, cada um em seu tempo histórico) fizeram e fazem.
Muito bem! O que cabe a nós, um país periférico, fazer? Evitar a predação imperialista. Pois se se alinhar a ela, é presa fácil (e o Brasil foi presa fácil de 3 imperialismos modernos: França e Inglaterra até a segunda guerra mundial, e após isso, presa dos EUA). Até pouco tempo atrás, nós não tínhamos muito como evitar a predação, pois a predação (por meio de dívida externa imposta, por meio de fantoches no Governo brasileiro que – vide ditadura militar, ou mesmo na époa da chamada república “café com leite” – ou por meio de um ventriloquismo econômico – vide os nossos governos neo-liberais recentes que se alinharam cegamente aos ditames econômicos de Washington – etc.) criava um dilema difícil de resolver: quanto mais dependentes éramos, mais dependíamos…e isso criava um círculo vicioso. Isso foi de certo modo (até certo ponto) quebrado, esse círculo vicioso foi quebrado nós últimos tempos. O Brasil hoje é muito mais (mas não totalmente) independente do que foi antes.
Como esse processo de independência é algo lento e precisa de continuidade, pois estamos lidando com um imperialismo fortíssimo, então o caminho opara se livrar da dependência passa pela ruptura com qualquer laço de aprisionamento ou direcionamento imposto pelos países hegemônicos. Traduzindo em miúdos, não precisamos e nem queremos rompar relação com os EUA ou com quem quer que seja, mas não podemos nos submeter mais a nada, tal como era antes. Se for preciso falar pro Tio Sam, vá plantar mandioca, devemos falar. E por que? Porque o mundo moderno está formado por uma série de Estados que competem entre si. Ou seja, numa situação onde há choque entre interesse, o interesse do estado nacional brasileiro deve(ria) prevalecer nas ações do governo brasileiro (assim como ocorre nos EUA e em outros países…nenhum governo americano em sã consciência defende os interesses da China ou da Suécia, por exemplo).
portanto, pra concluir, o que gostaria de deixar claro é que não podemos e nem devemos confundir o “povo” americano (assim como o povo chinês, brasileiro, cubano, russo, holandês, francês etc.) com as ações de Estado dos países. Os norte-americanos, de um modo geral, são uns caras legais (e tem os malas sem alça também, como em todo lugar), e são muito parecidos com os brasileiros: gostam de música popular, gostam de tomar todas nos botecos, gostam de carros, gostam de esportes e assim vai. Nesta parte está tudo tranquilo e não precisamos nos preocupar em nada. Já quanto ao Estado dos EUA, é bom ficar esperto, senão os caras engolem a gente.
escrevi demais, desculpa por isso…se quiser vai lendo por partes…hehehe
abração bro!
Bosco,
ainda referente aos nomes dos países…tem um pensamento do Caetano (que é bom compositor, mas como pensador nem tanto, mas às vezes acerta) que diz o seguinte:
Os EUA são uma nação a procura de um nome (EUA não é nome próprio de um país, é uma uma sigla… Tipo, ONU, FIFA, CBF etc….hehe), e o Brasil é um nome a procura de uma nação (no sentido que estamos construindo a nação ainda).
O Caetano acertou em cheio desta vez. A diferença fundamental entre Brasil e EUA, que a rigor são os dois países mais parecidos que existem no mundo (países continentais, jovens, formados por migrantes, ex-colônias européias, países de grandes desigualdades sociais etc.), passa por aí.
abração de novo
Os cargos são ocupados pelos amigos, amigos dos amigos, fidalgos (filhos de algo) e bajuladores.
O nosso Sistema de Ensino não é criativo e intuitivo.
O Brasil nunca ganhou um Prêmio Noel. Os argentinos já receberam 5. As nossas leis, beneficiam mais os criminosos, do que as pessoas de bem, de 25 anos para cá.
Os nossos políticos ficam ricos no poder ou fazem contratos fraudulentos, tal como a imprensa está agora publicando, e ninguém consegue colocá-los na cadeia, principalmente se eles forem da esquerda e do PMDB.
A nossa justiça superior não vai condenar quem os colocou nos tribunais, daí a grande impunidade brasileira.
Não estou sentindo que o nosso país vai melhorar, pois os nossos políticos são fruto do maldito populismo, dos conchavos e troca de votos por cargos públicos.
O povo já está de saco cheio e indignado com a maioria dos nossos políticos.
“Mais ainda: sucateou as universidades públicas, ao mesmo tempo que estimulava o crescimento da indústria do ensino privado, com os resultados que nos assustam.!”
E o pior é que não mudou muita coisa desde então, hoje temos o PROUNI com mais e 1 milhão de inscritos, hoje quem é pobre estuda em universidade particular (com bolsa) e quem tem condições de pagar estuda nas universidades públicas, é o fim mesmo ¬¬