Resistência do Irã leva a fracasso de diálogo nuclear com potências

DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

O Irã entrou neste sábado convicto de que não abrirá mão de seu direito de ter tecnologia nuclear e enriquecer urânio e a resistência em abrir mão de suas condições levou ao fracasso do diálogo com as seis potências do P5+1, representados pela alta diplomata da União Europeia, Catherine Ashton.

As potências do P5+1 –os cinco países-membros do Conselho de Segurança da ONU (Estados Unidos, China, Rússia, Reino Unido, França) mais a Alemanha– acusam Irã de desenvolver armamentos militares e exigem que o país encerre o enriquecimento de urânio, que a 90% pode ser usado em bombas atômicas. Teerã nega as acusações e diz que usa seu programa nuclear apenas para gerar energia e produzir isótopos médicos, para tal enriquecendo urânio a 20%.

Sem concessões, Ashton saiu da reunião dizendo estar “desapontada” com a postura adotada pelo Irã e ressaltando que as condições pedidas pelo país –fim das sanções e a continuidade do enriquecimento de urânio– são inaceitáveis.

Chefe da diplomacia europeia, Catherine Ashton, diz em entrevista a jornalistas que diálogo foi decepcionante.

Em entrevista coletiva após o fim de dois dias de conversas, ela disse não haver novos encontros planejados no momento, mas que a porta continua aberta para o Irã. “O processo pode caminhar se o Irã escolher responder positivamente”, afirmou.

Durante negociações em Istambul, a chefe da diplomacia da União Europeia propôs que Teerã envie ao exterior 2,8 toneladas de urânio levemente enriquecido e 40 quilos de material de maior valor, de acordo com um diplomata ocidental. A quantia representaria a maior parte do estoque de urânio enriquecido do Irã.

A reunião terminou sem progresso concreto nessa e em outras ideias criadas com o objetivo de ajudar a resolver a longa disputa em torno do programa nuclear iraniano.

Ashton disse, após a reunião, que esperava uma discussão detalhada e construtiva sobre a troca de combustível e outras ideias. “Mas ficou claro que o lado iraniano não estava pronto para isso, a não ser que nós concordemos em precondições relacionadas a enriquecimento e sanções”, disse ela.

Uma proposta similar foi feita em outubro de 2009, mas o Irã rejeitou alegadamente pela falta de garantias de que o urânio enviado para enriquecimento no exterior seria efetivamente devolvido.

A ideia da troca de material nuclear, que não está diretamente relacionada às atividades mais polêmicas do Irã, é criar um ambiente de confiança para avançar nas questões mais espinhosas do litígio.

A produção em grande escala de urânio enriquecido é o principal empecilho para uma aproximação, já que os Estados Unidos e a UE temem que o Irã utilize o material não só para fins civis, mas também militares.

Em 17 de maio, o Irã chegou a assinar um acordo para a troca de urânio pouco enriquecido por combustível nuclear, sob a mediação de Brasil e Turquia, no que o presidente Luís Inácio Lula da Silva chamou de uma ‘vitória da diplomacia’. As potências rejeitaram o acordo, dizendo que não incluía garantias de que o país não mais enriqueceria urânio em seu território. Em 9 de junho, o Conselho de Segurança da ONU aprovou uma quarta rodada de sanções contra o país persa.

RESPEITO

Por sua vez, o negociador-chefe iraniano, Saeed Jalili, disse que qualquer acordo entre Irã e as potências mundiais sobre seu programa nuclear deve ser baseado no direito do país de enriquecer urânio.

“Qualquer conversa e cooperação, e isso eu enfatizei durante as conversações com a senhora Ashton, devem ser baseadas no respeito aos direitos das nações… incluindo o direito do Irã à tecnologia nuclear”, disse ele, enfatizando o direito a enriquecimento de urânio.

Abolfazl Zohrevand, assessor de Jalili, disse que as conversações entre seis potências mundiais e o Irã serão retomadas, mas ainda não há data nem local marcados.

“Haverá conversações, mas ainda não se decidiu o local ou a data”, afirmou.

Uma autoridade sênior norte-americana disse neste sábado que o fim inconclusivo da reunião é “decepcionante”, mas não representa um colapso das negociações.

Falando a jornalistas após o fim do encontro que acabou sem resultados concretos e sem promessas de nova reunião, a autoridade disse que “sérias diferenças permaneceram”.

Fonte:  Folha

18 Comentários

  1. Por que esse mesmo cerco não é feito com Israel?
    Sabe Israel aquele país que alguns acreditam se a jóia rara limpa e pura dos pecados do mundo, mas que uma reportagem (entre tantas outras que mostra as barbaridades que Israel comete) que vi hoje mostrava seus soldados destruído reservatórios de água de pobres agricultores e segundo um deles o oficial ainda teve a audácia de dizer “quero destruir seu futuro e de seus filhos”… destruir o reservatório de água de pais de família no meio do deserto, e tem gente que diz que Israel tem o direito de te a bomba e o Irã não pois Israel é civilizado… pelo amor de Deus…
    Se o Irã esta mesmo correndo atrás da bomba atômica faz bem, para se protegerem daqueles nazistas terroristas de barba grande, e igualmente fazem bem em financiar os grupos segundo alguns “terroristas”, mas que não fazem mais do que se proteger seu direito a terra e se vingar pela morte covarde de seus pais, irmãos, tios e etc. Oras isso é se terrorista então defender sua terra e seu povo é se terrorista?
    Que Israel e os EUA entrem em guerra contra o Irã e que uma chuva química caia no solo de Israel se existe um país que merece uma catástrofe como essa sem duvidas que é Israel!

  2. Carl,
    Israel já tem e ninguém tem peito de ir lá tirar deles.
    Se alguém tiver peito de ir no Irã impedir que eles tenham armas nucleares, não podemos fazer nada. A não ser reclamar e ficarmos indignados.
    Vale lembrar que Israel tem apoio dos EUA, que é como um irmão maior.
    Infelizmente o Irã não tem nenhum irmão maior que lhe dê guarida, já que nem russos e nem chineses,
    Ou seja, não é questão de justiça, e sim de poder.

  3. Xtreme,

    Pode anotar ai: EUA e Israel não vão fazer nada em com o Irã. Irã não é Iraque e nem Afeganistão.

    Irã adquiriu arma nuclear da Ucrânia no final da URSS.

    E por falar em Irã, alguém sabe me informar se algum sistema anti-aéreo de Israel ou dos EUA tem capacidade de se defender de uma barragem de mísseis???

  4. Israel e EUA atacam ou não na dependência de saberem algo que nós não temos certeza.
    Ou seja, se o serviço de inteligência de ambos os países derem certeza que a capacidade bélica do Irã não passa de 90% de bravatas e 10% de realidade, haverá o ataque. Caso contrário, não.
    Também pode não ocorrer o ataque se EUA e Israel tiverem certeza que Israel e outros países irão inevitavelmente pesado contra ataque estratégico com mísseis balísticos/WMD.
    O ataque também pode não ocorrer se os estrategistas americanos/israelenses chegarem à conclusão que não há certeza absoluta de sucesso em retardar pelo menos em 30 anos a bomba iraniana, destruindo suas instalações nucleares e que não há uma chance mínima de enfraquecer o atual regime.

    Roberto,
    Teoricamente os EU e Israel possuem meios de interceptar mísseis balísticos lançados do Irã.
    A saber: mísseis Patriot em Israel e vários outros países do OM, mísseis Standard SM-3 (em navios que podem ficar no Mediterrâneo, Mar Vermelho e no Golfo Pérsico), mísseis Arrow em Israel.

  5. Exatamente não é uma questão de justiça, pois isso levaria a imaginar que existe um lado 100% justo e não é o caso as duas nações são criminosas e o mundo estaria muito melhor sem ambas (Israel e Irã). Mas é de se indignar ao vê as pessoas levantarem as bandeiras pró Israel quando esse é tão criminoso ou até mais que seus vizinhos inclusos os “bárbaros” iranianos, ali é tudo farinha do mesmo saco e quem sofre no meio disso tudo é o povo pobre que teve a infelicidade de nascer em um país mulçumano e para piorar vizinho de Israel “os puros”. Mas existe sim algo que podemos fazer que seria a consciência dos fatos para que nossos representantes defendam os nossos ideais, mas é primeiro preciso te ideais exemplo se o Brasil todo realmente soubessem da verdade e se importassem os nossos governantes acabariam boicotando muito do que vem de Israel e se isso acontecesse pelo planeta inteiro? As coisas seriam mais justas para aqueles lados ou isso ou a pobreza. Toda ação tem uma reação enquanto Israel continuar com sua política “Irãs” irão aparecer sucessivamente.

  6. Se o Irã realmente tiver peito para laçar um ataque em massa de mísseis portando ogivas com substâncias químicas Israel perderia um imensa parte de sua população embora os mísseis antiaéreos sejam no estado da arte já ficou provado na 2ª guerra do Golfo que não são perfeitos nem para foguetes da antiga união soviética e só precisa de uns 5 mísseis químicos para provocarem uma das maiores tragédias de todos os tempos.
    Mas acho difícil o Irã te essa coragem, pois isso poderia resultar em um ataque nuclear a seu território.

  7. Carl,
    Eu não demonizo nenhum povo ou nação. Na verdade somos todos vítimas.
    Todas querem sobreviver da melhor maneira possível.
    Todas as mazelas do mundo atual vêem de longa data e nada teve origem no presente, e muito menos com os atores atuais.
    Estamos todos de carona em um mundo que vem construindo sua história há séculos.
    A configuração atual do mundo veio das grandes potências dos séculos 19,18, etc. Se voltarmos mais no passado vamos chegar ao tempo das Cruzadas, do Império Romano, etc.
    Há uma conjunção histórica para chegarmos ao estado vigente hoje, que está longe de ser um quadro acabado, já que a história humana não acaba. Estamos simplesmente vendo e vivenciando uma pequena fase da história.
    Judeus sofreram antes e foram vítimas indefesas no passado, hoje, podemos dizer que são os “algozes”.
    Daí pra dizer que são o “mal encarnado” é outra história.
    Meu amigo, somos todos vítimas das circunstâncias e todos somos passageiros deste planeta azul, quer gostemos ou não. E o pacote de viagem vem completo, com suas injustiças, desgraças, mazelas, etc, além é claro das coisas boas.
    Ter uma visão parcial, ver apenas as coisas como se lhe parece à primeira vista, sem prestar atenção no quadro geral e no contexto histórico é de uma visão pobre e míope.
    Eu estou longe de ser um defensor da existência ou não do Estado de Israel, mesmo porque isto não me diz respeito, mas sei em que contexto histórico tal nação foi criado, e não posso hoje, culpar somente os israelenses por estarem lá.
    Também não posso culpá-los de fazerem tudo para se defenderem contra um inimigo declarado, que prega simplesmente a sua destruição.
    Nós aqui no Brasil já estamos querendo nos armar contra uma hipotética invasão americana ao Brasil sabe-se lá quando (se é que vai ocorrer um dia), já que não há o menor sinal de tal intento estar em curso em curto, médio ou longo prazo, salvo na cabeça de alguns mais imaginativos.
    Como vou culpar os israelenses por se armarem e ameaçarem atacar um país que declaradamente é contra a sua existência. E nem entro no mérito de ser justa ou não a existência do Estado de Israel.
    (Se fosse pela minha lógica simplista de observador distante o Estado de Israel tinha que ter sido criado dentro da Alemanha, que foi quem perdeu a SGM, mas isto é outra estória…rsrsssssssss)
    Fato é que ele (o Estado de Israel) está onde está e é aprovado pela Comunidade Internacional e não há nada que possa mudar esta realidade, pelo menos não de forma pacífica.
    A única ligação iraniano com os palestinos é religiosa e história. Se a religião e o contexto histórico legitima esta união dos iranianos com os palestinos (que teoricamente e sem levarmos em consideração o contexto histórico são os legítimos donos da região), então podemos, por analogia, legitimar o direito de Israel estar onde está.
    Ou seja, nesse caldo cultural acho que não somos os mais indicados para fazer juízo de valores acerca de quem está com a razão ou não, ou de quem é mais bonzinho ou menos bonzinho.
    Pra mim, ambos têm razão por um lado, e por outro, ambos estão errados. Posso dizer isto porque não sofri nenhum tipo de contaminação cultural nem de um lado nem de outro.
    Ou seja, se o bom senso não imperar, a situação só vai resolver com derramamento de sangue. Ou então não irá se resolver nunca.
    Bom senso pra mim começa em cada país renegar sua história, sua religião, seus costumes, sua cultura, e ouvir a fria voz da razão, onde cada um de nós é passageiro do planeta Terra e com direito a ter um lugar sobre ela.
    Ou seja, haverá guerra, mais cedo ou mais tarde, já que as crendices sempre falaram mais alto que a fria razão.
    Um abraço.

  8. Isso é um jogo perigoso. Vale lembrar que Isarel só tem 7 milhões de habitantes , contra 25 milhões do Irão.
    Irão vai conseguir suportar mais perda do que Isarel. Na hora que bicho pegar, Isarel vai começar a passar filme sobre holocausto para pode justifcar o seu maluquice.

  9. Ta muito parecido com o caso Iraque primeiro ele diz que acha que o “pais” esta tentando ter armas nuclear depois diz q o ‘pais’ se nega a negociar e o proximo passo é um Zé ninguem do pentagono ou da CIA dizer que o ira ja possui armas atomicas qndo na verdae nem sequer bombinhas track track eles tem…

  10. O direito de enriquecer uranio o Irã tem, assim como o Brasil tbm tem…o problema desses caras do Irã é que por mais verdade que eles possam estar dizendo,ninguém consegue acreditar neles,por todo o historico que aquela regiao tem,isso fica sendo um ciclo vicioso de desconfiança….só o coração humano de Lula acreditou no Irã más nada adiantou e o ataque é iminente!

  11. Falou e disse BOSCO ,questaão de justiça, se os …judeus, tem armas nucleares, os Persas tbm podem ter…e q parem de flar e ataquem logo o Irã, é aguardem as consequências, o revide..q Deus nos ajude. valeu.

  12. Sinto muito Bosco sua analise é boa mas tenho que discordar sobre Israel.

    Foi uma invasão seguida de um massacre que ocorre até hoje.

    Enquanto os palestinos revidam com um foguete velho que não mata ninguém o contra ataque de israel é com o mais alta tecnologia de guerra e soma mortos as centenas, entre crianças, velhos, mulheres e inocentes.

    O joguete de Israel é criar a tensão para justificar o contra-ataque totalmente desproporcional.

    Igual o valentão da escola fazia com os mais fracos.

    Acho que isso não tem nada a ver com o direito de existir. Senão teríamos que sair do Brasil e devolve-lo aos índios.

    Quanto ao Irã é só ver o histórico, a ultima vez que invadiram algum país foi na época do império Otomano, no século 18.

    E quanto a Israel, a quanto tempo vem matando inocentes em terras estrangeiras.

    definitivamente não é uma equiparação equivalente.

  13. Bosco
    Se Israel tem ou não o direito de existir eu não sei, mas que bom que os judeus tem uma pátria hoje. Mas independente da existência de “ROMA” o que eu não posso fazer é simplesmente fechar os olhos e dizer que o mundo é cruel e ignorar que Israel comete crimes de guerra, não tenho nada contra os judeus, mas como posso dizer que o que fazem com os palestino é correto? Minha critica é somente pelos crimes cometidos seja de fulano ou de ciclano isso é o que eu não posso aceitar.
    Se você acha que estuprar, mata, tortura os palestinos não é nada de mais então você não deve se importa com muitas coisas, além de sua cede de conhecimento que respeito, mas não essa sua visão simplista do mundo.

  14. Capacidade para destruir às instalações nucleares iranianas Israel tem … O X da questão é o depois, o revide , principalmente a possibilidade de o conflito se alastrar em todo oriente médio.Agora uma dúvida! Somente Israel pode prosperar por aquelas bandas ?

  15. Carl,
    O que você passa quando comenta sobre Israel parece ser bem mais que indignação contra crimes ou abusos cometidos.
    Mas tudo bem!

    Bernardo,
    Concordo que a reação de Israel é desproporcional, mas realmente nem você nem o Carl entenderam meu ponto de vista.
    Na verdade tentei simplesmente mostrar um quadro geral e inserir um contexto nesta história toda, para que deixamos de ter uma visão maniqueista sobre o tema
    e não fiz juízo de valor sobre A, B ou C.
    Valeu!

  16. Resistência do Irã ou intransigência das potências? O país tem direito de possuir armas atônicas, qualquer um tem. Podem até abidicar deste direito, no caso foi o Brasil. Mas também devo advertir que isso nao é um brinquedo. A sua utilização pode por fim a vida na terra.
    O Irã com regime fundamentalista religioso no poder este perigo é ainda mais latente.

  17. O Irã já é um país nuclear. Já possuem no mínimo a bomba suja. Urânio a 20% não é brincadeira.
    Por que isso ocorreu ? Países nucleares ameaçam e humilham os não-nucleares.

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