Em plebiscito, sul do Sudão confirma apoio à independência

http://2.bp.blogspot.com/_PG3ew_iFi3A/TJjLm3wMCUI/AAAAAAAAU7M/JPb0TyoedXk/s1600/photo1.jpgParticipação afastou preocupações sobre impacto que abstenção teria na validade do pleito.

Com a apuração dos votos praticamente concluída, 98,8% dos sudaneses do sul do país votaram a favor da separação no recente plebiscito de autodeterminação, conforme dados divulgados neste domingo. Os dados da Comissão do Plebiscito do Sul do Sudão (SSRC, na sigla em inglês) correspondem a quase todos os centros de votação do país instalados nas províncias do norte e 98,7% das províncias do sul.

As autoridades acreditam que nas próximas horas ou dias deverá estar pronto o resultado provisório, que será submetido à decisão judicial em caso de alegações serem apresentadas, embora o resultado seja tão contundente que restam poucas dúvidas.

“Estamos no processo de entrada de dados de alguns centros de votação no sul, mas não esperamos que o processo demore muito”, disse à Agência Efe o porta-voz da SSRC, George Makuer. Pela lei eleitoral, os resultados finais, uma vez resolvidas todas as impugnações, têm de estar prontos até 14 de fevereiro. “Se não houver apelações, o resultado final será divulgado até 7 de fevereiro”, acrescentou Makuer.

Os dados divulgados neste domingo — além de confirmar pesquisas prévias que indicavam a separação como opção certa — demonstram que houve participação em massa no plebiscito, afastando temores dos limites legais que poderiam anular a decisão aprovada. Pelas leis, o plebiscito só seria considerado válido com 60% de participação dos eleitores. Até agora foi confirmada adesão próxima de 95%, bem acima desse limite. Dirigentes do Movimento Popular de Libertação do Sudão, que governa o sul do país, queixavam-se que esse limite de 60% havia sido imposto pelo norte para tentar derrubar a provável separação do sul.

“Para sua surpresa, a participação de nossa população foi em massa, porque só nos três primeiros dias de votação excedemos esse limite”, comemorou o ministro da Informação do sul do Sudão, Barnaba Benjamin, ao jornal digital “Sudan Tribune”.

Acordo

A votação, ocorrida entre os dias nove e 15 de janeiro, estava prevista nos acordos de paz assinados em 9 de janeiro de 2005, que puseram fim a duas décadas de guerra entre o norte e o sul, com saldo de 2 milhões de mortos. Pelos últimos dados da comissão, a opção da independência recebeu o apoio de praticamente toda a população das províncias do sul.

O maior percentual favorável a separação ocorreu na província de Unity, onde 99,98% dos habitantes ficaram a favor da independência. No norte, onde foram registradas 116 mil eleitores, a independência foi opção de 57,6% deles, de acordo com o resultado provisório anunciado neste domingo.

No plebiscito participavam todos os sudaneses pertencentes às comunidades do sul do Sudão, embora vivam fora dessa região, e os cidadãos de outras áreas do país e também no estrangeiros que viviam no sul do país antes de 1956.

Na próxima terça-feira, como informou oficialmente neste domingo nesta capital, integrantes da SSRC têm programada uma entrevista coletiva para divulgar os detalhes sobre a apuração de votos e a proclamação dos resultados.

Se for confirmado definitivamente os resultados, a nova nação, a primeira deste século, será formada a partir de 9 de julho, quando termina o período transitório fixado nos acordos de paz de 2005.

Fonte: Último Segundo

6 Comentários

  1. Aí, depois a Onu promove um plebiscito para independência das reservas indígenas do Brasil, um outro para a separação sulista (Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná e São Paulo) do que sobrar do país e, por aí vai…

  2. Em África assiste-se à disputa entre o islão e um cristianismo radical. O islão, apoiado pela Arábia Saudita, medra nos países do Sahel (Senegal, Mali e Níger) e o cristianismo evangelista ganha terreno na África do Sul, Costa do Marfim, Benim e Libéria com a ajuda dos EUA e das grandes igrejas evangelistas. O cristianismo mais prosélito contra o mais fanático islamismo. Dois fascismos teocráticos em confronto.

    http://ponteeuropa.blogspot.com

  3. Dividir para dominar,essa é uma das estratégias do “governo mundial”, o sul é “cristão” o norte é mulçumano, portanto, a quem interessa essa secessão?
    No sul do Sudão tem petróleo, na Amazonia nióbio e urânio “ONGs” e “índios”.
    Acooorda Brasil, porque o inimigo não dorme!

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