Deu na T&D – Navantia entrega última fragata F-310 e decide apostar no Brasil

F-314 HNoMS Thor Heyerdahl

Por Victor M. S. Barreira

No último dia 18,  a empresa espanhola de construção naval Navantia SA procedeu nas suas instalações de Fene-Ferrol à entrega formal para a Noruega da última fragata do tipo F-310,  a F-314 HNoMS Thor Heyerdahl.

A Norwegian Defence Logistics Organisation (NDLO), do Ministério da Defesa norueguês, adquiriu, em junho de 2000, um total de cinco navios de 5.130 toneladas e 133 metros de cumprimento que constituem, na Marinha Real Norueguesa a Classe Fridtjof Nansen (Fridtjof Nansen, Roald Amundsen, Otto Sverdrup e a Helge Ingstad). Esta Classe está equipada com o sistema de combate Lockheed Martin AEGIS que inclui ,o sistema de detecção AN/SPY-1F.

O armamento consiste num canhão de 76mm integrado numa estação Super Rapid, da Oto Melara SpA, torpedos BAE Systems Sting Ray Mod 1, estações remotamente controladas Kongsberg Protech Systems Sea Protector, mísseis superfície-superfície e de ataques a alvos em terra Kongsberg Defence Systems NSM (Naval Strike Missile) e mísseis superfície-ar Raytheon RIM-162 ESSM (Evolved Sea Sparrow Missile) lançados a partir de sistemas verticais Lockheed Martin Mk 41.

O navio tem capacidade para embarcar um helicóptero médio NH90 NFH (NATO Frigate Helicopter). A Noruega adquiriu um total de 14 exemplares à NH Industries para missões de guerra antisubmarina e de busca e salvamento. Para equipar os seus NH90 antisubmarinos, a Noruega escolheu o sonar FLASH Sonics (Folding Light Acoustic System For Helicopters), da Thales Underwater Systems, o míssil NSM e o torpedo Sting Ray Mod 1.

No próximo dia 02 de março, a empresa prevê entregar à Marinha do Brasil (MB) um proposta que inclui três tipos de  navios de superfície. Segundo a Navantia, serão apresentados ao programa PROSUPER (PROgrama de Obtenção de Meios de SUPERfície) cinco navios de patrulha oceânica, cinco fragatas e um navio de apoio logístico.

BVL da Marinha Venezuelana  GC-21 ANBV Guaicamacuto

O navio-patrulha será um modelo do tipo BVL (Buque de Vigilancia de Litoral), de 1.500 toneladas, com quatro unidades negociadas com a  Venezuela, e o navio de apoio o modelo BAC (Buque de Aprovisionamiento de Combate). A Marinha Espanhola opera um BAC designado de A-15 SPS Cantabria.

A-15 SPS Cantabria

A fragata que será oferecida à MB assemelha-se ao modelo F-100 da Marinha Espanhola (Armada Española) e ao modelo F-310 norueguês. A empresa constrói atualmente uma quinta F-100 para a Marinha Espanhola, a F-105Cristóbal Colón. O navio, de 6.050 toneladas, será entregue em 2012 e vai juntar-se  aos quatro navios de 5.900 toneladas da Classe Álvaro de Bazán já em serviço. SPS

Durante a LAAD Defence & Security 2011, a Navantia SA apresentará modelos de navios-patrulha, fragatas e o BAC, mais o navio de comando e projeção BPE (Buque de Proyección Estratégica). A Espanha opera uma unidade do tipo BPE, o L-61 SPS Juan Carlos I.

L-61 SPS Juan Carlos I

Apesar da Marinha Espanhola ser o principal cliente da Navantia SA, a empresa tem conseguido alguns contratos de exportação nomeadamente na Venezuela onde vendeu os quatro BVL e quatro navios de patrulha oceânica POVZEE (Patrullero Oceánico de Vigilancia de la Zona Económica Exclusiva), e na Austrália, que encomendou três navios do tipo F-100 designados de Air Warfare Destroyer e que formam a Classe Hobart,  e ainda dois navios de comando e projeção do tipo BPE que formam a Classe Canberra.  A empresa está negociando a venda de unidades adicionais de BVL e PVOZZE, além de um contrato para serviços de manutenção com a Venezuela.

Como se sabe, o PROSUPER trata da aquisição de cinco navios de patrulha oceânica de 1.800 toneladas, cinco fragatas ou navio de  escolta de 6.000 toneladas e  um navio de apoio logístico conhecido por NApLog, os quais, provavelmente, serão construídos totalmente ou em parte no Brasil segundo as especificações técnicas da MB. Todas as empresas concorrentes apresentaram propostas em parceria com empresas brasileiras e com o apoio dos seus governos.

Entende-se que as fragatas serão possivelmente equipadas com o míssil superfície-superfície MANSUP (Míssil Anti-Navio de SUPerfície) atualmente em processo de desenvolvimento. Este míssil com características muito semelhantes ao modelo MM-40 Exocet, da MBDA, está sendo trabalhado pela MB e por empresas como a Mectron, Omnisys Engenharia Ltda, Atech Negócios em Tecnologias SA e Avibras Indústria Aerospacial SA.

Fonte: Tecnologia & Defesa

16 comentários em “Deu na T&D – Navantia entrega última fragata F-310 e decide apostar no Brasil

  1. Ta certo eles o Brasil tenque aceitar a proposta espanhola se for boa e cumprir todas as exigencias do Brasil e da MB que sejam bem vindos…
    .
    a Espanha Agradece BATISTI…

  2. Os espanhóis terão bastante tempo para formular uma proposta. Pelo visto esse programa da MB entrou no mesmo barco do FX-2, conforme nota da FSP de hoje:

    “Após caças, Dilma revê compra de navios

    Negócio para patrulha oceânica estimado em R$ 10 bilhões será revisto pela presidente por conta de aperto fiscal

    Programa da Marinha tem como principal foco a proteção das áreas do pré-sal; não há prazo para decisão do governo

    VALDO CRUZ
    DE BRASÍLIA
    IGOR GIELOW
    SECRETÁRIO DE REDAÇÃO
    DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

    Depois da compra de caças da FAB, agora é a vez de um grande programa da Marinha entrar em reavaliação pelo governo Dilma Rousseff por conta da situação fiscal do país. Trata-se da aquisição de 11 navios para patrulha oceânica, um negócio estimado em R$ 10 bilhões.
    Dilma pediu para reavaliar o programa, que vinha sendo tocado pelos almirantes desde o meio do ano passado.
    São cinco navios-patrulha oceânica de 1.800 toneladas, mais cinco fragatas de escolta e um navio de apoio logístico. No foco, a proteção das áreas do pré-sal.
    Conforme a Folha adiantou na semana passada, Dilma pediu para deixar gastos com a compra de pelo menos R$ 10 bilhões em caças pela Aeronáutica para 2012.
    Ela está preocupada com a sinalização de mais gastos em momento de contenção de despesas, e na questão de imagem -tal anúncio logo após a mortandade no Rio poderia soar mal.
    Assim, Nelson Jobim passa pelo segundo revés seguido após ficar na Defesa.
    Parte de seu sucesso como ministro, efetivamente o primeiro a ter poder político sobre as Forças em 11 anos de pasta, passa pela “entrega” das promessas aos militares.
    As duas decisões, segundo assessores de Dilma, não significam perda de prestígio de Jobim no Planalto.
    A presidente avalia como fundamental o trabalho do ministro, mas acredita que, neste momento, é preciso reavaliar todo tipo de gasto.
    Não há dúvidas, por exemplo, sobre a necessidade dos navios no futuro próximo. Mas havia dúvidas sobre a rapidez do processo, que já estava em fase de avaliação final pela Marinha.
    Nos bastidores, franceses reclamaram que o processo favorecia os italianos porque, além dos navios de patrulha, foram incluídos no pacote barcos auxiliares que eles não previam construir.
    Inicialmente, a empresa francesa DCNS só oferecia fragatas, na esperança de fazer parte do maior do acordo militar Brasil-França de 2009, que comprou mais de R$ 20 bilhões em submarinos e helicópteros.
    O problema é que com a questão do terrorista Cesare Battisti, que Lula recomendou ficar no Brasil no último dia de seu governo, o Parlamento italiano retaliou negando-se a ratificar um acordo militar que permitiria a transferência tecnológica desejada para os navios, essencial para o negócio.
    O acordo deve acabar saindo, mas por ora os italianos estão desabilitados.
    Ainda assim, na Marinha há resistência à entrada dos franceses, que já têm suculentos pedaços do mercado militar naval brasileiro.
    No acordo Brasília-Paris, toda a frota submarina futura do Brasil será de origem da mesma DCNS, um acerto de cerca de R$ 20 bilhões.
    Aumentam as chances de britânicos, com um produto consagrado, e alemães, com a experiência de intercâmbio tecnológico com a Marinha.
    Italianos e britânicos seguem fortes. Correm por fora os sul-coreanos, que têm uma oferta atrativa, mas cuja distância dos estaleiros implica custos na entrega dos primeiros navios.
    A Marinha espera colocar no acordo que parte da construção das fragatas será no país, mas sabe que as primeiras unidades virão de fora obrigatoriamente. “

  3. Caros senhores está aí uma ótima oportunidade para a MB. Apesar de pouco me inteirar de assuntos navais, acredito que a solução espanhola seria mais interessante que a inglesa em termos de valores finais de aquisição. Não sei o custo de manutenção destas belonaves (inglesa Type 45, F-100 espanhola, FREMM francesa) mas acredito que a MB também levará isto em conta. Pena que a negociação com os italianos parece que foi para o vinagre em definitivo, quem sabe as coisas ainda não mudam e voltemos a mesa com os Bambinos.
    Ahhhhh muito se fala de embargo tecnológico, transferência de tecnologia no caso do F-X2, mas o programa da MB é algo totalmente impensável este negócio de receio a embargo, pois quase tudo nas fragatas ofertadas e demais embarcações, tem tecnologia sensível americana…e aí…como fica a conversinha neste caso?

  4. Esses países em crise não transmitem tanta confiança, se é que esse quesito é considerável. Eu gostaria que a Coréia tivesse proposta para a MB, mas vai depender do projeto desses navios serem compatíveis com a realidade brasileira.
    Seria interessante se a MB votasse a operar destróier, tendo com as fragatas e corvetas três tipos importantes de navios escolta na esquadra.

  5. Ohhhh André falou e disse!!! Uns Tico e Teco não seria nada mal. O problema volta a esbarrar nos custos operacionais…

  6. No caso das escoltas eu ficaria com os Ingleses sem dúvida. A França roe a corda no caso do Irã e afundou o acordo estratégico entre os dois paises e a Itália, bem a Itália fez uma macarronada daquela. Se enforcou sozinha com o caso Battisti e não aprendeu nada com a França. Neste caso teremos um ganhador por desistência e trapalhadas dos demais competidores.
    [ ]s

  7. Nào confio nos Espanhóis, me lembram o ilantra do Alonso na F1 😀 Não são confiáveis. Ficaria com os Ingleses e/ou Coreanos.

  8. Mais um concorrente…
    Cara se com os aviões está esta concorrência, jogo de interesses, puxa encolhe sem fim…
    Inaginem com estes navios…
    O que o Brasil precisa fazer antes de mais nada é escolher que tipo de soberania tem ou pretende ter para tomar suas decisões.

  9. Mais um atraso para as Forças Armadas, por desculpa que não tem dinheiro (isso eles dizem a mais de 10 anos). Mas o aumento de mais de 100% do salário dela e dos Parlamentares isso tem dinheiro aos montes…

    Como dizia Mestre Alborghuetti, que Deus o tenha: “BRASIL, PAÍS DE M…”

    Saudações..

    Anderson

  10. Caros amigos, saudações!!!
    Meditando na minha caverna, cheguei a seguinte conclusão, o General De Gaulle (Escrevi certo?) na guerra da lagosta disse uma frase que feriu meus brios brazuca, porém, ele estava certo – que o Brasil não era um país certo. E não é que o profeta frances tinha razão.
    Enquanto não for colocado o congresso no seu divido lugar, junto com a sua escória política, salvo uns poucos,a coisa não vai pra frente. Ou seja, congresso forte, militar fraco. Militar forte, congresso fraco.Ridnaruj
    As forças armadas só serão fortes se tirarmos da jogada o congresso e os generais corruptos juntos com os ministros vendidos. Abraços e que Alá, digo Deus, salve a america latrina.

Comentários não permitidos.