Colômbia negocia sua adesão ao Mercosul

http://pagina13.org.br/wp-content/uploads/2010/05/America_latina.jpgDiplomata diz que convite foi feito pelo Brasil em conversa informal
Interesse partiu de Bogotá no dia da posse da presidente Dilma Rousseff, acompanhada pelo líder colombiano
JULIANA ROCHA
DE BRASÍLIA

Os governos do Brasil e da Colômbia iniciaram conversas para que Bogotá ingresse no Mercosul. O objetivo de atrair mais um parceiro é fortalecer o bloco econômico.
Diplomatas brasileiros admitem que, no futuro, outros países da América do Sul deverão ser convidados a aderir como integrantes permanentes. Os próximos alvos podem ser Chile, Peru e Bolívia.
O diplomata colombiano Sérgio Díaz disse que a Colômbia foi convidada pelo governo brasileiro a ingressar no grupo em uma conversa informal. Segundo ele, o país aguarda o pedido ser formalizado pelos parceiros.
Atualmente, o Paraguai ocupa a presidência do bloco, por isso deve partir deste país o convite formal.
“A Colômbia conhece o interesse do Brasil de que o nosso país ingresse no Mercosul. Recebemos [o convite] com muita honra. Esperamos que o processo se oficialize pelo Mercosul”, disse Díaz.
Díaz afirmou ainda que a Colômbia precisa fazer consultas políticas e econômicas internas antes de decidir aderir ao Mercosul. A entrada no bloco econômico vai obrigar o país a adotar as mesmas tarifas aduaneiras e regras de comércio do grupo.
O ingresso da Colômbia poderá ser nos mesmos moldes propostos para a Venezuela, que irá aderir aos poucos às regras do tratado.
Um possível empecilho é o de que os venezuelanos teriam que aprovar a entrada do país vizinho.
Embora as relações entre os países tenham melhorado desde a saída de Álvaro Uribe do poder na Colômbia, ainda não estão normalizadas.
Diplomatas disseram à Folha que a conversa ocorreu no dia da posse da presidente Dilma Rousseff, em 1º de janeiro, na qual estava presente o mandatário colombiano, Juan Manuel Santos.
Um diplomata disse que foi o governo da Colômbia que manifestou interesse de ingressar no bloco, o que foi recebido positivamente pelo novo governo brasileiro. Como não houve um convite oficial, o Itamaraty não confirma a informação.
Segundo a Folha apurou, a avaliação do Itamaraty é a de que o Mercosul tem potencial para ser um bloco econômico de toda a América do Sul. Com essa classificação, não seria um concorrente da Unasul, que faz o papel de união política da região.
O Mercosul, porém, frequentemente é criticado como um tratado sem força no cenário internacional. No Brasil, os críticos dizem que a união aduaneira é um entrave para as negociações comerciais com outros países.
O secretário de Assuntos Econômicos do Ministério da Fazenda, Carlos Márcio Cozendey, disse que a adesão de novos países fortalece o bloco e o comércio da região.
“É uma boa notícia se você cria um clube em que todos querem entrar”, disse Cozendey, que não está envolvido na conversa com Bogotá.

Fonte: FSP via CCOMSEX

13 Comentários

  1. Os chilenos já têm um tratado de livre comércio com os EUA e muitos outros países. Sob esse tratado, Chile não pode adentrar no Mercosul como membro pleno. Isso porque o Mercosul é um customs union: todos os seus membros são forçados a aplicar tarifas iguais a produtos importados de países de fora do bloco. Se o Chile entrasse no Mercosul, ele teria de ajustar suas tarifas de importação àquelas do Mercosul, isto é, ele teria de cancelar suas dezenas de tratados comerciais.
    .
    Ano passado o governo colombiano estava esperando que o congresso americano aprovasse um projeto de tratado de livre comércio com a Colômbia. Isso até agora não ocorreu. Aliás, é por causa disso – por causa dessa demora – que, segundo analistas políticos, o presidente colombiano Juan Manuel Santos anda a se afastar dos EUA e a procurar o fortalecimento de laços com os vizinhos. O Brasil deve se esforçar ao máximo para fazer da Colômbia o novo membro do Mercosul. A Colômbia é o segundo país mais populoso da América do Sul. Seu mercado é possivelmente maior que o do Chile. Além disso, a adesão da Colômbia ao bloco enfraqueceria a presença econômica dos EUA na região.

  2. Colômbia…q seja bem vinda.
    A Colômbia vem alcançando um relativo grau de estabilidade política. Fora q é o 4ºPIB da América do Sul.
    Portanto, só trará benefícios para o Brasil sua adesão.
    Ficará mais ágil nosso comércio com este país, nossas empresas do ramo de infra-estrutura, alimentício e de defesa terão menos burocracia para enfrentar, com a minimização de barreiras alfandegárias.
    O problema é a emblemática Venezuela. Já estou visualizando a Dilma dando um “¿Por qué no te callas? no Chávez..rs..
    Falow

  3. “Isso porque o Mercosul é um customs union: todos os seus membros são forçados a aplicar tarifas iguais a produtos importados ”

    opa… então me explica porque que no paraguai a tarifa de importação é de 10% e aqui no brasil chega a 60..70% ????

    isso eu te falo pq moro na fronteira com o paraguai e sei muito bem o que eu falo.

  4. Bom dia Caros Amigos!!!
    Poxa até parece que estava prevendo o tal anuncio de interesse da Colômbia, quando disse na matéria sobre a chegada de mais um lote de Leopard IA5, de que deveríamos pensar no novo MBT e tratar de desenvolvê-lo com alguma nação vizinha que sabemos ter um pátio industrial capaz de agregar no projeto e fabricação.
    A Colômbia é melhor parceiro por exemplo do que a Venezuela do Cel. Chávez por razões óbvias, e também melhor parceiro que o Chile pelo que já foi exposto me amigo Rafael. Aliás o Chile é um capitulo à parte em toda a América Latina, lá o seu exercito venera a Wehrmacht de Adolf Hitler, não tem integração com a defesa continental sul (vide que cuspiram no tratado de defesa mutua da nações da America por ocasião da guerra das Falklands/Malvinas) e outras razões mais que se me alongar foge do tópico (aliás tenho um artigo inacabado sobre ideologias e emprego militar dos países da America do Sul, se eu terminar vou apresentar o texto aos amigos).
    Quanto a Colômbia esta já se mostrou nosso freguês em material de defesa (Tucano, ST, Cascavel, Urutu e está modernizando estes com parceria brasileira a mesma que gerenciou a modernização dos EE-9 e EE-11 no AGSP (Barueri), já expressou interesse na aquisição do novo fuzil da IMBEL IA2 em Nov/2010 tivemos a visita discreta de oficiais do Exército Colombiano na IMBEL, CTex e no 4º BaVex aonde está sendo testado um lote piloto).
    Temos muito a aprender com eles em logística na selva!

  5. Colombia é um vendido,se chile não pode entrar que entre VENEZUELA,EQUADOR,BOLIVIA OU HONDURAS,OS COLOMBIANOS SÃO MUITO FALSOS.

  6. @robert
    Como você pode ver no link abaixo, o Mercosul é uma união aduaneira. É por essa razão que um país membro do Mercosul e outro que não é membro só podem assinar um tratado de livre comércio entre si, se todos os outros países aderirem ao tratado.
    .
    Que haja variação entre tarifas de um membro do Mercosul e outro, deve-se a que o tratado de livre comércio entre os membros do Mercosul não cobre a todos os produtos comercializados entre os países. Por exemplo, é possível que o Paraguai, segundo o tratado assinado, seja forçado a aplicar tarifa de 0% a carros importados do Brasil. Mas de outro lado, pode ser que o tratado lhe dê a liberdade de firmar as tarifas que quiser à carne brasileira, entende? Da mesma forma, o Paraguai pode ser forçado a taxar carros americanos segundo o valor negociado com os membros do Mercosul (digamos que o valor seja de 10% da mercadoria). Mas pode ser que o tratado dê ao Paraguai a liberdade de fixar as taxas que quiser em relação à carne americana – até taxas de importação de 0%.

  7. Que venha a colômbia, temos que ser pragmáticos e trazê-los para o nosso lado afastando a nefasta presença dos EUA de nossa área de influência.

  8. È claro que Hugo Chaves vai querer a Colômbia no Mercosul. Com esse passo os colombianos estarão se afastando dos Estados Unidos. È o sonho de Hugo Chaves e do Brasil a criação da Pátria Grande Bolivariana.

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