Um desembarque militar do Brasil na Palestina?

NDD Rio de Janeiro (G 31) Navio de Desembarque Doca Rio de Janeiro – MB

João Paulo Charleaux | Santiago do Chile

Para quem acha – como o presidente Luiz Inácio Lula da Silva – que o destino do Brasil é ser um líder global, capaz de influenciar tanto a política nuclear iraniana quanto o conflito secular entre israelenses e palestinos, uma boa notícia: o presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Mahmoud Abbas, também acha. E mais: em visita a Brasília, onde desembarcou esta semana para assistir à posse da presidente Dilma Rousseff, Abbas disse que os brasileiros têm não apenas um papel político e diplomático a desempenhar nas intrincadas negociações para a criação de um futuro Estado palestino. Segundo ele, o país poderia também contribuir enviando tropas para uma missão de paz da ONU na região.

A sugestão é música para os ouvidos de um governo que apostou alto na tese segundo a qual “você é do tamanho dos problemas que escolhe enfrentar”. Desde o início do primeiro mandato de Lula na presidência, em 2003, o Itamaraty envolveu-se em crises internacionais que, sabidamente, representam grandes chances de protagonismo e visibilidade, por um lado, e de rusgas, revezes e fracassos, de outro.

O passo mais ambicioso talvez tenha sido assumir o comando militar da Missão das Nações Unidas para a Estabilização do Haiti (Minustah), em 2004, o maior desafio das forças armadas desde a Guerra do Paraguai, em 1864-1870, considerando que o envio de tropas para a Itália na Segunda Guerra Mundial foi mais modesto do ponto de vista logístico.

A experiência no Haiti cacifou as forças armadas tanto para engajar-se em crises internas, como as que sazonalmente sacodem o Rio de Janeiro, quanto em impasses internacionais, como foi o do Haiti e é este que envolve a ANP de Abbas.

Algodão entre cristais

O problema – que parece simples quando dito – é que os territórios palestinos não são o Haiti, nem as favelas do Rio. Envolver-se militarmente no conflito entre israelenses e palestinos significaria virtualmente disparar e receber disparos de atores armados que, além de suas próprias causas, defendem idéias e ações respaldadas por potências como os EUA – leais a Israel – ou por grupos armados com raio de ação global alinhados à causa palestina.

Curiosamente, a primeira missão de paz que contou com efetivos brasileiros foi a do Canal de Suez, no Egito, num conflito que também envolvia tropas israelenses, nos anos 1960. De lá para cá, foram quase 20 experiências com capacetes azuis brasileiros – em alguns casos, com envio de tropas; em outros, como na Bósnia (1992-1995) apenas com observadores militares.

O convite para que o Brasil ponha seus militares como algodão entre cristais num contexto tão explosivo como o que envolve israelenses e palestinos é a cereja no bolo de uma política externa audaciosa, que buscou incessantemente se envolver em grandes questões internacionais. O problema é saber se a porta aberta por Abbas representa a saída para um dos conflitos armados mais complexos e duradouros do mundo, ou apenas mais uma curva no labirinto de erros do Oriente Médio.

Fonte:  Opera Mundi

30 Comentários

  1. Alô galera…

    Em tempo… Não é o G30 que levou o pessoal para o oriente médio, mas o irmão dele G31 (Rio de Janeiro).

    O G30 (Ceará) está sem armas e com um buraco enorme no casco por onde o pessoal do AMRJ passa com tanques de acetileno para refazer as tubulações de vapor que movem aquela banheira.

    Eu sei por quê esta pilha de sucata está atrapalhado a minha vista da baia de guanabara! 🙂

    Quando é que vamos comprar uns NDD de “ocasião” lá com os britanicos?

    []´s

    Braz

  2. Alguem vai torpedear esse navio e colocar o Brasil no meio daquela guerra sem fim. Na segunda guerra colocaram a culpa em um submarino alemão (será mesmo???) e agora, como vai ser?

    Os Brasileiros são inocentes úteis.

  3. O mais incrível é o governo brasileiro engajar-se nessa missão sem antes atualizar seu arsenal. Os novos submarinos ficarão prontos á longo prazo (a partir de 2017), o FX2 nem se fala, as escoltas nada ainda etc.
    Colocamos a carroça na frente dos burros.

  4. Mauro disse:
    07/01/2011 às 11:17 PM

    O meu medo é que começa a passar o tempo e…final do
    mandato. Não sai decisão pq é caro vamos esperar o pleito….Nova
    eleição e agora vamos aguardar a decisão….o tempo passa, os
    modelos concorrentes estão defasados e vamos abrir outro processo
    de escolha….o tempo passa e fim de mandato….No próximo governo
    sai o vencedor…Mas vamos esperar o novo governo começar a
    trabalhar e o tempo passa….e nessas já passaram FHC e Lula….
    Mas sou brasileiro e não desisto nunca…..rs

    Nota do Editor:

    Salve Rogério,

    Evite fazer múltiplos posts em uma mesma matéria, junte todas as informações e faça em um único post, pois este comportamento é característico de Spam, nosso sistema esta configurado para exclusão de spamming automático, e desta forma não seria positivo se seus comentários fossem excluídos por engano.

    Abraço, Lucasu.

  5. Com o vencimento do prazo de vida útil de parte dos caças de combate da Força Aérea Brasileira (FAB) a partir de 2016, o ideal é que o Brasil decida sobre a renovação da frota ainda este ano, a fim de que haja tempo hábil para a substituição das aeronaves. A informação foi dada hoje (7) pelo ministro da Defesa, Nelson Jobim, logo após participar do programa Bom Dia, Ministro, produzido pela Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República, em parceria com a EBC Serviços.

    “Não sou eu quem vai determinar a pauta da presidenta [Dilma Rousseff]. Na hora em que achar conveniente, ela vai me chamar, mas ela sabe que esse é um assunto que terá que ser resolvido neste semestre. Por causa dessa situação, temos que decidir a questão este ano”, disse o ministro.

    Segundo Jobim, como o simples anúncio da melhor proposta não vai pôr fim à concorrência, a decisão tem que sair, no limite, até o fim deste ano, sob o risco de comprometimento de parte da frota aérea militar nacional. De acordo ele, o ciclo de vida útil dos atuais caças Mirage 2000 começa a vencer em 2016, e o dos modelos F-5, em 2020.

    Ao garantir que os valores apresentados inicialmente pelas três empresas (Saab, Boeing e Dassault) que disputam a preferência do governo tem variado e, “seguramente, vão cair”, Jobim revelou que hoje que o negócio gira entre “5 e 6 bilhões de euros”.

    Uma vez escolhido o melhor modelo, acrescentou o ministro, a conclusão do processo de compra dos caças ainda deverá demorar, no mínimo, um ano. Nesse período, serão discutidos os termos dos contratos comercial e financeiro. Do primeiro, conduzido pela Aeronáutica, constarão as especificações técnicas do modelo vencedor da concorrência. Do segundo, as fomas de pagamento.

    Jobim também comentou as críticas feitas ao Exército por ter cedido as instalações do Forte dos Andradas, no Guarujá, no litoral paulista, para o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva passar as férias com a família. Ao deixar o prédio da Empresa Brasil de Comunicação – EBC, ele afirmou: “Convidei o então presidente no ano passado. É uma coisa absolutamente normal”.

  6. Hornet disse:
    08/01/2011 às 1:52 AM

    Eu penso como o Justin Case: tampax nunca mais.

    e vou além: compra de oportunidades nunca mais, compra de caça usado nunca mais, Chile não é modelo para nós (com todo respeito, Ozeias..eu gosto do que vc escreve, mas neste ponto discordamos) e por aí vai.

    O que precisamos é apenas decidir logo essa nhaca do FX2, mas sem desespero…senão a lucura começa a tomar conta…hehehe

    Não podemos perder o foco do FX2: qualificação tecnológica, nacionalização dos meios, padronização da frota (incluindo os caças da Marinha), capacidade para projetar em parceria um FX-Br (que pelo visto será um UCAV), racionalização da manutenção etc.

    O Jobim está correto em alertar e lembrar a presidenta que ela tem que decidir o FX2 logo, pois senão a coisa complica. Decidindo ainda neste semestre, a coisa anda dentro do prazo limite da aposentadoria dos atuais caças da FAB. Aliás, não aguento mais ver a FAB voando F-5….Que dureza!!!…hehehe

    abraços a todos

  7. Fox Bravo disse:
    08/01/2011 às 2:25 AM

    Acho que para os políticos tomarem logo um decisão do
    Brasil precisava era tomar um “sacode” de um país vizinho, quem
    sabe, aviões venezuelano constantimente invade espaço aéreo
    brasileiro, ou caças da FAB em patrulha na fronteira com a
    Venezuela são intimidados por caças Su-30 da FAV, ou exercícios
    conjuntos entre Venezuela, Equador e Bolívia nas fronteiras
    brasileira simulam um invasão por ar. Sei lá, algo que toque no
    orgulho brasileiro, e que a população e impressa cobre dos
    referidos políticos ações rápidas e estratégicas.

  8. Carlos Augusto disse:
    07/01/2011 às 4:44 PM

    Parece que tudo o que esta sendo feito para Portugal, é para dar lucro a turma do tamanco, nem garantias que eles vão comprar alguma coisa estão dando só mesmo a Embraer para jogar o Brasil em tantas geladas. No mais é um projeto do Governo Federal do Brasil, e com muito dinheiro brasileiro, e que os portugueses se julgam donos do projeto. Ora, pois pois, estamos sendo passados para trás em pleno século XXI, por culpa da EMBRAER. Tirando essa situação vexatória, no mais o KC-390 é nota 10, e vai levar a Embraer a novos horizontes.

  9. O brasil tambem esta passando para tras os franceses ta na cara que o rafale não sera comprado os franceses ja deram um prazo ja vejo problemas como os que estão acontecendo com a italia o brasil não tem solução

  10. Pra que desespero?Tempo habil para garantir nossa soberania e reforço da FAB resume-se em esquadrões de SUs35BMs que poderemos brincar em adapta-los com tudo o que gostamos.Conscientizem-se e aceitem o FX hoje é geopolitico-tecnologico e a pressa é inimiga da perfeição.E quem disse que a Dilma não tem preferencia,tem sim e manteve o agente triplo falastrão por pedido de Lula senão dançaria como dançou o sapiencia…Sou contra qualquer participação Brasileira em qualquer parte do Oriente Medio.Quem tem de resolver as coisas la é a OTAN pois foi a Europa que la desfez e criou paises acentando em mesmos territorios diferentes etnias rivais.Criaram o vespeiro que deem seu jeito

  11. O Jornalista João Paulo Charleaux é um ativista dos Direiros Humanos, tranbalhou no Comite Internacional da Cruz Vermelha.
    Seu idealismo parece ter feito esquecer que sua profissão exige isenção.
    Usa seu texto com capim a busca de burros para alimentar.
    ———-
    A Opinião do Abbas do qual o jornalistazinho tenta desmerecer, deixando transparecer que a decisão do Brasil se da pelas palavras do lider palestino é apenas uma entre tantas e outros lideres mundiais também favoraveis a participação do Brasil.
    ————–
    diz o jornalistazinho…. a porta aberta por Abbas…..
    NÃO É PORTAS ABERTAS POR FILHO DA MÃE NENHUM, é um convite da ONU, por um orgão da ONU.
    ———–
    Tanto é que já em 18 Agosto 2006 no site Defesanet, já dentro do governo e Exército já se encontrava as seguintes disposições:
    ==============
    As tropas do Brasil estão prontas….. para o Líbano, garante …….General Francisco R. de Albuquerque.
    =============
    Apesar do Exército afirmar que está em condições de atuar no Líbano, o ministro de Relações Exteriores, Celso Amorim, afirmou logo em seguida.. a jornalistas que o Brasil “não deve participar por enquanto”..
    ========================
    Cabo Porto disse…
    Sou Fuzileiro Naval a cinco anos,sirvo no 2ºBtlInf,provavel batalhão que seria mandado ao Líbano,posso afirmar que a tropa está pronta,e disposta a cumprir a missão caso seja convocada.Se o Brasil pretende ser uma nação grande de fato,também deve se destacar no cenário militar,e somente com participações em missões desse tipo que ganharemos o respeito tão merecido.
    ADSUMUS
    18 de outubro de 2010 21:06
    Abs

  12. Agora!!!!!!!!!!!!!!
    qual a méteria aqui mesmo????????FX-2 ou Unifil – NDD – Extraterreste.
    Nada contra alguem querer da uma pequena nota off-topic

  13. ANDRE…E o que o reaparelhamento de nossas forças tem haver com uma missão de paz?Nada.Não iriamos la fazer guerra e sim evitar guerra.

  14. Um país que quer evoluir e mudar sua história, com certeza o brasil está no caminho certo.

    No Oriente Médio e na Àfrica , povo brasileiro são bastante querido.

  15. Thomas e Rogerio, vocês estão certos em seus comentários, um o atque de falsa bandeira e o outro pelo tempo curto p ter-mos um caça a altura das n necessidades e dos tempos em q vivemos,o sr, lula pisou na redonda no 2 tempo e no último minuto de jogo..medrou, mô sacanagem.sds.

  16. Como os SSioniSStas ñ cumprem a anos a resoulução da ONU 242 , eu fico c medo da plantação q estamos fazendo, poderemos colher “sérios problemas” no futuro. Olho vivo nada é o parece ser. Sds.

  17. não gosto disso …..
    não gosto da ideia de 300 Brasileiros estarem entre morteiros palestino e fuzis israelense e se Israel ataca por engano ou erra o alvo, oque já aconteceu como na guerra do Iraque quando os EUA acertaram um hospital…, oque fará o governo Brasileiro deixar quieto ou respondera a Israel…. sinceramente acho que se o Brasil quer protagonismo global devia primeiro ter uma força “bélica” maior e se preocupar mais com América latina e africa. na terra SANTA já derramou muito sangue não queremos que o próximo seja o sangue Brasileiro

  18. Os dados fazem parte de um estudo da PricewaterhouseCoopers. Segundo o estudo, antes de 2020 as (…)sete grandes economias emergentes já terão superado os tradicionais países do G-7 em tamanho do PIB. A constatação do levantamento é que, em meados do século, o cenário econômico mundial será bem diferente do atual, com China e Índia nos dois primeiros lugares e o atual líder – os Estados Unidos – apenas na terceira posição.(…)
    .
    ——(fonte:estadão/economia:08/01/11)
    .
    Como se pode vê,no futuro os emergentes vão está por cima da carne seca,se os tradicionais não sabotá-los antes.
    Contudo se concretizar tal prognóstico,a ONU terá outra cara,com traços orientais.

  19. é Bobsap o povo brasileiro ainda é muito querido no mundo , mais se a missao brasileira fracassar la no oriente medio e desculpem dizer isso mais acho que tem 99% de chance de isso acontecer , talvez nos vamos prejudicar a nossa imagem que é uma imagem boa que temos la fora de pais que nao se mete nas questoes de outros paises e podera acarretar em um prejuizo enorme para o brasil.
    torno a dizer que os nosso governo nao sabe o que esta fazendo, aquele lugar a anos nao se resolve nada, se fosse facil ja tinha sido resolvido,(prestem atençao aquele lugar é uma guerra por territorios e alem de tudo isso é uma guerra religiosa) acho que sera uma besteira enorme o brasil se entrometer naquela area, vai acabar sobrando para o brasil.
    (se fosse em uma africa ou aqui mesmo na america diria que o brasil tem muita chance de sair vencedor mais la no oriente medio eu tenho certeza que nao).
    sds a todos.

  20. O polvo Paul ja disse: “F-5 na fab(minusculo de proposito) pelos proximos 30 anos!”. Confio mais nele q na Dilma!

  21. O Brasil não pode passar a escolher participar de missões de paz que só oferecam 99,9% de possibilidade de sucesso.
    Não pode ficar escolhendo ambientes que ofereçam baixo risco de conflito armado.
    Se o fizer, será considerado como oportunista, covarde.
    Para um pais que almeja ser influente na ONU e no mundo, isso é um tiro no pé.
    Abs

  22. Excelente colocação leonardo_sp, sem contar que além do fracasso a chance de morte de militares brasileiros é bem grande, afinal lá não é o Haiti onde o domínio era de gangues, estamos falando de Oriente Médio, gente que não se importa em sacrificar a vida em nome de uma causa… Mesmo q o Brasil tenha função de patrulhamento marítimo como também já foi requisitado pela UNIFIL, (situação hipotética)(só hipotética): se “algo” acontecer com um navio de guerra brasileiro oq a gente vai fazer? Revidar?
    Mas tomara q dê tudo certo e que obtenhamos êxito diante de mais uma empreitada, visto q ambos os governos tanto palestino como israelense são parceiros…

  23. Israel foi lesado graças a diplomacia britânica, suas terras estão em poder de árabes, palestinos e outros. Basta verificar a bíblia e verão o mapa de canaâ. Quantas guerras irão acontecer para Israel recuperar suas terras eu não sei! Más, a última guerra se chama Amargedon! Olha lá na Bíblia, é uma profecia que vai cumprir!!!

  24. O Brasil está fazendo aquilo que o governo Lula sempre criticou: As interferências políticas e militares dos EUA e OTAN em outros países para interesses próprios (Poder geopolítico).

  25. Otto,
    Quem realmente foi lesado pela Inglaterra após a II Guerra foram os palestinos, pois foi com a permissão da Inglaterra e a anuência de outras nações que Israel invadiu a Palestina, matando civis inocentes por serem de outra religião, justamente o que acabavam de sofrer na II Guerra.

  26. E justamente por sermos um povo tão querido e adimirado é que seremos alvo de todos os lados.Querem resolver os desentendimentos la,mandem nossos parlamentares e politicos pra la e teremos sussessos pois eles se mordem como arabes e judeus e depois se lambem como americanos e russos y si tiene petroleo tyene dolar y si tyene dolar tiene interés y sussesso y la garantia soy jo mi hermano.

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